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quarta-feira, 29 de abril de 2020

PARA VIVERMOS EM ESTADO DE GRAÇA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,35-40)(29/04/20)

Caríssimos, assim como não temos vida natural sem o ar que respiramos, porque dele dependemos totalmente; de igual modo, também não temos vida espiritual sem a graça do perdão e da misericórdia do Senhor que purifica e santifica as nossas almas para vivermos em conformidade com a sua santa vontade.
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Com efeito, reconhecer que somos pecadores e necessitados da Sua Divina Misericórdia, significa aceitar e acolher os valores eternos que o Senhor nos concede com o perdão dos nossos muitos pecados. Sem esse reconhecimento não existe espaço em nossas almas para a obediência e a humildade que são virtudes essenciais para nos mantermos em estado de graça.
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No Evangelho de hoje, ouvimos Jesus dizer: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede." Com essas palavras o Senhor confirma que naturalmente todos seguem ao encontro da morte; mas, também nos dá a garantia de que Nele a vida não tem fim, ou seja, Ele é a Porta por onde entramos na vida eterna.
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Escutemos, então, com atenção o Profeta Miquéias, na seguinte exortação: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." (Miq 6,8).
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Portanto, caríssimos, diante de tal exortação, creio que no último instante do nosso viver, ou seja, no nosso dia eterno (cf. Hb 9,27), o Senhor nos fará a seguinte indagação: "Te dei a vida, te criei por amor e somente para amar, o que fizestes da vida que eu te dei?"
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Destarte, rezemos com santa Gertrudes de Helfta, monja beneditina (séc. XIII), a seguinte oração: "A mim, que imploro o teu socorro, Senhor, a mim, que desejo ser fortalecida pelo mistério da tua bênção, concede-me o socorro da tua proteção e da tua orientação. Que haja em mim, Senhor, pelo dom do teu Espírito, uma prudente modéstia, uma sábia bondade, uma grave doçura, uma casta liberdade."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de abril de 2020

TEMOS FOME SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,30-35)(28/04/20)
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Caríssimos, transcrevo aqui parte da homilia do Santo Padre, o Papa Francisco, feita ano passado onde ele comenta esse Evangelho de hoje: "O Senhor veio para dar vida ao mundo e fá-lo sempre duma maneira que consegue desafiar a mesquinhez dos nossos cálculos, a mediocridade das nossas expetativas e a superficialidade dos nossos intelectualismos; coloca em discussão as nossas perspetivas e as nossas certezas, convidando-nos a passar a um horizonte novo que dá espaço a um modo diferente de construir a realidade.
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Ele é o Pão vivo descido do Céu: «quem vem a Mim não mais terá fome e quem crê em Mim jamais terá sede». Toda aquela gente descobriu que a fome de pão tinha também outros nomes: fome de Deus, fome de fraternidade, fome de encontro e de festa partilhada. Habituamo-nos a comer o pão duro da desinformação, e acabamos prisioneiros do descrédito, dos rótulos e da infâmia.
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Julgamos que o conformismo saciaria a nossa sede, e acabamos por nos dessedentar de indiferença e insensibilidade; alimentamo-nos com sonhos de esplendor e grandeza, e acabamos por comer distração, fechamento e solidão; empanturramo-nos de conexões, e perdemos o gosto da fraternidade.
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Buscamos o resultado rápido e seguro, e encontramo-nos oprimidos pela impaciência e a ansiedade. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade. Digamo-lo com força e sem medo: temos fome, Senhor, do pão da vossa Palavra capaz de abrir os nossos fechamentos e as nossas solidões; temos fome, Senhor, de fraternidade, onde a indiferença, o descrédito, a infâmia não encham as nossas mesas nem ocupem o primeiro lugar em nossa casa.
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Temos fome, Senhor, de encontros onde a vossa Palavra seja capaz de elevar a esperança, despertar a ternura, sensibilizar o coração abrindo caminhos de transformação e conversão. Temos fome, Senhor, de experimentar - como aquela multidão - a multiplicação da vossa misericórdia, capaz de quebrar os estereótipos e de repartir e partilhar a compaixão do Pai por cada pessoa, especialmente por aqueles de quem ninguém cuida, que são esquecidos ou desprezados. Digamo-lo com força e sem medo, temos fome de pão, Senhor: do pão da vossa palavra, do pāo da fraternidade [e do Pão da vida eterna]. (Papa Francisco, trechos de sua homilia, 7 de maio de 2019)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

TUDO O QUE É TEMPORAL PERECE COM O TEMPO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,22-29)(27/04/20)
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Caríssimos, o mundo em que vivemos mergulhou de vez num abismo sem fundo de calúnias e mentiras; de interesses mesquinhos e luta pelo poder; e tudo isso por conta do egocentrismo, do autoritarismo e outros pecados tão perversos quanto esses. E as consequências estão estampadas aos nossos olhos: ódios, divisões, violências, pestes e mortes.
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De fato, como estamos constatando, os homens não aprenderam as lições presentes nas Sagradas Escrituras, e por isso, continuam sua saga de dor e sofrimentos; porque, ao não se emendarem diante de tantos exemplos, desprezam Jesus e seus ensinamentos, para continuar a beber da água pobre que Satanás lhes oferece.
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Na primeira leitura de hoje, vimos que santo Estevão foi caluniado, apedrejado e morto só pelo fato de ter falado a verdade que cura, liberta e salva quem nela acredita. Ora, para nós que acreditamos na misericórdia e no amor do Senhor, resta clamar para que manifeste a sua divina justiça que não somente pune os culpados; mas também liberta os seus filhos e filhas que se encontram oprimidos pela maldade advinda dos muitos pecados aqui praticados.
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Por fim, caríssimos, meditemos o Santo Evangelho de hoje, em que Jesus é procurado pela multidão imbuída do desejo político de torna-lo rei; no entanto, contrariando tais espectativas, o Senhor lhes respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 26 de abril de 2020

