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terça-feira, 31 de março de 2020

QUE O SENHOR TENHA COMPAIXÃO DE NÓS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,21-30)(31/03/20)
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Caríssimos, a nossa humanidade sem a presença de Jesus se resume à nada, porque sem Ele, somos apenas vidas que rumam para a morte sem esperança alguma. Ora, nesses dias de quarentena, como realmente sentimos a ausência de Cristo Eucarístico, é como se a vida perdesse o sentido, o rumo certo para onde Ele nos conduzia.
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Na primeira leitura de hoje, por deixar de seguir as orientações que Deus lhes dava por meio de Moisés, o povo eleito perdeu o entusiasmo e a determinação para seguir rumo à terra prometida e passou à reclamar, murmurar e atrair sobre si o veneno das serpentes que lhes atacava, levando-os à morte e à perdição.
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Com efeito, como vimos, somente quando voltaram ao Senhor é que receberam o sinal divino que os salvou do veneno mortífero que atraíram sobre si. De igual modo, nessa situação que estamos vivendo por causa dos muitíssimos pecados aqui praticados, só haverá libertação desta pandemia se houver um retorno em massa ao Senhor, caso contrário, nada de bom podemos esperar.
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No Evangelho de hoje o povo eleito, já de posse da terra prometida, não se deu conta da maravilha que Deus realizou enviando o Seu Filho, Jesus Cristo, como sinal e fonte perene de libertação como havia prometido; ora, eles não somente o rejeitaram, mas, também tramaram sua morte, não aceitando o plano salvífico que Nele se cumpria.
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Portanto, caríssimos, rezemos muito pela conversão de todos, pois, sem dúvida alguma, Deus está passando a limpo esta humanidade que se encontra mergulhada na lama fétida do pecado e de suas consequências. Que o Senhor na Sua Infinita Misericórdia tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza por Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, à vida eterna. Amém!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 30 de março de 2020

MULHER NINGUÉM TE CONDENÓ? NEM EU TE CONDENO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,1-11)(30/03/20)
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Caríssimos, meditando as leituras desta liturgia, vemos como é fácil acusar e condenar os outros, mesmo carregando culpas maiores que as deles. Na verdade, isso não passa de projeção psicológica dos próprios pecados ou ainda o querer justifica-los. Ora, ninguém faz algo sem alguma intenção ou no mínimo sem querer algo em troca; a não ser que aja por inspiração divina no exercício de algum ato de bondade ou de misericórdia.
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O fato é que vivemos num campo minado por todos os lados, pelas mais diversas tentações, cujo intenção principal é nos levar ao pecado e à morte que ele traz. Todavia, tanto na primeira leitura quanto no Evangelho de hoje, as armas que Deus nos concede para vencermos as tentações são a oração e a coerência na prática da Sua Palavra, porque são sinais da sua presença em nossa vida.
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No Evangelho de hoje Jesus desafia os inquisidores que queriam que ele condenasse a mulher adúltera: "Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Com isso o Senhor nos mostra que todos somos pecadores e que a Sua Divina Misericórdia é o único meio pelo qual somos salvos.
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Portanto, caríssimos, escutemos o Senhor: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também." (Lc 6,36-38).
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Por fim, façamos um teste simples e direto, passemos cinco minutos sem julgar seja quem for, seja o que for... Serão cinco minutos de silêncio interior para sentirmos o quanto precisamos da misericórdia do Senhor, e quanto precisamos ser misericordiosos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 29 de março de 2020

EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA...


Homilia do 5°Dom da Quaresma (Jo 11,1-45)(29/03/20)
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Caríssimos, o Poder de Deus se revela no amor, na misericórdia, na bondade, na paciência, na humildade e na obediência do Seu Filho, Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição. Bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Jesus, autor e consumador de nossa fé. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo." (Hb 12,2-3).
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De fato, não se entende o Poder de Deus como uma força de destruição, mas sim, como Força de defesa e salvação para seus filhos e filhas em meio às adversidades deste mundo. E somente quem abraça a cruz de Jesus e persevera com Ele até o fim, pode experimentar o poder da sua ressurreição. À isto chamamos martírio que significa testemunho.
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A liturgia de hoje nos mostra Jesus realizando um dos últimos sinais de sua presença messiânica neste mundo, a ressurreição de Lázaro. Mas, por que Jesus realizou esse prodígio mesmo sabendo que seria morto? Escutemos Dele então a resposta : “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”.
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Ou seja, Jesus cuida da nossa fé que o identifica como o Messias enviado por Deus Pai, como havia feito antes com Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto? Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 27 de março de 2020

QUEM VIVE SEGUNDO A CARNE NÃO PODE AGRADAR A DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 7,1-2.10.25-30)(27/03/20)
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Caríssimos, mesmo que os homens digam que estão aqui à serviço de Deus; se eles, porém, contradizem a Lei do Seu amor, na verdade, não estão a serviço do Senhor; mas sim do mal à quem se submetem pelo ódio que carregam em suas almas. Porque, como nos ensinou são João: "Deus é amor e quem ama permanece em Deus e Deus nele. (1Jo 4,8). Qualquer outro pensamento ou atitude fora dessa verdade, leva os homens à perdição eterna.
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Com efeito, a liturgia de hoje nos mostra como agem aqueles que se acham no poder do livre arbítrio, e por isso, tentam submeter os outros ao seu domínio à ponto de querer tirar-lhes a vida. É bem como vimos na primeira leitura e no Evangelho de hoje: "Dizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios: “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda." "Naquele tempo, Jesus andava percorrendo a Galileia. Evitava andar pela Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo."
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Ora, sabemos que neste mundo tudo passa, menos os nossos atos, pois eles ficam gravados em nossas almas e é deles que prestaremos contas diante de Deus no dia em que todos seremos julgados. É como está escrito: "Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece." (1Cor 4,5).
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"Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,12-14).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 26 de março de 2020

