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sexta-feira, 30 de abril de 2021

CREDES EM DEUS, CREDES TAMBÉM EM MIM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 14,1-6)(30/04/21)


Caríssimos, em meio a tanta insegurança e temor por conta desta pandemia e da cultura de morte que nos envolve, precisamos de algum modo nos sentir seguros sem fobias ou vãs preocupações. Porém, só existe um meio para que isto aconteça, trata-se da fé na Onipotência Divina, como o Senhor Jesus revelou a são Paulo: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." (2Cor 12,9)


Com efeito, não podemos esquecer que somos consagrados a Deus mediante o batismo e como nos ensinou o Senhor Jesus: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dará." Ora, rezar é encontrar Deus num diálogo amoroso e nos entregar a Ele totalmente, por isso, a oração feita como encontro desperta em nós o desejo de escuta-lo no silêncio do nosso coração, isto é, da nossa mente, e depois pôr em prática as Suas inspirações.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos tranquiliza quanto ao nosso devir, dizendo: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3)


Portanto, caríssimos, não podemos viver como se Deus não estivesse no comando de tudo, pois, pensar assim é se desligar do Seu amor, é perder a confiança e a certeza de que não obstante o mal que nos cerca, o Senhor cuida muito bem de cada um de nós, como Ele disse: "Não se perturbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim."


Destarte, fiquemos certos de uma coisa, o mal por si mesmo se destrói, e aí daqueles que o seguem em seu caminho de perdição. Quanto a nós, nos deixemos conduzir pelo Senhor Jesus que nos tranquiliza com a Sua presença e Sua Palavra: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim." (Jo 14,6).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

SEGUINDO O EXEMPLO DO SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 14,1-6)(30/04/21)


Caríssimos, em meio a tanta insegurança e temor por conta desta pandemia e da cultura de morte que nos envolve, precisamos de algum modo nos sentir seguros sem fobias ou vãs preocupações. Porém, só existe um meio para que isto aconteça, trata-se da fé na Onipotência Divina, como o Senhor Jesus revelou a são Paulo: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." (2Cor 12,9)


Com efeito, não podemos esquecer que somos consagrados a Deus mediante o batismo e como nos ensinou o Senhor Jesus: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dará." Ora, rezar é encontrar Deus num diálogo amoroso e nos entregar a Ele totalmente, por isso, a oração feita como encontro desperta em nós o desejo de escuta-lo no silêncio do nosso coração, isto é, da nossa mente, e depois pôr em prática as Suas inspirações.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos tranquiliza quanto ao nosso devir, dizendo: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3)


Portanto, caríssimos, não podemos viver como se Deus não estivesse no comando de tudo, pois, pensar assim é se desligar do Seu amor, é perder a confiança e a certeza de que não obstante o mal que nos cerca, o Senhor cuida muito bem de cada um de nós, como Ele disse: "Não se perturbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim."


Destarte, fiquemos certos de uma coisa, o mal por si mesmo se destrói, e aí daqueles que o seguem em seu caminho de perdição. Quanto a nós, nos deixemos conduzir pelo Senhor Jesus que nos tranquiliza com a Sua presença e Sua Palavra: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim." (Jo 14,6).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

EU VIM AO MUNDO COMO LUZ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 12,44-50)(28/04/21)

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Caríssimos, o comportamento humano segue os limites de nossa natureza, e se é conforme a verdade, isto é, as leis naturais e divinas que Deus nos deu, segue em equilíbrio; mas, se as contraria, tudo se torna confuso e em declínio, sobretudo em relação às outras criaturas, pois, Deus nos criou para vivermos em constante comunhão com Ele e entre nós. É isto que consiste viver em estado de graça, isto é, fazendo a Sua Santa Vontade.

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Na primeira leitura de hoje os Apóstolos Paulo e Barnabé depois do serviço pastoral prestado à Igreja em Antioquia, foram escolhidos pelo Espírito Santo para realizarem o seu ministério missionário em outras regiões a fim de que se difundisse por toda parte a salvação que o Senhor Jesus nos trouxe. Ora, este exemplo nos encoraja a seguir o mesmo caminho de obediência e amor difundindo o Evangelho do Senhor aonde o Espírito Santo nos enviar.

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No Evangelho de hoje vemos com que amor Jesus amou o Pai e nos amou, no cumprimento de Sua missão, submetendo-se à Sua Santa Vontade na certeza de que arrancaria definitivamente o pecado de nossa natureza, para nos dar a felicidade eterna. Ora, e tudo o que Ele nos pede é que o amemos acima de todas as coisas e que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. 

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De fato, nem todos os batizados têm consciência de sua missão como filhos e filhas de Deus à caminho do Reino dos Céus. Com efeito, muitos chegam a desistir da missão que receberam do Senhor e da luta contra o pecado por confiarem mais em si mesmos e não se depositar totalmente Nele como deveriam.

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De uma coisa fiquemos certos, mesmo recebendo todas as graças e bênçãos de Deus para nos manter em comunhão com Ele e entre nós, não somos isentos das tentações que chegam sutilmente à nossa mente; no entanto, se não dermos nenhuma atenção a elas, logo se retiram porque não suportam a presença do Espírito Santo que nos auxilia em todas as batalhas espirituais que travamos.

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Portanto, caríssimos, sigamos com a máxima atenção e obediência o que o Senhor Jesus nos ensina todos os dias na liturgia, para que depositemos Nele toda a nossa confiança, pois, é Dele de dependemos cem por cento, como os ramos dependem da videira para darem frutos.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 27 de abril de 2021

"EU E O PAI SOMOS UM."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 10,22-30)(27/04/21)


Caríssimos, a fé em Jesus é a adesão total e definitiva a Ele, é a firme convicção de que Ele é o Messias, o Emanuel, o Filho de Deus, nascido da Virgem Maria, e que veio à este mundo para nos libertar do pecado, da morte e do inferno, para nos dar a vida eterna por meio do Seu Sacrifício de cruz. E desse modo, foi constituído por Deus Pai como Rei e Senhor do céu e da terra, aquele que há vir para julgar os vivos e os mortos, e o Seu Reino não terá fim.


Com efeito, é dessa profissão de fé que nasce o testemunho dos Apóstolos e dos discípulos que em Antioquia foram chamados pela primeira vez de cristãos, isto é, fiéis seguidores de Cristo ressuscitado que nos conduz à vida eterna, ao Reino dos céus. É isso o que nos ensina esta liturgia de hoje e que também nós anunciamos por palavras e pelas obras que nos identificam como seus servos e servas à serviço do Seu Reino.


No Evangelho de hoje ao ser indagado pelos Judeus: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas."


E continuou: "As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um”.


