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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,1-18)(31/12/20)


Caríssimos irmãos e irmãs, tudo o que é autêntico e verdadeiro revela-se por si mesmo em palavras e ações. Jesus é o Verbo de Deus, que se fez carne, o Messias enviado; aquele que pelo o poder do Espírito Santo realiza tudo o que havia sido profetizado à seu respeito. 


Com efeito, Ele cumpre em tudo a vontade do Pai com perfeita obediência, e profetiza o futuro do povo eleito e da humanidade. Deste modo, desde a sua vinda tudo se vai cumprindo tal qual profetizou, como Ele mesmo afirma: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." (Mt 24,35).

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De fato, "Até então, na história da salvação, ninguém havia se apresentado como Messias Filho de Deus. Na verdade, os reis de Israel eram considerados filhos de Deus. Entretanto, jamais alguém havia manifestado tal proximidade com Deus, no falar e no agir, como acontecia com Jesus. Ninguém havia chamado Deus de Pai, servindo-se de um termo familiar, Abba, usado pelas crianças para se referirem a seus genitores.

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Ninguém se apresentara com o poder de perdoar pecados, restituir a vida aos mortos e enfermos, libertar as pessoas da opressão do demônio. Ninguém, como Jesus, mostrava-se livre diante da Lei e das tradições religiosas.

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Na raiz da ação de Jesus, estava sua condição divina. Esta conferia-lhe a liberdade para não se submeter ao legalismo religioso da época, muitas vezes incapaz de levar as pessoas a uma real experiência de Deus; levava-o a desbaratar as forças do anti-Reino, por cuja ação os indivíduos se tornavam cativos do mal e do pecado; dava-lhe um coração misericordioso, como o de Deus, para amar os pecadores e abrir-lhes os caminhos da salvação; tornava-o sensível e solícito aos sofrimentos da humanidade. Nestas ações humanas de Jesus, resplandecia sua glória de Filho de Deus." (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A HISTÓRIA DA PROFETISA ANA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 2,36-40)(30/12/20)


Caríssimos, o Evangelho de hoje conta a história da profetisa Ana, filha de Fanuel, que inspirada pelo Espírito Santo, encontra a Sagrada Família quando da apresentação do menino Jesus no Templo do Senhor e o anuncia à todos quanto esperavam a libertação do povo eleito. Desse modo, Ana se torna uma das primeiras anunciadoras de Cristo, como enviado do Pai. 

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"A opção da profetisa Ana, cujo nome significa graça, misericórdia, é símbolo da expectativa pela vinda do Senhor. Sua escolha de permanecer no Templo, após um breve período de matrimônio, deu-se por causa de sua esperança messiânica. Com jejuns e orações, pôs-se a serviço de Deus, absolutamente certa de ver realizado seu único desejo: contemplar o Messias. Ela sabia em quem tinha posto a sua confiança. Esta foi também a atitude de muitos outros judeus piedosos, que nutriam no coração o desejo de ver o Salvador.

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A fidelidade dessa mulher idosa foi recompensada, pois ela teve a graça de estar no Templo, por ocasião da liturgia da apresentação do menino Jesus e da purificação de Maria. Como Simeão, reconheceu ser aquele menino penhor de libertação para Israel, conforme todos esperavam. E proclamou publicamente esta sua convicção, tornando-se testemunha da missão que seria confiada àquele menino.

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Profeticamente, Ana colocou-se a serviço do Messias e de todos quantos ansiavam por redenção. De certo modo, antecipou, também, a futura missão dos apóstolos: proclamar o nome de Jesus por toda a Terra. No âmbito restrito do Templo, anunciou ter-se realizado a promessa divina, e que a salvação havia chegado. Como Simeão, também ela pode dizer: "Agora, Senhor, podes deixar tua serva ir em paz!" O testemunho de Ana é uma lição de como esperar o Messias: com paciência e perseverança.


Oração: Espírito de paciente perseverança, não permitas que meu coração desfaleça, à espera do Messias, confiante de que o Senhor realiza sempre suas promessas." (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 2,22-35)(29/12/20)

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Caríssimos, são João na primeira desta liturgia nos ensina que a observância dos santos mandamentos são proteção e caminho de perfeição que nos mantém unidos a Cristo, como vemos nesta sua exortação: "Aquele que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,5-6).

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O Evangelho de hoje narra a apresentação do menino Jesus no Templo em que Maria e José em obediência à Lei do Senhor vão oferecer o sacrifício prescrito por Moisés para o consagrar a Deus Pai. O que nos chama à atenção nesse episódio é como Deus acompanha seu Filho em todas as etapas de sua vida por meio da ação do Espírito Santo, e nesse episódio Simeão faz o anúncio profético do que acontecerá com Jesus e com a sua santa Mãe.

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São Cipriano (Sec. III) comentando esse Evangelho, disse: "Está escrito que «o justo viverá da fé» (Rom 1,17). Se fordes justos e viverdes da fé, se acreditardes verdadeiramente em Jesus Cristo, é natural que vos alegreis ao ser chamados a Ele, uma vez que estais certos da promessa de Deus e destinados a estar com Cristo.

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Vede o exemplo de Simeão, o justo: era verdadeiramente justo e observou fielmente os mandamentos de Deus. Uma inspiração divina tinha-lhe dado a conhecer que não morreria sem primeiro ter visto a Cristo; e assim, quando Cristo, ainda criança, foi ao Templo com sua Mãe, percebeu, iluminado pelo Espírito Santo, que o Salvador tinha nascido, como lhe fora predito, e compreendeu que a sua morte estava iminente.

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Demonstrava assim que a paz de Deus é para os que O servem, que gozam de doce quietude e liberdade quando, subtraídos aos tormentos do mundo, alcançam o refúgio e a segurança eternos. Só então a alma encontra a paz verdadeira, o repouso total, a segurança duradoura e perpétua."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A FUGA DA SAGRADA FAMÍLIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 2,13-18)(28/12/20)

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Caríssimos, quem de nós nunca passou por alguma dificuldade na vida? Creio que isso seja impossível, pois o que mais nos representa em nossa finitude se chama necessidade. De fato, naturalmente necessitamos do ar que respiramos, da comida que comemos e de tudo o que nos ajuda a manter o equilíbrio da vida.

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Esta liturgia de hoje nos revela que ao assumir a nossa natureza humana, o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, também passou por dificuldades principalmente as perseguições desde a mais tenra idade. Todavia, José e Maria cuidaram muitíssimo bem do Filho amado de Deus com ajuda do anjo enviado do céu.

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Com efeito, "O nascimento de Cristo foi marcado pelo martírio de várias crianças de menos de dois anos, por causa do seu nome; incapazes de combater, elas conquistaram a coroa, para que ficasse bem claro que os que foram mortos por Cristo eram inocentes, crianças inocentes que foram mortas por causa do seu nome.

