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domingo, 30 de setembro de 2018

TENHO OUTRAS OVELHAS QUE NÃO SÃO DESTE REBANHO...


Homilia do 26°Dom do tempo comum (Mc 9,38-43.45.47-48)(30/9/18).

Caríssimos, constantemente somos tentados a julgar e condenar os outros ao invés de usarmos de misericórdia com todos. De fato, existem certas atitudes abomináveis humanamente difícil de suportar. No entanto, precisamos escutar o Senhor e pôr em prática o que Ele nos ensina: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados."

Na primeira leitura de hoje, a graça do Espírito Santo foi derramada sobre todos os 72 escolhidos por Deus para estarem com Moisés em oração na tenda de Reunião, e mesmo sem dois deles estarem presentes diante de Deus, não deixaram de receber essa graça como os demais. Pelo que Josué ponderou à Moisés: "Moisés, meu Senhor, manda que eles se calem!" Moisés, porém, respondeu: “Por que és tão zeloso por mim? Prouvera a Deus que todo o povo do Senhor profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu Espírito!”

Com efeito, também João no Evangelho de hoje, leva à Jesus o caso de um exorcista judeu que expulsava demônios em seu nome: "Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. Ao que Jesus respondeu:  “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor."

Caríssimos, a Igreja não é uma comunidade fechada em si mesma, mas é o próprio Corpo de Cristo formado por todos os que ouvem à sua voz também para além de suas fronteiras. De fato, a graça transpõe a natureza, pois o perdão e a misericórdia do Senhor são graças infinitas, por isso, não se pode limitar o que não tem limite; é bem como escreveu São Paulo : "Aonde abundou o pecado super abundou a graça." De fato, eis o que disse o Senhor: "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 29 de setembro de 2018

FESTA DOS ARCANJOS SÃO MIGUEL, SÃO GABRIEL E SÃO RAFAEL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,47-51)(29/9/18).

Caríssimos, todos nós que aqui vivemos dependemos do invisível que nos governa, tanto naturalmente como espiritualmente por suas leis imutáveis; no entanto, temos a liberdade de escolha e decisão, e só a perdemos quando pecamos, pois nos tornamos escravos do pecado que permitimos. Porquanto, somos um misto de naturalidade temporal, representada pelo nosso corpo, e eternidade espiritual, representada pela nossa alma.

Com efeito, vivemos envoltos pelo mistério de Deus, isto é, pelo Seu poder maravilhoso presente na perfeição de sua criação; mas ao mesmo tempo sentimos um poder antagônico que constantemente atenta contra a nossa vida. É uma força negativa que se dá a conhecer pelos maus pensamentos, que se consentidos, geram toda espécie de desajuste psíquico, físico, moral e espiritual.

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael. Pois, são eles que servem a Deus diante do seu Trono, cumprindo as suas ordens em favor dos seus filhos e filhas que ainda estão neste mundo. Como meditamos na Carta aos Hebreus: "Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?"

Conclusão: Na Sagrada Escritura, São Miguel é descrito como protetor do povo de Deus e por isso seu nome significa "Quem é como Deus?" Já São Gabriel significa "Força de Deus", pois foi enviado para anunciar aquele que se dignou vir até nós para nos libertar de todo mal. E, por fim, São Rafael, que significa "Deus cura", porque ao tocar nos olhos de Tobias, este foi curado de sua cegueira.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A IDENTIDADE DIVINA DE JESUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,18-22)(28 /9/18).

Caríssimos, contemplando a criação, e a reconhecendo como obra das mãos de Deus, nos reconhcemos também como obras Suas, pois não tem como ignorar a grandeza da criação e o seu poder presente nela. Aliás, São Paulo já o havia dito isso: "Porquanto o que se pode conhecer de Deus os homens o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência."

De fato, é impossível pensar a vida natural sem sua Fonte Primeira; ora, negar essa verdade é retrair-se ao nada que somos quando negamos a evidência de Deus na obra da criação e por consequência em nossa vida. Na primeira leitura de hoje, o autor do Livro do Eclesiastes medita sobre o tempo e os acontecimentos que se dão nele, e com isso, retrata também as ações humanas e seus antagonismos presente em todos os sentidos de nossa vida.

É verdade, somos frágeis, mas só quando não vivemos em comunhão com a vontade do nosso Pai Celestial por meio da fé; pois Ele nos amou em nossa fragilidade, nos enviando o Seu Filho amado numa carne semelhante à nossa para nos libertar da escravidão do pecado e da morte; e por esse Filho nos cumulou com os dons do Seu Espírito para assim nos conduzir à vida eterna.

Portanto, caríssimos, identificar Jesus em nossa vida por meio das virtudes do Espírito Santo que recebemos no batismo, é fundamental para transparecermos a nossa filiação divina, nós que estamos a caminho da felicidade eterna, tal como descreve a Carta aos Hebreus: "Vós, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da assembléia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

OS DISCÍPULOS DE CRISTO ANUNCIAM OS VALORES ETERNOS DO REINO DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,7-9)(27/9/18).

Caríssimos, a vida natural é um sopro que se esvai, nascemos e depois de um tempo já tomamos consciência do fim de nossa existência temporal; mas isso, de certo modo, nos alerta para o bem da vida, pois, para além da morte que nos cerca, cultivamos a esperança da vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor, que morreu e ressuscitou para nos garantir que a vida não tem fim.

Mas, vivendo em meio a esse paraíso terrestre que Deus criou, por que tudo não é só harmonia, beleza, bondade, comunhão, liberdade, amor, paz? Porque, na verdade, vivemos em meio a uma grande luta espiritual travada entre o bem que vem de Deus e o poder do mal, gerador do pecado e causa de toda ruína e perdição que existe.

Com efeito, nessa guerra espiritual o inimigo de nossas almas tem causado todas as divisões que constatamos em nossa sociedade e na face da terra. Ora, suas armas espirituais são estas: "Fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes." (Gl 5,19).