De certo, como entendermos essa revelação do Senhor Jesus? De fato, quando Ele diz: "Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas." Significa que todos os que não acolhem as suas ações como sinais da sua vinda; os que vivem julgando e condenando os outros, e por isso, pregam a divisão e a discórdia, realmente não fazem parte das suas ovelhas, porque o Espírito do Senhor nos conduz à perfeita unidade do Seu infinito amor.


Portanto, caríssimos, fora dessa verdade não existe salvação. Porque ou pertencemos totalmente ao Senhor e nos deixamos conduzir por Ele no seio de sua Santa Igreja; ou pelo contrário, nos tornamos presas fáceis das ideologias e das falsas doutrinas que proliferam neste mundo.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

EU SOU A PORTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 10,1-10)(26/04/21)


Caríssimos, a vida natural segue seu curso até a morte, é essa a realidade que ora vivemos; todavia, em se tratando da fé, tudo muda completamente uma vez que nascemos da água e do Espírito Santo, isto é, na ordem da graça para a vida eterna; que significa, fazermos parte da natureza divina cujo essência é a imortalidade, ou seja, a vida em Deus por toda a eternidade.


Com efeito, esta liturgia de hoje nos conduz à esse entendimento a partir da primeira leitura onde o encontramos neste versículo: "Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. Isso quer dizer que no batismo recebemos o Espírito Santo para servirmos ao Senhor nosso Jesus Cristo, "autor e consumador da nossa fé."


De igual modo, corroborando com esse ensinamento no Evangelho segundo são João meditamos o seguinte: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus." (Jo 1,11-13).


De certo, no Evangelho de hoje Jesus disse: "Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem." Mas, por que o Senhor disse isso? Ele mesmo responde: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.


Portanto, caríssimos, viver a fé em Cristo Jesus como ovelhas do Seu rebanho, que escutam a sua voz, entram por Ele, e se alimentam Dele, é tudo o que precisamos para nos sentirmos seguros nos verdes prados da Sua Santa Igreja. Por isso, jamais devemos dar ouvidos aos ladrões e salteadores, isto é, às falsas doutrinas, mas, somente à voz do nosso Bom Pastor, que resoa na Sua doutrina celeste, proclamada nas celebrações das Santas Missas.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 25 de abril de 2021

NÓS SOMOS SEU POVO E SEU REBANHO, AS OVELHAS QUE CONDUZ COM SUA MÃO...


 Homilia do 4°Domingo da Páscoa

(Jo 10,11-18)(25/04/21)


Caríssimos, neste quarto domingo da Páscoa, a Igreja celebra Jesus, o Bom Pastor; Ele que cuida de suas ovelhas dando a vida por elas, para defende-las do lobo feroz, isto é, do maligno, e da prisão do inferno. Por isso, diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa."


De fato, esse pastoreio do Senhor Jesus nos dá a segurança de que nos fala o Salmo 22: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome." (Sl 22,1-3)


Comentando este Evangelho, disse o Papa Francisco: "A segunda parte da mesma página evangélica diz-nos quais são as condições para que Jesus nos possa curar, tornando a nossa vida jubilosa e fecunda: «Eu sou o bom Pastor — diz Jesus — conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o meu Pai me conhece e Eu conheço o Pai» (vv. 14-15). 


Jesus não fala de um conhecimento intelectivo, mas de um relacionamento pessoal, de predileção, de ternura recíproca, reflexo da mesma íntima relação de amor entre Ele e o Pai. É através desta atitude que se realiza um relacionamento vivo com Jesus: deixar-me conhecer por Ele. Não me fechar em mim mesmo, abrir-me ao Senhor, para que Ele me conheça. 


Jesus está atento a cada um de nós, conhece profundamente o nosso coração; conhece as nossas qualidades e os nossos defeitos, os projetos que realizamos e as esperanças que foram desiludidas. Mas aceita-nos tal como somos, até com os nossos pecados, para nos curar, para nos perdoar; Ele guia-nos com amor, para podermos percorrer até caminhos intransitáveis, sem perder o rumo. Ele acompanha-nos. 


Abramo-nos a Jesus, para que Ele entre em nós. Uma relação mais vigorosa: Ele ressuscitou! Assim podemos segui-lo por toda a nossa vida." (Papa Francisco, Regina Coeli, 22/4/18).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 24 de abril de 2021

"AS PALAVRAS QUE VOS DIGO SÃO ESPÍRITO E VIDA."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,60-69)(24/04/21)


Caríssimos, esta liturgia de hoje nos põe diante da lógica divina que nos chama à nos decidir por Cristo, mesmo se à princípio não o entendermos, como muitos dos discípulos que diante do seu ensinamento sobre a Eucaristia, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escuta-la?”


De fato, às vezes não entendemos o que o Senhor Jesus nos diz, principalmente quando as suas palavras nos põe em crise. No entanto, precisamos ter a mesma postura de fé que Pedro teve ao responder à pergunta de Jesus: “Vós também vos quereis ir embora?” Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.


Comentando este Evangelho disse o Papa Francisco: "As palavras de Jesus sempre nos põem em crise, por exemplo diante do espírito do mundo, da mundanidade. Mas Jesus oferece a chave para superar as dificuldades: uma chave composta por três elementos. Primeiro, a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá «para onde estava antes» (v. 62).


Segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas através da ação do Espírito Santo, Aquele «que dá a vida» (v. 63) é precisamente o Espírito Santo que nos faz entender bem Jesus. Terceiro: a verdadeira causa da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: «Mas há alguns entre vós que não crêem» (v. 64), diz Jesus."


Portanto, caríssimos, a fé é o dom do Espírito Santo que nos dá pleno acesso à comunhão com o Senhor Jesus, para assim nos deixar conduzir por Ele. É verdade que por vezes nos vemos em crise, especialmente quando sofremos tentações e diversas provações que desafiam a nossa fé; todavia, nada a temer, pois, o Senhor que nos chamou ao seu seguimento nos sustenta e nos faz seguir com Ele até o fim quais ovelhas do seu rebanho.


Destarte, meditamos com atenção esta exortação da Carta aos Hebreus: "Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo." (Hb 12,1-3).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

EU SOU O PÃO DA VIDA ETERNA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 6,52-59)(23/04/21)


Caríssimos, não podemos pensar ou crer na vida divina como algo que passa, mas sim, como aquilo que é, ou seja, a eternidade presente no tempo, Deus invisível que vem até nós e permanece conosco; como a alma invisível está no corpo e se faz transparecer por aquilo que vivemos na interação com Deus e entre nós.


Por isso, não podemos entender as coisas eternas medindo-as com as nossas medidas, ou seja, consignando-as em nossas palavras ou conceitos. Afinal, Deus nos criou à Sua imagem e semelhança, e não o contrário dessa verdade. Ora, isso quer dizer que, só entendemos as coisas de Deus quando por meio da fé, seguimos o Seu Filho amado nosso Senhor Jesus Cristo, e somos fiéis neste seguimento até o fim, certos de que Ele nos conduz à vida eterna.