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O Filho de Deus sofreu para fazer de nós filhos de Deus e os filhos dos homens não querem sofrer para continuar a ser filhos de Deus? O Senhor do mundo lembra-nos: «Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, Me odiou a Mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo, lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor» (Jo 15,18-20).

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Quando sustentamos o combate da fé, Deus olha para nós, os seus anjos olham para nós, Cristo olha para nós. Que glória, que alegria ter Deus a presidir à prova e ter Cristo como juiz, quando formos coroados! Armemo-nos, portanto, irmãos caríssimos, com todas as nossas forças, preparemo-nos para a luta de alma imaculada, fé plena e coragem generosa." (São Cipriano (Sec.III) bispo e mártir).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de dezembro de 2020

SOMENTE A FAMÍLIA DÁ SENTIDO À VIDA...


 Homilia da Festa da Sagrada Família (Lc 2,22-40)(27/12/20)

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Caríssimos, a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José, e com isso nos revela que Deus começou a humanidade como família e somente a família dá sentido a vida. Sem família a humanidade é um emaranhado de pessoas sem raiz, sem fundamento para sustentar a sociedade e tudo o que a compõe.

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Comentando esta Festa, disse o Papa Francisco: "Podemos imaginar a pequena família, no meio de tantas pessoas, nas amplas praças do templo. Não se salienta, não se distingue... E no entanto não passa inobservada! Dois idosos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, aproximam-se e começam a louvar a Deus por aquele Menino, no qual reconhecem o Messias, luz dos povos e salvação de Israel (cf. Lc 2, 22-38).

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Trata-se de um momento simples mas rico de profecia: o encontro de dois jovens esposos cheios de alegria e fé pela graça do Senhor; com dois idosos também eles cheios de alegria e fé pela ação do Espírito. Quem os fez encontrar? Jesus. Jesus faz com que eles se encontrem: jovens e idosos. Ele aproxima as gerações.

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É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo qualquer desconfiança, isolamento ou distância. Isto faz-nos pensar também nos avós: como é importante a sua presença, a presença dos avós! Como é precioso o seu papel nas famílias e nas sociedades!

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O bom relacionamento entre os jovens e os idosos é decisivo para o caminho da comunidade civil e eclesial. E observando esses dois idosos, esses dois avós — Simeão e Ana — saudamos daqui com um aplauso todos os avós do mundo.

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Confiemos a Maria, Rainha e mãe de família, todas as famílias do mundo, a fim de que possam viver na fé, na concórdia, na ajuda recíproca, e por isso, invoco sobre elas a protecção materna daquela que foi mãe e filha do seu Filho." (Papa Francisco, Angelus, 28/12/14)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de dezembro de 2020

MARTÍRIO DE SANTO ESTÊVÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,17-22)(26/12/20)


Caríssimos, hoje a Igreja celebra o martírio de Santo Estêvão em plena oitava do Natal do Senhor. Santo Estevão foi o primeiro mártir depois de Cristo. De fato, todo mártire de nossa fé carrega na alma a graça da vida eterna prometida pelo Senhor Jesus: "Quem perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salva-la-á." (Mc 8,35b).

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Com efeito, ao juntarmos estes dois nascimentos, do Senhor Jesus e o de Estevão, seu discípulo diácono, celebramos ao mesmo tempo Deus que se fez homem nascido da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo, e o de Estevão que entra na vida eterna vencendo a morte pela mesma ação do Espírito Santo.

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Jesus antes de ser crucificado perdoou os seus algozes, pois, veio a este mundo para salvar à todos; de igual modo Estevão também os perdoou como Jesus lhe ensinou por palavras e gestos. De fato, a vida vivida em Cristo é um grande mistério de amor que os inimigos da fé jamais poderão impedir ainda o queiram.

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Comentando esse Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "Mas por que o mundo persegue os cristãos? O mundo odeia os cristãos pela mesma razão pela qual odiaram Jesus, porque Ele trouxe a luz de Deus e o mundo prefere as trevas para esconder as suas obras malvadas.

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Recordemos que o próprio Jesus, na Última Ceia, rezou ao Pai para que nos defendesse do mau espírito mundano. Há oposição entre a mentalidade do Evangelho e a mundana. Seguir Jesus significa seguir a sua luz, que se acendeu na noite de Belém, e abandonar as trevas do mundo.

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Elevemos à Virgem Maria, Mãe de Deus e Rainha dos mártires, a nossa oração para que nos guie e nos ampare sempre no caminho do seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo. (Papa Francisco, Angelus, 26/12/16)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

UM SANTO E FELIZ NATAL DO SENHOR...


 Homilia da Solenidade do Natal do Senhor (Jo 1,1-18)(25/12/20)


Caríssimos, Natal é a memória que fazemos do nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo; é Deus, que sem deixar de ser Deus, se fez Homem; não num piscar de olhos nem num instalar de dedos, mas sim gerado pelo Espírito Santo, no seio Virginal de Maria; para nos fazer santos como Ele é Santo.


Assim como Deus criou a primeira mulher, Eva, juntamente com Adão, sem pecado num paraíso; também criou a Virgem Maria no Espírito Santo, a segunda Eva, sem pecado no ventre-paraíso de sua mãe Ana, pronta para conceber o Novo Adão, Jesus. 


A primeira Eva, criada sem pecado foi tirada do homem por Deus, que os fez sua “imagem e semelhança”; a segunda Eva, Maria, nascida de Deus mesmo, totalmente livre do pecado, pela fé de seus pais Joaquim e Ana (cf. Jo 1,12-13), e assim tornou-se esposa do Divino Espírito Santo e Mãe do Novo Adão, Jesus Cristo, “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”.


Este, sim, é o verdadeiro Natal de Jesus; mas, qual é o natal que os homens estão comemorando na mídia em geral? O vergonhoso natal do comércio, criado pela ganância de comerciantes sequiosos de lucros, para o desejo consumista e para a gula dos mais bastados; aquele que só lembra os presentes e as guloseimas da ceia de natal, longe da presença do aniversariante que é a razão de ser desta festa.


O natal midiático é perverso, porque ilude e engana crianças e adultos de todas as camadas sociais, com a figura patética do papai Noel e suas lendas pagãs, distribuindo “presentes” com sua saudação ridícula Rou, Rou, Rou, Rou, à mando de comerciantes que o contratou.


E assim o fazem para que esqueçamos o nascimento do Filho de Deus, e lembremos apenas desse papai Noel, e ainda de gnomos, de renas, de trenós, de neve, e de Lapônias da vida, sem nenhuma ligação com o Natal de Jesus. Só lembram do presépio para vende-lo como imagem estética que enfeita a sala com a árvore de natal cheia de presentes e nada mais.


Não é esse natal midiático que nós cristãos festejamos. O Natal cristão, como disse, é o nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade; nele lembramos e festejamos a memória da Encarnação do Verbo de Deus que se fez um de nós, para nos redimir e nos conduzir à glória eterna do Seu Reino de Amor.