ESTAMOS VIVENDO NUM TEMPO DE PROVA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,31-47)(26/03/20)
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Caríssimos, a cada dia que passa em meio à esta crise que estamos enfrentando, muitos como os Hebreus no Horeb, vão perdendo a paciência e com ela a fé em Deus e a esperança de dias melhores; assim como os Hebreus, muitos estão neste momento reclamando, se lastimando e também criando seus ídolos como vimos na primeira leitura de hoje.
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Na Santa Missa celebrada na Capela da casa Santa Marta, o Santo Padre, o Papa Francisco, fez o seguinte comentário da primeira leitura desta liturgia: "Gostaria de acenar algumas coisas sobre isso: Em primeiro lugar, aquela saudade idolátrica: neste caso, pensava nos ídolos do Egito, mas a saudade de voltar aos ídolos, voltar ao pior, não saber esperar o Deus vivo. Essa saudade é uma doença, também nossa. Inicia-se a caminhar com o entusiasmo de ser livres, mas depois começam as lamentações.
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Depois, outra coisa: a idolatria faz você perder tudo. Aarão, para fazer o bezerro, pede ouro: “Deem-me ouro e prata”: mas era o ouro e a prata que o Senhor tinha dado a eles, quando lhes disse: “Peçam ouro emprestado aos egípcios”, e depois foram embora com o ouro. É um dom do Senhor e com o dom do Senhor fazem o ídolo. E isso é muito feio.
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Mas esse mecanismo acontece também conosco: quando temos atitudes que nos levam à idolatria, somos apegados a coisas que nos distanciam de Deus, porque nós fazemos outro deus e o fazemos com os dons que o Senhor nos deu. Com a inteligência, com a vontade, com o amor, com o coração. São os próprios dons do Senhor que nós usamos para fazer a idolatria.
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Caríssimos, por fim, nessa sua homilia, o Santo Padre, falou dos ídolos do coração, ídolos por nós escondidos muitas vezes de modo astucioso, ressaltando que a idolatria nos faz perder tudo, nos faz perder os próprios dons do Senhor. Em seguida, pediu para se fazer um exame de consciência para descobrir nossos ídolos escondidos." E deixa-los.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 25 de março de 2020

SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR...


Solenidade da Anunciação do Senhor (Lc 1,26-38)(25/03/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a Igreja hoje celebra solenemente a anunciação do Senhor, ou seja, o anúncio de que Deus adentra definitivamente nossa natureza limitada, sem deixar de ser Deus, para desse modo transpor os nossos limites. Em outras palavras, Deus em seu Filho, Jesus Cristo, assume nossa condição humana em tudo, exceto no pecado, porque é Deus e em Deus não existe pecado.
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Com efeito, em Sua Onipotência, o Senhor quis nos fazer participantes de sua natureza divina como nos ensinou São Pedro (cf. 2Pd 1,3-4); para isso, escolheu a Virgem Maria, à qual consagrou para Si e lhe deu o Santíssimo privilégio de ser a Sua Mãe Imaculada, tal como havia anunciado pelo Profeta Isaías, como vimos na primeira leitura.
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Santo Amadeu de Lausana (Sec. II), descreve assim o momento sublime da Encarnação do Verbo: "O Deus invisível fez-Se, pois, carne visível; impassível e imortal, mostrou-Se passível e mortal. Aquele que escapa aos limites da nossa natureza quis ser contido nela. Aquele cuja imensidade encerra o conjunto do céu e da Terra, encerrou-Se no seio de uma Mãe. E Aquele que os céus dos céus não podem conter foi estreitado nas entranhas de Maria.
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Se queres saber como foi que isso aconteceu, ouve o arcanjo explicar a Maria o desenrolar do mistério: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra». Pois foi a ti, de preferência a todos e acima de todos, que Ele escolheu, para que ultrapassasses, em plenitude de graça, todos quantos, antes ou depois de ti, foram ou virão a ser."
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Oremos: "Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 24 de março de 2020

JESUS, FONTE DE ÁGUA VIVA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,1-16)(24/03/20)
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Caríssimos, a água é símbolo de vida, de limpeza, de purificação, de remédio para todos os males; ela e todas as outras criaturas são dons de Deus, sinais do seu amor e da sua bondade. Ora, Jesus, ao referir-se ao estado de graça de nossas almas, comparou-se a Fonte onde bebemos o Espírito Santo, disse Ele: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva (Zc 14,8; Is 58,11)."
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Na primeira leitura o Profeta Ezequiel teve uma visão profética onde Deus lhe mostra, por meio do Seu anjo, o templo repleto de água viva simbolizando o transbordamento do Espírito Santo na vida de seus filhos e filhas, exatamente como vimos acontecer no dia de Pentecostes (cf. At 2).
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Em outras palavras, isso quer dizer que a nossa convivência com o Senhor é fundamental para crescermos no conhecimento do seu amor e de todas as outras virtudes que nos leva à perfeita comunhão com Ele e entre nós; bem como nos ensinou São Paulo: "Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança."
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No Evangelho de hoje Jesus se aproxima de um homem que a 38 anos esperava que alguém o ajudasse à banha-se nas águas da piscina de Siloé para ser curado de sua paralisia. Porém, ao crê na Palavra de Jesus, ficou curado de imediato, pois, de fato, Jesus é a Fonte de Água viva que veio a este mundo para nos purificar de todo pecado e nos libertar de todos os males.
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Conclusão: Caríssimos, rezemos esta simples oração composta por Santo Efrém (Sec. IV): "Verte, Senhor, sobre a minha fraqueza, o teu orvalho; pelo teu Sangue [derramado], perdoa os meus pecados. Que eu seja incluído no número dos teus santos, e sentado à tua direita." Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 23 de março de 2020

EU VOS EXALTO Ó SENHOR, PORQUE VÓS ME LIVRASTES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 4,43-54)(23/03/20)
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Caríssimos, no atual momento o mundo inteiro vive o tormento desta pandemia Covid-19; de certo modo, está havendo um dispertar, um desejo de mudança, ou seja, de viver mais intensamente a fé, pois, o inimigo é invisível e dele só vemos os efeitos devastos. De fato, ele está pronto para atacar e destruir qualquer um à qualquer momento, basta um discuido.
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Com efeito, a liturgia de hoje nos revela o que Deus tem preparado para aqueles que o amam, ou seja, novos céus e uma nova terra onde reinará o amor, a verdade, a justiça e a paz; onde Deus será tudo em todos (cf. Jo 17). Ora, só em ter consciência de que o mal não mais existirá, já sentimos um profundo alívio, e o desejo de que a Parusia do Senhor aconteça o mais beve possível.
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No Evangelho de hoje Jesus nos faz um alerta: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes". Ora, esse alerta do Senhor ao mesmo tempo revela a nossa fragilidade e o que nos leva à supera-la, ou seja, a fé como confiança inabalável em Sua divina palavra que tudo realiza para a nossa salvação e a glória de Deus Pai.
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Caríssimos, rezemos então com o Salmo responsorial: "Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando estava já morrendo!
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Cantai salmos ao Senhor, povo fiel,
dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.
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Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 22 de março de 2020

A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA...