No Evangelho de hoje são João relata a conclusão do ensinamento de Jesus sobre o Sacramento da Eucaristia: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim."


De fato, essa linguagem de Jesus foge totalmente ao nosso entendimento racional; embora entendamos que o alimento que comemos nos faz permanecer na vida naturalmente, porém, precisamos da fé para compreender que a Carne e o Sangue Eucarístico de Jesus nos dá a vida eterna, ou seja, nos faz permanecer Nele aqui e por toda a eternidade.


Portanto, caríssimos, viver em Cristo, com Cristo e para Cristo consiste em nos alimentar do Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade presentes realmente na Eucaristia e Nele permanecermos para testemunha-lo à todos quanto encontrarmos à caminho da eternidade como Ele mesmo disse aos Apóstolos: "Vós sois as testemunhas de tudo isso." (Lc 24,48).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

QUEM COMER DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 6,44-51)(22/04/21)


Caríssimos a lógica de Deus não cabe na lógica humana, mas sim na fé que Ele nos deu e que nos leva a crer no impossível, e ele se realiza, porque o poder que a move vence o poder da nossa lógica que tende sempre a limitar tudo e todos, como numa espécie de juízo que se impõe como que a dizer, fora dos nossos critérios nada pode acontecer; ainda bem que a fé supõe a nossa lógica, porque de outro modo permaneceríamos perdidos nos labirintos pecaminosos de nossa incredulidade.


Vejamos como age a lógica divina; nós pecamos e padecemos a morte como consequência dos nossos pecados; mas Deus em Seu infinito amor, enviou o Seu Filho inocente para morrer em nosso lugar e assim nos libertar da sentença de morte que pesava sobre nós. Bem como nos ensinou São Paulo: "Mas eis aqui uma prova brilhante do amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós." (Rm 4,8).


E o Senhor continua nos amando apesar da multiplicidade dos nossos pecados que só tende a aumentar por não darmos créditos à Sua Palavra, e não aceitarmos a lógica da Sua Divina Misericórdia que perdoa sempre sem levar em conta o mal que praticamos, para assim renovar os nossos propósitos de santidade. De certo, infelizes são aqueles que rejeitam a lógica misericordiosa de Deus, porque não serão perdoados, e morrerão afundados na lama fétida dos próprios pecados. 


No Evangelho de hoje escutamos Jesus dizer: "Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. De fato, viver da Eucaristia e se portar na vida como Jesus se portou, já é viver a vida eterna.


Portanto, caríssimos, a Santa Missa é o maior acontecimento da história da humanidade, é o céu aqui na terra. Pois, Jesus se faz pessoalmente presente neste mundo e em nossas almas por meio das mãos sacerdotais. Nossas mãos foram ungidas somente para consagrar o Corpo e o Sangue; a Alma e a Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo; para perdoar os pecadores arrependidos e para abençoar o povo de Deus redimido pelo Seu Sangue derramado em expiação dos nossos pecados.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 20 de abril de 2021

TEMOS FOME SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,30-35)(20/04/21)


Caríssimos, as graças de Deus são ajudas que Dele recebemos para vivermos em comunhão e sermos felizes pondo em prática as graças recebidas. Por isso, não as podemos interpretar como Sua obrigação ou mesmo como merecimento de nossa parte, mas sim, como ações da Sua Infinita bondade que age em nosso favor suprindo as nossas necessidades. Porém, se faz necessário o nosso reconhecimento, a nossa gratidão.


Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "O Senhor veio para dar vida ao mundo e fá-lo sempre duma maneira que consegue desafiar a mesquinhez dos nossos cálculos, a mediocridade das nossas expetativas e a superficialidade dos nossos intelectualismos; coloca em discussão as nossas perspetivas e as nossas certezas, convidando-nos a passar a um horizonte novo que dá espaço a um modo diferente de construir a realidade. 


Ele é o Pão vivo descido do Céu: «quem vem a Mim não mais terá fome e quem crê em Mim jamais terá sede». Toda aquela gente descobriu que a fome de pão tinha também outros nomes: fome de Deus, fome de fraternidade, fome de encontro e de festa partilhada.


Habituamo-nos a comer o pão duro da desinformação, e acabamos prisioneiros do descrédito, dos rótulos e da infâmia; julgamos que o conformismo saciaria a nossa sede, e acabamos por nos dessedentar de indiferença e insensibilidade; alimentamo-nos com sonhos de esplendor e grandeza, e acabamos por comer distração, fechamento e solidão; empanturramo-nos de conexões, e perdemos o gosto da fraternidade. 


Buscamos o resultado rápido e seguro, e encontramo-nos oprimidos pela impaciência e a ansiedade. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade. Digamo-lo com força e sem medo: temos fome, Senhor... Temos fome do pão da vossa Palavra capaz de abrir os nossos fechamentos e as nossas solidões; temos fome, Senhor, de fraternidade, onde a indiferença, o descrédito, a infâmia não encham as nossas mesas nem ocupem o primeiro lugar em nossa casa. 


Temos fome, Senhor, de encontros onde a vossa Palavra seja capaz de elevar a esperança, despertar a ternura, sensibilizar o coração abrindo caminhos de transformação e conversão. Temos fome, Senhor, de experimentar – como aquela multidão – a multiplicação da vossa misericórdia, capaz de quebrar os estereótipos e de repartir e partilhar a compaixão do Pai por cada pessoa, especialmente por aqueles de quem ninguém cuida, que são esquecidos ou desprezados. Digamo-lo com força e sem medo, temos fome de pão, Senhor: do pão da vossa palavra e do pão da fraternidade."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 18 de abril de 2021

IDENTIFICANDO JESUS RESSUSCITADO...


 Homilia do 3°Dom da Páscoa (Lc 24,35-48)(18/04/21)


Caríssimos a invisibilidade divina é sempre algo de extraordinário, ou seja, é superior aos nossos critérios preconcebidos; porém, facilmente perceptível aos sentidos da fé que o acolhe como amor infinito, como bondade sem igual, que sustenta todas as coisas na vida, sem nada exigir além da correspondência aos seus dons para que os expressemos por nossas ações. 


Bem como atesta a segunda leitura: "Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,3-6).


No Evangelho de hoje Jesus entra no cenáculo mesmo as portas estando fechadas, ao que os Apóstolos pensaram ser um fantasma, porém, o Senhor logo dissipou tal engano, dizendo: "Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. De fato, a razão por si mesma, é míope, pouco percebe das coisas do Senhor, porém, quando dotada da sua graça o percebe claramente e dá testemunho da sua ressurreição.


Com efeito, a fé é o dom do Espírito Santo com o qual percebemos o Senhor ressuscitado e interagimos com Ele do mesmo modo que fazemos entre nós, porém, de diferentes dimensões; da nossa parte, da dimensão natural obviamente limitada; e da parte do Senhor, de Sua dimensão eterna, que ultrapassa infinitamente a nossa finitude.


