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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

DESAPEGO, RENÚNCIA, DECISÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,57-62)(30/09/20)

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Caríssimos, o viver de cada dia é a via natural com sua lei própria que o Senhor em seu infinito amor dispôs à nosso favor para vivermos em comunhão com Ele aqui e no devir eterno; ora, tudo o que precisamos para isso é seguir os seus preceitos fielmente em justiça e santidade sem jamais sair da Sua presença.

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No Evangelho de hoje, são Lucas nos apresenta três exemplos de seguimento do Senhor. No primeiro alguém do povo diz a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. De fato, todo dizer carrega em si uma ou mais intenções, e isso o Senhor revela ao seu interlocutor e à todos: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.

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No segundo caso, "Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. Ou seja, em meio à disposição de seguir o Senhor não pode existir demora ou apegos sentimentais, porque seguir o Senhor significa portar em si o Reino de Deus e anuncia-lo.

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No terceiro caso, "Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”. Ou seja, quem se dispõe seguir Jesus não vive do passado, mas faz acontecer o futuro no presente, seguindo os Seus passos.

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Portanto, caríssimos, não podemos seguir Jesus repletos de interesses pessoais, sentimentalismos ou indecisões; pois, seguir o Senhor requer desapego, renúncia, decisão; porque somente Ele nos realiza totalmente em todos os sentidos de nossa vida.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

SÃO MIGUEL, SÃO GABRIEL E SÃO RAFAEL, ROGAI POR NÓS...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1, 47-51)(29/9/17) 

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Caríssimos, por mais que participemos do Poder de Deus, ainda estamos muito àquem do que Deus pode. A vida em todos os sentidos e em cada detalhe é, para nós, apenas um pequeno ensaio do Seu infinito Poder; basta ver o livre arbítrio humano e as leis que regem a natureza; com certeza só isto já nos dá a compreensão do que significa esses valores naturais para nós, pois sem eles nada do que vemos naturalmente existiria.

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Desse modo, compreendemos que Deus criou por amor o céu e a terra; os anjos e os homens; as coisas visíveis e as invisíveis. Porém, se dá a conhecer àqueles que o amam e lhe obedecem; ora, esta relação se dá no mais íntimo dos que Nele crêem.

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Assim sendo, percebemos que não vivemos somente por viver esperando a morte chegar, porque pensar a vida assim seria o fim de tudo e nada do que somos ou vemos teria sentido algum. Desse modo, Deus nos deu o dom de crê para que o seu poder possa se nos manifestar. Logo, aquilo que naturalmente não posso, não vejo, a fé pode e ver, como lemos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1).

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Na liturgia de hoje a Igreja celebra a Festa dos santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, cuja ação se faz presente nas Sagradas Escrituras, revelando por suas posturas, o plano divino para a nossa salvação. As ações desses Arcanjos são perceptíveis claramente pelos que vivem da fé, pois são eles, por ordem de Deus, que nos auxiliam apresentando nossas intenções e orações diante Dele; bem como meditamos no livro do Apocalipse: "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus." (Ap 8,4). 

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Rezemos, então, com ardente fervor a oração da coleta dessa Festa Litúrgica: "Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos Anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém!


Paz e Bem! 


Frei Fernando Maria OFMConv.
 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

QUEM QUISER SER O MAIOR, SEJA ANTES O MENOR DE TODOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,46-50)(28/09/20)

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Caríssimos, a autenticidade do viver em Cristo é fruto da presença do Espírito Santo em nossas almas, e isso se dá pela intervenção divina por meio da fé no Seu Nome. No Evangelho de ontem ouvimos o Senhor dizer que os cobradores de impostos e as prostitutas creram, isto é, se converteram à um viver novo ao ouvir a pregação de são João Batista.

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Com efeito, a graça da nossa salvação é sempre uma iniciativa divina, pois, como disse são Paulo: "Porque é em Deus que vivemos, nos movemos e somos," (At 17,28) e isso é um mistério do qual participamos diretamente contribuindo com o Senhor na realização do seu plano de amor que consiste em sermos um só Nele por Ele e para Ele.

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De certo, existem duas maneiras de contribuirmos para a realização do Seu plano salvífico: a prática e o anúncio da Sua Palavra, e o deixar-se conduzir pelo Seu Santo Espírito de modo que tudo ocorra em total sintonia com a Sua Santa Vontade, pois, Ele mesmo disse: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21).

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De fato, "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos" (Mt 22,14). Por isso, precisamos entender que o nosso batismo não é somente "o novo nascimento da água e do Espírito Santo," mas também o chamado do Senhor "para servi-lo em santidade e justiça todos os dias de nossa vida."

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Portanto, caríssimos, não basta sermos chamados, é preciso corresponder ao chamado por um autêntico testemunho de vida; em suma, é preciso ser como criança conforme o exemplo que o Senhor nos deu no Evangelho de hoje: "Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de setembro de 2020

CUIDADO COM A AMBIGUIDADE...


 Homilia do 26°Dom do tempo comum (Mt 21,28-32)(27/09/20)


Caríssimos, a ambiguidade é uma via de mão dupla causadora de grandes desastres com enormes perdas para aqueles que a transitam. Bem ao contrário é a sinceridade de caráter, que leva os que transitam por ele a encontrar-se com Deus, por não se deixar levar pela tentação do viver de aparências.

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De fato, precisamos dar a Deus o que é de Deus, isto é, a nossa vida, o nosso tempo e o nosso modo de ser e estar no mundo para que transpareça claramente que Dele dependemos cem por cento como dependemos do ar que respiramos, para que assim o nosso testemunho seja convincente; e não algo aparente, ou seja, em nada condizente com o que significa ser conduzidos pelo Espírito Santo.

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No Evangelho de hoje Jesus conta a parábola dos dois filhos; o primeiro à princípio não atendeu os rogos do seu pai; mas, arrependido de sua desobediência, votou atrás e fez o que era do seu agrado. O segundo disse que sim, mas não lhe obedeceu; ao que Jesus perguntou aos Sumos sacerdotes e anciãos do povo: "Qual dos dois fez a vontade do pai?” Prontamente responderam o primeiro.

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Ora, uma das características das Parábolas contadas por Jesus é inserir os seus ouvintes nelas, e foi exatamente isso o que Ele fez, ao se referir à João Batista, o Senhor disse: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.