Caríssimos, muita atenção, pois São Paulo nos alerta contra o perigo de tais inclinações: "Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!" Isto porque atualmente a nossa sociedade está impregnada e destruída pelas ideologias políticas/partidárias causadoras de ódio, divisões, violência e morte. Por isso, evitemos tipo de adesão a elas, porque só assim seremos identificados como verdadeiros discípulos de Cristo, que nos ensinou a amar-nos uns aos outros como Ele nos tem amado. (cf. Jo 13,34).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

DISSE O SENHOR: IDE E ANUNCIAI, O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,1-6)(26/9/18).

Caríssimos, formar um discípulo do Reino de Deus é dá a ele a ciência do conteúdo eterno dos valores desse Reino, ou seja, é dar a ele uma espécie de visão antecipada de como são vividos esses valores pelos filhos de Deus em Sua presença no Reino dos Céus, para que anunciem a herança eterna que Deus reserva àqueles que o amam.

Ora, depois de instruir os seus discípulos com esse conteúdo, Jesus os enviou com o Seu poder sobre toda criatura, todavia os recomendou para não perderem tempo com os apegos aos valores deste mundo, porque eles só existem em função dos valores eternos. Disse Ele: "Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’." (Mt 10,7).

Então, quais são esses valores e como os discípulos devem se portar diante deles ao serem enviados? Vejamos: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." (Rm 14,17-19).

Destarte, todos nós que somos discípulos do Senhor, estamos à caminho do Seu Reino de amor, e aonde quer que sejamos enviados, anunciamos o que já vivemos da grandeza de seus valores eternos que nos faz comungar em tudo com a vontade do Senhor e nEle permanecer até que nos leve em definitivo à plenitude do Paraíso.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

NASCIDOS DA ÁGUA E DO ESPÍRITO SANTO, PORTANTO, FILHOS DE DEUS, IRMÃOS DE JESUS, FILHOS DA VIRGEM MARIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,19-21)(25/9/18).

Caríssimos, seguir a Cristo implica ter um coração semelhante ao de Cristo, pois Ele mesmo disse: "Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas." Ora, nenhum coração se assemelha mais ao Coração de Jesus do que o coração Imaculado de sua santa Mãe, que por vontade de Deus, gerou Seu Divino Coração que ora bate eternamente em Seu peito.

Com efeito, no Evangelho de hoje ouvimos a revelação de que a família do Senhor nasce do poder da fé, como bem nos ensinou São João: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus."

Assim, entendemos que para pertencer à santa família do Senhor, é preciso viver a mesma obediência que Ele viveu, como atesta essa passagem da primeira carta de São João: "Aquele que afirma permanecer em Cristo, deve também viver como ele viveu." E também Jesus nos atesta isso: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou."

Portanto, na história do Novo Testamento, quem primeiro conheceu os desígnios de Deus para a nossa salvação, foi a Virgem Maria, que pela anunciação do anjo Gabriel, gerou o Filho de Deus em seu santo ventre; e foi ela também que o nomeou e pronunciou pela primeira vez o Santíssimo Nome de Jesus; o nome, como disse São Paulo, acima de todo nome: "Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PERCORRENDO COM CRISTO O CAMINHO DA SANTIDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,16-18)(24/9/18).

Caríssimos, felizes são aqueles que têm o seu coração em Deus e cumprem fielmente os seus mandamentos, por isso, não se dispersam e nem se dão aos pensamentos vãos, desordenados e estranhos à vivência da fé, pelo contrário, vivem a unidade do Espírito pelo vínculo da paz, formando o Corpo de Cristo, isto é, a Igreja.

Ora, isso quer dizer que por meio do batismo Deus nos deu a graça de sermos seus filhos adotivos no Seu Filho, Jesus Cristo; bem como escreveu São Paulo: "O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados."

No salmo de hoje o salmista indaga: "Senhor, quem morará em vossa casa e em vosso templo santo habitará?" E logo ele mesmo responde: "É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua." De fato, nossas obras revela quem somos e com quem caminhamos para a eternidade. Assim, seguir a Cristo é ser um só com Ele em todo o nosso viver (cf. Gl 2,19-20).

Portanto, fazer a vontade de Deus é o único objetivo de nossa vida, como nos ensinou o Senhor: "Sede santos, assim como vosso Pai celeste é Santo." Ou seja, a santidade não é um privilégio de poucos, mas um dom de Deus para todos. Porém, para chegarmos à ela, precisamos percorrer o caminho que Jesus nos chama à percorrer com Ele; de fato, sabemos que o caminho é estreito e apertada é a porta, mas também sabemos que todos os que o seguiram, hoje vivem a felicidade eterna na glória do Seu Reino.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 23 de setembro de 2018

QUEM QUISER SER O PRIMEIRO, SEJA O SERVO DE TODOS...


Homilia do 25°Dom do tempo comum (Mc 9,30-37)(23/9/18).

Caríssimos, nas atuais circunstâncias, este mundo é um abismo profundo de perdição em ebulição, prestes à explodir. Falando à esse respeito, assim escreveu São Paulo: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!"

Caríssimos, por que me refiro a isso? Porque é essa a atual realidade cruel que estamos enfrentando, por isso, precisamos urgentemente usar as armas certas nesta luta espiritual que travamos. Com efeito, para vencer essa guerra é preciso manter o nosso encontro permanente com o Senhor, participando da Santa Missa, e comungando em estado de graça o Seu Corpo e Sangue, alimento espiritual que nos faz viver Nele.

Segundo, meditar com a Sagrada Escritura, em especial a liturgia diária, porque nela Deus nos fala diretamente; terceiro, rezar o santo terço diariamente, porque nele encontramos Maria Santíssima e meditamos com ela os mistérios da nossa salvação; quarto, confessar-se sempre que cometer faltas graves ou mesmo leves, sabendo que a confissão é o encontro sacramental com o perdão que Deus nos dá por sua Divina Misericórdia. Por fim, "orar sem cessar" e se possível jejuar e fazer penitência em reparação pelos pecados cometidos neste mundo.

Caríssimos, todo tempo que temos é tempo de Deus, por isso, precisamos dá a Deus o nosso tempo que é Dele, pois se não o fizermos estaremos desperdiçando com coisas e vãs preocupações esse dom tão precioso de Deus em nossa vida.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que a prática da fé requer o auxílio da humildade e da inocência no serviço que à Ele prestamos para o bem das almas que assistimos. Servir aos irmãos humildemente é servir ao Senhor prontamente, acolher os pequeninos é acolher o Senhor na inocência deles, pois, quem quiser ser o maior, disse o Senhor, seja o servo de todos, seja o último.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 22 de setembro de 2018

O SEMEADOR SAIU À SEMEAR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,4-15)(22/9/18).