Homilia do 4°Dom da Quaresma (Jo 9,1.6-9.13-17.34-38)(22/03/20)
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Caríssimos, se tem algo que não falta neste mundo, diria que são as tentações. Mas, por que elas existem? Porque a graça da felicidade eterna já nos foi dada por Cristo no batismo, portanto, nós não pertencemos mais ao pecado e nem ao maligno que o gerou. De fato, voltar ao pecado cedendo às tentações, é perder a graça da felicidade eterna, para amargar o vazio e a tristeza que o pecado gera.
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Na primeira leitura de hoje o Profeta Samuel sofreu a tentação de escolher a pessoa errada para o Serviço do Senhor; no entanto, por estar atento ao diálogo interior com Ele, seguiu suas inspirações e assim escolheu Davi que depois tornou-se rei e o progenitor do Messias. Desse modo, vemos que não basta ser batizado, mas, é necessário manter o diálogo interior com o Senhor para assim obedece-lo em tudo.
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No Evangelho de hoje Jesus cura um cego de nascença, mas, por realizar esse sinal divino em dia de sábado, foi julgado pelos fariseus como um pecador por não obedecer a Lei. Por outro lado, o homem que recebeu a cura, quando interrogado, deu uma verdadeira lição de teologia e de humildade ao acreditar no Senhor; no entanto, foi expulso da Sinagoga pela cegueira da soberba e do preconceito daqueles que deviam acolher Jesus e não o rejeitar.
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Caríssimos, não sei quanto tempo ainda temos neste mundo até que venha a plinitude do Reino de Deus, tal qual Jesus prometeu; todavia, de uma coisa fiquemos certos, a justiça divina se cumprirá; e, quem ficará de pé quando este dia chegar? O salmo 14 responde: "É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua. Jamais vacilará quem vive assim!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 21 de março de 2020

CUIDADO COM O PECADO DA PRESUNÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,9-14)(21/03/20)
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Caríssimos, Deus nos criou à sua imagem e semelhança, e nos dotou de todas as virtudes para permanecermos em plena comunhão de amor com Ele. Acontece que com a queda no pecado da desobediência, o ser humano passou à escravidão dos vícios e de todo tipo de concupiscência, tendo como consequência um profundo desequilíbrio psíquico, físico, moral e espiritual.
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Com efeito, nessa liturgia de hoje o Senhor nos revela como cultivarmos as virtudes eternas que potencialmente se encontram em nossas almas e nos levam a viver em perfeito estado de graça, isto é, em plena comunhão com Ele. Ora, uma dessas virtudes é o arrependimento que nos conduz à conversão como vimos na primeira leitura.
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No Evangelho de hoje, Jesus, ao contar a parábola do fariseu e do publicano, nos ensina que a virtude da humildade ao mesmo tempo que nos aproxima de Deus; nos afasta do horrível pecado da presunção, tendo em vista que nenhuma criatura é autossuficiente, ou seja, subsiste por si mesma. Na verdade não passamos de um sopro que a qualquer momento se esvai.
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Caríssimos, o que mais nos chama a atenção nessa parábola contada por Jesus? Em primeiro lugar, a prática religiosa quando não é conduzida pelas virtudes do Espírito Santo, torna-se um culto de adoração à si mesmo, à própria imagem e não a Deus, ou seja, é o viver de aparências. Segundo, a virtude da humildade nos leva ao coração de Deus que por sua infinita misericórdia nos concede o perdão e a justificação de que tanto precisamos.
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Por fim, escutemos são Pedro e ponhamos em prática o que nos ensinou: "Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes (Pr 3,34). Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 20 de março de 2020

QUAL É O MAIOR MANDAMENTO?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 12,28b-34)(20/03/20)
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Caríssimos, a nossa trajetória rumo a eternidade é constante, pois o tempo não para e tudo passa rápido. O problema consiste no como fazemos esse percurso, com quem o fazemos e quais as motivações para isso. Ora, viver não é só um respirar natural, mais do que isso, viver é cumprir o propósito eterno para o qual Deus nos criou.
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Neste sentido, a liturgia de hoje torna clara a atitude que devemos ter diante dos erros que cometemos nesse percurso. A primeira leitura nos mostra a necessidade de permanente conversão para vivermos como verdadeiros filhos de Deus. Ora, é isso o que nos ensina são Paulo na Carta aos Romanos: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito."
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No Evangelho de hoje um escriba se aproxima de Jesus e o interroga: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?" Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”.
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Ora, ao dar essa resposta, Jesus nos põe diante do único motivo pelo qual Deus criou todas as coisas, e do qual tiramos a força para seguir em frente vencendo todas as adversidades que se impõem contra nós que estamos à caminho do Reino dos céus. De fato, "Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele."
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Vejamos, então, o que ainda escreveu são João à esse respeito: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
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Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Solenidade de São José

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Solenidade de São José

(Mt 1,16.18-21.24a)(19/03/20)

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Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Solenidade de São José, "guardião fiel dos mistérios da salvação", e como vimos no Evangelho de hoje, homem justo e profundamente dedicado à missão que Deus lhe confiou, ou seja, ser o pai adotivo do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. De fato, José, depois de Maria, foi o primeiro a conhecer por revelação divina a chegada do Messias prometido.

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Com efeito, a princípio José em seu silêncio e humildade pensou abdicar de seu propósito de esposar a Santíssima Virgem Maria, por não entender o que lhe estava acontecendo, exatamente por não querer culpa-la; no entanto, Deus enviou o seu anjo para instruir-lhe em sonho, ao que prontamente José o atendeu e passou a cumprir os seus desígnios, acolhendo Jesus, Deus conosco.

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Caríssimos, vejamos o que escreveu  são Bernardino de Sena em sua homilia sobre São José: "Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe todos os carismas necessários, aumentando muito a sua beleza espiritual. Isto verificou-se totalmente com São José, pai legal de Nosso Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos.