O SENHOR JESUS ESTÁ REALMENTE VIVO E CAMINHA CONOSCO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,13-35)(26/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa estadia neste mundo é temporária e isso nos mostra que estamos à caminho como os discípulos de Emaús, ou seja, acompanhados de Jesus que caminha conosco nos revelando a sua presença na Sagrada Escritura, no diálogo interior quando o escutamos em oração e na Santa Comunhão.
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Aliás, a esse respeito, escreveu, são Pedro: "Este Jesus vós o amais, sem o terdes visto; credes nele, sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a salvação de vossas almas." (1Pd 1,8-9). De fato, viver seguindo o Senhor praticando as santas virtudes que Ele nos ensina, é obter Dele a certeza da vida eterna.
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Caríssimos, chamo a atenção para alguns detalhes desse encontro de Jesus com os discípulos de Emaús, para assim fazer um paralelo do nosso encontro com Ele. Primeiro, os discípulos estavam desanimados e sem a fé devida, pois, mesmo ouvindo o relato das mulheres e dos Apóstolos de que o Senhor havia ressuscitado, à princípio não acreditaram.
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Segundo, apesar do desânimo, falta de esperança e de fé, ainda assim eles falavam seriamente sobre o assunto. Terceiro, Jesus sempre se aproxima e toma a iniciativa mesmo quando estamos confusos sem nada entender. Daí concluímos com este versículo da Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade." (Hb 13,8).
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Portanto, caríssimos, nós acreditamos firmemente que Jesus Cristo, o Filho de Deus, está realmente vivo e caminha conosco rumo ao Reino dos céus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de abril de 2020

SÃO MARCOS EVANGELISTA, UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 16,15-20)(25/04/20)
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Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa de são Marcos Evangelista; ele foi discípulo de Pedro, de cuja pregação se fez intérprete no Evangelho que escreveu. Atribui-se a ele a fundação da Igreja de Alexandria. Também com Barnabé de quem era primo, acompanhou o apóstolo Paulo em sua primeira viagem, e depois também o seguiu até Roma.
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Ora, a princípio, conforme vemos nos atos dos Apóstolos (cf. At 13,13), Marcos, por ser muito tímido, desistiu de continuar a viagem Apostólica com Paulo e Barnabé, retornando a Jerusalém. "Depois disto, porém, foi colaborador de São Pedro (1P 5,13), tendo-se mostrado, não apenas um autêntico cristão, mas um servidor fiel e resoluto do Evangelho. O instrumento desta mudança parece ter sido a influência de Pedro, que transformou em apóstolo o discípulo tímido e covarde."
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A história de Marcos apresenta-nos um caso de mudança maravilhoso: a passagem da timidez a uma segurança definitiva. Com efeito, se é difícil dominar paixões violentas, ainda é mais difícil superar a tendência para o temor e o desalento, essas pequenas cadeias que paralisam alguns.
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"Através desta história, aprendemos uma lição: pela graça de Deus, o mais fraco pode receber a força. Portanto, não devemos confiar em nós mesmos; nunca devemos desprezar um irmão que dá provas de fraqueza, nem jamais desesperar quanto à sua fidelidade, mas, pelo contrário, ajudá-lo a seguir em frente."
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Admiremos pois, em São Marcos, uma tão espantosa transformação: «pela fé, o fraco recebeu o dom da fortaleza» (Heb 11,34). Deste modo, Marcos dá testemunho dos maravilhosos dons do Espírito Santo." (São Jonh Newman).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O SENHOR SEMPRE AGE EM VISTA DA NOSSA SALVAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,1-15)(24/04/20)
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Caríssimos, em nosso dia a dia nos acostumamos com as leis naturais, e tudo o que foge às suas regras tendemos admirar ou à desprezar; isso depende da nossa disposição interior. Com efeito, a liturgia de hoje nos ensina que o modo de Deus agir diverge do nosso modo de entender, mas isso acontece sempre em vista da nossa salvação.
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Na primeira leitura, vimos que os Apóstolos traziam consigo a evidência e o convívio com Jesus Ressuscitado, e passaram a anunciar essas graças à todos aos quais foram enviados, mostrando-lhes, por palavras e ações, que o Senhor estava com eles. Todavia, isso não agradou aos algozes de Jesus, por isso, à todo custo procuraram interromper a evangelização que eles faziam à ponto de lhes querer tirar a vida.
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Porém, como na maioria das experiências humanas, existe sempre alguém com bom senso suficiente para apontar o verdadeiro caminho a seguir. Foi o que aconteceu no Conselho de anciãos em que Gamaliel, um dos conselheiros, sabiamente os instruiu, estancando a fúria assassina dos outros membros. (cf. At 5,38-39).
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No Evangelho de hoje, Jesus transpõe a lei natural multiplicando cinco pães e dois peixes para mais de cinco mil pessoas com direito à sobras. Ora, alguns teólogos argumentam que Jesus apenas fomentou o gesto de partilha e assim todos se uniram à Ele. Todavia, mesmo que isso tenha acontecido não resta dúvida de que a ação do Espírito Santo nos corações dos que ali estavam, foi fundamental para que tal milagre se realizasse.
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Portanto, caríssimos, ponhamos em prática a inspiração do Espírito Santo por meio destas palavras de são Paulo: "Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus." (Fil 2,3-5).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

"A FORÇA CRIATIVA É O AMOR"