Lembrar Jesus menino, nascido da Virgem Maria, é lembrar também o nosso nascimento da água e do Espírito Santo, no seio virginal da Santa Igreja, em nosso batismo, para a vida eterna. Porque se o Natal do Senhor não for comemorado em seu sentido pleno religioso, ou seja, como nascimento do Menino Deus, que nos deifica nele; passa a ser somente mais uma festa de fim de ano e um meio de enriquecimento de ávidos comerciantes, e não é isso que nós cristãos festejamos.


Portanto, cantemos com amor o santo Natal do Senhor, noite de paz e alegria, noite em que nasceu Jesus, o Filho único de Deus Pai, nascido da Virgem Maria!


Feliz Aniversário Jesus! Parabéns, Senhor, nós te amamos e comemoramos solenemente o teu santo nascimento neste dia lindo e único.


Feliz Natal do Senhor! Para toda humanidade, salva pelo Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria,OFMConv.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

DEUS NASCE EM NOSSA HUMANIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,67-79)(24/12/20)


Caríssimos, hoje é véspera do dia em que Deus nasceu como um de nós sem deixar de ser Deus, comprovando o que já havia dito, ou seja, que nos criou à sua "imagem e semelhança". Quanta beleza, singeleza e alegria na simplicidade do menino Jesus com sua Mãe, a Virgem Maria, e seu pai adotivo são José.

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Com efeito, nesta noite o mundo inteiro viu resplandecer a Luz de Deus única, porque distinta de todas as luzes; ora, só em contemplar tão sublime esplendor já nos sentimos atraídos e chamados à vivencia-lo, pois, eis se que traduz no amor sem igual que se rebaixa à nossa humilde condição para nos fazer participantes de Sua Divindade.

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O Santo Padre, o Papa Francisco, atualizando a comemoração do Natal do Senhor, disse: “o Natal nos convida a refletir, por um lado, sobre a dramaticidade da história, em que homens e mulheres, feridos pelo pecado, procuram incessantemente a verdade, a misericórdia e a redenção; e, por outro, sobre a bondade de Deus, que veio ao nosso encontro para nos comunicar a Verdade que salva e para nos tornar participantes da sua amizade e da sua vida.

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Podemos superar esta sensação de desconcerto inquietador [em que vivemos atualmente por conta desta pandemia], sem nos deixar dominar pelas derrotas e fracassos, na consciência redescoberta de que aquele Menino humilde e pobre, escondido e indefeso, é o próprio Deus, que se fez homem para nós.

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Esta realidade nos dá muita alegria e coragem. Deus não nos desdenhou, não passou ao nosso lado, não desprezou a nossa miséria, não se vestiu de um corpo aparente, mas assumiu plenamente a nossa natureza e condição humana. É um de nós. É como nós. 


Nada excluiu, exceto o pecado, única coisa que Ele não tem. Toda a humanidade está n’Ele. Ele assumiu tudo o que somos, tal como somos. Isto é essencial para a compreensão da fé cristã. O Natal é a festa do Amor encarnado e nascido para nós em Jesus Cristo. Ele é a luz dos homens que resplandece nas trevas, que dá sentido à existência humana e a toda a história”.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

E TU MENINO SERÁS CHAMADO PROFETA DO ALTÍSSIMO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,57-66)(23/12/20)


Caríssimos, não é pelo o fato de não vermos a Deus fisicamente que Ele não se encontra presente e atuante em cada momento de nossa vida. Ora, assim como percebemos as ações do mal pelas tentações e ações malígnas que afetam à tudo e à todos; com muito mais razão nós experimentamos a presença do Senhor nos livrando de tais ações, porque se assim não fosse nada e ninguém mais existiria.

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O Evangelho de hoje narra o nascimento de João Batista e tudo o que aconteceu, nos mostrando os sinais da presença de Deus por sua divina providência. Vejamos, então, esses sinais: João nasce de pais idosos que já não eram aptos à procriar; recebe o nome dado pelo anjo do Senhor; seu nome revela o quanto Deus é favorável ao seu povo; seu nascimento gera uma grande alegria em todos e a interrogação: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele."

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Caríssimos, se pudéssemos ouvir João Batista quando do seu nascimento, quem sabe, certamente ouviríamos dele: "Na tua presença, Senhor Jesus, não me posso calar, porque «eu sou a voz daquele que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor. Sou eu que necessito de ser batizado por Ti, e és Tu que vens a mim!» (Mt 3,3.14)

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Ao nascer, apaguei a esterilidade daquela que me gerou; quando era um nascituro, trouxe remédio para a mudez de meu pai, recebendo de Ti a graça desse milagre. Mas Tu, nascido da Virgem Maria da forma que quiseste e que és o único a conhecer, Tu não apagaste a sua virgindade, Tu a protegeste acrescentando-lhe o título de mãe; nem a sua virgindade impediu a tua concepção, nem a tua concepção manchou a sua virgindade.

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Estas duas realidades incompatíveis, a concepção e a virgindade, uniram-se em harmonia singular, que só está ao alcance do Criador da natureza. Eu, que sou um homem, apenas participo da graça divina; mas Tu és Deus e homem, por isso, és por natureza amigo dos homens (cf Sab 1,6)."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

"A MINHA ALMA GLORIFICA AO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,46-56)(22/12/20)

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Caríssimos, com a vinda de Jesus à este mundo para assumir a nossa natureza decaída e nos libertar do pecado, do domínio do maligno e da morte, Deus renovou por meio dele todas as coisas, elevando-as à plenitude de sua glória, nos fazendo participantes de Sua Natureza Divina. E tudo isso Maria canta cântico do magnificat, como vimos no Evangelho de Lucas.

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“A minha alma engrandece ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador". No encontro com Isabel, o coração de Maria se solta como a língua de uma criança e faz sentir toda a sua alegria. Maria sente que o olhar de Deus pousou em sua pequena existência e acredita que esse olhar é sua força e sua grandeza.  

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Olhada por Deus, ela já não tem medo de nada nem de ninguém e canta, canta com alegria. A sua alegria não provém das coisas que possui, nem das coisas exteriores, mas da sua alma habitada por Deus. O Magnificat é o Evangelho de Maria. Evangelho significa boas novas. Maria canta a sua pequenez: "A minha alma engrandece ao Senhor". Como se dissesse: o crédito é do Senhor, não é meu. Ela repete várias vezes: “É Ele quem olhou”, “É Ele quem fez grandes coisas em mim”. 

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Há quatorze verbos nesta canção, dos quais dez se referem a Deus, um à todas as gerações, os outros três a Maria. No centro do Magnificat está o Decálogo do Deus apaixonado. O Magnificat é o Evangelho que coloca no centro da fé não o que eu faço por Deus, mas o que Deus faz por mim. De fato, não merecemos Deus, mas sim o acolhemos, porque Ele se nos dá por completo. Não temos Deus no coração porque o amamos, mas estamos no coração de Deus porque ele nos ama. 