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O Pai Eterno escolheu-o para ser o guardião fiel dos seus principais tesouros: seu Filho e sua esposa, função que ele desempenhou fielmente. Foi por isso que o Senhor lhe disse: «Servo bom e fiel, entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,21).

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Oremos, então, com são Bernardino de Sena: "Lembra-te de nós, bem-aventurado José, intercede junto de teu Filho adotivo com o socorro da tua oração, e conquista-nos o favor da bem-aventurada Virgem, tua Esposa, que é a Mãe daquele que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos dos séculos." Amém!

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 18 de março de 2020

SEGUIR JESUS É OBEDECER À SUA PALAVRA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,17-19)(18/03/20)
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Caríssimos, seguir Jesus como discípulos requer de nossa parte escuta, obediência, disciplina, fidelidade e paciência para vencermos à nós mesmos e nos mantermos em estado de graça, para assim crescermos no conhecimento do seu amor e na prática de suas palavras.
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De fato, a facilidade do pecado tem levado muitas almas para a perdição, isto porque não suportam ouvir estas palavras de Jesus: "Se alguém Me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-Me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?"
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Ora, o Evangelho de hoje nos mostra como Jesus venceu a desobediência e a maldade deste mundo: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento." Ou seja, por meio da obediência perfeita, da submissão amorosa à vontade do Pai, ao submeter-se à morte humilhante de cruz: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres."

Conclusão: Caríssimos, a obediência à Lei perfeita da liberdade nos conduz a Cristo, e Cristo por meio do Seu Santo Espírito nos conduz ao Pai. Mas, tudo isso acontece somente quando renunciamos a nós mesmos, e com Ele portamos a cruz das humilhações deste mundo,
seguindo-o firmemente até o fim.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 17 de março de 2020

SENHOR, QUANTAS VEZES DEVO PERDOAR?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-35)(17/03/20)
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Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra um dos dons de Deus que mais precisamos para nos manter seguros no caminho da salvação; trata-se do perdão que brota da inesgotável misericórdia do Senhor, cujo exercício é fundamental "para vivermos em santidade e justiça diante Dele todos os dias de nossa vida." Porém, à todo momento sofremos a tentação de limita-lo ou até de elimina-lo da prática da nossa fé.
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De fato, para alcançarmos a graça santificante do seu amor precisamos perdoar sempre como Jesus nos ensinou no Evangelho de hoje. Isto porque o ato de julgar sem sermos justos ou chamados para isto, nos leva a portar em nossa alma os pecados de quem julgamos. E se assim procedemos, tais pecados ocuparam o espaço que antes em nós pertencia à divina misericórdia.
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Com efeito, São Pedro com suas medidas, interpela Jesus sobre o perdão que devemos dar à quem nos ofende, disse ele: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." Em outras palavras, assim como o Reino de Deus não tem limite, de igual modo as virtudes da misericórdia e do perdão que nele vivemos também não tem limite.
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Caríssimos, após esse diálogo com Pedro, Jesus conta a parábola sobre um homem que mesmo perdoado de sua dívida impagável; não teve compaixão de um de seus companheiros que lhe devia uma quantia insignificante. Ora, e por que não dizer que entre nós isso também acontece com frequência?
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De fato, quando nos deixamos tomar pela mágoa, o racor e o ressentimento, já não existe espaço em nossos almas para as graças de Deus serem derramadas nelas; desse modo, só nos resta os sofrimentos causados por tamanho desvario; pois, como disse o Senhor: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 16 de março de 2020

JESUS NA SINAGOGA DE NAZARÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,24-30)(16/03/20)
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Caríssimos, ao longo da história da salvação, vimos se cumprir estas palavras de são Pedro: "Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes (Pr 3,34)." Ora, em nossa naturalidade não passamos de um sopro, isto é, somos dependentes; por isso, nem sempre os acontecimentos se dão como desejamos ou queremos.
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Na primeira leitura vimos a história de Naamã, um oficial Sírio que havia contraido lepra, porém, providencialmente foi levado à fé por uma filha de Israel que habitava em sua casa como escrava. A princípio ele foi ao encontro do Senhor do seu jeito, todavia, só o encontrou depois da exortação de seus criados que o convenceram a obedecer a Palavra do Senhor proferida pelo Profeta Eliseu.
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De fato, enquanto permaneceu na arrogância, manteve-se doente de corpo e alma, só encontrando alívio quando pela obediência e humildade seguiu o conselho do Senhor. Sem dúvida isso para nós é uma grande lição, pois, a humildade é um dom divino que os arrogantes jamais conhecerão, a não ser que se convertam como o fez Naamã.
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No Evangelho de hoje Jesus sofre com o cúmulo da arrogância dos participantes da Sinagoga de Nazaré, sua terra, pois, além de não o reconhecerem como Profeta ainda queriam assassina-lo, por não acolherem sua Palavra e os sinais que revelavam que Ele era o Messias enviado por Deus.
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Ora, nunca se acostume com as palavras e as ações do Senhor, pois elas são sempre novas. Desse modo, se evita cair na tentação de relativiza-las, pois, a fé nos foi dada para reconhecê-las e as pôr em prática.
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Caríssimos, na carta aos Hebreus, lemos: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade." Ou seja, Jesus continua vivo no meio de nós revelando a vontade do Pai, pois Sua Palavra é Sua Presença real, como também a Eucaristia, é Sua presença física; porém, somente o reconhecemos quando Nele cremos, pondo em prática a Sua Vontade.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 14 de março de 2020

"PAI, PEQUEI JÁ NÃO SOU DIGNO DE SER CHAMADO TEU FILHO"