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,31-36)(23/04/20)
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Caríssimos, desde o início da criação o poder sempre foi uma das maiores tentações que o ser humano sofreu e continua sofrendo; ele, para aqueles que não o enxergam como um serviço, é uma droga maléfica capaz de cegar os que lhe detém e levá-los para o mais terrível abismo onde não há salvação. Ora, é exatamente isso o que meditamos na liturgia de hoje.
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Na primeira leitura, o Sumo sacerdote alimentava um ódio tão grande contra Jesus que nem mensionava o seu nome e ainda proibiu os Apóstolos de ensinar e realizar prodígios usando o Santo Nome do Senhor. No entanto, a resposta de Pedro foi clara: "O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador [...].
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São Maximiliano Kolbe, antes de ser assassinado num campo de concentração nazista havia escrito: "O ódio não é uma força criativa; a força criativa é o amor." De fato, esse seu pensamento é uma inspiração divina, tendo como base o que escreveu são João: "Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino." (1Jo 3,14b-15).
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Portanto, caríssimos, fiquemos atentos às tentações do ter e do poder, para que não sejamos contaminados pelo fermento dos Fariseus, que usaram do poder que detinham, não para encontrar Jesus e segui-lo; mas, para persegui-lo e tirar-lhe a vida, como também à dos seus seguidores. No entanto, Deus o ressuscitou dos mortos, e por Ele nos deu a vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A AUTENTICIDADE DA FÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,16-21)(22/04/20)
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Caríssimos, depois que o pecado entrou na natureza humana, formou-se um profundo abismo espiritual entre Deus e os homens, isto porque em Deus não há pecado; daí entendemos que no pecado não há salvação; é por isso que Jesus veio, para libertar os homens de todo pecado e de suas consequências, para que assim tenham a bênção de Deus e a Sua Salvação. Por isso, nunca desista da misericórdia divina, pois Jesus veio salvar o que estava perdido.
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Com efeito, pergunto, por que as autoridades religiosas de então, não acolheram Jesus nem os apóstolos? O Senhor mesmo responde: "Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem." Ou seja, por causa da incoerência que praticavam. De fato, a incoerência é a cara da insensatez, porque todo incoerente finge ser verdadeiro e honesto, mas na verdade não o é.

Ora, em nosso mundo a palavra ressurreição, soa sem sentido para muitos, pois vivem tão imersos na cultura de morte que criaram, que perderam o sentido da vida e da esperança. Todavia, nem por isso tudo está perdido; escutemos, então, com atenção estas palavras do Evangelho de hoje: "Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus." (Jo 3,20-21).
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Portanto, caríssimos, dediquemos todo o nosso tempo e nossa lida ao Senhor de nossa vida, porque somente Nele nos sentimos verdadeiramente seguros, pois, eis o que Ele nos diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá." (Jo 11,25-26).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 21 de abril de 2020

SOMENTE UM CORAÇÃO HUMILDE SABE ACOLHER O SENHOR

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,7b-15)(21/04/20)
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Caríssimos, entendemos claramente a linguagem divina quando a acolhemos da mesma forma que o Senhor nos acolhe para nos comunicar as suas graças e nos fazer plenos do Seu amor e da Sua Santidade. Querer entender Deus da mesma forma que entendemos as suas criaturas; é querer submete-lo aos nossos critérios; ora, isso é impossível, porque o Senhor é infinito e somente a nossa obediência poderá acolhe-lo em nossas almas. (cf. Jo 14,23).
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No Evangelho de hoje, Nicodemos, um dos doutores da Lei, procurou Jesus para ter uma conversa com Ele, pois estava imprecionado com o que dizia e realizava da parte de Deus, como ele mesmo reconheceu: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.
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Com efeito, essa abertura de coração que vemos em Nicodemos só é possível quando se ama a Deus sobre todas as coisas; isto porque somos apenas um sopro de vida e jamais poderemos exigir do Senhor qualquer explicação das desordens que nós mesmos causamos com os nossos pecados na obra da criação. Na verdade, nós é que precisamos nos arrepender e clamar a Sua Divina Misericórdia para voltarmos à prática do bem e à felicidade do seu convívio.
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Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus um coração manso e humilde como o Seu para aprendermos com Ele a obediência perfeita sem a qual jamais poderemos agradar a Deus.
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Destarte, como vimos nesse Evangelho que estamos meditando, Nicodemos procurou Jesus, não com o intuito de pô-lo à prova; mas, para se unir à Ele, porque na sua humildade reconhecera que Ele era realmente o Messias, o enviado de Deus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO SANTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,1-8)(20/04/20)
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Caríssimos, no Evangelho de hoje ouvimos Jesus dizer: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito." Com isso, entendemos que o nosso Batismo é a porta de entrada no Reino de Deus.
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Em outras palavras, isso significa que pelo Sacramento do Batismo o Espírito Santo nos gerou na ordem da graça para a vida eterna. Ou seja, do mesmo modo que Ele gerou Jesus no seio de Virgem Maria, também nos gerou no seio da Santa Igreja para vivermos como filhos e filhas de Deus, ressuscitados com Cristo.
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São Paulo, na Carta aos Romanos, assim se expressou à esse respeito: "Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição." (Rm 6,3-5).
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Destarte, caríssimos, oremos com a oração da bênção da água batismal feita durante a Vigília Pascal: "Senhor Nosso Deus: pelo vosso poder invisível, realizais maravilhas nos vossos sacramentos. Ao longo dos tempos, preparastes a água para manifestar a graça do Batismo. Logo no princípio do mundo, o vosso Espírito pairava sobre as águas, prefigurando o seu poder de santificar.
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O vosso Filho, Jesus Cristo, ao ser batizado por João Batista nas águas do Jordão, recebeu a unção do Espírito Santo; suspenso na cruz, do seu lado aberto fez brotar sangue e água e, depois de ressuscitado, ordenou aos seus discípulos: «Ide e ensinai todos os povos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de abril de 2020

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA...