Amados filhos e filhas de Deus, as Parábolas de Jesus são ensinamentos advindos do Pai pelos quais Ele semeia as Palavras de vida eterna; ouví-lo atentamente é deixar cair essas sementes no solo fecundo de nossas almas, para que germinando pela ação do Espírito Santo, produza frutos, cem por um.

Com efeito, sempre queremos entender o que nos é dito e para isto temos a razão; todavia quando esta é desprovida da graça já não nos basta, pois o único entendimento capaz de adubar o terreno infértil de nossa vida, é o profundo entendimento da fé, dom do Espírito Santo, que transpõe a nossa natureza com a clareza de Sua Divina Sabedoria.

As sementes da Palavra de Deus é a própria vontade de Deus, por isso, precisamos aguçar os ouvidos de nossa fé, para recebê-la na terra fertilizada do nosso coração e assim brotar os frutos da salvação para permanecermos nos celeiros do Senhor, como bem nos ensinou São Paulo: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor... Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar."

Caríssimos, para vivermos a Parábola contada hoje por Jesus, temos que nos libertar da interioridade aparente, do entusiasmo superficial e das preocupações sufocantes, atitudes representadas pelos três primeiros terrenos, para assim nos revestir da sabedoria da fé que confirma o nosso viver em Deus. Pois, se pensarmos bem, esta Parábola é como o espelho de nossas almas, ela reflete o nosso estado interior, isto é, aquilo que vivemos ou não da Palavra de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

COMO DEVEMOS LER OS ACONTECIMENTOS DA VIDA?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,9-13)(21/9/18).

Caríssimos, como alguém que está se afogando, e por si mesmo não consegue chegar à terra firme para respirar livremente sem perigo algum, assim somos nós quando vivemos mergulhados no mar revolto de nossos pecados, nada podemos por nós mesmos. Por isso, precisamos urgentemente de um salva vidas, o qual nos poderá salvar do abismo onde caímos.

Assim age o Senhor conosco, nos salva do abismo da perdição eterna para vivermos em estado de graça permanente e com Ele seguirmos fielmente o caminho do Reino de Deus. Com efeto, no Evangelho de hoje, São Mateus encontrou nas Palavras de Jesus, o socorro que precisava para seguí-lo fielmente sem jamais deixar de fazê-lo; ora, e é por isso, que hoje nos deliciamos com o Santo Evangelho que ele escreveu por obediência e amor a Deus.

Trocou a riqueza material pela pela riqueza da fé: "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!" Abandonou o mundo para viver em profunda comunhão com o Senhor: "Eis que deixamos tudo para ti seguir." (Mt 19,27b). Deu o mais rápido e preciso exemplo de conversão que encontramos na história da fé, narrado por ele mesmo: "Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus."

Portanto, caríssimos, muita atenção, para não nos comportarmos como aqueles que leem os acontecimentos da vida apenas externamente como pretexto para criticar; aprendamos com o Senhor à ler tais acontecimentos a partir dos valores eternos que Ele nos ensinou: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Paz e Bem!

 Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A QUEM MUITO AMOU, MUITO SE PERDOOU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,36-50)(20/9/18).

Caríssimos, Deus se faz sempre presente nas situações da vida, os homens é que não percebem isso por falta de discernimento e de compromisso para com Ele; às vezes, até o convidam para entrar em suas vidas, mas não o recebem devidamente, por isso, tendem a culpá-lo pelos próprios erros, e com isso não o amam nem se deixam amar. E o resultado é esse trágico confronto entre homens e homens por não viverem na sua presença.

Com efeito, Deus se faz presente visívelmente no meio de nós pela Santa Eucaristia, Corpo e Sangue do Senhor, Sacrifício de amor, Pão da vida eterna; Ele também se faz presente por Sua Divina Palavra proclamada e escutada diretamente por todos nós; se faz presente também em nossa oração, basta silenciar em nossa mente tudo o que não é a sua vontade, e com a devida atenção escutá-lo espiritualmente, pois a Verdade nos fala sempre.

Mas, como receber o Senhor e permanecer na sua presença? Caríssimos, a humildade de São Paulo na primeira leitura nos ensina isso, visto que ele se pôs no último lugar ao anunciar o mesmo Evangelho que os outros apóstolos anunciavam. Aliás, em outra passagem ele também deu seu testemunho à esse respeito: "Irmãos também eu, quando fui ter convosco, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado."

No Evangelho de hoje ouvimos a narração do convite que Simão fez a Jesus pra cear em sua casa. Ora, Deus nos escuta por nossas atitudes, pois elas revelam nossas intenções e o que somos e temos em nossos corações. A meretriz que muito devia a Deus, por causa de seus pecados, o amou muito mais por seu arrependimento e humildade, e por isso foi perdoada; Simão, mesmo se tendo por justo, não agiu como tal, e o resultado foi a revelação de que, de fato, pouco amava Deus.

Caríssimos, quando o nosso coração está cheio de falsos julgamentos e de nós mesmos, não existe nele espaço para a presença de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

JULGAMENTO & DISCERNIMENTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,31-35)(19/9/18).

Caríssimos, nenhum ser humano terá verdadeiro discernimento se não se dispojar do julgamento de valor. Ora, uma das maiores tentações que sofremos é a de julgar e condenar os outros, e em seguida divulgar isso pelos mais diversos meios de comunicação. Normalmente quem age assim, projeta nos outros os próprios pecados, por isso, não se sustenta por causa da incoerência com que se porta na vida.

Com efeito, em sua Carta, São Tiago, nos exorta sobre o perigo do mau uso da língua: "Meus irmãos, a língua está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso da nossa vida." Portanto, "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Porque haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia, porém, triunfa sobre o julgamento."

Caríssimos, Jesus é a Palavra Eterna do Pai. Ele nos ensinou que as palavras não são só palavras, mas sim um conteúdo espiritual que nasce de alguma fonte e chega à nossa mente, desse modo, quando aceitamos e dicidimos, ele gera as atitudes que externamos. Por isso, disse: "O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. Porque a boca fala do que lhe transborda do coração. Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado."