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Portanto, caríssimos, a nossa conversão é um processo constante que não pode ser interrompido, pois, se o fizermos deixamos de seguir o Senhor no caminho da graça santificante, para seguir a via torta da ambiguidade em que o engano é prática constante cujos frutos são a incoerência e os falsos juízos.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de setembro de 2020

"O FILHO DO HOMEM SERÁ ENTREGUE NAS MÃOS DOS HOMENS."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,43b-45)(26/09/20)

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Caríssimos, o problema da humanidade e até de muitos que creem em Jesus, é o mesmo, dar pouca atenção às Suas Palavras e ao Seu exemplo como deveríamos. Mas, isto ocorre porque ainda não aprendemos a praticar o essencial na vivência da fé, que é tão somente crer, amar e à Ele se entregar totalmente na certeza de que a Sua Vontade é sempre o melhor para a nossa vida.

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Na liturgia de hoje quando Jesus revela os acontecimentos adversos que se sucederão com Ele, logo os discípulos não entenderam e até ficaram com medo de lhe perguntar sobre isso. Escutemos as suas palavras: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

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Com efeito, como no tempo de Jesus também hoje muitos ainda esperam um Messias (Cristo) super poderoso, isto é, com uma potência capaz de destruir todos os seus inimigos e tudo o que não agrada a Deus; e no entanto, o Senhor se nos apresenta como Aquele que assume as nossas dores sofrendo-as conosco, morrendo conosco, para nos fazer ressuscitar com Ele.

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Portanto, caríssimos, Deus é Onipotência Eterna, pode tudo, e claramente poderia salvar-nos de uma maneira diferente, isto é, sem sofrimento algum; mas, como o pecado entrou na natureza humana pela desobediência (cf. Rm 5,19), aprouve a Deus arranca-lo de nossas almas pela obediência do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, como vemos a seguir:

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"Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem." (Hb 5,7-9).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

"E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,18-22)(25/09/20)

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Caríssimos, quanto mais vejo a miséria humana mais sinto o quanto a nossa humanidade precisa da presença e da ação do Senhor Jesus em nosso meio. Os homens podem adquirir todos os conhecimentos possíveis, porém, o único conhecimento e experiência que nos salva da infelicidade e do abismo da perdição eterna se encontra somente em Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo.

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Com efeito, as duas grandes perguntas que Jesus faz nesta liturgia de hoje, são: “Quem diz o povo que eu sou?” “E vós, quem dizeis que eu sou?” Ora, como os Apóstolos haviam constatado, as respostas advindas do povo se baseava nas Sagradas Escrituras: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.

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No entanto, na resposta inspirada por Deus a Pedro à segundo pergunta de Jesus é o que constitui o fundamento da nossa fé: “O Cristo de Deus”. Ou seja, porque é a certeza de que Deus veio realmente até nós, por meio do Seu Filho amado, para nos libertar do pecado e das misérias que o pecado gera, e nos fazer viver em estado de graça na Sua presença, mas, não sem passarmos pela cruz de cada dia.

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De fato, de algum modo todos nós passamos por algumas provações neste mundo, seja por conta das nossas fraquezas, seja ainda por conta das dos outros. Todavia, quando permanecemos em estado de graça pela nossa obediência ao Senhor, recebemos Dele inúmeros benefícios para transpormos todos os obstáculos, pois, é Ele mesmo que nos conduz para cumprirmos os Seus Santos desígnios. 

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Portanto, caríssimos, escutemos o que disse Jesus a são Paulo por ocasião de uma grande tribulação que estava sofrendo: "Mas o Senhor me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. 

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Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte." (2Cor 12,9-10).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O PECADO DA CURIOSIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,7-9)(24/09/20)

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Caríssimos, a curiosidade em querer saber da vida alheia muitas vezes geram distúrbios e outros comportamentos inadequados que bloqueiam a vivência da fé, porque ocupam o espaço que é somente de Deus em nossas almas. Pois, os cristãos vivem de Cristo e em Cristo, e não do disse me disse da vida alheia.

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No Evangelho de hoje, Herodes curiosamente quer ver Jesus, no entanto, logo demonstra a sua intenção: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus."

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Ora, querer conhecer Jesus por curiosidade sem que haja conversão e amor à Ele sobre todas as coisas, é como mover-se em areia movediça, ou seja, afunda-se na curiosidade sem jamais o encontrar, porque sem arrependimento e conversão não existe comunhão com o Senhor. 

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Com efeito, o exemplo dos santos nos ensina que quem convive bem com Deus, amando-o sobre todas as coisas, convive bem consigo mesmo e com o próximo, porque quem ama só visa o bem de todos. De fato, nos santos e santas encontramos os testemunhos de fé que nos ajudam a perseverar no seguimento do Senhor em meio às tribulações deste mundo, realizando com a prática de nossa vida a Sua Santa Vontade.

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Portanto, caríssimos, escutemos com atenção esta exortação de são Francisco de Assis como um exemplo à ser seguido: "Filhos meus, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as coisas que Deus nos prometeu. Observemos aquelas que nós prometemos a Ele, e esperemos com segurança aquelas que ele nos prometeu. Breve é o prazer do mundo, mas eterna é sua pena. Pequena é a pena desta vida, mas a glória da vida eterna é infinita”

(FIORETTI, cap XVIII).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A MISSÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,1-6)(23/09/20)

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Caríssimos, a liturgia de hoje trata da missão que os Apóstolos receberam do Senhor Jesus de anunciar o Reino de Deus e a Sua Justiça, e de como devem fazer esse anúncio. Ora, isso nos leva a compreender que todos os batizados são chamados e enviados pelo Senhor à anunciar a Boa Nova da salvação.

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Com efeito, prestando atenção nas instruções dadas por Jesus, vemos alguns detalhes que nos ajudam como devemos nos portar para cumprirmos a nossa missão com alegria e singeleza de coração. “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”.

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Comentando este envio, disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "Estes imperativos mostram que a missão se baseia na oração; que é itinerante, não está parada, é itinerante; que exige desapego e pobreza; que traz paz e cura, sinais da proximidade do Reino de Deus; que não é proselitismo, mas anúncio e testemunho; e que exige também a franqueza e a liberdade evangélica para partir, salientando a responsabilidade dos que rejeitam a mensagem de salvação, mas sem condenações nem maldições."

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Portanto, caríssimos, ao recebermos o chamado do Senhor necessitamos seguir fielmente as suas instruções para não cairmos na comum tentação de fazer a própria vontade e anunciar à nós mesmos e não o Reino de Deus, tal qual o descreve Lucas neste Evangelho que estamos meditando.

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"Invoquemos juntos a proteção maternal de Maria Santíssima, para que Ela ampare em todos os lugares a missão dos discípulos de Cristo, a missão de anunciar a todos que Deus nos ama, quer salvar-nos e nos chama a fazer parte de seu REINO. (Papa Francisco, Angelus, 7/7/19).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

EIS MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,19-21)(22/04/20)

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Caríssimos, essa liturgia de hoje nos conduz à escuta do Senhor e à prática da Sua Divina Palavra, porém, sem interpretações subjetivas, mas apenas com o puro desejo de obedece-lo em tudo o que Ele nos diz. Pois, como escreveu são Pedro: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." (1Pd 1,20-21).