Domingo da Divina Misericórdia (Jo 20,19-31)(19/04/20)

Caríssimos, irmãos e irmãs, Hoje a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia; dia de alegria e de júbilo por tudo o que o Senhor fez e continua fazendo em nossa vida, para a realizalização do seu plano de amor em prol da nossa salvação. De fato, vivemos em meio à um mundo repleto de tentações e pecados, onde, ao que parece reina a morte e as potências do inferno.
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Por isso, perguntamos, o que seria da humanidade se Deus, por seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, não nos tivesse visitado? De certo, nenhuma criatura existiria mais na face da terra. Com isso, entendemos perfeitamente que dependemos cem por cento da Sua Infinita Misericórdia, que nos mantém na vida e nos alivia os sofrimentos para que seguindo os seus passos tenhamos pleno acesso ao Reino dos Céus.
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São João Paulo II, na sua homilia da Festa da Divina Misericórdia do ano de 2001, assim se expressou: Caríssimos, "Através do mistério deste Coração ferido, não cessa de se difundir, também sobre os homens e as mulheres da nossa época, o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus.
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Quem aspira à felicidade autêntica e duradoura, unicamente nele pode encontrar o seu segredo. «Jesus, eu confio em Ti». Esta oração, querida a tantos devotos, exprime muito bem a atitude com que também nós desejamos abandonar-nos confiantes nas tuas mãos, ó Senhor, nosso único Salvador.
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Arde em Ti o desejo de seres amado, e quem se sintoniza com os sentimentos do teu Coração aprende a ser construtor da nova civilização do amor. Um simples ato de abandono basta para superar as barreiras da escuridão e da tristeza, da dúvida e do desespero. Os raios da tua divina misericórdia dão nova esperança, de maneira especial, a quem se sente esmagado pelo peso do pecado."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 18 de abril de 2020

TEMPO É VIDA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 16,9-15)(18/04/20)
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Caríssimos, acolher e conviver com Jesus Ressuscitado e seguir os seus passos anunciando a sua ressurreição, é o que realmente dá sentido à nossa vida e vocação de filhos e filhas de Deus. Por isso, não tem como pensar a vida sem Cristo, porque somente Nele a temos eternamente.
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Portanto, muita atenção para não perdermos essa feliz comunhão com Ele por causa das distrações deste mundo. Tempo é vida e a quem damos o nosso tempo, damos também com ele a nossa vida. Por isso, façamos um diagnóstico de nossas almas e vejamos como se encontram; qual o grau de intimidade com o Senhor e Sua Santa Mãe? Quanto tempo lhes damos?
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No Evangelho de hoje, os Apóstolos deram tempo à tristeza e permaneceram nela, por isso, não acreditaram prontamente quando lhes anunciaram que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos; foi preciso que Ele lhes anunciasse pessoalmente para que voltassem à crer devidamente. De fato, quando damos a Deus o que somos e vivemos, todo o nosso tempo é dedicado à realização da Sua Santa Vontade.
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Ora, que esse exemplo apostólico sirva de lição para nós, como meditamos no livro do Eclesiástico: "Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e sê firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti, pois a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma." (Eclo 30,22.24-25).
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Destarte, caríssimos, escutemos com atenção estas palavras de são João: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente. (1Jo 2,15-17).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

A PESCA MILAGROSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 21,1-14)(17/04/20)

Caríssimos, o nosso viver é feito de evidências e convicções e tudo isso baseado na verdade que somos e cultivamos. Todavia, quando perdemos os motivos que dava sentido à essas convicções, também nos perdemos e por isso nos dispomos voltar aos nossos antigos planos, porém, não mais com o mesmo entusiasmo que tínhamos antes; é como se perdéssemos toda esperança.
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Com efeito, é assim que vemos os Apóstolos ao meditarmos esse Evangelho de hoje. Vejamos o relato: "Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite."
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De fato, para quem tinha recebido do Senhor Jesus este convite: "Vinde a mim e eu farei de vós pescadores de homens." Após a sua trágica morte, virem esse sonho de liberdade eterna se desvanecer, foi realmente um terrível golpe, algo muito triste e doloroso a ser suportado. É como se tudo voltasse ao nada.
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De certo, caríssimos, por este episódio da pesca milagrosa compreendemos que Deus age sempre quando mais necessitamos; exatamente para nos livrar do pecado da autossuficiência, pelo qual nos achamos no controle de tudo, descartando até mesmo a graça da sua divina providência.
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Destarte, encontrar Jesus ressuscitado em meio ao desânimo e frustração de uma noite toda de trabalho sem nada conseguir além do cansaço; foi realmente ressuscitar com Ele de imediato; é por isso que vimos com quanta coragem Pedro e João, enfrentaram os algozes de Jesus, testemunhando a sua ressurreição.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

POR QUE TENDES DÚVIDAS NO CORAÇÃO?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,35-48)(16/04/20)
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Queridos irmãos e queridas irmãs, existe em nós uma tendência de nos apegarmos às condições em que nos sentimos seguros, cômodos, como que donos de nós mesmos e de tudo o que nos acontece; por isso, o que mexe com essa aparente segurança, nos incomoda de certa forma; é isso o que acontece quando acolhemos Jesus ressuscitado em nossas almas; por um lado, nos sentimos seguros de sua parte; mas, por outro, inseguros por nós mesmos.
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Com efeito, no Evangelho de hoje, percebemos que foi exatamente isso o que aconteceu com os Apóstolos quando se encontraram com Jesus após a sua ressurreição. Vejamos o relato: "Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
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De fato, para eles que viram a sua morte cruenta e participaram do seu sepultamento, não foi fácil acreditar de imediato; embora plenos de alegria, porém, devido à experiência negativa que viveram, ainda tinham dúvidas. Todavia, o Senhor as dissipa com sua intervenção empírica, dizendo: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
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Ora, sem dúvida alguma, essa é a nova condição, isto é, o novo viver, seja para os redimidos por Cristo; seja para aqueles que ainda não o acolheram; pois, foi para isto que Ele veio à este mundo, como Ele mesmo disse: "Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras." (Ap 21,5).
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Caríssimos, neste tempo de crise que estamos atravessando, está mais do que provado que a humanidade precisa urgentemente de nosso Senhor, Jesus Cristo. Porque, ou se volta para Ele totalmente e se converte; ou então se perde nos abismos infernais nos quais está mergulhada atualmente.
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Portanto, escutemos atentamente o Senhor nesta exortação do Profeta Joel: "Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo". (Joel 2,12-13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