Portanto, caríssimos, eis os meios pelos quais o Senhor Jesus interage conosco a partir da Sua dimensão eterna: Sua Palavra; Sua Santa Igreja, nos Santos Sacramentos; pelos dons e as virtudes do Espírito Santo, e pela vida de oração. Destarte, peçamos ao Senhor pra sermos fiéis até o fim, pois, como Ele mesmo disse: "Aquele que perseverar até o fim será salvo."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 17 de abril de 2021

SINGRANDO O MAR REVOLTO DESTE MUNDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 6,16-21)(17/04/21)


Caríssimos, a nossa missão é transmitir tudo o que de Deus recebemos e a melhor forma de fazermos isso é em comunidade, isto é, partilhando Suas graças e bênçãos uns com os outros. Por isso, precisamos eliminar de nosso meio toda espécie de divisão por não ser compatível com os desígnios do Senhor; ora, a divisão se revela pela busca de vantagens matérias e outros meios escusos.


Com efeito, na primeira leitura de hoje, vemos aparecer divisões no seio da primitiva comunidade por conta da falta de caridade na partilha dos bens. No entanto os Apóstolos logo as sanaram abrindo espaços para outros carismas além daqueles que eles exerciam. Bem como vemos a seguir:


"Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. Ou seja, o meio mais eficaz de sanar divisões é o serviço ao próximo por amor ao Senhor.


O Evangelho desta liturgia trata da travessia do mar revolto deste mundo, o qual jamais podemos singrar em paz se não tivermos Jesus conosco. De fato, quando recebemos o Senhor Jesus na barca das nossas almas temos a certeza que Ele nos conduz com segurança à outra margem, isto é, à vida eterna, onde a paz e a felicidade, longe das tempestades deste mundo, não tem fim.


Portanto, caríssimos, ainda que se levante todas as tempestades de tentações; ainda que as forças do mal pareçam triunfar; ainda que todo o barulho deste mundo queira calar a nossa prece, nada e ninguém poderá deter o Espírito do Senhor que clama em nossos corações: "Aba Pai! Em tuas mãos entrego o meu espírito." Faz de mim o que tu queres, és tudo meu Senhor, faz de mim o que tu queres.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

O BEM FEITO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 6,1-15)(16/04/21)


Caríssimos por traz de cada ação humana existe sempre uma intenção, um desejo ou um sentido de ser; todavia, somente as ações desprovidas de interesses egoístas é que dão frutos de paz e constante alegria, porque cumpre a vontade de Deus que livra das armadilhas dos interesses mesquinhos os que as realizam por amor e como providência divina.


São Paulo na Carta aos Efésios escreveu: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).


Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus multiplica cinco pães e dois peixes para cerca de cinco mil pessoas. Ora, nos chama a atenção alguns detalhes dessa ação do Senhor; primeiro, é um sinal da vontade do Pai, como Ele mesmo disse, "Eu não vim fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Segundo, quando entregamos ao Senhor o pouco que temos, Ele multiplica ao infinito o que não podemos por nós mesmos.


Terceiro detalhe, nunca jogar fora o que sobra, pois, o bem feito nunca se estraga quando é bem cuidado e aproveitado. Quarto, nem sempre a voz do povo é a voz de Deus, por isso, Jesus se esquivou dos que queriam faze-lo rei, ou seja, queriam transformar o milagre realizado em ato político, como vemos comumente acontecer entre nós.


Portanto, caríssimos, aprendamos do Senhor Jesus como nos portar ao fazermos o bem: "Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: 'Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados." (cf. Jo 5,17-30). 


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

SOMENTE O AMOR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS PODE NOS SALVAR


 PEQUENO SERMÃO DE CADA

(Jo 3,16-21)(14/04/21)


Caríssimos, no santo batismo recebemos as seguintes virtudes eternas: "caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança," fruto do Espírito Santo em nossas almas, para vivermos em plena harmonia uns com os outros; por isso, tomemos cuidado para não as deixarmos esmorecer, pois, caso isso aconteça, a nossa prática de vida torna-se um contra testemunho da fé que professamos.


Com efeito, é isso o que vemos na primeira leitura: "Naqueles dias, levantaram-se o sumo sacerdote e todos os do seu partido — isto é, o partido dos saduceus — cheios de raiva e mandaram prender os apóstolos e lança-los na cadeia pública." Ou seja, um coração que não ama conforme a vontade de Deus, abre espaço para o ciúme e a violência, tornado-se presa fácil do maligno.


No Evangelho de hoje Jesus continua o diálogo com Nicodemos, dizendo: "Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito de Deus.


Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus."


De fato, esse mundo está afundando no pecado porque tem rejeitado continuamente o amor de Deus, expresso pelo sacrifício do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, caríssimos, amemos o Senhor de todo o nosso coração, com todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças, como nos ensina o primeiro mandamento; porque fora do amor de Deus não existe felicidade alguma.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria, OFMConv.

terça-feira, 13 de abril de 2021

OS EXEMPLOS BÍBLICOS SÃO VIAS DE PERFEIÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 3,7b-15)(13/04/21)


Caríssimos irmãos e irmãs, os exemplos bíblicos são luzes que iluminam os nossos passos para que assim trilhemos a via da perfeição que nos leva ao céu. É isso o que vemos na liturgia de hoje que ao mesmo tempo revela quem somos, os nossos apegos ou despojamento; e o quanto nos deixamos aperfeiçoar pelas santas virtudes que nos leva à unidade perfeita, mesmo vivendo num mundo dividido.


Na primeira leitura se destacam alguns dessas virtudes que se encontram em nossas almas e que precisamos deixar florescer por nossa prática de vida. São elas: o amor fraterno unido ao desapego material; ao bem do próximo, e à fé incondicional na Providência Divina que nunca falha. De fato, quem vive desse modo, elimina as injustiças, cultiva a solidariedade, a amizade sem apegos e a paz que o Senhor concede aos que trilham essa via da comunhão fraterna plenos do Espírito Santo.


O Evangelho de hoje é a continuidade do encontro entre Nicodemos e Jesus, do qual tiramos algumas lições para a nossa prática de vida. A primeira delas nos ensina a humildade e a prontidão para escutar o Senhor, isto é, sem conceitos pré concebidos, pois, não são os nossos critérios que nos salvam, mas sim os critérios divinos.


A segunda lição consiste em nos deixar conduzir por Sua Palavra que nos dá a compreensão das coisas eternas segundo o Santo Espírito, para assim o acolhermos como o nosso Mestre e Senhor à quem devemos amor, devoção, louvor, adoração, pois é o Filho de Deus amado que foi enviado para nos libertar do pecado, da morte e do inferno.


