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quinta-feira, 27 de junho de 2013

A pobreza evangélica segundo Francisco de Assis

 Para o poverello, a busca da pobreza visa a se despojar de si para estar mais aberto ao Pai. Segue-se um extrato do nosso número especial da revista La Vie que explora a vida, a mensagem e a herança do santo que inspirou o novo papa.

A reportagem é de Yves Combeau e publicada no sítio da revista francesa La Vie, 21-06-2013. A tradução é do Cepat.

Receber tudo, não possuir nada: é assim que poderíamos resumir a regra de São Francisco. E, sobretudo, não ter a tentação de possuir o que se recebeu. Retomar incessantemente esse trabalho de despojamento. Nascido no seio de uma família rica, Francisco aprendeu a ser pobre com os pobres. Crianças que não podem viver com seus pais, leprosos, esses párias absolutos que, não podendo trabalhar, alimentavam-se do que lhes deixavam. A lição é simples: não é bom ser pobre ou doente – a doença causa sofrimento, e o próprio Francisco não escondeu no final da sua vida que sofria muito –, mas quando se é pobre ou se está doente, torna-se dependente do amor dos outros. A pobreza tem um valor pedagógico: ela proporciona que o homem se dê conta de que não é autossuficiente, tentação do orgulho e do egoísmo, mas que é, ao contrário, feito para amar e ser amado.
 
A pobreza de Francisco é, portanto, uma pobreza voluntária ou, pelo menos, aceita. A pobreza que não é voluntária é um grande sofrimento; ela pode destruir. É por esta razão que é preciso libertar aqueles que de alguma forma são escravos. Francisco sempre coloca os pobres “reais”, isto é, as vítimas da miséria ou da doença, na frente dele. E se ele jejua é, em primeiro lugar, para compartilhar o pão. Entre os discípulos de Francisco, a preocupação com os pobres é constante. A caridade sempre fez parte da vida dos franciscanos, religiosos ou leigos. No doente, vítima por excelência, uma vez que é sempre inocente da doença que se sofre, o franciscano reconhece o Cristo sofredor, vítima também ele.

Mas, para ser voluntária, esta pobreza não deve transformar-se numa corrida para a miséria, da qual se pretende ser o campeão. São Boaventura denunciou este tipo de expertise da pobreza em alguns de seus frades. Em seu testamento, Francisco menciona especificamente o hábito próprio dos frades, um hábito rústico, remendado o quanto for possível, uma túnica de trabalhador ou de camponês. Humilde, mas suficiente. Porque a verdadeira pobreza não está nos extremos; a pobreza do corpo é apenas um instrumento; a verdadeira pobreza está na atitude interior que consiste em receber de Deus, dia a dia, o que ele concede ou não, mesmo o inesperado. Acolhido um dia, rejeitado no dia seguinte. E não olhar para si mesmo, nem para o que deu. O que, portanto, a pobreza proporciona? Nada, senão a confiança total em Deus. E a confiança total em Deus dá a alegria.



terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

E O POVO ESTÁ INDO ÀS RUAS, MAS QUE TODOS, COMO UM SÓ, MANTENHAM A PAZ...



E O POVO ESTÁ INDO ÀS RUAS, MAS QUE TODOS, COMO UM SÓ, MANTENHAMOS A PAZ...


A respeito das manifestações populares que veem ocorrendo nos últimos dias em nosso país, temos que pensar e ponderar o seguinte, somos cidadãos civilizados, pagamos nossos impostos e temos nossos direitos; todavia, não somos baderneiros, pelo contrário, somos uma nação ordeira, pessoas de boa índole capazes de todo bem. Porém, não é o que temos constatado por parte de alguns, seja pelos incêndios em prédios públicos ou não; seja pelos saques, violência gratuita de ambos os lados; prisões, feridos, morte, etc.

Reivindicar é justo em todos os sentidos que nossos direitos nos dão; depredar, saquear, destruir o patrimônio público e decretar o caos, é perverso, insensato, desumano, desleal e um contra senso. É certo que a grande maioria que está participando dos protestos é pacífica; mas existem certos indivíduos que estão se aproveitando de uma situação justa para banalizar as reivindicações e aterrorizar o nosso país. Então, chegou a hora de se pôr ordem na casa, primeiro identificando os baderneiros que estão ali somente pela desordem e demonstração de sua índole violenta; estes devem pagar perante a justiça por seus atos perversos. Segundo, que as autoridades competentes tratem de atender as justas reivindicações dos que ali estão por causa de seus direitos, pois nada mais justo que isso.