JESUS E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,13-35)(15/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, é certo dizer que em nossa finitude necessitamos da sensibilidade para nos relacionar melhor com as coisas que dizem respeito a Deus e a nós mesmos; ora, isto porque o sensível penetra facilmente nas entranhas de nossa alma nos convencendo da possibilidade de um bom relacionamento sem receio de percas ou enganos.
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Com efeito, a liturgia de hoje começa com Deus nos sensibizando com a cura de um paralítico de nascença, dando-nos a graça de crer que Jesus está realmente vivo e atuando entre nós por meio dos seus escolhidos que em seu nome realizam os mesmos prodígios de antes de sua ressurreição.
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No Evangelho de hoje os discípulos de Emaús acreditaram em tudo o que Jesus falou antes de sua morte e até no que as mulheres falaram a respeito de sua ressurreição, mas não foram capazes de identifica-lo à caminho de sua Aldeia quando os seguiu; foi preciso que lhes abrisse o entendimento para que ardendo por dentro compreendessem que era o próprio Senhor quem lhes falava pessoalmente.
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De fato, e hoje como identicamos a presença de Jesus ressuscitado em nosso meio? Os discípulos de Emaús fizeram isso quando pararam para o ouvir e também na fração do pão, quando Jesus celebrou com eles a Santa Eucaristia tornando-se visível aos seus olhos, para em seguida desaparecer, permanecendo presente realmente neste Grande Mistério.
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Portanto, caríssimos, nem tudo das coisas de Deus percebemos sensivelmente, muito embora Ele também nos comunique as suas graças desse modo. No entanto, como vimos com Pedro e João no templo, e os discípulos de Emaús, Jesus se faz sempre presente junto à nós quando realmente buscamos realizar em tudo a Sua Santa Vontade.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 14 de abril de 2020

CONVIVENDO COM JESUS RESSUSCITADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,11-18)(14/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a experiência que fazemos com Jesus Ressuscitado se dá em meio às nossas misérias, pois, embora tenhamos consciência de quanto é maravilhoso ama-lo e segui-lo, somos frequentemente tentados a deixar esse belíssimo propósito, para seguir aquilo que nos é sugerido pelas artemanhas do maligno.
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No entanto, quando nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo, resistimos a tudo o que não nos convém, e assim lutamos contra nós mesmos e às concupicências que se apresentam querendo nos abater ou nos levar à desistir de nossos propósitos de santidade. Por isso, precisamos escutar o Senhor que disse: "Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 24,13).
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Com efeito, no Evangelho de hoje vimos esse ato de perseverança em Maria Madalena que busca o corpo do Senhor em meio as incertezas que tomavam os espaços de sua alma abatida por ter presenciado a sua crucifixão; porém, o seu amor a Jesus era tamanho que nada a fez desistir do desejo de encontra-lo.
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De fato, às vezes o nosso humano quer falar mais alto do que a fé que recebemos do Senhor; todavia, "quando lutamos contra nós mesmos, vencemos todos os inimigos visíveis e invisíveis", como nos ensinou são Francisco de Assis.
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Portanto, carissimos, como vimos nos exemplos acima, o importante é permacermos no Senhor ressuscitado dando os frutos da redenção que Ele realizou em nosso favor, para vivermos em santidade e justiça diante Dele todos os dias de nossa vida, pois, Ele estará sempre conosco seja qual for a situação ou dificuldade em que nos encontramos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

JESUS EU CREIO NA TUA RESSURREIÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 28,8-15)(13/04/20)
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Caríssimos, as falsas notícias nada mais são do que ações dos agentes do pai da mentira tentando enganar os encautos, ou seja, aqueles que se deixam levar facilmente pelo disse me disse. É exatamente isso o que vemos na liturgia de hoje em que aqueles que tramaram a morte de Jesus, compraram, por uma grande soma de dinheiro, os guardas que testemunharam a sua ressurreição, para que criassem o boato de que os discípulos roubaram o seu corpo durante a noite.
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Ora, por essa atitude constatamos claramente quem se esconde por trás das ações perversas dos homens para assim semear todo tipo de comportamento que os leva para o inferno. Com efeito, antes de sua morte Jesus já havia alertado os seus algozes: "Disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir." (Jo 8,21).
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De fato, sem a fé na ressurreição do Senhor a humanidade continua imersa na morte sem esperança alguma, ou seja, continua multiplicando os pecados que levam os homens à perdição eterna; porque os pecados nada mais são do que a vontade do pai da mentira, o Demônio, sendo posta em prática, por isso, se tornam insuportáveis para aqueles que vivem envolvidos em suas artimanhas.
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Concluo este Pequeno sermão com as palavras de João Carpatio, monge e bispo (séc. VII): "Quem deseja ser chamado sábio, prudente e amigo de Deus, a fim de apresentar a sua alma ao Senhor tal como a recebeu dele: pura, intacta, totalmente irrepreensível? Quem o deseja, a fim de ser, desse modo, coroado nos Céus e chamado bem-aventurado pelos anjos?"

Pois, foi isso o que nos ensinou o Senhor: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós." (Mt 5,11-12).
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Feliz Páscoa!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

CRISTO RESSUSCITOU ALELUIA...