A terceira lição é esta: Deus nos salva por Sua Onipotência Divina a partir da nossa impotência, ou seja, o Seu Poder Eterno se revela em nossa miserável condição, bem como o Senhor Jesus ensinou a são Paulo: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." Ao que em conformidade com a sua vontade, disse: "Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo." (2Cor 12,9).


Destarte, peçamos ao Senhor um coração manso e humilde como o Seu Coração, para sermos obedientes até a morte, e se for a vontade de Deus, até a morte de cruz.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

DE FATO, A HUMANIDADE PRECISA DE UM NOVO COMEÇO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 3,1-8)(12/04/21)


Caríssimos quem realmente procura o Senhor Jesus para o escutar, se põe na vida como nova criatura, pois Sua Palavra renova todas as coisas nos fazendo dar frutos de justiça e santidade, visto que o nosso viver passa a ser com Ele, por Ele e para Ele. É isso o que vemos na liturgia de hoje que trata do poder da oração, do encontro com o Senhor e de como o escutar atentamente como o fez Nicodemos.


Ora, na primeira leitura a comunidade depois de ouvir o testemunho de Pedro e João rejubila de alegria e se põe em oração de tal modo que estremesse o lugar onde estavam, sinal da presença do Espírito Santo, como constatamos a seguir: "Quando terminaram a oração, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos, então, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus."


Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus mostra a Nicodemos, que o reconhece como vindo de Deus, a necessidade do novo nascimento na ordem da graça, isto é, da água e do Espírito Santo. De certo, o Senhor já lhe falava do Sacramento do batismo pelo qual nos tornamos filhos e filhas de Deus, participantes do Reino dos Céus.


Ora, mais do que nunca esse anúncio se faz urgente neste mundo, onde ao que parece está reinando o pecado; e isso o contatamos pelo resultado nefasto que ele gera, que são as tragédias que vemos se abater sobre todos, como é o caso desta pandemia; e pelo andamento dessa praga, enquanto não houver arrependimento e o abandono do pecado, tudo só tende a piorar. 


Rezemos então com o Missal Romano pedindo ao Senhor a conversão e um novo Pentecostes para toda a humanidade: "Ó Deus, Nosso Senhor, poder imutável e luz sem ocaso, olhai com bondade para a vossa Igreja, sacramento da Nova Aliança, e confirmai na paz, segundo os vossos desígnios eternos, a obra da salvação humana, para que todo o mundo veja e reconheça como o abatido se levanta, o envelhecido se renova e tudo volta à sua integridade original, por meio daquele que é o princípio de todas as coisas, Jesus Cristo vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo." Amém! Aleluia!


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 11 de abril de 2021

VEDE MINHAS MÃOS E OS MEUS PÉS...


 Homilia do 2°Dom da Páscoa (Jo 20,19-31)(11/04/2021)


Caríssimos, o amor é o fundamento da vida, o amor é o próprio Deus, por isso, quem ama é feliz, porque não vive para si, mas somente para amar com Jesus nos ensinou. Ora, sem o amor de Deus, somos incapazes de amar uns aos outros, uma vez que o amor humano por si mesmo é eivado de interesses, apegos, ciúmes, egocentrismo, e o desejo mórbido de dominação; de fato, nesse tipo de "amor" não existe liberdade, mas somente abuso condicional, isto é, imposição de condições ou de vontades.


A liturgia de hoje trata do amor fraterno que nasce do amor incondicional a Deus, bem como vimos na primeira e na segunda leituras: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum." (At 4,32). "Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus... e todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé." (1Jo 5,1a-4b)


O Evangelho de hoje nos mostra do que o medo é capaz de fazer, ou seja, fechar-nos em nós mesmos, dando espaços para o desânimo e a falta de perspectivas; no entanto, para o Senhor ressuscitado não existe fechamento que Ele não abra, e tudo isso faz porque nos ama e para nos dar a paz, o sopro do Espírito Santo, e a missão com a qual o servimos.


Com efeito, quando nos fazemos ausentes de nossa comunidade facilmente caímos no pecado da incredulidade, e mesmo que os nossos irmãos nos relate a sua experiência com Jesus Ressuscitado, ainda assim sofremos a tentação de pedir provas matérias da fé, como vimos acontecer com Tomé.


Portanto, caríssimos, crer em Jesus Ressuscitado é acolher a sua presença em nossas almas para além dos nossos critérios físicos, psíquicos, pois, como disse o Senhor Jesus a Tomé: “Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Ou seja, o sentido da visão física, não é o único critério para crer no Senhor, mas sim um coração aberto que o acolha e receba a Sua paz, o sopro do Seu Espírito e a missão com a qual o servimos neste mundo.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 10 de abril de 2021

NÃO OS TEMAIS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 16,9-15)(10/04/21)


Caríssimos irmãos e irmãs, desde o início do cristianismo, a Igreja fundada por Jesus e dotada do Espírito Santo, sofre perseguições e se solidificou tendo como base o sangue dos mártires, à começar pelo próprio Sangue de Cristo derramado no calvário; de modo que esta perseguição é mais uma atualização das sofridas pela Igreja ao longo de mais de dois mil anos.


De fato, nos últimos tempos as perseguições contra os cristãos voltaram à tona com todas as forças de que é capaz o inimigo de nossas almas, porém, quanto mais perseguidos, mais amados, mais protegidos por Deus, nosso Pai, que sabe muito bem cuidar dos seus filhos e filhas perseguidos por causa do nome do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.


Com efeito, no tempo dos Apóstolos o modo operante das autoridades de então era o mesmo de hoje, ou seja, fechar o templo, mas somente para os seguidores de Cristo. O fato é que tinham como desculpa um vírus pior do que este que ora contamina os corpos, trata-se do vírus da rejeição de Jesus e dos seus seguidores, que na verdade está contaminando os atuais perseguidores.


De certo, hoje os pretensos agentes do bem aparente nos proíbem da prática da nossa fé como deve ser, ou seja, a prática presencial dos Sacramentos, enquanto perdurar esta pandemia, não obstante todos os cuidados que vínhamos tomando para que ninguém se contaminasse, e de fato, os nossos Templos se tornaram os locais mais seguros contra esta praga. No entanto, essa comprovação não foi suficiente para impedir que tais juízes em sua petulância fechassem temporariamente os nossos lugares santos.


Portanto, caríssimos, não importa o nível de perseguição a que estamos submetidos; importa sim, ouvir o que nos diz o Senhor Jesus: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no no meio deles." (Mt 18,20). E ainda: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será acrescentado.” (Mt 6,33)


Destarte, rezemos então por nós e pela conversão dos juízes que tomaram essa decisão, como o fizeram os primeiros cristãos durante a perseguição e prisão dos Apóstolos: "Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra. Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo!" (At 4,29-30)


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

À ESPERA DA PESCA MILAGROSA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 21,1-14)(09/04/2021)


Caríssimos, realmente a vida sem a presença de Jesus, sem a sua orientação, sem a sua amizade, é uma vida sem graça, sem sentido de ser; é como se perdêssemos o rumo e deixasse entrar o desânimo, a falta de perspectivas e de motivos para levar adiante a nossa missão. É assim que se sente Pedro e os outros Apóstolos à espera de uma nova aparição de Jesus, de um novo encontro com Ele.