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-3.11-32)(14/03/20)
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Caríssimos, outro dia escrevi: sem perdão não existe salvação, isto porque o perdão é a Porta pela qual Jesus entra em nossas almas, e nos mantém em estado de graça para que jamais nos separemos Dele. Ora, o perdão dos pecados é tão importante para a humanidade que Deus nos enviou o Seu Filho amado para que por Ele alcancemos a plenitude do Seu Reino; por isso, a alma unida a Cristo chega sem nenhum impecilho à vida eterna.
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As leituras desta liturgia nos leva ao alívio imediato, porque se Deus nos punisse em proporção aos nossos pecados, nenhuma criatura existiria mais na face da terra. É por isso que Ele nos deu o tempo do livre arbítrio para que arrependidos voltássemos a Ele como fez o filho pródigo da parábola que Jesus nos contou no Evangelho de hoje.
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São Romano, o Melodista (sec. VI), em um dos seus hinos, traduz assim para nós como o Senhor age em nosso favor por sua Divina Misericórdia: "Muitos são os que, pela penitência, se tornaram dignos do amor que tens pelo homem, Tu, que justificaste o publicano pelo seu lamento e a pecadora pelo seu pranto (Lc 18,14; 7,50). E, ao preveres e dares o perdão de acordo com imutáveis desígnios, Te mostras rico de todas as misericórdias (Ef 2,4).
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Converte-me também a mim, Tu, que queres que todos os homens se salvem! (1Tim 2,4). A minha alma enodoou-se ao vestir a túnica dos meus erros (Gn 3,21). Mas Tu me alcançarás a graça de fazer jorrar fontes dos meus olhos, a fim de que, pela contrição, seja purificado e digno das tuas núpcias (Mt 22,12).
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Veste-me com o manto multicolor (Sl 45,15), Tu, que queres que todos os homens se salvem! Tem compaixão de mim, Pai celeste, tal como tiveste do filho pródigo,
Porque também eu me lanço a teus pés e como ele clamo: "Pai, pequei!" E rejubilarão os anjos com a salvação dum filho indigno (Lc 15,7)."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 13 de março de 2020

A GRAVIDADE DO PECADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 21,33-43.45-46)(13/03/20)
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Caríssimos, prestemos atenção à esta liturgia de hoje, pois ela trata da gravidade do pecado que é a causa de todos os males na obra da criação. O pecado é uma terrível mancha espiritual que gruda na alma de quem conscientemente o comete, causado sua ruína; em outras palavras, é uma espécie de escondirijo que abriga o inimigo que passa a ocupar os espaços que antes eram ocupados pelas virtudes recebidas de Deus, nosso Criador.
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Na primeira leitura vemos a família do Patriarca Jacó dividida pelo pecado do ciúme, da inveja e da mentira que os irmãos de José nutriam contra ele à ponto de querer assassina-lo. Todavia, como Deus está sempre presente em todos os acontecimentos da vida de seus escolhidos, usou essa adversidade não só para livrar José, mas toda a sua família e também a nós que hoje usufruímos da salvação realizada por Jesus descendente de Abraão como eles.
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No Evangelho deste dia Jesus conta uma parábola mostrando aos mestres da lei e fariseus a origem do pecado que carregam na alma, e que por causa da dureza de seus corações, Deus lhes tira a herança do Seu Reino dando a um outro povo que acolhe com atenção a Sua Palavra e a põe em prática reconhecendo que Ele é o Messias enviado para a salvação de todos os que Nele creem.
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Caríssimos, Deus nos criou "à sua imagem e semelhança", isto significa, somente para amar, porque Deus é amor. Por isso, tudo o que em nós não é uma expressão do Seu amor, a isto chamamos de pecado, porque é contrário à Sua vontade para a nossa vida.
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Portanto, fiquemos atentos aos pensamentos vãos, desordenados e estranhos que chegam à nossa mente, porque no mais das vezes, são tentações querendo ocupar o lugar do amor de Deus em nossas almas, por isso, causam tanto mal quando os permitimos entrar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 12 de março de 2020

TEMPO DE LIVRE ARBÍTRIO, TEMPO DE GRAÇA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-31)(12/03/20)
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Caríssimos, esse tempo que vivemos em nossa naturalidade pode ser traduzido como tempo de graça, porque é nele que exercemos o nosso livre arbítrio, ou seja, o poder que temos para tomamos as devidas decisões; em outras palavras, é o tempo que Deus nos dá para vivermos em conformidade com a Sua Santa Vontade ou não.
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De uma coisa fiquemos certos, não podemos perder tempo, porque tempo é vida. À quem ou a que damos o nosso tempo? Quem dá tempo a Deus e vive em perfeita comunhão com a sua vontade por meio da obediência aos seus santos mandamentos, recebe Dele todas as graças e a vida eterna como herança. Porém, quem tira o tempo de Deus da sua vida, perde o tempo que lhe foi dado e em consequência perde também a vida.
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Na primeira leitura o Profeta Jeremias traduz exatamente o que foi dito acima: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar na secura do ermo, em região salobra e desabitada.
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Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca da umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos."
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Caríssimos, como Jesus nos mostrou no Evangelho de hoje, é somente no tempo presente que temos o poder do livre arbítrio; após a morte natural, não teremos nenhum poder de decisão, por isso, na condição que morremos, essa será a nossa eterna condição.
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Portanto, escutemos o Senhor: "Não seles o texto profético deste livro, porque o momento está próximo. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 11 de março de 2020

SERVIR A DEUS POR AMOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,17-28)(11/03/20)
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Caríssimos, a palavra que se destaca nesta liturgia de hoje é, serviço, que se traduz em servir; mas, poucos são aqueles que neste mundo não buscam vantagens e proveitos das situações e das pessoas envolvidas, visando tão somente os próprios interesses. São raros os voluntários que dão seu tempo e sua vida para o bem e a salvação de tantos que se encontram em penúria sem tirar proveito disso.
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Com efeito, como vimos na primeira leitura, não faltam caluniadores e perseguidores dos justos que procuram servir a Deus assiduamente com simplicidade e singeleza de coração, mesmo sofrendo tais injurias. Deus é Deus e não deixa de realizar a sua obra de salvação só porque pessoas mal intencionadas tentam impedir o serviço salvífico de seus fiéis servidores.
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No Evangelho de hoje mesmo depois de revelar os sofrimentos, as dores e a morte pelos quais iria passar, Jesus, escutou a mãe dos filhos de Zebedeu pedindo-lhe regalias e vantagens para os seus filhos, Tiago e João, quando chegassem no Seu Reino. Ora, a resposta de Jesus foi exatamente o contrário do que ela desejava: "Não sabeis o que estais pedindo."
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Caríssimos, a oração não é meio para Deus fazer a nossa vontade; mas sim, para nós fazermos a vontade Dele. Por isso, logo em seguida Jesus assim respondeu à discórdia surgida entre os Apóstolos por causa dessa oração equivocada: "Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 10 de março de 2020

