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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

PRUDÊNCIA & IMPRUDÊNCIA... AS DEZ VIRGENS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,1-13)(31/8/18).

Caríssimos, a vida da alma em Cristo é uma união mística, isto é, é a perfeita comunhão com o Senhor realizada pelo Espírito Santo. São Paulo na sua carta aos Gálatas, escreveu: "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." Ora, isso equivale a dizer que somos sacrários vivos de Deus, pois o trazemos atuante em nossas almas pelos Sacramentos que Dele recebemos.

Mas, em que consiste verdadeiramente esta união? Escutemos o Senhor: "Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.
Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim." Isto significa a união das duas naturezas, humana e divina, tornando-nos participantes da glória do Senhor quando dispontar em toda sua plenitude o Reino de Deus.

Caríssimos, viver da Sabedoria de Deus é dispojar-se do próprio eu, é ceder o comando de nossa vida às moções do Santo Espírito e viver neste mundo sem se prender às coisas deste mundo, por puro amor à Deus, como nos ensinou São João: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente."

Portanto, a salvação é a única via que nos leva ao céu, mas sua porta é extreita (cf. Mt 7,13) e requer trabalho árduo, disciplinado, no exercício das santas virtudes, mantendo nossas lâmpadas acessas e com óleo de reserva, paro o dia das núpcias do Filho de Deus, porque, de fato, Ele vem quando menos se espera. "Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O BOM E O MAU SERVO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 24,42-51)(30/8/18).

O bom e o mau administrador das graças de Deus...

Para nós caríssimos irmãos e irmãs que cultivamos a fé, viver é testemunhar nosso Senhor Jesus Cristo, é revelar ao mundo as maravilhas que Deus faz em nossa vida em vista da felicidade eterna que Ele preparou como herança para aqueles que o amam. Todavia, mesmo recebendo todas essas graças, muitos ainda não as valorizam devidamente e por isso as têm negligenciado deixando-as de lado para buscarem o pecado sem nenhum necessidade dele.

Por isso, o Senhor vem nos alertar na liturgia de hoje: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor." Ou seja, será uma imensa surpresa. Pois, estamos à caminho do céu e tudo o que vivemos aqui é uma preparação para o grande dia da Parusia do Senhor, que chegará à qualquer momento mesmo se nos discuidarmos disso.

De certo, para evitar toda espécie de inconstância e o mal uso das graças recebidas, o Senhor nos recomenda a fidelidade e a prudência para servi-lo melhor no cuidado das ovelhas do seu rebanho. Também não podemos esquecer que todo fazer é um fazer para Deus, e que na vida tudo tem recompensa, como nos ensinou São Paulo: "Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros."

Portanto, "Qual é o empregado fiel e prudente, que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados, para lhes dar alimento na hora certa? Feliz o empregado, cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar. Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens."

"Mas, se o empregado mau pensar: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a bater nos companheiros, a comer e a beber com os bêbados; então o senhor desse empregado virá no dia em que ele não espera, e na hora que ele não sabe. Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

A INCOERÊNCIA É MÃE DA HIPOCRISIA E DA CEGUEIRA ESPIRITUAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,23-26)(28 /8/18).

Caríssimos, o fundamento da fé cristã é Cristo, disso não temos dúvida, mas como alcançar a perfeição das virtudes que Dele recebemos? O Senhor mesmo responde à essa pergunta: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos." (Jo 15,7-8).

A vida da graça que recebemos consiste em permanecer no mesmo estado de graça para fazermos sempre e em tudo o que a Deus agrada, pois os frutos dessa prática é a salvação eterna, é a felicidade sem fim. Mas, atenção para não acharmos que somos salvos por nós mesmos, porque pensar assim é fechar-se em si mesmo e viver uma fé aparente impondo a própria vontade a tudo e à todos, como se fosse a vontade de Deus, tornando-nos por isso cegos espirituais capazes de todo mal.

Caríssimos, a incoerência é mãe da hipocrisia e da cegueira espiritual e teem como pai o próprio diabo; daí percebemos que nessa maldita família não existe nenhum fruto bom, mas somente a intransigência acompanhada da incapacidade de se fazer o bem. Ora, quem chama à isso de fé, o faz por ter se perdido no labirinto das trevas do falso zelo espiritual, alimentado pelo o ódio da própria cegueira. A resposta divina à todos que procedem assim, é: "Aí de vós..."

Portanto, "Vigiai, pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus. Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual seja a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito." (Ef 5,15-17).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

AI DE VÓS ESCRIBAS E FARISEUS HIPÓCRITAS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,13-22)(27/8/18).