E por causa de Sua ausência e da falta de perspectiva, resolvem voltar à antiga profissão à qual já estavam acostumados, mas nem isso conseguem fazer bem, pois, nada conseguem além de muita fadiga e esgotamento psicológico, físico e emocional. Todavia, quando encontram o Senhor ressuscitado, mesmo sem plena consciência de que é Ele, e obedecem à Sua Divina Palavra, logo se dão conta de quão maravilhoso é seguir o que diz o Senhor, porque a Sua Palavra posta em prática se cumpre na íntegra. 


De fato, também em nosso tempo muitos estão perdendo a fé, porque deixaram de seguir o Senhor Jesus, para seguir os próprios caprichos ou as sugestões do maligno, e o resultado nefasto é essa crise na qual estamos mergulhados; da qual só vem desânimo, cansaço e o medo de que tudo fuja do controle e termine numa tragédia sem precedentes. De certo, precisamos voltar ao primeiro amor, isto é, à obediência ao que nos diz o Senhor para fazermos novas pescas milagrosas, e assim vencermos o mar revolto deste mundo.


Portanto, caríssimos, o pior de tudo é tirar de nós o único meio de vivermos plenamente a nossa fé, ou seja, a Santa Missa presencial; e fazem isso à despeito do perigo desse vírus, quando na verdade o pior vírus é a incredulidade advinda da intervenção do poder civil no contesto religioso à dispeito de que estão defendendo vidas.


Destarte, quanto mais se afastam do Senhor Jesus, mais aumentam essa crise, quando o certo é seguir o distanciamento recomendado e as medidas restritivas propostas, para assim permitir os fiéis viverem integralmente a fé, como o Senhor Jesus nos ensinou: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

POR QUE TENDES DÚVIDAS NO CORAÇÃO? SOU EU MESMO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,35-48)(08/04/2021)


Caríssimos, o Evangelho de hoje nos mostra que a princípio Cristo ressuscitado aos olhos dos Apóstolos, parece ser algo irreal à ponto de confundirem o Senhor com um fantasma; mas aos poucos vão se dando conta de que Ele realmente está vivo bem ali diante deles, por isso, são tomados por uma alegria incomparável, e desse modo, a experiência trágica da cruenta paixão do Senhor, dá lugar ao esplendor da Sua gloriosa Ressurreição.


De fato, as surpresas de Deus são incomparáveis e indescritíveis, dado as nossas limitações; todavia, porque as experimentamos no mais íntimo de nossas almas, como aconteceu com os Apóstolos no Cenáculo, podemos realmente testemunha-las, como bem disse o Senhor: "Vós sereis testemunhas de tudo isso”. E realmente o fazemos à medida que com Ele convivemos. 


Com efeito, na primeira leitura de hoje, logo após a cura do paralítico de nascença, são Pedro começa a sua missão de testemunha da ressurreição de Jesus dirigindo-se aos presentes neste acontecimento, mostrando-lhes o quanto eram culpados por tamanha maldade cometida contra o Senhor, mas ao mesmo tempo os exorta ao arrependimento para receberem o perdão dos pecados e a graça da participação na sua ressurreição.


De certo, também nós, neste tempo de prova que estamos atravessando, sofremos a tentação de pensarmos na ressurreição de Jesus como um acontecimento do tempo dos Apóstolos e não atual; e caso isso aconteça, corremos o risco de vivermos uma fé meramente teórica; e não como o dom do Espírito Santo recebido no batismo, pela qual identificamos Jesus Ressuscitado, presente nos Sacramentos, em especial na Santa Eucaristia.


Portanto, caríssimos, pelas evidências bíblicas e o testemunho dos santos e santas de todos os tempos, façamos também nós a mesma experiência que eles fizeram, ou seja, convivermos com Jesus vivo nos conduzindo por meio dos seus servos escolhidos, isto é, o Santo Padre em comunhão com os nossos bispos no governo da Sua Santa Igreja.


Destarte, peçamos humildemente a intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, e do seu esposo são José, para sermos fiéis até o fim neste santo propósito como o foram os Apóstolos e todos os que deram a vida à serviço do anúncio de Cristo e do Seu Evangelho.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

"FICA CONOSCO SENHOR..."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,13-35)(07/04/2021)


Caríssimos, quando tudo parecer obscuro, sem sentido, e quando sofrermos tentações e outras investidas do maligno; não podemos nos deixar abater, pois, Deus nunca nos deixa sozinhos mesmo que a realidade em nossa volta queira nos desenganar, queira tirar de nós à única virtude que nos faz resistir a tudo o que é contrário a vontade de Deus, ou seja, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.


De fato, quem encontra Jesus ressuscitado e segue com Ele até o fim, não tem tempo para as coisas fúteis deste mundo, nem para tentações ou pecados; é isto o que nos ensina esta liturgia de hoje, em que os discípulos de Emaús mesmo vivendo em meio à tristeza por causa da morte trágica de Jesus, que acreditavam ser o Messias enviado, continuaram cultivando a memória de suas palavras e de suas obras e por isso mesmo foram por Ele recompensados com a Sua aparição.


Na primeira leitura vemos Pedro e João darem ao paralítico de nascença a única riqueza que possuíam, ou seja, a graça da cura e libertação da paralisia que lhe fazia escravo de tal condição. Ora, e tudo isso fizeram pelo o poder do nome de Jesus ressuscitado a quem portava em suas almas para sanar as aflições dos que tanto precisavam, neste caso, o paralítico e todos os que testemunharam esse grande milagre.


Com efeito, todos os acontecimentos bíblicos são evidências da presença real do Senhor Jesus, que de Sua dimensão eterna, nos leva a conviver com Ele pessoalmente pela fé e a oração que são os meios indispensáveis para vivermos essa interação; o que o Senhor nos pede é que abramos as portas do nosso coração para o acolhermos e com Ele convivermos, pois, comungar Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade, é fazer a mesma experiência da Sua ressurreição que os discípulos fizeram. 


Portanto, caríssimos, façamos também ao Senhor Jesus, o mesmo convite que os discípulos de Emaús fizeram: “Fica conosco, Senhor, pois já é tarde e a noite vem chegando!” De fato, ninguém faz um convite como esse ao Senhor sem que Dele receba alguma resposta como vimos nesse episódio. 