A HIPOCRISIA É FILHA DA INCOERÊNCIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(10/03/20)
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Caríssimos, vivemos numa sociedade onde o poder, a fama e o prazer são os itens mais desejados do kit das ilusões deste mundo tenebroso. Ora, não precisamos buscar em outros perfis esses três itens capciosos para confirmar essa afirmação; basta olharmos para as nossas próprias redes sociais e vermos, quem nelas exaltamos: a misericórdia, o amor, a humildade, a bondade de Jesus ou à nós mesmos e ao nosso vão desejo de aparecer e receber elogios?
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Com efeito, a liturgia de hoje nos chama para uma constante conversão, isto é, total mudança de mentalidade; porque, de fato, ainda não transparecemos a humildade e o amor de Cristo, por vivermos imersos no abismo do próprio egoísmo buscando satisfações meramente carnais. E quantos não vivem enganados pelas seduções ilusórias do pecado que os atrai e alicia, tirando-lhes o verdadeiro desejo de conversão?
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No Evangelho de hoje Jesus nos mostra que o grande pecado dos mestres da lei e dos fariseus era o viver de aparências, buscando os elogios e a aprovação dos que os viam; e com isso, mergulhavam num abismo sem fundo de incoerência e hipocrisia, tornado-se intolerantes e perversos com os que não aprovavam suas ações.
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Ora, mesmo não cultivando a verdade e a humildade em suas ações, tais agentes não foram capazes de impedir as graças e bênçãos de Deus em favor do seu povo eleito. Então, escutemos Jesus: "Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo."
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Conclusão: Caríssimos, qual a lição que tiramos dessas Palavras de Jesus? O valor e a grandeza da carta não depende do carteiro que a porta, mas sim, do seu conteúdo e de quem a envia. Portanto, a Palavra de Deus dá fruto por si mesma na vida daqueles que lhe obedecem, mesmo se os agentes que a portam não correspondam ao seu conteúdo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 9 de março de 2020

PERDOAI E SEREIS PERDOADOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(09/03/20)
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Caríssimos, o tema desta liturgia é o perdão como fundamento da da nossa salvação. Porque, de fato, sem perdão não existe purificação das almas nem salvação. Quaresma quer dizer: quarenta dias de intensa oração, revisão de vida; sincero arrependimento dos pecados permitidos e praticados; confissão e perdão sacramental, penitência, e renovação do propósito de santidade.
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Na primeira leitura o Profeta Daniel faz um profundo exame de consciência do povo eleito e confessando os pecados destes, intercede por eles, pedindo perdão ao Senhor pelo mal que haviam praticado. Ora, isso para nós é uma grande lição de vida; pois, fomos libertos da escravidão do pecado, não para voltar ao pecado, mas sim, para viver de acordo com a vontade de Deus que nos livra de todo mal.
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No Evangelho de hoje Jesus nos dá a chave que fecha a porta de nossa consciência para não deixar entrar a tentação do julgamento de valor contra o próximo, diz ele: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados."
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Comentando esse Evangelho assim escreveu Santo Antônio de Pádua: "A tua misericórdia pelo teu próximo deve ter três qualidades: se ele pecou contra ti, perdoa-lhe; se está afastado do caminho da verdade, instrui-o; se tem sede, sacia-o, pois diz Salomão nos Provérbios: "Os teus pecados serão purificados pela fé e a misericórdia."

Portanto, "Aquele que converte um pecador do seu erro salvará da morte a sua alma e obterá o perdão de muitos pecados", recorda São Tiago (Tg 5,20); e diz também o salmista: "Feliz quem se lembra do necessitado e do pobre, porque no dia da desgraça o Senhor o salvará." (Sl 40,2).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 8 de março de 2020

ESTE É O MEU FILHO AMADO... ESCUTAI-O...


Homilia do 2°Dom da Quaresma (Mt 17,1-9)(08/03/20)
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Caríssimos, a liturgia de hoje nos leva à experiência do encontro com Deus que se faz sempre presente; tal como fizeram Abraão, Paulo e Timóteo; Pedro e os irmãos Tiago e João no Monte Tabor quando da Transfiguração do Senhor. Tadavia, para isto é fundamental vivermos essa experiência por meio da fé que recebemos no batismo, pois, como Jesus nos ensinou: "Tudo é possível ao que crê."
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No Evangelho deste dia, como disse acima, os Apóstolos Pedro, Tiago e João contemplaram Jesus transfigurado, tendo ao seu lado Moisés e Elias que representavam a Lei e os Profetas. Com efeito, tomados pelo êxtase não sabiam o que dizer, porém, veio sobre eles uma nuvem luminosa e dela uma voz que disse: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”
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De fato, vivemos num mundo natural e nem sempre contemplamos fatos sobrenaturais. Todavia, Deus que é Onipotente, Oniciente e Onipresente sempre se dá a conhecer seja por meio da criação, obra de suas mãos; seja pela revelação que faz de Si nas Sagradas Escrituras; e mais acuradamente por meio do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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Conclusão: Caríssimos, comentando esse Evangelho, o Santo Padre, o Papa são Leão Magno (séc. V), escreveu: "Ninguém tenha medo de sofrer por causa da justiça ou duvide da recompensa prometida, porque é pelo trabalho que se chega ao repouso, e pela morte, à vida. O Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa pobre condição e, se permanecermos no seu amor e na proclamação do seu nome, venceremos o que ele venceu e receberemos o que prometeu.
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Assim, quer cumprindo os mandamentos ou suportando a adversidade, deve sempre ressoar aos nossos ouvidos a voz do Pai, que se fez ouvir, dizendo: Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 7 de março de 2020