Homilia do Dom. de Páscoa, o Senhor ressuscitou(Jo 20,1-9)(12/4/20)
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Caríssimos, a Ressurreição do Senhor Jesus é o acontecimento mais importante desde que Deus criou o homem "à sua imagem e semelhança" e o pôs na face desta terra; pois, a partir dela, Ele nos fez participantes de sua Natureza Divina. Isto significa que por Seu amado Filho, Ele nos deu a graça da imortalidade, ou seja, de vivermos eternamente na Sua presença.
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Sobre este acontecimento são Gregório de Nissa, escreveu: "Hoje foi esquecida a sentença lançada sobre nós; melhor, não foi esquecida, foi anulada! Este dia apagou qualquer lembrança da nossa condenação. Vinde, cantemos de alegria no Senhor! (cf Sl 94,1). Ele quebrou o poder do inimigo e ergueu o grande troféu da cruz." Ou seja, a vitória sobre o pecado, a morte e o inferno.
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De nossa parte, caríssimos, acolhamos com imensa alegria este grandissimo mistério da nossa salvação, que nos enche de amor e da esperança de vida eterna. Pois, fomos criados por Deus, não para o pecado nem para a morte; porém, esses obstáculos entraram em nossa vida pela desobediência de nossos primeiros pais; todavia, pela obediência e morte expiatória de Cristo, foi anulada a sentença condenatória que pesava contra nós.
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Caríssimos, o Papa Francisco na homilia da Páscoa de 2018, descreve a ressurreição de Jesus, dizendo que Deus nos surpreende sempre, pois a surpresa é aquilo que não esperávamos por não termos o poder nem o conhecimento de tudo, por isso, o Senhor nos dá o dom da fé, que é a garantia das coisas eternas, que não a temos por nós mesmos.
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Portanto, desejo para todos a graça de se deixar envolver pela ressurreição de Jesus, bem como nos ensinou são Paulo: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória."
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Feliz Páscoa para todos! Cantemos ao Senhor, pois fez brilhar a Sua Glória!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

SÁBADO SANTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA SÁBADO SANTO (Mt 28,1-10)(11/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, meditemos com atenção estas palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, sobre o Sábado de aleluia: "O Sábado Santo é o dia no qual a Igreja contempla o «repouso» de Cristo no túmulo depois do combate vitorioso da cruz.
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Neste dia a Igreja, identifica-se mais uma vez com Maria: toda a sua fé está reunida nela, a primeira e perfeita discípula, a primeira e perfeita crente. Na obscuridade que envolve a criação, ela permanece sozinha a manter acesa a chama da fé, esperando contra toda esperança (cf. Rm 4, 18) na Ressurreição de Jesus."
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Com efeito, são Boaventura assim também discorreu sobre este dia: "Na aurora do terceiro dia do repouso sagrado do Senhor no sepulcro, o poder e a sabedoria de Deus, Cristo, tendo abatido o autor da morte, triunfou da própria morte, abriu-nos o acesso à eternidade e ressuscitou de entre os mortos pelo seu poder divino, para nos indicar os caminhos da Vida. Iluminou a nossa fé com provas e elevou a nossa esperança com promessas, para finalmente inflamar o nosso amor com dons celestes."
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Ora, viver num mundo barulhento como o nosso e se deixar contaminar por ele, é perder o essencial que gera a paz interior de que tanto precisamos, ou seja, o silêncio sagrando; nele nos deleitamos com o Senhor num colóquio ardente, numa linguagem única que só quem a cultiva conhece perfeitamente, porque são conduzidos pelo Espírito Santo para isto.
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Portanto, caríssimos, deixemos o mundo e os seus esquemas barulhentos e confusos; usemos de profundo silêncio em nossa mente para apagarmos os dardos inflamados dos pensamentos vãos, desordenados e estranhos; e assim, encontraremos o Senhor na quietude de nossas almas alimentadas pela Sua Divina Presença.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR SEGUNDO SÃO JOÃO...


CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR(Jo 18,1-19,42)(10/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, hoje sexta-feira santa, é o dia em que a Igreja celebra a Paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelho de São João. Essa narração é muito significativa, porque João narra os últimos momentos de Jesus, estando aos pés da cruz com nossa Senhora, onde escutou Dele a última recomendação.
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Com efeito, assim narra são João esse momento: "Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: — ”Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: — “Esta é a tua mãe”. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo."
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De fato, o tesouro mais precioso que Jesus possuía, Sua Mãe, Ele o confiou ao discípulo amado; ora, esse é um grande ensinamento para nós, isto é, não somos órfãos, porque Jesus nos deu em adoção à Sua Santíssima Mãe na pessoa de João que nos representou naquele momento. E como o fez João, façamos o mesmo: "Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo."
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Caríssimos, por outro lado, ao meditarmos as outras partes desse Evangelho de hoje, vemos claramente qual é a lógica da maldade, ou seja, é aquela que não respeita ninguém nem mesmo o próprio Deus; e aqueles que estão montados nela sempre se acham no direito de de zombar, de maltratar, de ofender e até crucificar não somente Jesus, o Filho de Deus, mas também todos aqueles que creem Nele.
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No entanto, não percebem que, quem morre com essa lógica, nada mais possui do que o que ela gera, a condenação eterna de suas almas. Por outro lado, os que creem no Senhor Jesus e seguem fielmente os seus ensinamentos possuem desde já a vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