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No Evangelho de hoje alguém da multidão se dirige a Jesus e lhe diz: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. Ao que o Senhor respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”. Ou seja, para além da família consanguínea o Senhor estabelece a família divina. (cf. Jo 1,11-13).

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De fato, se escutarmos essa Palavra do Senhor a partir de nossa interpretação subjetiva não a compreendemos; mas, se a escutamos com o coração, logo entendemos que o critério do Senhor para segui-lo como Sua família divina, como o faz a Sua Mãe e seus irmãos, é a fé que nos leva à perfeita obediência à Sua Palavra.

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Portanto, caríssimos, a vida em Cristo Jesus é baseada na prática constante da Sua Palavra como expressão da Sua Presença em nossas almas. Sem esse entendimento, viveremos apenas como ovelhas que não se deixam conduzir pelo o auxílio e proteção de Jesus, Bom Pastor.

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Destarte, "Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo que age n’Ele e na Igreja, regenerando o mundo para a vida nova." (Papa Francisco, Angelus, 10/06/18).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

EM HONRA DA DIVINA MISERICÓRDIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,9-13)(21/09/20)

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Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa de são Mateus que foi chamado pelo Senhor quando exercia uma das atividades mais desprezadas pelos Judeus, ou seja, cobrar impostos do povo eleito para dar aos invasores Romanos; e por isso, era chamado publicano, isto é, pecador público como Zaqueu.

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Porém, uma das frases de Jesus mais reveladora da misericórdia de Deus, é esta: "Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. Ora, ao escutarmos essa frase o Senhor nos dá a certeza de que veio para nos salvar, porque todos somos pecadores necessitados da Sua Divina Misericórdia. 

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De fato, nenhum de nós pode afirmar que nunca pecou ou que não tem pecado, bem como escreveu são João: "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade." (1João 1,8-9).

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Portanto, caríssimos, Deus nos ama e usa sempre de misericórdia para conosco por meio do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; por isso, nunca vai deixar de agir em nosso favor, não obstante o alto grau de pecaminosidade dos seres humanos; porque, de fato, Ele enviou o Seu Filho amado para perdoar os nossos pecados e nos conduzir à vida eterna.

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Destarte, de Mateus que era tido como um pecador público Jesus o transformou em um grande santo, que continua pregando a Sua Boa Nova até o fim dos tempos, por meio do Evangelho que escreveu; assim, também nós mantenhamos a nossa confiança na Sua Infinita Misericórdia, porque é dela que brota a nossa salvação.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de setembro de 2020

TODOS SOMOS CHAMADOS POR DEUS...


 Homilia do 25°Dom do tempo comum(Mt 20,1-16a)(20/09/20)

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Caríssimos, a liturgia deste domingo trata do Reino de Deus, do trabalho desenvolvido Nele e da recompensa àqueles que com determinação se empenham arduamente pensando sempre na salvação de todos e não na própria recompensa. Pois, trabalhar no Reino de Deus é já fazer parte dele diretamente contribuindo com a salvação das almas.

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Mas, atenção, pois na primeira leitura o Profeta Isaías nos mostra que Deus é o Senhor de todos, por isso, à Ele devemos total obediência; isto porque muitos pensam e agem a partir de si mesmos e não da vontade de Dele, tornando inútil as ações que realizam, exatamente por não andarem nos Seus caminhos e nem fazerem a Sua Vontade.

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Com efeito, nesta parábola que Jesus nos conta no Evangelho de hoje, Ele nos resvela que o Patrão, Deus, chama à todos e não importa o tempo, mas a disponibilidade em atender o seu chamado; revela ainda que a recompensa é a mesma para todos não importa o quanto trabalham, mas o como trabalham, ou seja, sem interesses mesquinhos.

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De fato, "Os pensamentos humanos são muitas vezes marcados por egoísmos e interesses pessoais, e as nossas veredas estreitas e tortuosas não são comparáveis com os caminhos largos e retos do Senhor. Ele é misericordioso — não nos esqueçamos disto: Ele é misericordioso — perdoa amplamente, está cheio de generosidade e de bondade, que derrama sobre cada um de nós, abrindo a todos os territórios ilimitados do seu amor e da sua graça, os únicos que podem conferir ao coração humano a plenitude da alegria.


Maria Santíssima nos ajude a acolher na nossa vida a lógica do amor, que nos liberta da presunção de merecer a recompensa de Deus, e do juízo negativo sobre os outros. (Papa Francisco, Angelus, 24/09/2017).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de setembro de 2020

AS SEMENTES DA PALAVRA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,4-15)(19/09/20)

Caríssimos, a nossa vida é a terra onde cultivamos as sementes da Palavra do Senhor. Ora, essa terra precisa ser bem cuidada, adubada pela oração que é a permanente comunhão com Ele para assim darmos os frutos da Sua Santa Vontade. Quanto ao tempo, esse se encarrega de fazer crescer a planta das bem-aventuranças, das boas obras, dos atos de benevolência e misericórdia que são frutos maduros à serem colhidos na seara do Senhor para a salvação das almas.

No Evangelho de hoje Jesus nos mostra que existem três tipos de terrenos que não dão fruto algum por impedirem a fecundidade da Palavra, e um que dá muito fruto. São eles: o da beira da estrada onde a Palavra é facilmente esquecida e o maligno logo o ocupa; o do pedregulho em que a Palavra é acolhida, mas não cresce por falta de prática; o dos espinhos onde a Palavra é sufocada pelas preocupações com as riquezas e os vãos prazeres deste mundo. Por fim, o terreno bom que recebe a Palavra e vive dela, por isso, dão abundantes frutos.

Com efeito, o sentido da parábola é a fácil compreensão, pois, os que a escutam se põem dentro dela para assim perceber em que estado se encontra sua alma, e o que deve fazer para ser o terreno bom em que a Palavra do Senhor dá muitos frutos pela disponibilidade, a perseverança na sua prática, e o desejo de santidade.

Portanto, caríssimos, bem-aventurados os mansos e humildes de coração, que se põem na presença do Senhor para o escuta-lo como o fez Maria, a irmã de Lázaro; estes ouvirão do Senhor o que já havia dito de Maria: "No entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada." (Lc 10,42).

Destarte, quando se trata da prática da vida a Palavra de Deus é o único meio que nos leva a permanecer Nele, para Nele darmos muito fruto, como Ele mesmo disse: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

ENSINADOS POR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,1-3)(18/09/20)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra o que é realmente seguir Jesus a partir da condição de discípulos e discípulas tendo como fundamento a atividade que Ele realiza, como vemos nesta narrativa do Evangelho de Lucas: "Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus.

Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam."

Ora, o que nos chama a atenção nessa narrativa são dois detalhes que muito nos ajuda no seguimento do Senhor. Primeiro detalhe é o objetivo da pregação de Jesus: o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus; em seguida, não somente os doze o seguiam, mas também as muitas mulheres que o serviam com suas posses, ou seja, os ajudavam a manter-se enquanto evangelizavam, formando com eles a primeira comunidade cristã.

Portanto, caríssimos, analisando esse serviço para o bem e a salvação das almas, não podemos ter outro objetivo fora desse que o Senhor nos ensina: a pregação da Boa Nova que é a ressurreição, a vida eterna no Reino de Deus; depois, prestar esse serviço com a certeza da Sua Divina Providência, ou seja, de que nada nos falta quando vivemos em estado de graça na Sua presença.

Destarte, seguir Jesus, de fato, é desporjar-se dos interesses pessoais ("deixa tudo e me segue"); da busca da fama("negue-se à si mesmo") e do poder ("toma tua cruz de cada dia"). Sem esse despojamento somos discípulos de nós mesmos e não de Cristo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

AS LÁGRIMAS DA SALVAÇÃO ETERNA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,36-50)(17/09/20)

Caríssimos, o tempo passa, as situações mudam, mas a tendência humana de emitir juízos condenatórios contra o próximo continua fazendo vítimas e mais vítimas por conta de atitudes julgadoras e punitivas que desestabiliza os que procedem assim, isso acontece por não usarem a misericórdia e o perdão que são tão necessários para à conversão e o retorno ao Senhor.

No Evangelho de hoje Jesus foi convidado para uma refeição na casa de um mestre da lei, homem tido como sábio e conhecedor das Sagradas Escrituras. Mas, tal homem ao ver uma pecadora pública sentar por trás de Jesus e lavar os seus pés com suas lágrimas, enxugando-os com seus cabelos e perfumando-os; logo, encontrou motivo para condena-lo. 

No entanto, sem incômodos, Jesus conta uma pequena parábola mostrando-lhe como Deus age diante dos que se arrependem dos pecados cometidos, dando-lhes uma nova chance para viverem em estado de graça, isto é, salvos; bem como disse Jesus àquela mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!”

Portanto, caríssimos, vivemos em meio à um mundo intolerante, que condena até mesmo os inocentes. Mas isso acontece por ignorar o Senhor e a salvação que nos trouxe. De fato, é mais fácil seguir as tentações e praticar os pecados que o maligno sugere por meio delas, do que seguir o Senhor com a cruz de cada dia.

No entanto, a cruz de cada dia assumida por amor ao Senhor e ao próximo, nos conduz à ressurreição, ao Reino dos céus, à vida eterna. Enquanto que a facilidade que o pecado oferece, leva os que nele perseveram à tristeza da perdição eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

MARIA MARTIRIZADA COM SEU FILHO JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/09/20)

Caríssimos, ontem a Santa Igreja celebrou a Festa da Exaltação da Santa Cruz e hoje celebra a memória de nossa Senhora das dores, aquela que também sofreu o martírio juntamente com o seu Filho Jesus, carne de sua carne e sangue do seu sangue. De fato, só conhece a dor do martírio cruento quem já o sofreu no mais íntimo da alma.

Mas, como em Deus tudo tende à um fim justo, santo, divino e eterno; os martírios, de Jesus e de Sua Mãe, Maria Santíssima, nos ajudam a compreender que o modo como Deus realiza o Seu Plano de amor para a nossa salvação é infinitamente superior à tudo que podemos imaginar; pois, em vista da nossa redenção não evitou oferecer e reber em oblação o Seu próprio Filho e sua santa Mãe.

De fato, após o pecado da desobediência, a dor, o sofrimento e a morte passaram a fazer parte da humanidade; e nem mesmo Deus em Seu Infinito amor se polpou desses sofrimentos por causa dos nossos pecados, ou seja, Ele mesmo quis assumir as nossas dores por meio do Seu Filho amado, como profetizou Isaías:

"Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas." (Is 53,4-5)

Portanto, caríssimos, contemplar as dores de Maria Santíssima aos pés da cruz de Seu Filho Jesus, é também compreender que dessa sua grandissima dor, desse seu martírio de amor, nasceu a sua missão maternal para conosco ao ouvir de seu Filho as palavras que marcaram para sempre a história da nossa salvação: "Mulher eis aí o teu filho. Filho eis aí tua Mãe." (Jo 19,27).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

E QUANDO ME SINTO FRACO, ENTÃO É QUE SOU FORTE...

 


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,13-17)(14/09/20)


Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, bem como meditamos nestas Palavras do Senhor Jesus: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna." (Jo 3,13-15)

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Ora, Deus é Onipontente, Oniciente e Onipresente, ou seja, Deus pode Tudo. Mas, por que quis nos salvar por meio do terrível sofrimento e morte de cruz do Seu Filho Jesus? Exatamente porque Ele pode Tudo. De fato, com o advento do pecado da desobediência o sofrimento e a morte entraram na natureza humana e na criação; mas, por meio do sacrifício cruento do Seu Filho amado, o Senhor erradicou para sempre de nossas almas o pecado e as suas consequências. 

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Por esse motivo a cruz de Jesus é para nós o sinal permanente da nossa salvação, e segundo os Padres da Igreja, ela também será o sinal luminoso que aparecerá no céu quando da Sua Parusia, ou seja, quando da Sua vinda gloriosa para julgar os vivos e os mortos e elevar à plenitude o Seu Reino de amor e paz, como herança eterna para aqueles que o amam e o seguem fielmente até o fim.

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Portanto, caríssimos, a Cruz de Jesus aos olhos de quem se perde será sempre um sinal de contradição; isso porque não aceitam um Deus que aparenta não ter poder; um Deus que não reage quando injustamente julgado e condenado por seus algozes; e que se deixa assassinar cruelmente, como se Deus não fosse.

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Na verdade é como o Senhor revelou a são Paulo: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte." (2Cor 12,9-10b).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de setembro de 2020

O PERDÃO QUE NOS LIBERTA...


 Homilia do 24°Dom do tempo comum (Mt 18,21-35)(13/09/20)

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Caríssimos, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, não tem limites, porque é uma dádiva dos céus, aliás, é a Porta de entrada no paraíso; e tudo isso começa com o perdão que damos e recebemos; porque não perdoar é reter consigo os pecados julgados, porque se condenarmos os outros, nos condenamos na mesma medida, como nos ensinou o Senhor na parábola do Evangelho de hoje.