Caríssimos, quando se fala de discernimento e juízo de valor, trata-se de ver claramente qual a vontade de Deus e vivê-la, isto significa que jamais seremos coniventes com qualquer expressão incoerente contra os filhos e filhas de Deus. Portanto, o verdadeiro discernimento nasce em nosso coração quando não julgamos nem condenamos ninguém, mas os olhamos com o mesmo olhar de misericórdia com que Deus nos olha. Todavia, quando preciso for emitiremos o devido julgamento como discernimento do que seja trigo ou joio, cuidando de tirar primeiro a trave do próprio olho, para não cairmos no pecado da hipocrisia.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

SER IGREJA É SER EXPRESSÃO DA PRESENÇA DE DEUS NA VIDA UNS DOS OUTROS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,11-17)(18/9/18).

Caríssimos, nenhuma pessoa batizada pode pronunciar o nome Igreja sem que ela mesma seja Igreja; mas, que tipo de Igreja? Aquela que é santa por ser o Corpo Místico de Cristo, ou aquela que os incrédulos abandonaram e agora a criticam porque não estavam vivendo a santidade de Cristo pela devida obediência?

Por outro lado, também não podem ser chamados de Igreja aqueles que vivem dentro da Igreja, mas não obedecem ao que a Igreja ensina, não fazem a vontade de Deus como a Igreja faz, e não testemunham Jesus como a Igreja o testemunha; isto porque no pecado e no escândalo não existe a vontade de Deus, e onde a vontade de Deus não se faz presente, a Igreja também não se faz presente, porque a Igreja é a vontade de Deus para a salvação da humanidade.

Caríssimos, tudo na vida de Jesus é revelação da vontade do Pai; assim, suas palavras, seus gestos, seus milagres, seu modo de ser, tudo nos leva a crê, porque é expressão de quem Deus é, o que Ele nos diz e o que faz para sermos felizes, porque nos ama incondicionalmente. Ora, mas tão incondicionalmente que nos deu o Seu único Filho para sermos salvos por sua imolação na cruz.

No Evangelho de hoje, Jesus expressa sua compaixão por uma viúva que havia perdido o único filho; e diante de seus discípulos e da grande multidão que prestava solidariedade àquela mãe desolada, ele ressuscitou seu filho dos mortos, revelando a misericórdia do Pai presente nos valores eternos exercitados em meio as dores desta vida.

Assim, para todos aqueles e para nós que ainda estamos aqui, o seu gesto de solidariedade e de misericórdia, é o que precisamos para entender que o nosso viver só tem sentido quando somos expressões nítidas da presença de Deus na vida uns dos outros.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

"TUDO É POSSÍVEL AO QUE CRÊ."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,1-10)(17/9/18).

Irmãos e irmãs, "tudo é possível ao que crê," disse Jesus, desse modo, compreendemos que não existem barreiras que impeçam a ação poderosa da fé, porque a fé remove montanhas existenciais e todos os outros obstáculos que se apresentam como impedimento contra as suas ações.

Com efeito, crer é muito mais que fazer qualquer afirmação credente ou manifestação exterior de piedade; crer é experimentar o poder da fé mediante a ação direta do Espírito Santo, confirmando todas as graças necessárias para sanar as nossas enfermidades psíquicas, físicas, morais e espirituais.

No Evangelho de hoje, encontramos um oficial romano que demonstra a fé em Jesus por sua atitude de humildade e suas obras de caridade, como reza o texto: “O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”. Diferentemente de muitos que querem receber as graças do Senhor, mas sem nenhuma atitude de humildade e de fé que as alcance.

Portanto, nossa fé em Cristo é uma iluminação do Espírito Santo de Deus, que nos faz conhecer as graças sobre nós derramadas para darmos um verdadeiro testemunho de como acreditamos, bem como ouvimos do oficial: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente a teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de setembro de 2018

EMBORA ESSA PORTA SEJA ESTREITA É POR ELA QUE ENTRAMOS NA VIDA ETERNA...


Homilia do 24°Dom do tempo comum (Mc 8,27-35)(16/9/18).

Caríssimos, na Carta aos Hebreus existe uma recomendação para mantermos os olhos fixos no Senhor, pois nele está a perfeita razão espiritual de nossa fé, vejamos: "Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo."

Por isso, nunca se ponha na vida querendo salvar a própria vida, porque se assim se puser, vai perdê-la; mas se perdê-la por amor ao Senhor e ao Seu Santo Evangelho, a terá eternamente, como Ele mesmo ensinou: "Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á."

Ora, a vida presente foi nos dada em função da vida eterna, é esse o verdadeiro sentido de nosso viver nesse mundo; Jesus no Evangelho de hoje nos chama a identificá-lo, como o fez com os Apóstolos, mas identificá-lo tem o mesmo sentido de aceitar o seu e o nosso martírio por amor ao Pai, por isso, de nada adianta identificá-lo e querer seguir por outro caminho fora da vontade do Pai, que nesse caso é amá-lo incondicionalmente, isto é, abandonar-se inteiramente em suas mãos, como o fez Jesus e também nossa Senhora e todos os santos.

Portanto, não existe outro caminho para se chegar ao céu fora da cruz de Jesus; qualquer outra vereda ou atalho é desvio de rota que nos leva a lugar nenhum. Por isso, "a nossa proteção está no nome do Senhor que fez o céu e a terra," porque se assim nos entregarmos a Ele, nada temos à temer, pois embora essa porta seja estreita, é por ela que entramos na vida eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 15 de setembro de 2018

DE PÉ, A MÃE DOLOROSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/9/18).

Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Mãe dolorosa, que se encontra aos pés da cruz do seu Filho, Jesus, para oferecê-lo ao Pai em expiação dos nossos pecados. Desse modo, Maria sofreu com seu Filho as dores de seu martírio para que assim se consumasse o desígnio do Pai, "reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra." De fato, fomos redimidos pelo único sacrifício capaz de expiar os nossos pecados e de vencer o maligno para sempre.