QUINTA-FEIRA SANTA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 13,1-15)(09/04/20)
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Caríssimos, a quinta-feira Santa é o primeiro dia do Tríduo Pascal, nela são realizadas duas celebrações importantíssimas no calendário litúrgico da Igreja: a missa dos santos óleos com a renovação das promessas sacerdotais, celebrada pelo bispo diocesano e todo clero. E a chamada missa do lava pés, em que Jesus realiza esse profundo ato de humildade deixando-o como exemplo para os seus discípulos.
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Com efeito, é também nesta Santa Missa, que Jesus institue o Santo Sacrifício incruento da Eucaristia e a Ordem Sacerdotal para que o celebrar em Sua Memória, como Sua Presença Real. Ora, ao participarmos destes mistérios vivemos a perfeita comunhão com Ele, o Pai e o Espírito Santo, formando o Seu Corpo Místico, a Igreja, que é a parte visível do Reino de Deus neste mundo.
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Caríssimos, quais as lições que aprendemos do Senhor Jesus nestes dias em que celebramos o seu sofrimento e morte de cruz? A primeira delas é a de que Deus é o único Senhor de todas as coisas, e por isso, mesmo permitindo o sofrimento e a morte do Seu amado Filho, por esse Seu Sacrifício nos reconciliou consigo e nos deu a vida eterna, demonstrando assim a Sua Infinita Misericórdia.
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A segunda lição é esta: o caminho para céu passa pela cruz e Jesus o percorreu primeiro, traduzindo-o como obediência perfeita à vontade do Pai. Por isso, nos ensinou: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24). Ou seja, não temamos a cruz, antes a abracemos com alegria, pois o Senhor nunca nos deixa carrega-la sozinhos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

O QUE É SER TRAÍDO?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 26,14-25)(08/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, o que é ser traído? É ser tolhido de toda confiança depositada e da dignidade concedida, porém, desprezada como se fosse nada; e ainda, é a perca dos valores da amizade, do amor, da justiça, da bondade e da paz por parte do traidor. Ora, como uma criatura ousa vender o seu Criador como se fosse um escravo?
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É isso o que meditamos no Evangelho de hoje, ou seja, não bastou a Judas Iscariotes ser chamado por Jesus e receber a honra de ser um dos Seus Apóstolos; escutar a Sua Santa Doutrina; andar com Ele nas estradas da Terra Santa; contemplar os milagres e todas as graças derramadas por onde o Senhor passava.
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Santo Antônio de Pádua, meditando esse episódio, escreveu: "Ó Judas, queres vender o Filho de Deus como se fosse um vil escravo, como se fosse um cão morto? Diz-me: Em que é que Ele te ofendeu? Que mal te fez para que digas: «Entregar-vo-lo-ei»? Terás esquecido a incomparável humildade do Filho de Deus e a sua pobreza voluntária, a sua doçura e afabilidade, a sua aprazível pregação e os seus milagres, o privilégio pelo qual te escolheu como apóstolo e fez de ti seu amigo?"

E conclui sua reflexão com esta evidência mais que comprovada em nossos dias: "Quantos Judas Iscariotes há ainda hoje, que, em troca de algumas vantagens materiais, vendem a verdade, entregam o próximo, e se enforcam na corda da condenação eterna!"
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Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus a graça da fidelidade à toda prova, pois como Ele mesmo disse: "Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes." (Lc 16,10).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 7 de abril de 2020

O TERRÍVEL PECADO DA TRAIÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 13,21-33.36-38)(07/04/20)
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Caríssimos, a experiência de saber-se traído por um daqueles que havia escolhido para dar prosseguimento ao Seu Plano salvífico para a humanidade, foi realmente um duro golpe que Jesus sofreu. Ora, por esse exemplo vemos que Deus sempre chama os seus escolhidos para permanecerem fiéis ao Seu Plano de salvação; mas, nem sempre estes se mostram à altura de tamanho chamado.

De fato, quando não há correspondência ao chamado do Senhor, facilmente se muda de lado passando a servir o inimigo de Deus e de nossas almas; e desse modo, o maligno toma posse de tais almas infiéis, levando-as não somente à traição, mas também ao desespero e à morte, geralmente trágica, como vimos acontecer com Judas Escariotes.
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No entanto, como também vimos nesse mesmo Evangelho, não obstante a traição de Judas, Jesus deu continuidade à Sua Obra salvífica, instituindo o Sacramento da Santa Eucaristia, do Sacerdócio e a Santa Missa. Ou seja, os meios pelos quais o seu Plano de salvação se realiza em nossa vida; porém, cabe a nós a adesão e a perseverança nestas graças que Dele recebemos.
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Portanto, caríssimos, acompanhemos com devoção e amor o Senhor nesses que foram os seus últimos dias de estadia conosco, como um de nós; ainda que pela fé tenhamos consciência de que Ele permanece sempre conosco no Grande Mistério da Eucaristia, na pessoa de seus fiéis ministros, como também em cada um dos nós que o recebemos na Santa comunhão.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

FELIZES OS QUE DEIXAM TUDO PARA SEGUIREM FIELMENTE JESUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 12,1-11)(06 /04/20)
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Caríssimos, a liturgia desta segunda-feira da semana santa, começa com o cântico do servo de Deus, presente na profecia de Isaías. Diz ele: “Eis o meu servo — eu o recebo; eis o meu eleito — nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos”.
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Ora, vivemos em meio à criação que por um lado manifesta o infinito poder de Deus; mas, por outro, a nossa ínfima impotência, como vimos ainda nessa mesma profecia: "Isto diz o Senhor Deus, que criou o céu e o estendeu, firmou a terra e tudo que dela germina, que dá a respiração aos seus habitantes e o sopro da vida ao que nela se move..." Ou seja, somos nada mais que um sopro; um pequeníssimo grão de areia no mar sem fundo da obra da criação.
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E no entanto, Deus nos ama de tal modo que nos enviou o Seu único Filho para expiar os nossos pecados e nos fazer habitantes do mundo novo que virá, onde não mais existirá o mal; onde somente o amor e a bondade serão a regra de vida a ser seguida por toda eternidade. De fato, não há comparação alguma com este mundo, onde ao que parece, reina o pecado e todo o mal que ele gera.
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No Evangelho de hoje Jesus foi convidado para um jantar na casa de Lázaro, à quem havia ressuscitado dos mortos. Estando à mesa, Maria, irmã do infitrião, banhou seus pés com perfume de nardo e os enxugou com seus cabelos. Ora, mas logo foi repreendida por Judas Escariótes com a desculpa de que esse dinheiro deveria ser dado aos pobres.
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Caríssimos, o pecado de Judas, que, como enfatizou são João, era ladrão; pois, "tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela." Vem se repetindo ao longo da história, ou seja, mesmo os homens conhecendo a verdade, deixam-na de lado para seguirem apegados às coisas deste mundo, fingindo que não a conhece.
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Portanto, felizes são aqueles que deixam tudo, para seguirem fielmente a Jesus, portando a sua cruz de cada dia.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Homilia do Domingo de Ramos...