Caríssimos, ainda que os homens nos fechem todas as portas das oportunidades humanas, Deus nos abre sempre os horizontes do seu Divino Amor. Pois em Cristo Jesus, por sua fidelidade ao Pai, temos a graça do perdão e da permanência Nele, para testemunharmos a sua ressurreição e vivermos desde já a vida nova do mundo novo que virá. É bem como escreveu São Paulo: "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!"

Quando o Senhor Jesus chamou os Apóstolos para seguí-lo em sua missão, os exortou dizendo: "Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós."

Com efeito, a dimensão humana é limitada quando não se vive da fé, porque para os que creem tudo é possível, conforme o Senhor nos ensinou (cf. Mc 9,23). Por isso, precisamos cuidar para não limitar o poder de Deus por meio da prática nefasta do falso moralismo, pois foi impondo esse critério que os Fariseus fecharam as portas do Reino de Deus à si mesmos e à àqueles que o seguiam, visto que caíam em constante contradição pregando os preceitos da fé, mas não cumprindo o que pregavam.

Conclusão: Viver é praticar a vida segundo a Vontade de Deus, pois a vida é uma dádiva divina; por isso, disse o Senhor: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus." Com efeito, não somos chefes uns dos outros, mas simples servos cumprindo a missão que o Senhor nos confiou; por isso, a quem o Senhor deu a graça de conduzir o rebanho, não se esqueça que também é ovelha e que tem no Senhor o único Pastor; e não adianta querer se desculpar pelo mal praticado, é preciso reconhecer os erros, corrigi-los e não cometê-los mais.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 26 de agosto de 2018

SENHOR, TU TENS AS PALAVRAS DA VIDA ETERNA...


Homilia do 21°Dom Tempo Comum (Jo 6,60-69)(26/8/18).

Caríssimos, vivemos no mundo das escolhas e decisões; num mundo onde tudo é transitório como o tempo que passa; todavia, desde já Deus nos dá os valores eternos para vivermos aqui como seus filhos e filhas. Ora, um desses valores é a fidelidade com a qual nós o amamos pela obediência à sua Palavra, expressa nos ensinamentos do seu Filho, Jesus Cristo, dos Apóstolos que o seguiram e de sua santa Igreja conduzida por seu Santo Espírito na pessoa do santo Pedre.

Amados irmãos e irmãs, a prática da fé em assumir a nossa filiação divina é progressiva até atingirmos a santidade desejada sem a qual ninguém poderá ver a Deus. Para isso se faz necessário trilharmos as vias da perfeição que o Senhor nos ensina: a prática dos sacramentos, e especialmente a Santa Eucaristia; a meditação da Palavra de Deus; a vida de oração permanente como encontro com o Senhor, e as obras de misericórdia para que o amor com que amamos realize os seus intentos naquilo que vivemos.

São Paulo na segunda leitura de hoje faz uma comparação entre o sacramento do matrimônio e a união entre Cristo e a Igreja sua esposa, mostrando que o fundamento que une os esposos é sagrado, porém, precisa do amor mútuo dos mesmos para atingir a perfeição desejada por Deus. Assim, o marido deve amar a sua esposa, como Cristo ama a sua Igreja, para torná-la santa e irrepreensível. E isso se estende também à todos nós no amor fraterno.

Por fim, escutemos o Senhor no Evangelho de hoje: "O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem”. Caríssimos, a fé é dom do Espírito Santo e nós a recebemos no batismo para vivermos em tudo a Vontade de Deus, por isso, disse o Senhor: "Ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”.

E logo em seguida indagou dos Apóstolos: “Vós também vos quereis ir embora?” Ao que Pedro representando os Apóstolos, respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. Portanto, essa é a fé que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão de nossa alegria em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de agosto de 2018

NEM TODO O QUE ME DIZ SENHOR, SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(25/8/18).

Caríssimos, a síndrome do poder consiste em achar que, quem o detém pode tudo, isto é, ordena e faz o que quer ou como lhe apraz, esquecendo-se que na ótica divina o único poder que nos salva se chama serviço humilde, isto é, aquele que transparece Deus em tudo o que faz. Fora isto, o poder é um vício que afoga na miséria da arrogância aqueles que desprezam a virtude da humildade.

A vida que Deus nos dá é também o lugar de sua revelação no mundo, pois, só Deus pode dar a vida e ninguém mais; quanto à nós, é aqui que construímos o nosso devir, por meio das virtudes eternas que revelam o que somos em Deus ou o que não somos se não a vivermos. Por isso, dada a essência da natureza divina que recebemos no batismo, se faz necessário nos mantermos em estado de graça para obtermos os frutos da redenção que o Senhor realizou em nosso favor.

De fato, a obra da redenção da humanidade custou o derramamento do sangue do Filho de Deus, pela opressão e fragelo de seus algozes que o rejeitaram e o sacrificaram pelo ódio que cultivaram em suas almas. Todavia, Deus o ressuscitou dos mortos fazendo triunfar o seu amor pelo perdão que Dele recebemos, quando do alto da cruz, disse: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." (Lc 23,34).