Ora, num país democrático como o nosso, a livre expressão é o termômetro que mantém a democracia como governo do povo. Está na hora de se fazer escolhas eleitorais de acordo com os princípios democráticos que rege este pais. Todavia, não é o que vemos ano após ano eleitoral, pois continuamos a ver a compra e venda de votos, e é por isso que temos os políticos que temos, porque, infelizmente, alguns tantos já se acostumaram com corrupção e os corruptos de plantão, pois os elegem frequentemente; e não venham dizer que não é assim, visto ser essa a realidade que nos cerca. Está na hora de se mudar tal mentalidade, caso contrário, veremos que essas manifestações reivindicatórias tornar-se-ão fogo de palha que queima rápido, e vira cinza sem efeito algum. Ou mudamos pelo voto esse país ou continuaremos com os mesmos corruptores de plantão e os mesmos corruptozinhos atabalhoados.

Portanto, tiremos uma lição desses acontecimentos para que nas eleições do próximo ano, limpemos o lixo político que está em Brasília que só aparece em nossas praças de quatro em quatro anos para captar votos a fim de se elegerem, na base do toma lá dá cá, ou seja, dos “favores” eleitorais. Por último, humildemente meditemos: saber se pôr na vida e buscar os direitos que lhes são devidos é obrigação de todo cidadão; porém, causar transtorno com aquilo que é bem comum é perder o bom senso e todo direito que se tem... Pensem nisso para não agirem como insensatos e prejudicar aqueles que reivindicam seus direitos legitimamente... O povo está indo às ruas, mas que todos, como um só, mantenham a paz, porque não são os violentos que triunfam, mas sim os verdadeiros pacificadores.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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terça-feira, 18 de junho de 2013

Experiência e visão de Jesus Cristo por Francisco de Assis!

A experiência (abordagem) que Francisco faz de Jesus Cristo é existencial e preponderantemente pratica. Quase desde o começo de sua busca de Deus como valor supremo e único de sua vida, o Santo de Assis encontra Jesus no rosto do leproso, no crucificado de São Damião, nas igrejas que ele visita cotidianamente e concentra sua existência no Evangelho (cf.RnB 1,1-6; RB 1,2; 12,5), compromisso que renova a sua decisão em sua última vontade. O rosto de Jesus que a princípio atrai mormente sua atenção é o de Jesus “sinótico”, que o convida a segui-lo em sua forma de vida de pobreza, abnegação e cruz.

Contudo, o trato assíduo com os textos litúrgicos e a leitura cotidiana e a meditação pessoal e comunitária da Palavra de Deus no curso dos anos levaram-no a fixar os olhos de forma cada vez mais intensa no Jesus “joânico”, concretamente sobre o Filho, a Palavra, o Revelador (cf. RmB 23,43-57; 2Fi 56-60; Ad 1; OP).

Por isso o santo de Assis expressa sua relação com Jesus Cristo, razão de seu viver, com uma notável riqueza de termos, de origem bíblica e litúrgica, que são normais e correntes na tradição e na vida da igreja de seu tempo. Ele se aproxima de Jesus na riqueza e complexidade de seu mistério, contemplando-o invocando-o e nomeando-o ao mesmo tempo a sua dimensão divina, “alta”, e em sua dimensão “baixa”, humana. Assim, Jesus Cristo é o verbo, o Filho do Pai, o Senhor e o Criador, o Unigênito do Pai, o Redentor, o Salvador divino; ao mesmo tempo, é também o verdadeiro homem de carne frágil, pobre, humilde, peregrino, hóspede, servo de Deus.

A referência de Francisco a Jesus Cristo, como se vê, abraça toda a sua realidade divina e humana, histórica e escatológica. Jesus Cristo é revivido em todos os seus mistérios, como escreve egregiamente Tomás de Celano (cf. 2 Cel 207). Contudo Francisco, por diversos motivos, mais principalmente por um carisma recebido do alto e por uma simples aproximação do dado evangélico, de fato se aproxima de Jesus Cristo e capta a sua realidade global na perspectiva do amor de Deus que se manifestou e doou, se mostra e se doa na modalidade da humildade, da pobreza, da minoridade e do serviço oblativo.