AMAI VOSSOS INIMIGOS E REZAI PELOS VOSSOS PERSEGUIDORES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,43-48)(07/03/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, à todo instante damos atenção a alguém ou alguma coisa; e fazemos isso seja por interesse; por distração no uso demasiado do celular; por respeito hmano; ou para projetar psicologicamente desejos nefastos ou não; ou ainda pelos os maus pensamentos que chegam à nossa mente como tentações. Por isso, pouco tempo dedicamos ao Senhor para encontra-lo em nossa oração.
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus nos ensina o mandamento do amor fraterno mesmo quando somos odiados e perseguidos sem nenhum motivo para isso; porque, de fato, quem ama assim permanece em comunhão com a vontade de Deus, nosso Pai, e vive em paz ainda se for pendurado numa cruz.
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Então, escutemos o Senhor: “Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos."
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Ora, por essas palavras de Jesus, percebemos que quando nos dispomos a obedecer o que Ele nos ensina, nas suas palavras já está o poder de cumpri-las e obter os frutos do amor fraterno e da paz interior que tanto precisamos para nos mantermos em estado de graça na sua presença.
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Caríssimos, escutemos, então,
São Máximo, o Confessor (séc. VI): "Não consintas em perder o amor espiritual, pois não foi proposta aos homens outra via de salvação. Aplica-te o mais que puderes a amar todos os homens. E, se ainda não consegues fazê-lo, pelo menos não odeies ninguém. Mas nem isso poderás fazer se não desprezares as coisas do mundo.
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Os amigos de Cristo amam verdadeiramente todos os seres, mas não são amados por todos. Os amigos de Cristo perseveram até ao fim no seu amor. Mas os amigos do mundo só perseveram até o mundo os levar a ferirem-se uns aos outros."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 6 de março de 2020

PERDÃO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(06/03/20)
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Caríssimos, a nossa vida aqui neste mundo é feita de escolhas e decisões, e para isso, Deus nos deu o livre arbítrio; caso nossas escolhas e decisões não sejam conforme a Sua Santa Vontade, Ele imprimiu em nossas almas o dom que pode nos abrir à Sua Divina Misericórdia e à reconciliação com Ele e entre nós, trata-se do arrependimento sincero acompanhado da confissão e do perdão sacramental.
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Mas, poderá a infinita e onipotente misericórdia do Senhor entrar numa alma que não se arrepende dos pecados cometidos? Como vimos na primeira leitura, não poderá, porque o arrependimento sincero é condição "sine qua non" e também a porta de entrada de todas as graças que o Senhor nos concede por meio do Seu perdão, que significa a total purificação de nossas almas.
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Com efeito, esta oração do rei Davi mostra realmente o que é um "coração arrependido e humilhado": "Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado. Só contra vós pequei, o que é mau fiz diante de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso julgamento.
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Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. Restituí-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa. Então aos maus ensinarei vossos caminhos, e voltarão a vós os pecadores."
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Caríssimos, creio que a melhor forma de evitarmos todo tipo de pecado na convivência fraterna é a prática do que nos ensinou o Senhor: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados." "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 5 de março de 2020

AS VIAS DA PERFEITA ORAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,7-12)(05/03/20)
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Caríssimos, as tentações são realidades adversas daquela que Deus preparou para nós como herança eterna. Com efeito, o inimigo que as segere é sutil e mentiroso e tem por finalidade nos tirar da comunhão com Jesus, para nos fazer vaguear sem rumo por uma vida infestada de vícios e de todo tipo de concupicências.
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Por isso, precisamos das armas espirituais da oração e penitência para vencermos esse duro combate contra as seduções do malígno presente nas tentações que chegam à nossa mente. Na primeira leitura vimos como a rainha Ester, por meio de sua humilde prece, resistiu às forças do mal e as venceu, fazendo triunfar a vontade de Deus por sua entrega total a Ele.
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina as vias da perfeita oração: “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta." Ou seja, três atitudes fundamentais que nos levam à alcançar todas as graças; uma vez que Deus, nosso Pai, nunca deixa de responder às nossas preces, tendo em vista a nossa salvação.
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Comentando esse Evangelho, são Luis-Maria Grignion de Monfort, escreveu: "O maior desejo do Pai eterno a nosso respeito é comunicar-nos as salutares águas da sua graça e da sua misericórdia; por isso, exclama: «Vinde beber das minhas águas pela oração».
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Agrada a Jesus Cristo que Lhe peçamos graças; quando não o fazemos, Ele queixa-Se amorosamente: «Até agora, nada pedistes. Pedi-Me e dar-vos-ei, procurai em Mim e achareis, batei à minha porta e Eu abrir-vos-ei». E, para nos dar ainda mais confiança na oração, empenhou a sua palavra, garantindo-nos que o Pai eterno nos daria tudo o que Lhe pedíssemos em seu nome."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 4 de março de 2020

RECONCILIAI-VOS COM DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 11,29-32)(04/03/20)
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Caríssimos, a liturgia de hoje trata do arrependimento, penitência e conversão ao encontrarmos a divina misericórdia por meio da palavra daqueles que Deus nos envia para nos alertar do mal que fazemos a nós mesmos e aos outros quando pecamos. Ora, o pecado é sempre uma ofensa a Deus, ao próximo e a nós, pois, deixamos de amar para nos deixar invadir pela maldade sempre presente nas ações pecaminosas.
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Na primeira leitura de hoje vemos que o Profeta Jonas foi enviado por Deus à Nínive por causa dos muitos pecados que os habitantes daquela cidade cometiam; e após um dia inteiro de pregação todos eles, à começar pelo rei e sua corte, fizeram penitência e se converteram. Isto significa que não se sentiam bem com a maldade praticada, porque por traz de todo pecado está o maligno atormentando àqueles que os comete.
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No Evangelho desta liturgia Jesus revela que o pecado desta geração é ignorar a sua presença e a sua Palavra, para buscar sinais extraordinários e não o que é essencial para se viver em estado de graça, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus. E para conscientiza-la Ele lhe recorda o Profeta Jonas e os Ninivitas que se converteram ao ouvirem a sua pregação; lembra ainda a rainha do Sul que veio de longe ouvir Salomão; e esta geração tem a Ele, Palavra viva de Deus, e mesmo assim não o escuta e por isso não se converte.
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Caríssimos estamos no tempo forte da quaresma, isto significa tempo de penitência e conversão, tempo de reconciliação e comunhão fraterna; tempo de semear as sementes da bondade e mansidão; da piedade e gratidão; da justiça e da paz que o Senhor nos dar a semear em um mundo infestado por todo tipo de pecado, quem sabe até, piores do que aqueles praticados pelos ninivitas.
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Portanto, caríssimos, a confissão e absolvição sacramentais são os meios mais eficazes para voltarmos ao estado de graça; pois, confessar-se e acolher a misericórdia divina por meio do sacerdote que em nome da Igreja confirma sensivelmente que fomos perdoados, se constitui uma alegria inefável, o poder do nosso livre arbítrio retomado e a verdadeira liberdade reconquistada.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 3 de março de 2020