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Todavia, precisamos viver o perdão como um ato de justiça, que não exclui a justiça, ou seja, o justo juízo de quem é culpado ainda que seja para perdoa-lo; pois, é preciso reparar os danos causados pelos maus atos praticados, para que se viva uma vida digna sem causar danos à mais ninguém.

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Mas, e como se faz isso? Mediante o arrependimento sincero, a confissão e o perdão sacramental; e o retorno ao convívio do Senhor, como vimos na parábola do filho pródigo, tendo em vista um novo começo, porém, livres dos pecados que foram praticados, como vemos no Salmo 31: "Feliz aquele cuja iniqüidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argúi de falta, e em cujo coração não há dolo."

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Portanto, caríssimos, perdoar é amar é fazer a vontade de Deus que nos perdoa sempre, para que também perdoemos os nossos devedores com a mesma medida do Seu perdão e da Sua infinita misericórdia. De fato, o perdão é a fonte da verdadeira da paz e da felicidade eterna, porque quem perdoa sempre vive livre de todos os males. 


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 12 de setembro de 2020

FUNDADOS NA ROCHA DA VIDA ETERNA QUE É CRISTO...

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Lc 6,43-49)(12/09/20)


Fundados na Rocha da vida eterna que é Cristo...


Caríssimos, crê em Cristo Jesus, é viver a Sua Palavra como a única regra que nos conduz a vida eterna. Sem dúvida o mundo como sempre está repleto de mestres, de doutos eruditos, de incontáveis pregadores que proclamam palavras, ensinamentos e tantos outros argumentos, mas nenhum deles merece credibilidade se sua prática de vida não é fundamentada na Palavra de Jesus, o único Senhor e Salvador da humanidade. 

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De fato, muitos são os batizados, mas poucos os vivem o batismo conforme Cristo, ou seja, fundados na Rocha da Sua Palavra, que é o único meio de salvação; ora, mas isto acontece porque muitos vivem sem a prática da fé; cultivando apenas os próprios interesses, desse modo, fundados nessa areia movediça, sucumbem facilmente diante das tempestades do mar revolto deste mundo.

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Com efeito, o Evangelho de hoje nos mostra que o presente vivido em Cristo é também o futuro eterno com Cristo; e o presente sem Cristo, de igual modo, é o futuro eterno sem Ele. Por isso, não se pode viver autenticamente a fé se ela não é convivência real com o Senhor interna e externamente. Ora, os meios para isso são: a obediência aos Mandamentos e ao Magistério da Igreja; a vivência dos Sacramentos, a vida de oração e a prática das obras de misericórdia.

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Portanto, caríssimos, cuidemos para não caírmos na terrível tentação de viver de aparências, fingindo que somos de Cristo só pelo fato de sermos batizados; pois, ser cristão é viver imerso em Cristo, como nos ensinou são Paulo: "Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,19-20.)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Lc 6,43-49)(12/09/20)

Fundados na Rocha da vida eterna que é Cristo...

Caríssimos, crê em Cristo Jesus, é viver a Sua Palavra como a única regra que nos conduz a vida eterna. Sem dúvida o mundo como sempre está repleto de mestres, de doutos eruditos, de incontáveis pregadores que proclamam palavras, ensinamentos e tantos outros argumentos, mas nenhum deles merece credibilidade se sua prática de vida não é fundamentada na Palavra de Jesus, o único Senhor e Salvador da humanidade. 

De fato, muitos são os batizados, mas poucos os vivem o batismo conforme Cristo, ou seja, fundados na Rocha da Sua Palavra, que é o único meio de salvação; ora, mas isto acontece porque muitos vivem sem a prática da fé; cultivando apenas os próprios interesses, desse modo, fundados nessa areia movediça, sucumbem facilmente diante das tempestades do mar revolto deste mundo.

Com efeito, o Evangelho de hoje nos mostra que o presente vivido em Cristo é também o futuro eterno com Cristo; e o presente sem Cristo, de igual modo, é o futuro eterno sem Ele. Por isso, não se pode viver autenticamente a fé se ela não é convivência real com o Senhor interna e externamente. Ora, os meios para isso são: a obediência aos Mandamentos e ao Magistério da Igreja; a vivência dos Sacramentos, a vida de oração e a prática das obras de misericórdia.

Portanto, caríssimos, cuidemos para não caírmos na terrível tentação de viver de aparências, fingindo que somos de Cristo só pelo fato de sermos batizados; pois, ser cristão é viver imerso em Cristo, como nos ensinou são Paulo: "Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,19-20.)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.Maria OFMConv.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

TRAVE X ARGUEIRO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,39-42)(11/09/20)

Caríssimos, no Evangelho de hoje meditamos sobre um pecado recorrente em todos os tempos, trata-se do julgamento do próximo. Escutemos, então, o Senhor a respeito desse pecado grave: "Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Muitas vezes, todos sabemos, é mais fácil ou cômodo ver e condenar os defeitos e os pecados alheios, sem conseguir ver os próprios com a mesma lucidez. Escondemos sempre os nossos defeitos, inclusive de nós mesmos; mas, é fácil ver os defeitos alheios.

A tentação é sermos indulgentes conosco — benevolente consigo mesmo — e duros com os outros. É útil ajudar o próximo com conselhos sábios, mas quando observamos e corrigimos os defeitos do nosso próximo, devemos estar cientes que também nós temos defeitos.

Se penso que não os tenho, não posso condenar nem corrigir os outros. Todos temos defeitos: todos. Devemos estar cientes disto e, antes de condenar os outros, devemos olhar para dentro de nós mesmos. Assim podemos agir de modo credível, com humildade, testemunhando a caridade." (Papa Francisco, Angelus, 3/3/19)

Portanto, caríssimos, quando temos dificuldades na convivência com o próximo existe uma escolha a ser feita entre o juízo temerário e a correção fraterna; o juízo temerário traz em si o desamor e a discórdia que gera ódio, rancor e violência; pelo contrário, a correção fraterna vem sempre acompanhada pela misericórdia e o amor ao próximo como a si mesmo, por isso, gera a paz eliminando os conflitos. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O AMOR DE DEUS NÃO TEM LIMITE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,27-38)(10/09/20)

Caríssimos, a lei perfeita da liberdade é o amor com que nos amamos cumprindo a vontade de Deus, semelhante ao que escreveu são Tiago (Tg 1,25; 2,8.12); desse modo, compreendemos que só existe liberdade onde reina o amor de Deus; como também nos ensinou são João: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (1Jo 4,16b.8)

Então, como trazer para a nossa realidade essas palavras dos Apóstolos, uma vez que vivemos numa sociedade onde os pecados da língua ferina, isto é, falar mal do próximo, são os mais cometidos? Uma sociedade na qual poucos são os que dão a vida pelo bem do próximo mesmo se este não os ama? Então, como amar assim sem jamais deixar de faze-lo?