Nesta ótica de auto despojamento divino, apreende o significado do caminho inteiro percorrido e realizado por Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, desde sua descida do “alto” da divindade até o “baixo” da humildade de seu nascimento humano de seu esvaziamento total na paixão e morte de cruz e, finalmente, de sua presença cotidiana, escondida do mundo, na Eucaristia durante o tempo presente, modalidade de presença humilde e pobre que se transformará em manifestação e dom de amor na glória somente no final dos tempos (cf. Ad 1, 22; RnB 23,7).

Jesus Cristo mediador facilita a Francisco a passagem, o acesso a uma experiência peculiar que é a leitura do rosto de Deus e do homem. Porém Jesus como mediador pobre e humilde revela a Francisco a verdade do rosto humilde e pobre de Deus em seu revelar-se e doar-se com amor e sem reservas ao homem. Portanto a alma e a verdade da visão do homem que Francisco tem estão em sua original experiência de Jesus Cristo mediador e, em última instância, na experiência de Deus mesmo por meio do filho de Deus humanado.

Concluindo, o Santo de Assis vive o mistério e desenha a imagem de Jesus Cristo com grande riqueza de conteúdos. Para ele, Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Senhor, Filho de Deus altíssimo, ao mesmo tempo pobre, humilde, servo, crucificado, agora vivo na glória, mas presente entre os homens cada dia de forma humilde na palavra e no pedaço de pão eucarístico até o fim dos tempos. Cristo deve ser venerado e confessado como revelação do Pai ao homem, de seu amor puro e desnudado, sem condições nem falsidades, para que creiam que tal amor divino sem limites e por ele entregue e volte ao Pai com uma resposta de amor filial que não reserva nada para si, que abandona tudo e se entrega a ele sem reservas (cf. Ord 9-11).

Frei Aldevir Jandres
Assistente Espiritual - JUFRA/Regional Sul 3

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A LEI PERFEITA DA LIBERDADE



A LEI PERFEITA DA LIBERDADE

Existem duas maneiras da alma humana ser penetrada, cursada e exposta em seu mistério. A primeira é a permanência na Verdade que a criou e sustenta, desta permanência nasce seu gozo e testemunho; fora disto ninguém a pode penetrar, a não ser que ela ceda ao mal a liberdade que a verdade lhe dá. A segunda diz respeito exatamente a essa sedição, ou seja, à insurreição, que consiste na aceitação da mentira e prática dela; quando isso acontece, a alma se ensoberbece e perde sua comunhão com Deus; assim, ela enfraquece e mergulha em um estado mórbido por causa das lascívias que a envenena; e só é possível sair daí pelo arrependimento sincero e conversão à Fonte da Verdade que a criou, Deus.

Escrevendo aos Romanos, São Paulo, assim se expressou: Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele. Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Rom 8,5-9.12-14).

Ora, a respeito da queda e perca da liberdade humana, lemos no Livro do Gêneses, o seguinte: “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?” A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.” “Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis!” Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.” (Gen 3,1-5). Assim, por esse texto da revelação, percebemos como o mal injetou o seu veneno da desobediência na alma humana, e como nossos primeiros pais perderam sua liberdade e nos transmitiram a mesma perda.

Geralmente quem se entrega ao pecado não mede, antes, as consequências dos seus atos, e o resultado que se segue é sempre catastrófico, nefasto; porque não age conforme a graça de Deus em sua vida, mas a partir do pecado que o atrai e alicia, e o pecado uma vez consumado, gera a morte (cf. Jo 8,34; Tg 1,15). De fato, Deus nos deu o livre arbítrio, que significa o poder que temos de decidir pelo bem e não pelo mal. Ocorre que muitos perdem esse poder, porque se deixam conduzir pelos instintos carnais, e não pelo Espírito Santo de Deus.

Nós, porém, podemos reverter esse trágico quadro em nossa vida, por meio da conversão espiritual, que consiste no arrependimento, confissão e perdão dos pecados para vivermos em estado de graça; pois uma alma em estado de graça permanente é intocável pelo mal, porque a luz do Espírito de Deus que nela habita, dissipa as trevas do pecado e o espírito maléfico que se esconde no pecado.

São João bem nos ensinou a nos livrarmos do espírito das trevas, quando nos exortou: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente”. (1Jo 2,15-17).