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No Magnificat, Maria diz-nos quem é Deus: é o Senhor, é o Salvador, é o Todo-Poderoso. Nele canta os quatro "sins". O "sim" do Pai à humanidade a quem dá o seu Filho; o "sim" do Filho que se faz homem para fazer a Sua vontade; o "sim" do Espírito Santo que tece a trama do divino com a urdidura do humano, ou seja, que faz a união do divino com o humano; e o humilde "sim" de Maria a Deus a quem nada é impossível."

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Portanto, caríssimos, "Que a nossa vida seja um Magnificat contínuo para Deus." (Mons. Angelo Spina).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,39-45)(21/12/20). 

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Caríssimos, irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra um dos maiores e mais importantes encontros da história da salvação, trata-se da visitação de nossa Senhora à sua prima Isabel. Ao narrar esse belíssimo encontro Lucas nos mostra quão sublime e fecundo o foi tendo em vista a significância para a salvação da humanidade.

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Maria Santíssima portando Jesus em seu ventre santo e num ato de profunda caridade vai ao encontro de Isabel que também está grávida e a saúda, narra o Evangelista: "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!"

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Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

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De fato, o que Deus nos dá à conhecer desse encontro, pela ação do Espírito Santo, nos faz rejubilar de uma alegria inefável, exatamente por sermos os beneficiários da graça salvífica que Jesus veio trazer, operando-a desde o ventre de sua santa Mãe, como vimos acontecer com Isabel e João Batista nesse episódio.

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Então, caríssimos, quais as lições que aprendemos desse santo encontro? Primeira, acolhermos a vontade de Deus no ventre de nossas almas como o fez Maria e Isabel ao cooperarem livremente para a concepção de seus filhos. Segunda, a obra é de Deus e por isso mesmo é Ele quem a realiza em nós, só precisamos pôr em prática as suas inspirações, as suas graças.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de dezembro de 2020

"EIS QUE CONCEBERÁS E DARÁS A LUZ UM FILHO...


 Homilia do 4°Dom do Advento (Lc 1,26-38)(20/12/20)


Caríssimos, neste quarto domingo do Advento são Lucas narra de forma precisa como Deus assumiu a nossa natureza, por meio do Seu amado Filho, para nos fazer participantes da Sua natureza divina. Todavia, para compreendermos melhor essa sua teofania (ação direta), Ele se fez representar pelo Anjo Gabriel que veio diretamente do céu para comunicar à Virgem Mãe o cumprimento de todas as profecias a respeito do Messias.

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Com efeito, ao contemplarmos as obras da criação vemos que somente Deus pode realizar tão perfeitamente essas obras; de igual modo, para nos redimir quis o Senhor em seu desígnio de amor nascer como um de nós, porém, gerado pelo Espírito Santo no seio de Maria. Pois, foi isso o que disse o Anjo: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus."

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Sem dúvida o anúncio e a encarnação de Jesus, o Verbo de Deus que se fez carne, é para nós o grande sinal da salvação anunciada pelos profetas e acolhida primeiro por Maria em quem Deus fez cumprir as suas promessas e depois por José, os Apóstolos e todos os santos e santas que seguiram o Senhor Jesus obedecendo à Sua vontade.

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Para os que não crêem nesta verdade eterna, também não existe esperança de vida eterna, porque lhes falta a fé devida que nos proporciona viver em comunhão com o Senhor que veio ao encontro da nossa finitude, da nossa miséria para nos arrancar delas e nos fazer vencer o pecado e suas consequências, dentre elas a morte.

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Portanto, caríssimos, Peçamos à Virgem Maria, mãe de Jesus e nossa Mãe, ela que permaneceu fiel até o fim no acolhimento dos desígnios de Deus, para que nos alcance a graça de também sermos fiéis e perseverantes à esses mesmos desígnios.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de dezembro de 2020

A ANUNCIAÇÃO DE JOÃO BATISTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,5-25)(19/12/20)

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Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos mostra que os desígnios salvíficos do Senhor se cumprem na íntegra para muito além do que entendemos e esperamos; o fato é que o Senhor por Sua fidelidade e providência nos faz protagonistas da história da salvação direta e inusitadamente.

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Com efeito, meditando os acontecimentos bíblicos, percebemos que o presente da história da salvação traz em si a ação divina que o plasmou e nele projeta a plenitude da vida eterna a ser alcançada por nós no Reino dos céus. Desse modo, compreendemos que o Senhor se faz sempre presente no nosso viver concedendo-nos as graças que precisamos para realizarmos a sua santa vontade.

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O Evangelho de hoje traz o relato da anunciação de João Batista; seu Pai Zacarias era sacerdote do Templo do Senhor e foi sorteado para fazer a oferta do incenso. "O anjo do Senhor, apareceu-lhe de pé, à direita do altar do incenso. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele. Mas o anjo disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João."

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Ora, a anunciação de João Batista é semelhante à anunciação de Jesus, porém, difere em alguns detalhes que revelam o modo como Deus age de acordo com a receptividade ao seu chamado. A princípio Zacarias duvidou, pois pensou mais na impotência das próprias forças e não nas graças de Deus que tudo pode realazar. Bem ao contrário o fez Maria que acreditou na palavra do anjo e apenas quis saber como se realizaria a vontade de Deus.

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Portanto, caríssimos, com o nascimento de João Batista, se cumpre o tempo da promessa e se inicia o tempo da salvação o qual vivemos atualmente até que o Senhor venha completa-lo definitivamente com a sua vinda gloriosa. Bem como escreveu são Paulo: "Pois o Senhor diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2Cor 6,2; 5,20b).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

O SENHOR ESTÁ PRÓXIMO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,18-24)(18/12/20)

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Caríssimos, o que mais chama a atenção nesta liturgia de hoje é o tema da proximidade de Deus; ora, essa Sua proximidade realmente nos preenche de imensa felicidade e alegria tendo em vista a nossa salvação, mas em meio às provações e desafios da fé, como vimos acontecer com Maria e José no ato da encarnação de Jesus, o Filho amado de Deus.

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Com efeito, a fé é a convicção que nos leva ao encontro do Senhor e nos dá a certeza de que Ele está agindo em todas as circunstâncias de nossa vida em prol da realização do seu Plano de amor e salvação. Desse modo, Maria e José se entregaram nas mãos de Deus que por meio dos santos anjos os conduziu ao cumprimento de todas as profecias à respeito do nascimento do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.

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"O trecho do Evangelho de hoje (cf. Mt 1, 18-24) mostra-nos as duas pessoas que, mais do que qualquer outra, participaram neste mistério de amor: a Virgem Maria e o seu esposo José. Mistério de amor, mistério da proximidade de Deus à humanidade.