Com efeito, Maria se encontra dentro do grande mistério do seu Filho, por isso, não tem como pensar a redenção sem essa união entre mãe e Filho, e entre Filho e mãe. Assim, as dores de Cristo são as dores de sua mãe, o amor de Cristo é também o amor de sua mãe; pois não existe divisão em quem o Espírito Santo uniu com a Sua Divina Perfeição. Somente assim entendemos que Deus se fez humano em tudo, menos no pecado, porque é Deus e em Deus não existe pecado.

Vejamos, então, a aceitação do sofrimento humano do Senhor: "Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se a causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem."

Portanto, celebrar a memória das dores de Nossa Senhora na hora do martírio do seu Filho, Jesus Cristo, é celebrar também a sua aceitação da vontade do Pai mesmo sem entender à princípio o porquê, mas apenas sofrer com Ele as dores do nosso resgate; pois a via dolorosa de Cristo e de Sua mãe é o preço pago pela nossa redenção, por isso, o Sangue de Cristo tem todo poder sobre o céu e sobre a terra.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,13-17)(14/9/18).

Caríssimos, a vida neste mundo é só um sopro, todavia, quando a vivemos como vontade de Deus, ela é eterna porque Deus nos criou para a eternidade. Porém, para chegarmos a esse Seu desígnio, é preciso atravessar o deserto deste mundo carregando a nossa cruz de cada dia. O povo de Deus para chegar à terra prometida fez o trajeto do deserto, mas, não sozinho, pois o Senhor o conduziu.

Também em nossa travessia não estamos sozinhos, Jesus mesmo se fez o caminho por onde chegamos ao céu, à morada do Pai. Ora, mas, para nos dar à bonança da vida eterna e nos livrar do inferno, o Filho de Deus sofreu as piores humilhações, calúnias, torturas, psicológicas e físicas; enfim, sofreu a mais cruel das mortes, ser pendurado numa cruz "como escória da humanidade, homem das dores, diante do qual cobrimos o rosto."

Com efeito, só conhece o peso da cruz de Jesus quem o acompanha em seu sofrimento, à exemplo de São Paulo, que disse: "Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja” (Col 1, 24). De fato, a cruz sempre foi vista como um instrumento de tortura e de morte, mas depois que o Filho de Deus nela morreu e ressuscitou, a cruz passou a ser o símbolo da nossa redenção; da vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e o inferno.

Portanto, celebremos com toda a Igreja a Festa da Exaltação da Santa Cruz, pela qual o Senhor nos salvou, rezemos, então, com amor e piedade a oração inicial da Santa Missa de hoje: "Ó Deus, que para salvar a todos dispusestes que o vosso Filho morresse na cruz, a nós, que conhecemos na terra este mistério, dai-nos colher no céu os frutos da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

SEGUIR JESUS É FAZER A VONTADE DO PAI...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,27-38)(13/9/18).

Caríssimos, vivemos em meio aos mais diversos tipos de relacionamentos e ninguém vive sem eles; porém ou no mais das vezes, nos esquecemos do mais importante de todos, nosso relacionamento filial com Deus, porque é dele que depende o nosso bem estar no mundo e entre nós. Relacionar-se filialmente com Deus significa viver em comunhão com Ele por meio da oração e da obediência aos Seus Santos Mandamentos e aos ensinamentos de Jesus.

Com efeito, em meio à tantos relacionamentos somos tentados das mais diversas formas, em especial pelo julgamento condenatório dos outros e até de nós mesmos, como que nos esquecendo que somos irmãos e que precisamos viver em paz entre nós. Somos também tentados pelo apego às coisas e pessoas de tal forma, que elas se tornam idolatradas causando terríveis transtornos naqueles que as cultuam.

Ora, num mundo em que os homens multiplicam os ídolos não existe espaço para Deus em seus corações, isto porque toda forma de idolatria é caminho tortuoso que leva a lugar algum. De fato, é por isso que esse mundo está perdido, sem rumo, e o pior de tudo, sem jeito, fadado ao desespero, ao caos total.

No Evangelho de hoje Jesus nos ensina que amar o próximo como a si mesmo, requer o não julgamento e ao mesmo tempo o perdão para que haja a graça que nos liberta de todos os apegos e de todo mal que possa existir.

Portanto, seguir Jesus é fazer a vontade do Pai, é tornar-se um só com Ele, é ter dele a certeza da vida eterna. Numa alma em que Cristo ocupa o primeiro lugar, não existe espaço para os apegos, os ídolos ou as fantasias, sejam elas antigas ou modernas; porque para a alma que vive em Deus tudo nela revela as graças incomensuráveis que só Ele pode nos dar.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

AS BEM-AVENTURANÇAS...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,20-26)(1/9/18).

Caríssimos, as bem-aventuranças são o itinerário de perfeição traçado por Deus em Seu desígnio de amor para todos os seus filhos e filhas humanos; e olha que o Filho de Deus para nos libertar sofreu as mais terríveis torturas que lhe impuseram os seus perseguidores, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Irmãos... Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus.
Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo."

De fato, as bem-aventuranças que nos levam à santidade é via de perfeição, mas em meio às provações que passamos. Talvez até nem compreendamos o porque sofremos uma vez que Deus nos criou para sermos felizes. Tadavia se não existisse o pecado e seu resultado imediato, certamente nada teríamos à sofrer. Mas, e quando vivemos em em estado de graça, porquê será que sofremos injúrias, calúnias, maus tratos, etc.? Porque seguir Jesus é carregar com Ele a nossa cruz de cada dia, como Ele mesmo disse que seríamos perseguidos por causa de seu nome (cf. Mt 10,22).

Caríssimos, na verdade ninguém em sã consciência quer sofrer, o sofrimento é algo que sempre procuramos evitar, mas ninguém consegue, é inevitável, pois ele se encontra em todas as fases do viver, em todas as criaturas; aliás, nem o Filho de Deus escapou dele. Porém, quando damos ao sofrimento o mesmo sentido que Cristo deu, aí o padecemos como mérito salvífico e desse modo nos unimos a Cristo em obediência a Deus Pai para amá-lo de todo coração na certeza que é Ele que sofre conosco para nos livrar definitivamente de todo o mal.