Com efeito, Deus não apenas nos criou, mas também nos ensinou a viver conforme sua vontade e permanecermos Nele, por meio das leis naturais e de seus Mandamentos expressos nas Sagradas Escrituras; também por meio dos exemplos dos Patriarcas, dos profetas, do Seu Filho, Jesus Cristo, e de todos os santos que o seguiram, especialmente a Virgem Maria, Mãe do Senhor e nossa mãe. Porém, constatamos que a grande maioria não leva em conta as orientações que Deus nos dá nas Sagradas Escrituras e nesses exemplos (cf. Mt 7,13-14); por isso, caem nas armadilhas do mal e na perdição eterna. De fato, “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra”. Todavia, quem faz das Sagradas Escrituras sua via de perfeição? Somente aqueles que temem o Senhor de coração e buscam se orientar pelos seus preceitos.

Eis o que São Paulo escreveu a esse respeito: “Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloquência nem da sabedoria [humana] anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de desassossego e de temor. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloquência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Cor 2,1-5).

São Paulo nos deixou ainda outro legado perfeito, verdadeiro itinerário espiritual, para termos um discernimento preciso da vontade de Deus em nossa vida, quando escreveu: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rom 12,1-2). “Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco”. (Fil 4,8-9). Desse modo, cabe a nós seguirmos tais orientações, para que assim vivamos intimamente tudo o que Deus nos dá a ser e praticar de sua vontade neste mundo.

Portanto, como vimos a perca ou não da liberdade resulta de nossas escolhas e decisões. Pois, em todas elas há sempre um resultado; por parte da verdade seu resultado é a liberdade conservada e fortalecida (estado de graça perfeito); por parte da mentira, a alma se torna amarga, imbecilizada, exposta às paixões desordenadas e a toda espécie de desiquilíbrio, que afasta os homens do convívio com Deus e com os outros, e os mergulha na incredulidade e nas mais diversas perversões. Não se esqueçam, por trás de todo pecado se esconde o demônio.

Destarte, “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal. Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa”. (Sab 1,12-16).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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A História dos Eletrônicos = The Story of Electronics

Retiro Franciscano em Porto Alegre

A Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula (Porto Alegre, RS) da Ordem Franciscana Secular (OFS) convida para o retiro de meio de ano quando refletiremos a questão da juventude em Cristo, Maria e Francisco. 

Textos:
  • Mt 3,13-17 e 4,1-17: Batismo, Tentações e Início da missão de Jesus
  • Lc 1,26-56 e Jo 19,25-27: Visita do anjo a Maria e Maria ao pé da Cruz
  • Legenda dos Três Companheiros, 4-6: Sonho de Espoleto
  • 1 Celano 103: Francisco quer começar sempre de novo

Silêncio e pobreza: à escuta de Francisco

Pobreza de espírito, quer dizer permanecer em silêncio para que o outro possa ser escutado com sinceridade.

Para São Francisco de Assis, o pressuposto de qualquer diálogo era a pobreza. Refiro-me a todo o ministério de Francisco. Não é possível falar de diálogo sem incluir a escuta recíproca, e não é possível escutar sem admitir alguma forma de pobreza interior, como a pobreza do silêncio, que nos serve para escutar as palavras do outro, e a pobreza de reconhecer que o outro pode nos dar algo de que temos necessidade.

Pobreza de espírito quer dizer permanecer em silêncio para que o outro – quer se trate do ambiente físico, do mundo animal, do crente de fé diferente ou do não crente – possa ser escutado com sinceridade. Certamente, não é o silêncio da dúvida ou do relativismo.

É pobreza fundamentada na firme convicção da absoluta realidade de Deus revelada pelo Cristo encarnado e, como demonstra a própria vida de Francisco, nas chagas de Jesus crucificado. Fundamentada no convencimento de que o amor por Deus é sólido e forte o suficiente para superar a oposição mais intensa e obstinada, de que o silêncio do amor solícito faz surgir a verdade, e de que não se deve ter medo da verdade.

Nos encontros de Assis, deveremos escutar Francisco e pedir-lhe que reze por nós. No nosso diálogo, devemos encontrar a coragem de permanecer em silêncio juntos: não porque não temos nada a dizer ou nenhuma verdade para compartilhar, mas enquanto conscientes, e gratos, de que Cristo nos assegurou um lugar na sua vida e preparou para nós encontros em que reencontraremos e reconheceremos em pessoas e situações diversas.

Devemos encontrar o modo de falarmos e de escutarmo-nos uns aos outros de tal forma que deixemos surgir o logos, aquela energia e interação que está na base de toda a criação e que igualmente sustenta a justiça e a contemplação.

sábado, 1 de junho de 2013

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