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O evangelista evidencia que José, sozinho, não pode encontrar uma explicação do acontecimento que vê verificar-se diante dos seus olhos, ou seja, a gravidez de Maria. Precisamente naquele momento de dúvida e inclusive de angústia, Deus aproxima-se dele mediante um seu mensageiro, esclarecendo-lhe a natureza daquela maternidade: «O Menino que nela foi concebido vem do Espírito Santo» (v. 20).

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Assim, diante deste acontecimento extraordinário, que certamente suscita muitas interrogações no seu coração, José confia de maneira total em Deus que se aproxima dele e, aceitando o seu convite, não rejeita a sua noiva, mas permanece com Ela, desposando Maria. Acolhendo Maria, José acolhe consciente e amorosamente Aquele que nela foi concebido por obra admirável de Deus, para quem nada é impossível.

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Estas duas figuras, Maria e José, os quais foram os primeiros a receber Jesus mediante a fé, introduzem-nos no mistério do Natal. Maria ajuda-nos a colocar-nos em atitude de disponibilidade para receber o Filho de Deus na nossa vida concreta, na nossa própria carne. José estimula-nos a procurar sempre a vontade de Deus e a segui-la com plena confiança. Ambos se deixaram aproximar por Deus." (Papa Francisco, Angelus, 18/12/16).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

EMANUEL, DEUS CONOSCO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,1-17)(17/12/20)

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Caríssimos irmãos e irmãs, Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, veio à este mundo para purifica-lo da mancha do pecado como afirmou são João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"; e, ainda: "É Ele quem vos batizará no Espírito Santo e no fogo." Desse modo, o Senhor Jesus faz novas todas as coisas.

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A liturgia de hoje nos dar a conhecer o perfil de Jesus, a Sua identidade por meio de Sua árvore genealógica descrita por Mateus e que muito tem a nos dizer tanto teologicamente quanto humanamente, pois, o Senhor veio à este mundo assumindo nossa humanidade sem deixar de ser Deus, e isso é revelado por seu nome: "Emanuel, Deus conosco". 

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No primeiro caso, o Senhor manifesta a Sua Divina Misericórdia, perdoando os pecados, purificando seus descendentes. No segundo caso, na sua árvore genealógica se faz presentes homens e mulheres, coisa inconcebível para os valores e os costumes religiosos daquele povo, ou seja, bem como escreveu são Paulo: "Porque, diante de Deus, não há distinção de pessoas." (Rm 2,11).

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Referindo-se à esse episódio, disse o Papa Francisco: "No Evangelho, ouvimos a genealogia de Jesus, que não é uma mera lista de nomes, mas história viva, história de um povo com o qual Deus caminhou e, ao fazer-Se um de nós, quis anunciar que, no seu sangue, corre a história de justos e pecadores, que a nossa salvação não é uma salvação assética, de laboratório, mas concreta, uma salvação de vida que caminha.

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Jesus é o Emanuel que nasce e o Emanuel que nos acompanha todos os dias, é o Deus conosco que nasce e o Deus que caminha conosco até ao fim do mundo." (Papa Francisco, trechos de sua homilia, 8 de setembro de 2017).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

OS SINAIS DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,19-23)(16/12/20)


Caríssimos estamos nos aproximando do Natal do Senhor dia em que comemoramos a sua primeira vinda em preparação à sua vinda definitiva no esplendor de sua glória. Esta liturgia de hoje nos revela o cumprimento dos sinais proféticos que identificavam a sua presença no meio de nós, os quais serviram de evidência para João Batista e seus discípulos.

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Santo Ambrósio, discorrendo sobre tais sinais, escreveu: "O Senhor, sabendo que sem o Evangelho ninguém pode ter uma fé plena – porque se a Bíblia começa pelo Antigo Testamento, é no Novo que ela atinge a perfeição –, não esclarece as questões que Lhe colocam acerca dele próprio por palavras, mas apontando os seus atos. «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda».

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Contudo, estes atos são pequenos exemplos do testemunho trazido por Cristo. O que funda a plenitude da fé é a cruz do Senhor, a sua morte, o seu sepulcro. É por isso que, depois da resposta que citamos, Ele acrescenta: «E feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda». 

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Com efeito, a cruz podia provocar a queda dos próprios escolhidos, mas não há testemunho maior de uma pessoa divina, nada que mais ultrapasse as forças humanas, que esta oferta de um só pelo mundo inteiro. É só assim que o Senhor Se revela plenamente. Aliás, é assim que João O designa: «Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29).

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Portanto, caríssimos, estamos no tempo da misericórdia divina versos a liberdade humana, mas a humanidade não pode abusar da misericórdia do Senhor e permanecer ilesa, pois, Ele é justo e não permitirá que a injustiça e a maldade prevaleça sobre seus filhos e filhas.

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Destarte, preparemo-nos, pois, como Ele mesmo disse: "O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,11-12).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 21,28-32)(15/12/20)

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Caríssimos, toda conversão é autêntica, é transparente, é convincente quando há arrependimento sincero expresso pela mudança de vida; em outras palavras, é o testemunho verdadeiro que transparece a graça e a misericórdia de Deus que nele se revelam. Bem ao contrário é o falso justo, que vive uma fé aparente, isto é, sem verdadeiro arrependimento ou prática penitencial.

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A liturgia de hoje trata exatamente destes dois tipos de posturas que podem apresentar aqueles que se aproximam do Senhor. A primeira delas são aqueles que não se julgam melhores que os outros e nem emitem juízos de valor; por isso, ao se aproximar do Senhor reconhecem os próprios erros e procuram mudar de vida por acreditar na Sua Palavra.

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A segunda postura diz daqueles que mesmo conhecendo a verdade fazem o contrário dela, por se acharem justos e no direito de julgar e condenar tudo e todos; por isso, são eivados de rigidez farisaica, intolerância e todo tipo de ideologias. De fato, estes na prática jamais fazem a vontade de Deus. 

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No Evangelho de hoje Jesus conta a parábola dos dois filhos à quem o pai ordena ir trabalhar na vinha; um diz sim, mas não vai; o outro, à princípio diz não, mas depois se arrepende e obedece prontamente à ordem do pai. Ora, o desfecho dessa parábola é bem claro, a vivência da verdadeira fé consiste não na obediência aparente, mas sim na autêntica.

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Portanto, caríssimos, não basta dizer que acreditamos no Senhor Jesus, é preciso pôr em prática o que Ele nos ensina, caso contrário, cairemos na triste contradição de dizer: Senhor, Senhor... e na prática, apresentar uma postura totalmente falsa, ou seja, eivada de incoerência e falso testemunho.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

A AUTORIDADE DO SENHOR...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 21,23-27)(14/12/20)

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Caríssimos, quem procura o Senhor para conhecer a verdade nunca o questiona ou duvida de Sua autoridade porque encontra Nele a essência da vida; ao contrário, quem dele duvida e o questiona o faz porque se encontra fechado à verdade eterna e por isso sempre julga conforme os próprios critérios e não segundo os critérios de Deus.