Por outro lado existem os sofrimentos advindos dos nossos pecados, esses são terríveis, porque somos nós mesmos que os causamos deixando que o mal entre em nossa vida, isto porque o pecado é a porta por onde o mal entra nas almas. Não existe nada pior do que ser escravo do maligno. Com efeito, quando Jesus diz no Evangelho de hoje: "Ai de vós..." Ele nos dá a conhecer qual é o resultado do pecado cometido e qual é o fim daqueles que permanecem nele. A única saída do sofrimento causado pelo próprio pecado é o arrependimento sincero, a confissão e a absolvição sacramental, a reparação e o firme propósito de nunca mais pecar.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

O SERVIÇO A DEUS É UM CHAMADO E UMA RESPOSTA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,12-19)(11/9/18).

Amados irmãos e irmãs, o estado de graça permanente é o que faz São Paulo nos chamar de santos, como vimos na primeira leitura de hoje onde ele repreende os Coríntios sobre o julgamento das querelas entre os fiéis da comunidade, dizendo: "Irmãos, quando um de vós tem uma questão com um outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? Será que ignorais que os santos julgarão o mundo? Ora, se o mundo está sujeito a vosso julgamento, seríeis acaso indignos de deliberar e julgar sobre questões tão insignificantes?"

Ora, mas o que é mesmo esse estado de graça permanente? É a comunhão com a vontade de Deus, que nos faz banir da nossa prática de vida todo tipo de pecado. Em sua Carta aos Efésios, São Paulo nos exorta à esse respeito, diz ele: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor. Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos."

Caríssimos, todas as expressões de Jesus narradas nos santos Evangelhos, são perfeitas formas de evangelização, corresponde à linguagem do Espírito Santo com a qual o Senhor nos comunica tudo o que precisamos para darmos o testemunho de nossa salvação. Assim, vimos que no Evangelho de hoje, Jesus passou a noite toda em oração ao Pai, para em seguida fazer a escolha dos discípulos que haveriam de acompanhá-lo durante toda a sua missão.

Com efeito, dentre tantos discípulos que o acompanhava, o Senhor escolheu doze para comporem seu ministério apostólico, para administrarem as graças derramadas sobre as almas à serem salvas. Com isso, entendemos que o ministério que exercemos é uma escolha pessoal do Senhor que requer de nós fidelidade à toda prova. Porque, de fato, somos escolhidos por Deus, para termos a mesma postura de Cristo, viver em obediência até as últimas consequências, isto é, dar a própria vida, mas com a sua total proteção.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O BEM DE DEUS É BEM SUPREMO, É BEM ETERNO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,6-11)(10/9/18).

Caríssimos, a vivência da fé requer comportamentos que condizem com o testemunho de Cristo, por isso, exclui do seu meio toda incoerência, pois, como disse São Paulo: "Acaso ignorais que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma massa nova, já que deveis ser sem fermento. Pois o nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. Assim, celebremos a festa, não com velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade."

A incoerência é morte para a alma, porque a alimenta com o veneno da impiedade, da intemperança e da injustiça que a mantém na letargia espiritual não lhe permitindo arrependamento sincero. Toda pessoa incoerente vive se contradizendo sempre e por isso nunca encontra o Senhor senão para contradizê-lo por meio da incoerência com que se apresenta à Ele. Foi por causa do ódio gerado pela incoerência que os escribas e fariseus mataram Jesus.

Caríssimos, o Bem de Deus é Bem Supremo, é Bem Eterno; e ele sempre será "uma pedra de tropeço" para todos aqueles que fazem o mal, isto porque bem e mal nunca se misturam. No Evangelho de hoje, diante do bem que Deus fez por seu Filho, Jesus Cristo, à um homem que foi curado em dia de sábado, os escribas e fariseus quase enlouqueceram de raiva e se juntaram para tramar o mal contra Jesus.

De fato, cada um só dá o que tem e se o tem é porque bebeu de alguma fonte, e neste caso Jesus já os dissera de onde tinham sorvido o ódio que nutriam contra ele: "Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira."

Portanto, eis o que diz o Senhor: "Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância. Por isso, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de setembro de 2018

A CURA DO SURDO MUDO...


Homilia do 23°Dom do tempo comum (Mc 7,31-37)(09/9/18).

A prática da fé é também prática da vida, assim, vida e fé se unem ao amor para dar o verdadeiro testemunho da ressurreição do Senhor. A vida de fé exclui todo tipo de descriminação, porém, não é conivente com nenhuma prática invasiva que contradiz suas normas, ou seja, não aceita a mentalidade que nega a veracidade de suas convicções. Desse modo, é justa por não descriminar, mas também por não aceitar ser desacreditada em seu testemunho.

A vivência da fé é graça de Deus que nos faz experimentar a sua presença e o seu auxílio em nossas necessidades. No Evangelho de hoje, a fé daqueles que seguiam Jesus se estentende à um surdo mudo em forma de intercessão, ao que Jesus logo atende, todavia, os orienta para não divulgarem seu feito, pois a importância estava em atender o necessitado e não em divulgar a graça que fora concedida. Ora, isso mostra a gratuidade divina e ao mesmo tempo o poder da fé em vista do bem feito ao próximo.

De fato, a fé é um testemunho autêntico do que somos em Deus, do que fazemos por amor à Ele e das graças que por Ele nos são concedidas. Ela é também uma antecipação da felicidade eterna do Reino dos Céus, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Por isso, o justo vive da fé, porque viver da fé é obedecer a Deus, é amá-lo acima de todas as coisas e estender esse amor ao próximo como vimos no Evangelho de hoje.

Caríssimos, chamo a atenção para um detalhe muito importante narrado no Evangelho que meditamos hoje; Jesus, ao atender o pedido que lhe fora feito, saiu do meio da multidão e em um lugar à parte usou a própria saliva, os gestos e a oração para curar e libertar o surdo mudo. Ora, isso significa que os meios usados para a nossa cura e libertação, são humanos e divinos; por exemplo, os médicos, os procedimentos cirúrgicos, os remédios e em especial a confiança inabalável no poder de Deus, que põe tudo isso à nossa disposição para nos livrar de todo o mal. Portanto, o milagre é o bem que fazemos por amor ao Senhor. É como Ele mesmo nos ensinou: "O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi à mim que o fizestes."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de setembro de 2018

FESTA DA NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,18-23)(8/9/18).