PAI NOSSO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(03/03/20)
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Caríssimos, a dúvida existe quando nos desligamos do Senhor que é amor e nos sustenta na vida por sua divina providência. Ora, quem duvida da verdade é porque não está vivendo conforme a Verdade nos ensina, e a Verdade é Cristo, não existe outra; que os homens acreditem ou não, o testemunho do Senhor Jesus permanece para sempre, e continua transpondo e desafiando os limites de nossa razão.
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Com efeito, no livro de Gênesis, Deus nos revela que fomos criados por Sua Palavra como sua imagem e semelhança, ou seja, com todos as virtudes para sermos felizes neste paraíso terrestre e na Sua Glória Eterna. E como vimos na primeira leitura, a Palavra de Deus continua realizando as suas obras, porque se cumpre na íntegra, tal como afirmou o Profeta Isaías e o Próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus.
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Caríssimos, a fé é um dom do Espírito Santo que nos liga ao Senhor, e como Ele mesmo disse: "por ela tudo é possível". No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a rezar o Pai nosso; mas, por que a oração é tão importante? Porque é encontro com Deus num diálogo íntimo de amor filial/paternal, onde o silêncio é fundamental para escutarmos Aquele que nos ama sem limites.
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Meditemos, então, irmãos com estas palavras de são Cipriano ao comentar a oração do Pai nosso: "Pode haver prece mais verdadeira aos olhos do Pai do que aquela que saiu dos lábios do próprio Filho que é a Verdade? Se ele disse que tudo o que pedirmos ao Pai em seu nome nos será dado (cf. Jo 14,13), quanto mais eficaz não será a nossa súplica para obtermos o que pedimos em nome de Cristo, se pedirmos com sua própria oração!
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Oremos, portanto, irmãos caríssimos, como Deus, nosso Mestre, nos ensinou. A oração agradável e querida por Deus é a que rezamos com as suas próprias palavras, fazendo subir aos seus ouvidos a oração de Cristo. Reconheça o Pai as palavras de seu Filho, quando oramos."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 2 de março de 2020

NO DIA DO JUÍZO FINAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(02/03/20)
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Caríssimos, a santidade não é uma utopia, ou seja, não é algo inalcansável; pelo contrário, a santidade é a vontade de Deus para todos os seus filhos e filhas; e isso ouvimos do Senhor na primeira leitura: "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo." Ora, na palavra que o Senhor nos fala já está o poder para cumpri-la, pois, jamais o Senhor nos dá uma ordem sem antes nos dar a graça de realiza-la.
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Com efeito, ao que parece nos acostumamos tanto com a nossa naturalidade que nos acomodamos como se a vida fosse somente essa finitude que vivemos; no entanto, Jesus nos mostra, no Evangelho de hoje, que haverá um julgamento final onde seremos julgados pelo o nosso modo de ser e estar neste mundo tendo como base o nosso livre arbítrio.
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Porém, de uma coisa fiquemos certos, o poder do livre arbítrio só o temos enquanto aqui vivermos, pois, depois da morte natural nãoo mais o teremos; por isso, na condição que morrermos, essa será a nossa condição eterna, ou seja, jamais poderemos muda-la. Falando à esse respeito, escreveu são Paulo: "Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação."
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No livro a Imitação de Cristo, o autor nos dá uma prévia desse julgamento: "Relembra agora e chora teus pecados, para que no dia do juízo estejas seguro entre os escolhidos. Pois erguer-se-ão, naquele dia, os justos com grande força contra aqueles que os oprimiram e desprezaram (Sab 5,1). Então se levantará, para julgar, Aquele que agora se curvou humildemente ao juízo dos homens. Então terá muita confiança o pobre e o humilde, mas o soberbo estremecerá de pavor."
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"Então se verá que foi sábio, neste mundo, quem aprendeu a ser louco e desprezado, por amor de Cristo. Então dará prazer toda tribulação, sofrida com paciência, e a iniquidade não abrirá a sua boca (Sl 106,42). Então se alegrarão todos os piedosos e se entristecerão todos os ímpios. Então mais exultará a carne mortificada, que se fora sempre nutrida em delícias."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 1 de março de 2020

O COMBATE DA ALMA...


Homilia do 1°Dom da Quaresma (Mt 4,1-11)(01/03/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, neste primeiro domingo da quaresma, a liturgia trata do combate espiritual contra as tentações malígnas que tentam impedir a nossa entrada no Reino dos céus. E esse combate acontece no campo de batalha da nossa mente onde o mal tenta entrar para nos fazer escravos dos pecados que ele sugere que pratiquemos.
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina as armas que precisamos usar para não aceitar as sugestões do maligno. São elas: a Palavra da Verdade com a qual dissipamos todas as mentiras sugeridas; a não aceitação das aparentes vantagens oferecidas pelo maligno; e por fim, a perseverança na oração e no estado de graça, que nos mantém em comunhão com o Senhor em meio à essas lutas espirituais que travamos.
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Hesíquio do Senai, monge e sacerdote em Jerusalém (Sec. V), discorrendo sobre o uso dessas armas espirituais que o Senhor nos concede, disse: "Aquele que trava o combate interior tem de ter em todo o momento estas quatro coisas: humildade, uma atenção extrema, refutação e oração. Humildade, porque o combate o opõe aos demônios, que são orgulhosos; terá assim o auxílio de Cristo ao alcance do coração, porque "o Senhor odeia os orgulhosos" (Prov 3,34). Atenção, para manter o coração puro de todos os pensamentos, mesmo os que parecem bons.
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Refutação, para contestar o maligno sem demora, e com veemência, pois está dito: "Responderei aos que me ultrajam, para que a minha alma esteja submetida a Deus" (Sl 61,2). Finalmente, a oração, para se dirigir a Cristo com "gemidos inefáveis"(Rom 8,26) após a refutação. Deste modo, aquele que luta verá o inimigo dissipar-se com o aparecimento da sua imagem, qual poeira ao vento que se desvanece, expulso pelo adorável nome de Jesus.
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Assim, pois, quando a alma põe a sua confiança em Cristo, que O invoque sem medo, pois, não combate sozinha, mas com o Rei terrível, Jesus Cristo, Criador de todos os seres, dos corpóreos e dos incorpóreos, ou seja, dos visíveis e dos invisíveis."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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