As respostas à essas perguntas se encontra na liturgia deste dia. Trata-se do amar sem julgar, quem é digno ou não de ser amado, ou seja, é o amor sem medida, porque somente esse amor é gerador da vida eterna uma vez que nasce da permanente presença de Deus, que é amor, em nossas almas como nos ensinou são João (cf. 1Jo 4,8.16)

Comentando esse Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "Não é suficiente não odiar, é preciso perdoar; não basta deixar de ter rancor, é necessário rezar pelos inimigos; não é suficiente não ser causa de divisão, é preciso levar a paz onde ela não existe; não basta deixar de falar mal dos outros, é necessário interromper quando ouvimos falar mal de alguém, impedir a bisbilhotice: isto significa praticar o bem." (Papa Francisco, Angelus, 12/08/18).

São Máximo, o Confessor (sec. VI) discorrendo a respeito dos pecados da língua, disse: "Não abras os ouvidos ao que diz a língua do caluniador, e que a tua língua não fale ao ouvido do que ama dizer mal. Não tenhas prazer em falar contra o teu próximo, nem em ouvir o que se diz contra ele, a fim de não te privares do amor divino nem seres afastado da vida eterna." (Centúria I sobre o amor, n.º 16, 56-58, 60, 64)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

AS DUAS VIAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,20-26)(09/09/20).

Caríssimos, conforme as graças que em Cristo Jesus nos foram dadas, precisamos multiplica-las para não nos deixar levar pelas tentações que chegam à nossa mente; isto porque os pecados gerados por tais tentações, destrói a nossa comunhão com o Senhor, e nos faz escravos dos vícios e das contendas que estão arruinando a boa convivência e o amor fraterno.

O Senhor nesta liturgia nos ensina a não perdermos tempo com a busca das riquezas aparentes e do pretenso "bem estar" deste mundo, que na verdade em nada contribui para a salvação das nossas almas; mas à empenhar todo o nosso tempo na prática das bem-aventuranças como expressão da sua presença em nossa vida. Pois, ser bem-aventurados não é um privilégio, mas o resultado da busca perseverante da santidade presente nelas.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que existem duas vias pelas quais os homens chegam à eternidade: a primeira, como vimos, é a via das bem-aventuranças, que são as cruzes que portamos cada dia por segui-lo. A segunda, é a via do "aí de vós", ou seja, trilhada pelos que buscam poder, fama e prazer como se a vida se resumisse nisso.

Portanto, caríssimos, escutemos o Senhor que nos revela qual o resultado dessas duas vias: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perde-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobra-la-á.

Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." (Mt 16,24-27).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

FESTA DA NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,18-23)(08/09/20)

Caríssimos, a Santa Igreja hoje celebra a Festa da Natividade de Nossa Senhora, ou seja, o dia do seu nascimento. Ora, assim como no início da criação, os nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram criados puros, imaculados; de igual modo, assim também Deus Pai fez nascer à Santíssima Virgem Maria em vista da encarnação do Seu diletíssimo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, para realização do Seu Plano para a nossa redenção.

De fato, a Criação é uma obra perfeita, porém, dentro do santo propósito com o qual Deus a criou, ou seja, a nossa participação na Sua natureza divina (cf. 2Pd 1,3-11) por meio da obediência à Sua Santa Vontade.

O fato é que, com o advento do pecado da desobediência de parte dos anjos e dos homens, o mal se instalou nessa obra de tal forma que para extirpar-lo, se fez necessário a encarnação, morte e ressurreição do Seu Filho, Jesus Cristo.

Com efeito, após o pecado dos nossos primeiros pais, Deus não os abandonou ao infortúnio da queda, mas permaneceu sustentando todas as coisas criadas com Sua Onipotência Divina, dando-lhes a promessa da salvação eterna, por meio de uma mulher cujo descendente derrotaria o maligno, autor do pecado e da morte.

Portanto, caríssimos, o nascimento da Santíssima Virgem Maria e do seu Filho Jesus Cristo, é o cumprimento e a realização dessa promessa feita por Deus a Adão e Eva (cf. Gn 3,15). Destarte, nessa Festa da Natividade de Nossa Senhora, o Senhor nos recorda que somos Seus filhos e filhas adotivos em Seu Filho, Jesus Cristo, e que temos como mãe a Sua Mãe, Maria Santíssima.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 6 de setembro de 2020

A CORREÇÃO FRATERNA...


 Homilia do 23°Dom do tempo comum (Lc 6,1-5)(06/09/20)

Caríssimos, quando as almas se desligam de Deus por não fazerem a Sua Santa Vontade, facilmente se deixam levar pelas tentações, de modo que começam agir a partir dos maus pensamentos que chegam à sua mente, e o resultado nefasto são as discórdias e as ofensas que se multiplicam como uma espiral de incômodos e perturbações.

Com efeito, a liturgia deste domingo nos conduz à correção fraterna como meio para apaziguar os nossos corações, limpando-os dos distúrbios causados pelas ofensas vindas dos juízos temerários que fazemos uns aos outros. Nela Jesus nos indica o diálogo, a compreensão mútua e a oração como meios para se voltar à paz e ao convívio fraterno.

São Paulo, na segunda leitura discorrendo sobre o amor mútuo, assim nos exorta: "Irmãos: não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei." (Rm 13,8.10).

De fato, aqueles que vivem segundo a vontade de Deus amam sempre, perdoam sempre, e por isso, nunca se ofendem mesmo quando atingidos pelas injustiças e os maus juízos advindos do mal entendimento e da ausência do amor fraterno.

Portanto, caríssimos, encontremos mil motivos para amarmos a Deus sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos; porém, jamais encontremos motivo algum para não amarmos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 5 de setembro de 2020

Os Milagres na Vida de São Francisco de Assis

               A vida de Francisco de Assis a partir de Tomás de Celano

Ir. Edson Cortasio Sardinha, oesi

 Milagres

 Hoje é celebrado São Francisco de Assis, exemplo de pobreza, harmonia e paz  - Paróquia São José 

Milagres

            Francisco de Assis realizou inúmeros milagres – seja diretamente, através de seu contato ou bênção, seja indiretamente, através de algum objeto seu. A seguir, serão relatados alguns desses milagres.