Caríssimos, escutemos, então, o Senhor: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!"

De certo, a coerência é a virtude que nos faz transparecer Deus; sem ela não passamos de hipócritas egoístas, cegos espirituais à caminho da perdição eterna. Portanto, a conversão é um fator diário onde se faz necessário o arrependemento sincero de nossos pecados, para vivermos em tudo a conformidade com a Vontade de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

MARTÍRIO DE SÃO BARTOLOMEU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,45-51)(24/8/18).

Caríssimos, a força do martírio está na total entrega do amor com que a alma se oferece à Deus à ponto de vê-lo infinitamente além da violência de seus algozes. Amar à Deus assim é o desejo de toda alma santa, pois já não se governa à si mesma, mas é governada pela graça do Altíssimo. Somos frutos do Grende Mistério do Amor de Cristo que se ofereceu ao Pai para nos resgatar de nossa condição de mortais, passando ele mesmo pela morte; ninguém jamais nos amou assim.

Na sua carta aos Efésios, São Paulo, nos exorta à termos uma atitude semelhante à de Cristo. Vejamos: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." De fato, ao dizer isso ele nos ensina a rejeitarmos toda espécie de pecado, nós que frequentemente sofremos a tentação de nos entregamos às coisas vãs.

A liturgia de hoje celebra o martírio de São Bartolomeu, também chamado de Natanael, que significa dom de Deus; ele, um dos Apóstolos de Cristo, é o único que recebeu do Senhor um público elogio acompanhado por uma revelação: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. Com efeito, por sua vida vivida em tudo na transparência da fé, escutou do Senhor: "Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento" (Jo 1,47).

Caríssimos, a vida vivida em Cristo transparece sempre Cristo, como dizia São João Batista: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado." E para entender ainda mais essa liturgia de hoje, escutemos São Paulo: "Ora, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda."

São Bartolomeu, rogai por nós!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

MARIA SANTÍSSIMA, MÃE E RAINHA DO CÉU E DA TERRA....


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,26-38)(22/8/18).

Caríssimos, celebrar os louvores de Maria Santíssima é uma grande honra para toda a família divina da qual ela é Mãe e rainha. Sem dúvida viver a dimensão da nossa filiação divina neste mundo é celebrar a unidade dos filhos de Deus pelo vínculo da paz. Ora, Maria é aquela que nos traz à nós o Príncipe da Paz. Ela é a aurora que recebe o sol da justiça, Jesus, que faz resplandecer seus raios salvíficos sobre toda humanidade.

Como vimos no Evangelho de hoje, o Filho de Deus nasceu de Maria; ora, essa verdade é incontestável, pois Deus se fez homem em seu seio, para nos fazer participantes de sua natureza divina. Com isso, entendemos que a obra de Deus não é só natural, mas transcende a natureza, e por meio da vinda de Seu Filho, revela o que nos reserva como herança eterna. "É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (1Cor 2,9).

São João, no Livro do Apocalipse, demonstra bem como será o céu, a morada de Deus com os homens: "Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição."

Conclusão: Caríssimos, e pensar que tudo isso nasceu do sim de Maria Santíssima, a jovem esposa do Espírito Santo de Deus, que a escolheu para que por seu meio conhecesemos aquele que é a nossa única razão de ser; aquele que nos conduz à plenitude do viver. Ora, só temos que louvar e agradecer ao Senhor por tudo o que Ele fez em nosso favor pela humildade de sua pobre serva.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A PORTA EXTREITA DA SAVAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,23-30)(21/8/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, o mundo em que vivemos se fundamente na furtuna que os homens acumulam para mendarem mais, e assim ajuntam para si um poder ilusório que não passa de um sopro, pois é isto que somos, um simples sopro, nada mais.

Com efeito, neste mundo quase ninguém quer saber de sofrimento para si, no entanto, quantos não fazem os outros sofrerem? De fato, a lei que impera de norte a sul é a lei de quem tem mais, por isso, para quem pensa assim, a vida humana só tem algum valor se lhes aumenta a fortuna, caso contrário, que morram a míngua, pois mão de obra barata não lhes falta. E com isso se acumula a injustiça, a ganância e a corrupção, deixando um rastro de morte, ditando que a lei do mais fraco é não existir.

O que dizer, então? Escutemos o Senhor: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. Portanto, o julgamento já está posto, que os homens meçam os seus atos, não esquecendo de suas consequências, pois é aqui que se define o devir de nossa existência eterna.

Conclusão: "Em seguida, Jesus, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á.
Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O VERDADEIRO TESOURO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,16-22)(20/8/18).