Caríssimos, estamos acostumados a celebrar as grandes festas litúrgicas como Natal, Páscoa, Pentecostes, Cristo Rei do Universo, etc. Mas hoje a Igreja celebra a festa da natividade de Nossa Senhora, ou seja, o seu aniversário. "Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta imensa graça de Deus."

Ora, com frequência vemos nas Sagradas Escrituras a Teofania, Divina, isto é, a ação direta de Deus na história humana, fazendo acontecer aquilo que aos olhos dos homens é impossível, mas nunca aos olhos da fé e da piedade daqueles que o amam, pois Deus tudo pode, até fazer das pedras filhos de Abraão, como nos lembra São João Batista, esse, cuja mãe estéril também alcançou a graça do milagre de sua natividade.

De fato, a festa de hoje é uma grande ação de graças à Deus por nos ter dado milagrosamente aquela que esmagou a cabeça da serpente que havia levado Eva para o pecado e por consequência para a morte. Com efeito, Maria é a nova Eva, que jamais conheceu o pecado porque é fruto da concepção Imaculada pedida por seus pais Santa Ana e São Joaquim em piedosa sua oração.

Celebrar a Natividade de Nossa Senhora é também celebrar o aniversário da nossa Salvação, pois o Filho de Deus, nascido no seu seio imaculado nos trouxe a redenção pelo seu sacrifício de cruz, perdoando os nossos pecados tal qual o Senhor plenejou em seu desígnio de amor. Portanto, em Maria, aurora Imaculada que precedeu o Sol da Justiça, Jesus, a humanidade encontrou o modelo perfeito de Mãe que santamente assumiu com São José, o Plano divino para nossa salvação, pelo sim incondicional que deu à Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

RETALHO NOVO EM ROUPA NOVA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,33-39)(07/9/18).

Caríssimos, um dos maiores pecados da humanidade é o julgamento de valor; no dia em que pormos em prática o que Jesus nos ensinou, seremos verdadeiramente santos. Por isso, meditemos o seu ensinamento: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também." (Lc 6,36-38).

Com isso, entendemos que o coração humano não tem espaço para julgamentos, mas só para o discernimento que precisamos para nos manter no cumprimento da vontade de Deus. Então, escutemos o que diz o hagiográfo do Livro de Provérbios: "Guarda teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida." Isto porque, o coração é considerado na Bíblia como sede dos pensamentos, dos sentimentos dos desejos, da vontade e da consciência, assim, guardá-lo, significa nunca aceitar e nem permitir nenhum pensamento fora da vontade de Deus.

Com efeito, nossa vida neste mundo é uma missão e o único objetivo dessa nossa missão é a santidade de nossas almas; e tudo o que não aponta para a santidade de nossa vida, não tem sentido algum. Por isso, "Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor. Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens."

Caríssimos, "Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha." Ou seja, "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" Portanto, "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça," porque, "O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A PESCA MILAGROSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,1-11)(06/9/18)

A pesca Milagrosa...

Caríssimos, a Palavra não é só um som que emitimos, mas um conteúdo humano ou divino que a acompanha; com efeito, eis o que meditamos no Salmo 32: "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo sopro de sua boca todo o seu exército. Tema ao Senhor toda a terra; reverenciem-no todos os habitantes do globo.
Porque ele disse e tudo foi feito, ele ordenou e tudo existiu."

Na Verdade, a palavra é o fio condutor que leva o que somos e vivemos pelos sons que emitimos, escrevemos ou expressamos visualmente ou de outras formas, porém, tudo revela de que fonte recebemos o conteúdo existencial emitido. São Tiago na sua carta nos exorta: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento."

No Evangelho de hoje a multidão se comprimia para ouvir o conteúdo da Palavra de Deus que Jesus anuncia realizando o que diz (cf. Lc 5,1-11). Ora, isso significa que a Palavra é acompanhada por suas obras; por exemplo, quando Jesus disse à Pedro para lançar as redes, mesmo diante de sua ponderação - “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos." - ele não vacilou em sua fé mesmo se reconhecendo um pecador - e assim arrematou: "Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”.

Caríssimos, são estas as lições da liturgia de hoje: as palavras que pronunciamos nascem da fonte de onde as bebemos. Quem bebe da Fonte da Palavra de Deus, proclama sempre a verdade e suas obras e nunca uma versão dela. Quem bebe da fonte da mentira, tudo o que diz e faz, tem no pai da mentira o seu condutor. Por isso, muito atenção à estas Palavras de Jesus: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A UNIDADE DO ESPÍRITO NO VÍNCULO DA PAZ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,38-44)(05/9/18).

Viver sem apegos é manter-se na unidade do Espírito...

Quando Deus criou o homem e a mulher, os criou para viverem em sua presença gozando de sua amizade para além da finitude que os cercava. Todavia, com a queda no pecado essa aliança de amor com o Senhor ficou abalada, porque em Deus não há pecado e todo pecado nos afasta Dele, mas não de sua misericórdia, é por isso que ainda existimos porque somos guardados por seu divino amor.

Na primeira leitura de hoje vimos a querela que havia na comunidade de Corínto devido o partidarismo criado entre eles por fazerem distinção de pessoas devido aos seus apegos, ao que São Paulo os corrige mostrando que isso é fruto do viver carnal e não de quem é conduzido pelo Espírito de Deus. De fato, tal viver gera todo tipo de disputa e divisão tornando a vida comunitária um verdadeiro inferno.

Bem ao contrário, o viver no Espírito gera a perfeita comunhão fraterna, porque é o Senhor quem nos conduz, como vimos na primeira comunidade de Jerusalém: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça."

O Evangelho de hoje revela três atitudes importantes na vivência da fé: a intercessão, a busca de Jesus para a solução todos os males e a evangelização como expansão das graças por Ele derramadas. Primeiro, pela intercessão dos Apóstolos Jesus cura a sogra de Pedro que logo se põe a serviço de todos; segundo, Jesus cura todos os males daqueles que o buscaram sem distinção; por fim, para fugir dos apegos, o Senhor expande sua graça para outros necessitados como parte de sua missão. Desse modo, entendemos claramente o que Ele nos ensinou: "Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

CONDUZIDOS PELO ESPÍRITO SANTO DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,31-37)(04/9/18)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos dá o entendimento de que o homem natural necessita da graça de Deus para viver sua filiação divina, ou seja, precisa do Espírito Santo para viver segundo a Vontade de Deus. De fato, isso parece obvio, mas nem todos o entendem, porque para entender é preciso viver a fé, porque "sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram." Em outras palavras, por meio da fé, dom do Espírito Santo, encontramos Deus como Pai e Senhor de nossa vida.