Destarte, pelo Sacramento do Batismo recebemos o Espírito Santo e com Ele todas as virtudes e todos os dons para interagirmos com o Senhor ressuscitado e também com aqueles a quem formos inviados para anuncia-lhes a alegria da Sua Ressurreição.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 6 de abril de 2021

O ENCONTRO COM JESUS RESSUSCITADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 20,11-18)(06/04/21)


Caríssimos irmãos e irmãs, o ser humano necessita das evidências cotidianas para prosseguir lutando contra tudo aquilo que tenta tirar-lhe a felicidade de ser e viver neste mundo; ora, esta liturgia de hoje nos mostra a perseverança de Maria Madalena que buscava o corpo morto do seu Senhor, mas o encontrou ressuscitado.


De fato, neste Evangelho de hoje vimos como foi essa experiência de Maria Madalena ao encontrar Jesus ressuscitado; a princípio não foi possível esse encontro dado à tristeza que lhe invadia o coração por ver o túmulo vazio, isto é, sem o corpo do seu Senhor; mas depois de encontra-lo, a alegria do Senhor ressuscitado preencheu a sua alma e desse modo foi cumprir sua missão de anuncia-lo aos seus irmãos para que o encontrassem na Galileia.


Com efeito, não obstante as perdas e tristezas advindas de nossas fraquezas em meio à essa pandemia, nem tudo está perdido, pois, como Maria Madalena, também temos a convicção de encontrarmos Jesus ressuscitado no mais íntimo de nossas almas e com Ele singrar este mar tenebroso que estamos atravessando até chegarmos ao porto seguro da nossa salvação eterna no Reino de Deus.


Na primeira leitura são Pedro, logo após o Pentecostes, repleto do Espírito Santo, dirigiu aos seus ouvintes palavras de exortação que lhes tocou o coração, pois, revelava ao mesmo tempo o pecado deles, mas também a vitória de Cristo ressuscitado, levando-os à conversão e ao batismo; desse modo, de perversos perseguidores se tornaram fiéis seguidores do Senhor Jesus Cristo. Ora, esse episódio nos mostra o quanto precisamos de conversão.


Portanto, caríssimos, o fato é que todos nós passamos por diversas provações nas horas difíceis do nosso viver, e até somos tentados a pensar que Deus está ausente dos nossos sofrimentos, quando na verdade Ele está ressuscitado conosco, nos chamando pelo nome e nos enviando para proclamar aos nossos irmãos e irmãs a alegria da Sua Ressurreição como Ele o fez com Maria Madalena.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

A VERDADE VENCE SEMPRE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 28,8-15)(05/04/21)


Caríssimos, na liturgia de hoje, a Palavra anúncio faz ressoar o eco da Verdade que comunica a vida eterna que Jesus Ressuscitado conquistou para nós que o acolhemos em nossas almas. Acreditar na Ressurreição de Cristo, já é ressuscitar com Cristo, ou seja, é experimentar a verdade nos arrancando dos nossos sepulcros nos quais estávamos sepultados pelos nossos pecados. 


No entanto, existe ainda aqueles que mesmo livres da escravidão do pecado e da morte, tentam como o povo eleito, voltar para o Egito, ou seja, para a terra da escravidão, dando ouvidos à palavras totalmente contrárias à ressurreição do Senhor; e quando se deixam levar por tais insígnias malignas se tornam novamente escravos do inimigo malígno.


No Evangelho de hoje a Palavra anúncio se faz presente na boca das testemunhas da Ressurreição do Filho de Deus; são elas: as mulheres que foram ao encontro do Senhor, e os soldados que guardavam o sepulcro. No entanto, há uma grande diferença entre estes anúncios, isto porque tudo o que é verdadeiro, autêntico, dura para sempre; ao contrário, tudo o que não condiz com a verdade perde a validade, porque a mentira se destrói por si mesma.


Com efeito, as mulheres anunciam a ressurreição do Senhor aos discípulos, porque foram enviadas pessoalmente por Ele: "Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. E assim elas cumpriram a missão levando em suas almas a Palavra do Senhor ressuscitado.


Por outro lado, também os soldados presenciaram a ressurreição de Jesus e até a anunciaram, mas não creram e por isso se deixaram corromper pelos sumos sacerdotes e os anciãos que haviam crucificado o Senhor; porém, não admitiram serem derrotados pela Verdade, e assim, por uma grande soma compraram o silêncio de tais soldados, e lhes enviaram a espalhar entre o povo um boato mentiroso.


Portanto, caríssimos, como vimos no Evangelho de hoje, as "Fake News" não são uma prática do nosso tempo, isto porque o pai da mentira, o demônio, mesmo derrotado, continua derramando toneladas de "Feke News", por não admitir que a Verdade vence sempre.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 4 de abril de 2021

SOLENIDADE DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO...


 SOLENIDADE DA RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS...


"Cristo ressuscitou aleluia, venceu a morte com amor, aleluia!"


Caríssimos, quem poderia compreender e experimentar essa verdade, se Deus Pai não a tivesse realizado em Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo? Por isso, pasmem os incrédulos, os indiferentes e todos os maléficos; pasmem também os que creem, pois, Deus que é infinitamente Santo, Eterno, Todo Poderoso, e o nosso Sumo Bem, destituiu a Besta, a antiga serpente, e desmontou o seu plano maléfico de destruição da Criação, por meio da Paixão, morte e ressurreição de Seu Filho Jesus Cristo, o Cordeiro Imolado, que tira o pecado do mundo, e sustenta o universo, com o poder da Sua Palavra (cf. Hb 1,1ss). 


De fato, Deus criou todas as coisas, para o louvor da Sua Glória e para a nossa felicidade eterna; esse foi e sempre será o sentido da Criação, e não cooperar na realização desse santo desígnio do Senhor é perde-lo e perder-se eternamente com o diabo e seus sequazes. Ora, Deus é fiel, e tudo o que planejou em seu amor para a obra de suas mãos, se cumprirá perfeitamente, porque Ele nunca falha; por isso, leva a bom termo sua obra criada e redimida por Seu amado Filho. (cf. Ef 1,3-23).


De certo, ao celebrarmos a Ressurreição do Senhor Jesus, o fazemos como ápice da revelação divina em cumprimento à todas as profecias e promessas de Deus no Antigo Testamento. E com isso, celebramos também o início do Reino de Deus aqui no tempo, isto é, na finitude natural que nos cerca, que na verdade é a porta de entrada na eternidade, ou seja, no definitivo de todas as criaturas. 


Destarte, cultivemos com amor e devoção este ensinamento de são Francisco de Assis: “Somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais”. Pensando bem, realmente nada somos sem Jesus Cristo, tal qual Ele nos ensinou: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado”. (Jo 15,5.3).


Portanto, caríssimos, precisamos viver a experiência da ressurreição de Cristo com Cristo e em Cristo Eucarístico. Bem como meditamos na Carta aos Colosensses: “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. (Cl 3,1-4).