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Com efeito, vemos isso na primeira leitura em que o Profeta Balaão "alugado" pelo rei Balaque partiu para proferir maldições contra o povo de Deus, mas ao encontrar-se com o anjo do Senhor foi iluminado com a sabedoria divina e proferiu bênçãos ao invés de maldições. Ou seja, quem se abre para a graça de Deus, ainda que esteja no erro não se deixa enganar e nem engana, porque o Senhor protege sempre seus filhos e filhas.

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"No trecho do Evangelho de hoje (Mt 21, 23-27) proposto por essa liturgia, ao contrári, vemos homens que não têm esta liberdade, não têm horizontes, homens fechados nos seus cálculos. A ponto que os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo perguntam ao Senhor: “Com que direito fazes isso? Quem te deu esta autoridade?”.

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À pergunta sucessiva de Jesus, antes de responder “não sabemos”, fazem os seus cálculos: “Mas se respondermos isto corremos este perigo, e se dissermos outra coisa...”. Contudo, os cálculos humanos fecham o coração, fecham a liberdade. É a esperança que nos torna ligeiros. Eis que esta hipocrisia dos doutores da lei, que está no Evangelho e que fecha o coração, nos torna escravos: eles eram escravos.

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Por um lado, há quem tem esperança na misericórdia de Deus e sabe que Deus é Pai, que Deus perdoa sempre e tudo, e que além do deserto existe o abraço do Pai, o perdão. Mas, por outro, há também aqueles que se refugiam na sua escravidão, na própria rigidez, e não sabem nada da misericórdia de Deus. Aqueles sobre os quais fala o Evangelho de Mateus: eram doutores, tinham estudado, mas a sua ciência não os salvou." (Papa Francisco, meditação matutina, 14/12/15).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

domingo, 13 de dezembro de 2020

A ALEGRIA ETERNA NOS VEM DO SENHOR...


Homilia do 3°Dom do Advento (Jo 1,6-8.19-28)(13/12/20)

Caríssimos nos desígnios de Deus e na Sua obra salvífica existem missões que são únicas como aliás são únicas todas as suas obras, porque o Senhor nunca se repete. E uma destas é a missão de João Batista, o precursor de Jesus, o Messias enviado para nos salvar e nos levar consigo para o Reino dos céus (cf. Jo 14,1-6).
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Discorrendo sobre a missão do precursor de Jesus, disse o Papa Francisco: "João era a voz, a ponto que ele mesmo diz de si: “Eu sou a voz que brada no deserto”. Mas não era a Palavra. De fato, ele era a voz que dá testemunho da Palavra, indica a Palavra, o Verbo de Deus. Era apenas voz. João é o provisório e Jesus é o definitivo. João é o provisório que indica o definitivo. Mas a grandeza de João consiste precisamente neste ser provisório, neste seu "ser para". Um homem sempre com o dedo ali, a indicar outro. 
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Com efeito, lê-se no Evangelho que o povo se questionava se João era o Messias. E ele, claro: “Não sou eu”. E também quando os doutores, os chefes do povo lhe mandaram perguntar: "Mas és tu ou devemos esperar outro?", ele repetiu sempre: "Não sou eu. Outro virá", recordando de novo que teria chegado outro ao qual ele nem sequer era digno de atar as sandálias: "Não sou eu. Outro, que vos batizará". 
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Por isso João é grande, porque se põe sempre de lado. Ele é grande porque é humilde e toma o caminho do abaixar-se, aniquilar-se, o mesmo que tomará Jesus em seguida. E também nisto oferece um grande testemunho. (Papa Francisco, meditação matutina, 16/12/16).
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Portanto, caríssimos, também nós vivemos dessa verdade eterna anunciada por João Batista que hoje se faz presente em nossa vida, Jesus Cristo nosso Senhor e Redentor. É Nele que vivemos, nos movemos e somos, é Dele que nos vem a alegria e a felicidade eterna, de fato, Jesus é a única razão do nosso viver.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

HUMILDADE E MANSIDÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 11,16-19)(11/12/20)

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Caríssimos a vida em sua contingência e dirigida apenas pela nossa vontade se transforma num mar de perguntas e muitas delas sem respostas. Naturalmente dependemos cem por cento do ar que respiramos, da comida e bebida que ingerimos e de tudo o que contribue para a nossa sobrevivência.

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Por isso mesmo, ninguém é autossuficiente o bastante para dizer não preciso; pois, quando se cai nessa tentação perde-se de imediato as virtudes que nos fazem viver em constante comunhão com o Senhor. De fato, a humildade é a terra fecunda onde germina todas as virtudes, e a mansidão é o equilíbrio que nos mantém serenos diante dos desequilíbrios causados pelos pecados dos que abandonam o caminho do Senhor.

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Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "É precisamente a classe dirigente que fecha as portas à maneira como Jesus nos quer salvar. Neste sentido, compreende-se os fortes diálogos de Jesus com a classe dirigente de seu tempo: discutem com ele, põem-no à prova, tentam faze-lo cair em armadilhas, porque neles há precisamente uma resistência a ser salvo.

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Diante desta atitude, Jesus lhes diz: "Eu não entendo. Vocês são como aquelas crianças: nós tocamos flauta para vocês e vocês não dançaram; nós cantamos uma canção triste para vocês e vocês não choraram. O que vocês querem?". A resposta permanece: "Queremos a salvação à nossa maneira". Portanto, volta sempre esse “fechamento” ao modo de operar de Deus." (Papa Francisco, trechos da meditação matutina, 03/10/14).

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Conclusão: Caríssimos, tudo neste mundo passa e quando menos esperamos chega ao fim; e quando nos apegamos às coisas deste mundo nenhuma esperança elas carregam, pois, não passam de poeira que o vento leva. Todavia, quando nos deixamos conduzir pela vontade do Senhor, Ele nos dá a certeza de que a vida é eterna.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A MISSÃO DE SÃO JOÃO BATISTA...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,11-15)(10/12/20)

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Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus revela a humanidade quem é João Batista, qual é a sua missão e a grande importância de sua vinda. Com efeito, João foi enviado por Deus com a mesma missão do Profeta Elias; como o último dos profetas; como o anunciador do Messias; como aquele que fecha o Antigo Testamento e abre o Novo, e como sinal do fim dos tempos.

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Escutemos então o Senhor Jesus: “Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele." De fato, as verdades eternas trazidas por João Batista nos leva a aderir prontamente ao Senhor com todo o nosso coração no desejo de que venha logo o Reino de Deus e a sua justiça.

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Com efeito, vivemos em meio às crises deste mundo e essa pandemia é um dos sinais de que a humanidade passou dos limites no que diz respeito às maldades aqui praticadas; está havendo uma profunda inversão de valores, começando pela perseguição generalizada à Cristo e aos cristãos; por outro lado tais perseguidores exaltam tudo o que é contra a fé e os bons costumes.