Percorrendo o Vale de Espoleto, chegando perto de Bevagna, Francisco encontrou uma grande quantidade de pássaros; ele deixou seus companheiros e correu em direção aos mesmos; cumprimentou-os e ficou admirado quando percebeu que as aves não fugiram. Então, pediu para que as aves ouvissem a Palavra de Deus:

           

Entre muitas outras coisas, disse-lhes o seguinte: ‘Passarinhos, meus irmãos, vocês devem sempre louvar o seu Criador e amá-lo, porque lhes deu penas para vestir, asas para voar e tudo de que vocês precisam. Deus lhes deu um bom lugar entre as suas criaturas e lhes permitiu morar na limpidez do ar, pois, embora vocês não semeiem nem colham, não precisam se preocupar porque Ele protege e guarda vocês’. Quando os passarinhos ouviram isso, conforme ele mesmo e seus companheiros contaram depois, fizeram uma festa à sua maneira, começando a espichar o pescoço, a abrir as asas e a olhar para ele. Ele ia e voltava pelo meio deles, roçando a túnica por suas cabeças e corpos. Depois abençoou-os e, fazendo o sinal da cruz, deu-lhes licença para voar  (1Cel 21.58.6-10).

 

 

            Ao sair dali, Francisco começou a acusar-se de negligente, por não ter pregado antes para as aves, que tinham ouvido a Palavra de Deus com tanto respeito.

Isso fez com que passasse a exortar todos “os pássaros, animais, répteis e até as criaturas inanimadas, a louvarem e amarem o Criador, já que, por experiência própria, comprovava, todos os dias, como obedeciam quando invocava o nome do Salvador” (1Cel 21.58).

Assim, as criaturas irracionais obedeciam a Francisco. Certa vez, foi ao povoado de Alviano para pregar a Palavra de Deus.

 

 

 

Ao começar a pregar, foi interrompido por várias andorinhas: pediu silêncio aos pássaros e foi obedecido na mesma hora! Isso serviu de sinal para que as pessoas chegassem à conversão.

 

Esta relação de Francisco com os animais passou a ser comum: coelhos e lebres corriam para seus braços, peixes lhe escutavam... Os sinais de Deus eram evidentes em sua vida – certa vez, quando estava doente, abençoou um copo de água e este se transformou em vinho.

Após o milagre com os pássaros, foi para a cidade de Ascoli. Ali, sua pregação levou trinta homens (entre clérigos e leigos) a receberem, de suas mãos, o hábito da Ordem. 

Pessoas levavam pães para ele os abençoar; pães abençoados por ele eram guardados e dados às pessoas doentes que, ao comê-los, ficavam curadas; partes de suas vestes eram cortadas e levadas aos enfermos e muitos, também, eram curados.

Gualfredúcio, um cristão que morava com sua família em Città della Pieve, tinha consigo uma corda que Francisco já tinha usado em sua cintura: ele mergulhava a corda na água e dava esta água aos enfermos, de casa em casa, e todos eram curados.

Na cidade de Toscanela, Francisco ficou hospedado na casa de um senhor que tinha um filho único, que era coxo e extremamente fraco; por solicitação da família, Francisco orou e a criança foi curada.

Quando esteve em Narni, foi solicitado pelo bispo da cidade para ir à casa de um homem chamado Pedro, que estava paralítico há cinco meses; ao chegar e abençoá-lo, Pedro ficou imediatamente curado.

Na mesma cidade, uma mulher cega ficou milagrosamente curada com a bênção de Francisco. Em Gúbio, havia uma mulher que tinha as duas mãos paralisadas: Francisco tocou nas mãos e elas foram curadas.

Um frade padecia de uma doença atribuída a demônios (na verdade, era epilepsia): Francisco foi visitá-lo, orou, fez o sinal da cruz e ele ficou imediatamente curado.

No povoado de San Gémini, Francisco ficou hospedado com três discípulos na casa de um homem temente a Deus, que tinha uma esposa que sofria de ataques do demônio; depois de muita insistência, Francisco pediu para que cada frade ficasse no canto do quarto e repreendeu o demônio com as seguintes palavras: “Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, mando-te, por obediência, ó demônio, que saias dela e jamais te atrevas a molestá-la” (1Cel 25.69) e, na mesma hora, a mulher ficou liberta.

Em Città di Castello, outra mulher possessa do demônio foi liberta pela oração de Francisco... 

            Os milagres na vida de Francisco foram resultados de uma vida de oração e piedade.

Ele tinha uma vida ativa na pregação, mas vivia em inteira disciplina de oração; procurava lugares desertos para poder viver o silêncio e a intimidade com o Senhor:

 

Seu porto seguro era a oração, que não era curta, nem vazia ou presunçosa, mas demorada, cheia de devoção e tranquila na humildade. Se começava à tarde, mal a podia acabar pela manhã. Andando, sentado, comendo ou bebendo, estava entregue à oração. Gostava de passar a noite orando sozinho em igrejas abandonadas e construídas em lugares desertos, onde, com a proteção da graça de Deus, venceu muitos temores e muitas angústias. Lutava corpo a corpo com o demônio, porque, nesses lugares, não só o tentava interiormente, mas, também, procurava desanimá-lo, com abalos e estardalhaços exteriores. Mas o valente soldado de Cristo sabia que o seu Senhor tinha todo o poder, e não cedia às amedrontações, dizendo, em seu coração: ‘Malvado, as armas da tua malícia não me podem ferir mais aqui do que se estivéssemos em público, na frente de todo mundo’ (1Cel 27.71.3 e 72.1-2).

 

O que você destaca no texto?

Como serve para sua espiritualidade?

 

PORQUE O FILHO DO HOMEM É SENHOR TAMBÉM DO SÁBADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,1-5)(05/09/20)

Caríssimos, a essência da Lei é o encontro com Deus e a permanência Nele, para assim realizarmos a sua vontade que significa a comunhão entre nós por seu Filho Jesus Cristo que nos faz um só com Ele, por Ele e para Ele. Por isso, quando a observância da Lei nasce da interpretação rígida e subjetivista, tira dela a beleza da comunhão fraterna, impodo-lhe normas e restrições meramente humanas, isto é, desprovidas da graça divina. 

Na primeira leitura são Paulo nos mostra que a observância autêntica da Lei nasce da renúncia de si mesmo, para dar lugar ao Espírito Santo que sempre nos conduz à unidade da fé e da prática do amor fraterno que nos leva à perfeita comunhão com Deus e entre nós. Por isso, disse: "Que o nosso exemplo vos ensine a não vos inchar de orgulho, tomando o partido de um contra outro, e a “não ir além daquilo que está escrito”.

No Evangelho de hoje os escribas e fariseus mais uma vez munidos literalmente da observância externa da Lei, querem impo-la a Jesus e aos discípulos; e faziam isso por conta da intolerância, porque não suportavam a liberdade da prática da Lei mesmo essa visando apenas suprir as necessidades naturais dos seus praticantes.