Homilia do Domingo de Ramos (Mt 21,1-11; 27,11-54)(05/04/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, com o Domingo de Ramos a Igreja dá início à Semana Santa aonde celebramos o maior acontecimento da história da humanidade; trata-se da paixão, do sofrimento, da crucifixão, da morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, como Deus infinitamente poderoso se fez um de nós e carregou sobre Si todas as nossas dores, para nos fazer participantes de sua natureza divina.
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De fato, ano após ano o Senhor nos dá a graça de fazermos memória desses acontecimentos pelos quais Ele nos libertou do pecado, da morte e do inferno, ou seja, nos resgatou para a vida eterna. São Paulo, ao se referir a isso, escreveu: "Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós." (Rm 5,6.8).
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Com efeito, por meio do sofrimento e da morte de Jesus na cruz, oferta de amor incondicional, Deus fez resplandecer por sua ressurreição, o Seu Eterno Poder e por Ele fez novas todas as coisas nos dando o Santo Espírito para nos conduzir à plenitude da felicidade eterna no Reino dos céus. Por isso, é fundamental a nossa adesão e permanência em Cristo para nos atermos seguros da salvação que Dele recebemos.
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Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor a graça de mesmo em meio à essa grave crise por conta do Covid-19, celebrarmos com todo empenho e piedade a memória de Sua Paixão, morte e ressurreição para assim crescermos na graça, no conhecimento, no amor e na misericórdia de Deus, nosso Pai, e desse modo vivermos em santidade e justiça todos os dias de nossa vida, à serviço daqueles a quem Ele nos enviar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

AQUELE QUE ME SEGUE NÃO ANDARÁ EM TREVAS....


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,51-59)(02/04/20)
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Caríssimos, o nosso encontro com Deus por meio do batismo e a nossa permanência Nele pela vivência do mesmo batismo, é símbolo de Sua aliança conosco, como Ele fez com Abraão; e é essa aliança que fundamenta a nossa esperança de vida eterna. Abraão foi chamado por Deus, fez uma aliança de amor com Ele, deixou seus horizontes pessoais e foi em busca do cumprimento de Suas promessas.
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De fato, Abraão nada tinha em si para a realização de seu sonho, que era ter uma descendência, pois era velho e sua esposa, Sara, além de velha era estéril. Ora, mas é exatamente aí na sua infecundidade que Deus fez nascer a fé e a esperança que continua dando frutos em abundância até os nossos dias.
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No Evangelho de hoje os fariseus por não aceitarem a linguagem messiânica de Jesus, o julgavam de blasfêmia e procuravam atentar contra a sua vida. Ora, ao que parece é sempre assim, queremos que Deus caiba em nossos limites, e como isso nunca acontece, a tendência é nega-lo, rejeita-lo e expulsa-lo de nossa vida crucificando-o com os nossos pecados.
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Caríssimos, Deus não cabe em nossas medidas nem em nossos caprichos; e não é Ele que precisa de nós; nós é que precisamos Dele cem por cento, por isso, Ele jamais se submeterá às nossas tendências; pois, basta Ele ter assumido a nossa natureza decaída e ter se oferecido em sacrifício para nos libertar do pecado, da morte e das artimanhas do malígno.
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Portanto, como Abraão, creiamos e pela obediência, sigamos Jesus com nossa cruz de cada dia, pois, como o Senhor mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12). E ainda: "Aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 24,13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

QUAL É A VERDADEIRA LIBERDADE?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,31-42)(01/04/20)
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Caríssimos, a vida nos foi dada, e o que estamos fazendo com esse dom tão precioso que recebemos de Deus? Vivendo para Ele ou para nós mesmos? De fato, o grande problema da humanidade, é o "eu"; quando o "eu" é o critério para tudo, acha que não precisa dos critérios divinos para a salvação, ou seja, da obediência aos seus santos mandamentos.
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Ora, se o "eu" determina tudo, não precisa de Deus, nem de nenhum salvador; porém, quem assim vive, cai no egocentrismo e se perde nele, pois, nenhum rio é perene sem a fonte que o gera. Logo, concluímos que não passamos de um sopro de vida, e no dia em que esse sopro se esvai, voltamos naturalmente ao pó que somos se não permanecemos na graça de Deus.
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Na primeira leitura o rei Nabucodonosor achava que não existia nenhum Deus que não os seus, ou seja, era ele quem tudo determinava e se alguém não lhe seguisse o faria perecer sob a morte mais cruel. E no entanto a fé dos três jovens lhe mostrou que só existe um Deus e ninguém mais fora Dele. Ou seja, sem Ele nenhum ser subexiste por si mesmo.
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No Evangelho de hoje os pretensos contraditores de Jesus não se contentaram ao ouvirem do Senhor que, quem Nele crê, encontra a verdadeira liberdade, porque se torna filho de Deus. Aliás, são João tratando desse assunto, escreveu: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
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Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro."
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Portanto, caríssimos, aprendamos com o Senhor Jesus, pois a sua humildade nos ensina que dependemos de Deus cem por cento (cf. Fil 2; Jo 5,30).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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