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Portanto, caríssimos, mantenhamos a nossa fé em Jesus, o Filho de Deus, como nos ensinou são João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Eu não sou digno nem de desatar as correias de suas sandálias, convém que Ele cresça e que eu diminua." Pois, quem perseverar no seguimento do Senhor até o fim será salvo. 

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Destarte, acolhamos de coração estas palavras de são Paulo: "O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados." (Rm 8,16-17).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

PARA QUE O NOSSO TESTEMUNHO SEJA PERFEITO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,28-30)(09/12/20)

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Caríssimos, somos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo e com Ele aprendemos sempre; seu exemplo de vida, suas palavras são vias de perfeição que nos conduz ao Reino dos céus, a felicidade eterna. No entanto, vivemos num mundo em que a maioria não o ama e por isso não o segue, porque para isso, como Ele mesmo disse: "é preciso renunciar à si mesmo, tomar a sua cruz de cada dia e segui-lo."

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Com efeito, nesse nosso mundo a maioria pensa somente na fama, no sucesso, no ter mais como os únicos meios de se alcançar a realização, a verdadeira felicidade, esquecendo-se que assim como todas as coisas existentes são obras das mãos de Deus, a realização e a felicidade também o são, e que somente Nele as encontramos.

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No Evangelho de hoje, "Jesus tomou a palavra e disse: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. 

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De fato, como discípulos do Senhor, com Ele aprendemos o quanto é maravilhoso viver o que nos ensina, pois, isso resulta no bem estar interior que nos faz refletir a sua presença em nossa almas e em nossas ações, como vemos nestas palavras de são Paulo: "Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,19-20)

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Portanto, caríssimos, não sabemos quanto tempo ainda temos neste mundo, por isso, procuremos viver em comunhão com o Senhor todo o tempo que nos resta, para que o nosso testemunho da convivência com Ele e entre nós seja perfeito.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

IMACULADA, MARIA DE DEUS...

Solenidade da Imaculada Conceição (Lc 1,26-38)(08/12/20)
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Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe; com essa Solenidade podemos perguntar: o que tem de tão especial nela? A resposta nos aponta para a vinda do Messias, nascido do seio virginal da Imaculada, ou seja, daquela que foi concebida sem pecado e que assim o trouxe à este mundo como Redentor da humanidade.
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O relato da primeira leitura mostra o motivo que levou nossos primeiros pais ao pecado, ou seja, querer ser como Deus sem Deus, a partir do diálogo pecaminoso com o maligno. Começou com Eva e terminou em Adão, os quais caíram em desgraça por acreditarem nas mentiras contadas pelo o inimigo de nossas almas.
Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "A cheia de graça levou uma vida bonita. Qual era o seu segredo? Podemos compreende-lo olhando para o cenário da Anunciação. Em muitas pinturas Maria é representada sentada diante do anjo com um pequeno livro nas mãos.
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Este livro é a Escritura. Assim Maria costumava ouvir Deus e estar com Ele. A Palavra de Deus era o seu segredo: perto do seu coração, depois se encarnou no seu seio. Permanecendo com Deus, dialogando com Ele em todas as circunstâncias, Maria tornou bela a sua vida.
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O que faz bela a vida não é a aparência, não é aquilo que é passageiro, mas o coração orientado para Deus. Contemplemos hoje com alegria a cheia de graça. Peçamos-lhe que nos ajude a permanecer jovens, dizendo “não” ao pecado, e a levar uma vida bonita, dizendo “sim” a Deus. (Papa Francisco, Angelus, 8/12/17).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O PODER DO SENHOR AGE NO CORAÇÃO DOS HUMILDES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,17-26)(07/12/20)

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Caríssimos, o Profeta Isaías começa essa liturgia de hoje com um lindo poema profético: "Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus."

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Com efeito, Deus criou a terra como um belíssimo jardim florido, um paraíso, mas os homens iludidos pelo maligno, tentam transforma-la num inferno; todavia, Deus nos ama e por Seu amado Filho Jesus, nascido da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo, nos liberta deste mundo e das mazelas causadas pelos pecados aqui praticados.

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No Evangelho de hoje Jesus curou um paralítico da paralisia do pecado e da paralisia física, deixando a multidão estupefata: "Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e cheios de temor diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!" Por outro lado, os escribas e fariseus murmuravam e interiormente o acusavam de blasfemia por ter dito ao paralítico: “Homem, teus pecados estão perdoados”.

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De fato, ao ver a fé daqueles que transportavam o paralítico o poder misericordioso do Senhor agiu sobre ele e assim se realizou a libertação tanto desejavam. Ora, com isso, o Senhor nos ensina duas grandes lições para a vivência da fé: o poder de Deus age sempre na vida daqueles que buscam realizar a sua vontade e cheios de temor o glrificam por suas maravilhas; mas, nunca na vida dos que o julguam, porque estes não dão espaço para a fé em seus corações.

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Portanto, caríssimos, os exemplos bíblicos são caminhos de perfeição que o Senhor nos abriu para que o sigamos fielmente em sua via de santidade até que cheguemos à plenitude do Seu Reino, à vida eterna.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 6 de dezembro de 2020

A MISSÃO DE JOÃO BATISTA...


 Homilia do 2°Dom do tempo do Advento (Mc 1,1-8)(06/12/20)

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Caríssimos, todos nós estamos percorrendo a estrada da vida natural neste mundo rumo à eternidade. Todavia, pelo fato de sermos batizados percorremos pela via da perfeição que é Cristo, como Ele mesmo se definiu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (Jo 14,6).

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Na primeira leitura o Profeta Isaías anuncia a vinda do Messias e do Seu precursor, João Batista, dizendo ser ele a voz que anuncia um tempo novo em que Deus mesmo estará conosco nos ensinando e nos curado de todos os males, nos libertando de todo o pecado. De fato, quem encontra o Senhor Jesus, encontra todas as graças e todas as bênçãos que Ele veio trazer para a nossa salvação.

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Na segunda leitura são Pedro nos exorta sobre a necessidade de nos preparar para a Parusia do Senhor, ou seja, para a Sua segunda vinda: "O dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus acabarão com barulho espantoso; os elementos, devorados pelas chamas, se dissolverão, e a terra será consumida com tudo o que nela se fez. Se desse modo tudo se vai desintegrar, qual não deve ser o vosso empenho numa vida santa e piedosa, enquanto esperais com anseio a vinda do Dia de Deus." (2Pd 3,11-12).

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O Evangelho de hoje discorre especificamente sobre a missão de João Batista como o precursor de Jesus, o Messias enviado por Deus Pai com o poder do Espírito Santo. À princípio as pessoas o confundiam como se ele fosse o Messias, mas ele logo tratou de tirar essa dúvida, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”.