Meu Senhor e meu Deus, guarda-nos ressuscitados contigo, hoje e sempre no esplendor da tua glória eterna. Amém! Aleluia!


Feliz Páscoa! 


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria,OFMConv.

sábado, 3 de abril de 2021

A VIDA VENCEU A MORTE PARA SEMPRE...


 SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL (Mc 16,1-7)(03/04/21)


Caríssimos, hoje é Sábado Santo, dia em que a Igreja celebra Solenemente a Vigília Pascal, isto é, a Proclamação da Páscoa do Senhor; a Sua passagem da morte para a vida, pois, não haveria nenhum sentido de ser em toda a criação se tudo terminasse com a morte; de fato, pela fé que recebemos no batismo, não é a morte quem tem a última palavra; mas sim, o Senhor Jesus, que por Sua Ressurreição nos dá a vida eterna.

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Com efeito, não podemos esquecer que o real sentido do viver se fundamenta na Palavra de vida eterna que o Senhor Jesus nos veio trazer da parte do Pai. Desse modo, todo nosso ser e estar no mundo encontra na prática da Sua Palavra a esperança que nos faz crescer em santidade e justiça diante de Deus que nos criou por amor e somente para amar; pois, sem essa esperança de nada valeria a vida que Ele nos deu.


Santo Amadeu de Lousana, monge e bispo (séc. XII), referindo-se à vitória de Cristo ressuscitado, escreveu: "Como diz Salomão, há um tempo para a tristeza e um tempo para a alegria (cf Ecle 3,4). A tristeza passou, chegou o tempo da alegria, da verdadeira alegria, que provém da ressurreição de Cristo.


Por ti, Ele saiu, vitorioso, do inferno, destruiu as portas de bronze, rompeu as barras de ferro, apoderou-se da fortaleza do inferno, esmagou a cabeça do dragão. Fez de teus inimigos uma carnificina imensa, lançando na fossa o príncipe dos infernos. Matou a morte e acorrentou o autor da morte.


Em seguida, retirou os seus das trevas e rompeu-lhes as cadeias, chamando as almas de todos os justos, que caminham à luz do seu rosto, exultando no seu nome; estas almas foram exaltadas na sua justiça, elas que tinham sido humilhadas pelas suas injustiças." 


Portanto, caríssimos, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Seu Santo Nome, pois, como nos ensinou São Paulo: "Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor." (Fl 2,9-11).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

"O PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Jo 18,1-19,42)(02/04/21)


Caríssimos irmãos e irmãs, hoje o mundo amanhece em silêncio por conta da maior injustiça já cometida na face da terra, ou seja, a perseguição, prisão, tortura, crucifixão e morte do Filho amado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo; sem que houvesse alguém que o defendesse em seu martírio, exceto sua Mãe Maria Santíssima e o seu discípulo amado, João.


De fato, a fúria maligna não poupou nem mesmo o inocente Filho de Deus; no entanto, aqueles que se aliaram para cometer tamanha aberração nem perceberam que o preço da nossa salvação foi exatamente o Sangue preciosíssimo do Senhor Jesus que por sua morte de cruz libertou do pecado, da morte e do inferno todos os pecadores que acolheram Sua Divina Misericórdia, deixando-se conduzir por Ele à glória da Ressurreição.


Eis o que escreveu Santo Antônio de Pádua a respeito da Paixão do Senhor: "Pai, a cabeça de teu Filho, Jesus, diante de quem estremecem os arcanjos, foi ferida pelos espinhos; o seu rosto, no qual os anjos desejam mergulhar o seu olhar (cf 1Pe 1,12), foi conspurcado de escarros, ferido pelas bofetadas; arrancaram-Lhe a barba, deram-Lhe pancadas, puxaram-Lhe os cabelos.


E Tu, Deus clementíssimo, Tu escondes-Te, Tu ocultas-Te, e preferes que um só, o teu Único, seja coberto de escarros e esbofeteado para evitar que todo o povo pereça (cf Jo 11,50). A Ti o louvor e a glória, porque extraíste dos escarros e das pancadas o antídoto que arranca da nossa alma o veneno da antiga serpente.


Rezemos, irmãos bem-amados, e peçamos com insistência e piedade ao Senhor Jesus Cristo, que devolveu a vista ao cego de nascença e a Tobias, que ilumine os olhos da nossa alma pela fé na sua encarnação e pela amargura da sua Paixão, a fim de que mereçamos contemplar a Ele, o Filho de Deus, Luz nascida da Luz, no esplendor dos santos, na claridade dos anjos. Que venha em nosso auxílio Aquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 13,1-15)(01/04/21)


Celebração da Ceia do Senhor; a Instituição da Santa Eucaristia, do Sacerdócio e da Santa Missa.


Caríssimos, o mistério da morte é essa realidade sempre presente com o qual nos confrontamos a todo momento, e o experimentamos em nós mesmos, seja com o tempo que se esvai, seja quando somos atingidos por alguma enfermidade ou perigo que se nos ameaça. O certo é que fora de Deus ninguém tem o domínio total sobre este mistério.


Na liturgia desta Quinta-feira Santa vemos o Senhor Jesus instituir a Eucaristia, isto é, Seu Corpo e Sangue; Sua Alma e Divindade; o Sacerdócio e a Santa Missa. Ora, mas tudo Ele realiza sem dispensar a Cruz que vai enfrentar mediante a Sua Paixão, morte e ressurreição. E ela já começa com a traição de Judas que deixando de lado o amor do Seu Mestre e Senhor, o vende como se fosse um escravo, desprezando todo o bem que Dele recebeu.


Com efeito, é também nesta celebração que o Senhor Jesus lava os pés dos Apóstolos, mostrando-lhes que o verdadeiro sentido do viver se encontra no servir uns aos outros sem reivindicar reconhecimento ou glória, pois, como Ele mesmo disse: "Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.


«Sabendo Jesus que chegara a sua hora [...], amou-os até ao fim»


Comentando os acontecimentos deste dia santo, disse Santa Catarina de Sena: "Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu a seu Pai até à morte vergonhosa na cruz. Pensai que ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-O sempre presente diante dos olhos do espírito.


Vede como este Verbo, a Palavra de Deus, obedece! Ele não Se recusa a carregar o fardo das dores de que o Pai O encarregou; pelo contrário, abraça-Se a ele, animado de grande desejo, dizendo, na Ceia da Quinta-feira Santa: «Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de padecer!» (Lc 22,15).


Comer a Páscoa é cumprir a vontade do Pai. Vendo chegar a sua hora (via-Se já no fim, no sacrifício do seu corpo por nós), Ele exulta, rejubila e diz com alegria: «Tenho desejado ardentemente»: eis a Páscoa de que Ele falava, e que consistia em Se dar a Si próprio em alimento, em imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

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