Com efeito, o batismo que recebemos é o novo nascimento na ordem da graça, isto é, nascidos da água e do Espírito Santo para o viver novo como homens novos. O batismo nos confere a libertação do pecado e a total purificação de nossas almas; por meio dele o Espírito Santo potencializa em nós todos os valores eternos que nos capacitam para vivermos a perfeita comunhão com o Senhor.

Na primeira leitura de hoje, São Paulo nos ensina sobre a grande diferença que há entre o homem natural e o homem espiritual, ou seja, conduzido pelo Espírito Santo: "O homem psíquico – o que fica no nível de suas capacidades naturais – não aceita o que é do Espírito de Deus: pois isso lhe parece uma insensatez. Ele não é capaz de conhecer o que vem do Espírito, porque tudo isso só pode ser julgado com a ajuda do mesmo Espírito. Ao contrário, o homem espiritual – enriquecido com o dom do Espírito – julga tudo, mas ele mesmo não é julgado por ninguém."

Caríssimos, desse modo, compreendemos que precisamos viver a fé espiritualmente e não apenas naturalmente, isto é, precisamos viver conduzidos pelo Espírito do Senhor, "pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

PRECISAMOS ESCUTAR A VOZ DO SENHOR COM AMOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,16-30)(03/9/18)

Caríssimos, porque pertencemos ao Senhor não podemos separar Dele aquilo que fazemos, como se não pertenssêmos a Ele. Na verdade, disse São Paulo: "É em Deus que vivemos, nos movemos e somos." (At 17,28). E na primeira leitura de hoje, ele confirma isso, dizendo: "Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado."

E continua ele: "Minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens." Ou seja, os que servem ao Senhor realizam a sua vontade pelo serviço que prestam a Ele para a salvação das almas, pois a obra da redenção é de Deus e não dos homens.

Dito isto, atenção, porque servo é sempre servo e não é Senhor. Por isso, Jesus, disse: "Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer." De fato, nesse serviço, quem quiser agradar ao mundo torna-se inimigo de Deus, como afirma São Tiago: "Não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." (Tg 4,4).

Caríssimos, precisamos escutar o Senhor, pois Ele sempre tem a Palavra certa e nada há de mais agradável do que permanecer na Sua presença. Ora, os fiéis da Sinagoga o expulsaram porque não se dispuseram à ouví-lo com amor, por isso, perderam a grande oportunidade que Deus lhes deu de permanecerem com Seu Filho entre eles. Antão, o que lhes restou? Aquilo que os fez expulsar de suas vidas, o preconceito e a fúria, que no hoje da eternidade se tornaram profundo remorso.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 2 de setembro de 2018

A VIDA É UMA PRÁTICA QUE REVELA QUEM SOMOS...


Homilia do 22°Dom do tempo comum (Mc 7,1-8.14-15.21-23)(02/9/18)

Caríssimos, o que é a Lei de Deus? É a Sua Palavra com a qual Ele criou todas as coisas e as governa. Deus está sempre presente em meio à nós, seja por suas leis naturais seja por seus decretos divinos ou mandamentos, que nos ensinam como reconhecê-lo e como viver em plena comunhão de amor com Ele por meio de nossa obediência.

Mas, o que é mesmo a obediência? É um dom divino recebido por todas as criaturas pelo qual amamos o Senhor e o seguimos em seus planos para nos mantermos na vida, pois foi para isto que Ele nos criou, para termos vida e a termos em abundância. Exatamente como meditamos na segunda leitura: "Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto; descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação. De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas."

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que não é a aparência que revela quem somos, mas as atitudes interiores pelas quais decidimos toda a nossa prática de vida no tribunal de nossa consciência; disse o Senhor: “Escutai, todos, e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.

Caríssimos, o tempo passa, a nossa prática de vida o acompanha; mas, o que estamos fazendo com o tempo que ainda temos? Será que o estamos aproveitando para nos dedicarmos ao Reino de Deus ou para julgar-nos uns aos outros? Destarte, "Examinai-vos a vós mesmos, se estais na fé. Provai-vos a vós mesmos. Pois, Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 1 de setembro de 2018

A MULTIPLICAÇÃO DOS TALENTOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,14-30)(01/9/18).

Caríssimos, o justo vive sempre da fé, expressando-a pela virtude da humildade que fala por si mesma sem precisar de palavras, isto porque a linguagem do Espírito do Senhor é uma linguagem que expressa em termos espirituais todas as graças que Deus nos recebemos.

Por isso, a vivência de fé se torna uma pregação; pelas nossas atitudes, pelo nosso modo de ser em Deus; pelo entusiasmo com que vivemos, pela vida de oração; pela vivência dos Sacramentos, e a interação com nossos irmãos de comunidade; tudo isso conta como encontro com o Senhor, pois quem não o encontra no que vive, não pode ser chamado seu discípulo, porque ser discípulo do Senhor é segui-lo aonde Ele nos conduzir.

Mas, atenção, porque discipulado é aprendizado e nesse sentido, até hoje os discípulos continuam à ser chamados de discípulos, isto é, aprendizes das coisas eternas. Desse modo, podemos perguntar ao Senhor: Senhor, será que estou vivendo a fé conforme à tua vontade ou conforme os meus critérios limitados? E os talentos recebidos de ti, estão sendo multiplicados ou estão escondidos por preguiça ou ainda pelo mau uso deles?

Caríssimos, não vivemos a fé isolados do mundo, mas no mundo mesmo sem sermos do mundo. Então, escutemos as palavras de São Pedro: "Comportai-vos nobremente entre os pagãos. Assim, naquilo em que vos caluniam como malfeitores, chegarão, considerando vossas boas obras, a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar." Portanto, multiplicar os talentos é viver os valores da fé por amor ao Senhor conduzidos pelo Seu Santo Espírito.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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