De fato, o Senhor já o havia dito: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida." (Jo 6,63). E ainda são Paulo: "Deus é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." (2Cor 3,6).

Portanto, caríssimos, escutemos com atenção redobrada estas palavras do Santo Padre, o Papa Francisco: "A liberdade de Jesus contrasta com a falta de liberdade dos doutores da lei daquele tempo, que estavam paralisados por uma interpretação e prática rigoristas da lei. Jesus não Se limita a uma atuação aparentemente «correta», mas leva a lei à sua plenitude; e, por isso, quer colocar-nos nessa direção, nesse estilo de seguimento que implica ir ao essencial, renovar-se e envolver-se."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

VINHO NOVO, ODRES NOVOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,1-11)(04/09/20)
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Caríssimos, se tem uma tentação que é constante em nossa vida, essa é a de julgar o próximo; por isso, precisamos ser vigilantes (cf. Mt 26,41; Lc 6,36-38), como nos ensinou o Senhor para não cairmos nessa tentação. Pois, só é possível vivermos em paz quando pela oração mental impedimos todo tipo de tentação, especialmente os julgamentos.
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No Evangelho de hoje Jesus ofusca o julgamento de valor dos Fariseus que o criticaram por verem que os seus discípulos não estavam jejuando; no entanto, o Senhor já os havia orientado sobre essa prática penitencial: "Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
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Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á." (Mt 6,16-18).
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Com efeito, a nossa fé no Senhor Jesus se fundamenta na obediência à Ele, por meio da prática da Sua Palavra, bem como nos ensinou são João: "Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele.
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Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele:
aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,3-6).
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Portanto, caríssimos, em Cristo tudo é sempre novo e Ele o demonstra nesse Evangelho por meio da parábola do remendo novo e do vinho novo.
Comentando essa parábola o Santo Padre, o Papa Francisco, disse que os odres e o vinho novo são "as Bem-aventuranças, a lei perfeita do amor que nos liberta das nossas estruturas caducas."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

TODOS SOMOS CHAMADOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,1-11)(03/09/20)
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Caríssimos, certa feita escreveu São Paulo: "Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis." (Rm 11,29). De fato, a autenticidade do chamado divino se faz presente diretamente em nossas almas, ou então nos sinais externos que nos leva a reconhecer nossa pequenez e ao mesmo tempo a grandeza do chamado; bem como aconteceu com são Pedro no Evangelho de hoje, em que depois da pesca milagrosa ele diz a Jesus: "Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”
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O fato é, que todos são visitados e chamados por Deus a viver "em santidade e justiça na Sua Presença" por meio do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Ocorre que muitos não o escutam por decisão própria ou mesmo O ignoram; preferindo o cultivo de inúmeros pecados, que os distanciam ainda mais da Sua Divina Misericórdia.
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Meditemos com mais afinco esse episódio da pesca milagrosa: "Quando acabou de falar à multidão, Jesus disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam."
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Sem dúvida, esse episódio "interpela-nos: sabemos confiar verdadeiramente na palavra do Senhor? Ou então nos deixamos desanimar pelos nossos fracassos?" Caríssimos, é maravilhoso saber-se perdoados, amados e protegidos por Deus, quando reconhecemos que somos pecadores e que tanto precisamos viver sob Seus cuidados.
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Por fim, peçamos "Que a Virgem Maria nos ajude a compreender cada vez mais que ser discípulos significa colocar os nossos pés nas pegadas deixadas pelo Mestre: são os passos da graça divina, que volta a gerar a vida para todos." (Papa Francisco, trechos do Angelus, 07/02/16).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

AS PALAVRAS REVELAM, AS OBRAS CONFIRMAM QUE O REINO DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE NÓS



PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,38-44)(02/09/20)

Caríssimos, o pecado da divisão é próprio dos que servem ao maligno, ainda que digam que estão servindo o Senhor Jesus; isso porque o espírito de divisão é o espírito do anticristo. É isso o que meditamos na primeira leitura de hoje em que são Paulo repreende os Coríntios por conta do espírito imundo de divisão.

Carta aos Filipenses, escreveu são Paulo: "Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos." (Fl 2,3-4).


"O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus que, depois de ter pregado na Sinagoga de Cafarnaum, cura muitos doentes. Pregar e curar: esta é a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação Ele anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que está próximo, que o Reino de Deus se encontra no meio de nós.

Ao entrar na casa de Simão Pedro, os discípulos intercedem em favor de sua sogra que está de cama com febre alta; e imediatamente o Senhor pega na sua mão, cura-a e diz-lhe para se levantar. Ao pôr-do-sol, quando, tendo terminado o sábado, o povo pode sair e levar-lhe os doentes, cura uma multidão de pessoas atormentadas por doenças de todos os gêneros: físicas, psíquicas, espirituais.

Tendo vindo à terra para anunciar e realizar a salvação de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma particular predileção por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os possuídos pelo demônio, os doentes, os marginalizados.

Assim Ele revela-se médico tanto das almas como dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro Salvador; Jesus cura, Jesus sara. (Papa Francisco, trechos do Angelus, 08/02/15)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

EXPERIMENTANDO O PODER DO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,31-37)(01/09/20)
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Caríssimos, esta liturgia de hoje nos leva a conhecer Jesus como Ele é; nos leva à experimentar o seu poder, e por Ele conhecer o Pai e o Seu infinito amor que nos liberta de todo mal. De fato, ao fazermos a experiência de viver em Sua presença, logo percebemos que crer e permanecer Nele é viver a liberdade que Ele nos dá em meio às tribulações deste mundo.
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O Santo Padre, o Papa Francisco, ao comentar esse Evangelho, disse: "O poder de Jesus confirma a autoridade do seu ensinamento. Ele não pronuncia apenas palavras, mas age. Assim manifesta o projeto de Deus com as palavras e com o poder das obras.
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Com efeito, no Evangelho vemos que Jesus, na sua missão terrena, revela o amor de Deus tanto com a pregação como com numerosos gestos de atenção e socorro aos doentes, aos necessitados, às crianças, aos pecadores.
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Jesus é o nosso mestre, poderoso em palavras e obras. Jesus comunica-nos toda a luz que ilumina o caminho, por vezes escuros, da nossa existência; comunica-nos também a força necessária para superar as dificuldades, as provas, as tentações.
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Pensemos na grande graça que é para nós ter conhecido este Deus tão poderoso e bondoso! Um mestre e um amigo, que nos indica o caminho e cuida de nós, sobretudo quando estamos em necessidade. (Papa Francisco, trechos do Angelus, 28/01/18)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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