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"Por isso João é grande, porque se põe sempre de lado. Ele é grande porque é humilde e toma o caminho do abaixar-se, aniquilar-se, o mesmo que tomará Jesus em seguida. E também nisto oferece um grande testemunho."

(Papa Francisco)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 5 de dezembro de 2020

E O SENHOR TEVE COMPAIXÃO DA MULTIDÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,35–10,1.6-8)(05/12/20)


Caríssimos, para entender Deus e a sua relação conosco basta analisarmos as reações de Jesus junto àqueles que o encontram no exercício do seu ministério. O Evangelho de hoje bem o demonstra: "Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor." 

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Com efeito, as reações humanas de Jesus frente às nossas necessidades revelam as reações de Deus, nosso Pai, que o faz vir em nosso auxílio à medida que lhe pedimos a sua intervenção. "Então disse Jesus a seus discípulos: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

De fato, por esse episódio vemos que a oração é o espaço sagrado onde encontramos o nosso Pai celestial e interagimos com Ele na certeza de que somos ouvidos e atendidos por sua divina compaixão. No Antigo Testamento o Senhor já o havia revelado isso a Moisés: “Com efeito, qual grande nação tem deuses tão próximos de si como está próximo de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos?”

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De certo, também no Evangelho de hoje o Senhor nos dá a conhecer que as ações de Deus acontecem diretamente ou por meio do serviço que lhe prestamos em prol da salvação temporal e eterna das almas: "E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”

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Portanto, caríssimos, como faremos isso? Por meio da obedecendo à sua Palavra, seguindo fielmente às suas ordens, ou seja, pelo anúncio, a oração e a vivência dos Santos Mandamentos; porquanto que não esqueçamos, a graça é de Deus, mas, o pôr em prática a graça cabe somente a cada um de nós quando chamados por Ele.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

CUIDADO COM AS PALAVRAS INADEQUADAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,27-31)(04/12/20)


Caríssimos tudo de normal que acontece no nosso dia a dia chamamos de cotidiano; todavia, quando vivemos da fé tudo o que é obstáculo tentamos remover pela oração, pedindo ao Senhor que venha em nosso auxílio nos dando suas graças para superarmos o que por nós mesmos às vezes parece impossível.

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A liturgia de hoje é uma demonstração de quanto Deus caminha conosco em nosso dia a dia participando de tudo o que diz respeito ao nosso viver. Na primeira leitura o Senhor mantém confiante o seu povo por meio do anúncio da vinda do Seu Filho, como o Messias anunciado pelos profetas e desejado por todos, cujos sinais são: "os surdos ouvem, os cegos veem, os humildes se alegram e os pobres rejubilam na sua presença."

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O Evangelho de hoje é a comprovação dessas promessas que Deus fez na primeira leitura por meio do Profeta Isaías atestando a presença de Jesus como o Messias enviado por Ele. Ora, além dos sinais realizados que o identificam, o Senhor nos dá a conhecer como realiza tais prodígios por meio da fé e da oração daqueles que Dele se aproximam.

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No entanto, chamo a atenção para um detalhe muito importante, trata-se da obediência à Sua Divina Palavra, isto porque, os dois homens cegos não seguiram o que o Senhor lhes havia recomendado e o resultado da não obediência deles foi a fama propagada fora do tempo devido, trazendo dificuldades ao exercício do ministério do Senhor.

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Portanto, caríssimos, tomemos cuidado, pois, nem todos são chamados para anunciar com palavras as maravilhas que o Senhor realiza. De fato, o testemunho dado por uma vida reta e cheia de virtudes fala mais alto do que as palavras inadequadas.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

É O SENHOR QUEM NOS SUSTENTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 15,29-37)(02/12/20)

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Caríssimos, ao contemplarmos a criação, toda a sua grandeza, toda beleza e perfeição, ficamos mais que admirados com tão maravilhosa obra das mãos de Deus, e dizemos: o Senhor realmente pode tudo e não depende de ninguém. No entanto, tem algo em meio à criação que em muito desagrada à Deus, e a nós mesmos, trata-se da desordem e desarmonia causadas pelos nossos pecados.

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Ora, como seria bom se tudo funcionasse exatamente com a mesma finalidade para a qual Deus tudo criou. De fato, se não houvesse nenhuma maldade; se todos se amassem, se compreendessem, se perdoassem e fizessem somente o bem, isso aqui continuaria sendo igual ao paraíso que Deus criou.

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Com efeito, não obstante a maldade que se espalha como uma doença contagiosa na face da terra; a primeira leitura desta liturgia nos dá a esperança de que toda esta negatividade presente em meio à criação um dia terá fim, e então reinará a harmonia e a paz pela prática das virtudes que o Senhor nos concedeu.

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No Evangelho de hoje Jesus proclama a palavra que nos liberta de todo mal, opera os sinais que o identifica como o Messias enviado por Deus e realiza o prodígio da multiplicação dos pães e peixes nos mostrando que a nossa libertação já teve início e que se cumprirá tal qual ele anunciou. Ou seja, mesmo que os homens não cooperem, tudo o que Ele anunciou se realizará no tempo devido.

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Portanto, caríssimos, nos firmemos na fé que recebemos confiando nas promessas do Senhor na certeza de que Ele está sempre conosco, sensivelmente e visivelmente por meio dos sacramentos que celebramos como atos de sua presença em meio às aflições desta vida. De fato, sem a fé e a esperança que o Senhor nos dá de vivermos no Reino dos céus nada seríamos e nada teríamos além dos limites de nossa natureza.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

EU TE LOUVO PAI, SENHOR DO CÉU E DA TERRA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,21-24)(01/12/20)

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Caríssimos nesse tempo de preparação e espera somos constantemente provados em nossa fé, todavia, como nos ensinou o hagiógrafo da Carta aos Hebreus: "Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?

Os pais humanos nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que Deus o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade. (Hb 12,7.10).

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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina a louvar ao Pai pelos humildes de coração, pois, eles compreendem e aceitam a Sua vontade sem questiona-lo, por isso, agem com a sabedoria do Espírito Santo, uma vez que nada atribuem à si mesmos, mas ao Senhor que se revela em sua pequenez.

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Eis o que disse Jesus: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

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E acrescentou: "Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”. Ou seja, com a Sua vinda, por meio da fé, passamos a viver a dimensão eterna no tempo, e tudo o que diz respeito às coisas de Deus, tornam-se visíveis e sensíveis para nós pelos Sacramentos que revelam a Sua Presença.

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Portanto, caríssimos, acolhamos com amor filial todas as graças e bênçãos que nos são derramadas nesse tempo de provação e desafio de nossa fé na certeza de que Deus está sempre conosco e jamais nos abandona. A nossa segurança se encontra na fidelidade e na perseverança até o fim, como o Senhor mesmo nos ensinou: Mas aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 10,22).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

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