A vida divina que recebemos no batismo em nada se compara com os fugazes valores deste mundo. Todos os bens temporais que existem, só são úteis de fato quando cumprem a finalidade para a qual Deus os criou, servirem ao bem de todos; fora disso é acúmulo egoísta, sem sentido que só gera apego, desentendimentos, tristeza e nada mais. Ora, a vida nova recebida no batismo é a perfeita união com Cristo de tal forma que nada nos falta, e se faltar é porque não estamos sendo fiéis no cumprimento de seus Mandamentos.

Com efeito, assim profetizou Habacuc: "Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade." Ora, ao ensinar ao jovem rico que só Deus é Bom, Jesus o interpela e o convoca para participar de sua bondade, cumprindo a verdadeira finalidade dos bens temporais que possuía para assim obter como herança o tesouro da vida eterna. Mas, ao recusar o convite de Jesus, o jovem rico demonstrou a fragilidade de sua fé e a incapacidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Por isso, foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico dos bens deste mundo, mas não dos bens eternos.

Caríssimos, São Paulo quando se refere aos tesouros da fé, nos aponta a verdadeira união com Cristo e o testemunho que o impulsiona na busca da vida futura. Diz ele: "Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima.
Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição." (2Tim 4,6-8).

Conclusão: Todos os batizados já carregam na alma o Tesouro da vida eterna, o Dom do Espírito Santo; todavia, precisamos viver a mesma obediência que Cristo viveu no cumprimento da vontade do Pai; pois, não basta só dizer que cremos em Deus, é preciso obedecer ao que Ele nos ensina, e para isso não nos falta a Sua Graça.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de agosto de 2018

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO SANTÍSSIMA MÃE DE DEUS...


Homilia da Solenidade da Assunção de N.Senhora (Lc 1,39-56)(19/8/18).

A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma homenagem que a Igreja dedica à Mãe de Deus, mas uma solene proclamação dos seus louvores por tudo o que Deus realizou em sua vida e por meio de sua vida no cumprimento de Sua vontade, como a Virgem mesmo cantou no seu canto magníficat: "O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o Seu Nome."

Caríssimos, irmãos e irmãs, a grandeza de Maria advém de sua escolha para ser a Mãe de Deus, pois somente Deus pode fazer acontecer por seu desígnio esse grande mistério de amor, torna-se humano sem deixar de ser Deus, no seio daquela que o gerou. Assim, celebrar a sua Assunção de Nossa Senhora ao céu é glorificar à Deus que trouxe o céu ao seu seio divinal, pela gestação de seu Filho Jesus Cristo por obra e graça do Espírito Santo.

Com efeito, isso demonstra que Deus tudo pode e nenhuma criatura sua poderá jamais se interpor ou agir contra os seus desígnios de amor para conosco sem ter Dele a resposta conforme o Seu Poder. São Paulo, na Carta aos Romanos, escreveu: "Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos. Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém."

Ó Santíssima Mãe de Deus, assunta ao céu em corpo e alma, rogai por nós que recorremos à vós! Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 18 de agosto de 2018

O INOCENTE VENCE SEMPRE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,13-15)(18/8/18).

Eis o que hoje nos ensina o Senhor; sermos como crianças com todos os atributos de sua condição, isto é, inocentes, puros, sem interesses mesquinhos, totalmente dependentes de suas graças. Porque viver essa dimensão é experimentar o devir celeste como as crianças o experimentam em sua inocência.

Com efeito, ser como criança é amar a Deus inocentemente e ter a percepção de quanto somos por Ele amados; é viver a nossa naturalidade em obediência e santidade todo o tempo que Dele recebemos. Talvez até possamos duvidar disso, mas se o amarmos como uma criança o ama, jamais duvidaremos, porque é isso o que nos faz felizes.

Na primeira leitura de hoje, vimos que a única atitude que tira a nossa inocência, é a atitude pecaminosa, porque nos tira da comunhão com o Senhor. Todo pecado é uma ofensa a Deus, é o não amá-lo; por isso, toda ofensa ao Senhor nos leva à perca da liberdade, visto que ser livre é amar a Deus, mantendo a inocência que Dele recebemos para vivermos na sua presença.

Caríssimos, a culpa existe para nos dizer que perdemos uma das graças mais preciosas que de Deus recebemos para permanecemos em plena comunhão com a sua vontade e mantermos a nossa liberdade, a virtude da inocência. Ora, e só é possível recuperá-la pelo arrependendimento sincero e o firme propósito de nunca mais pecar, pois, conforme as graças que nos são dadas, não precisamos do pecado para nada.

De fato, todo inocente é invencível, porque nada e ninguém poderá vencê-lo, mesmo que o suspendam numa cruz; vemos isto no sacrifício de Cristo. Portanto, eis o que diz o Senhor: "Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A VOCAÇÃO MATRIMONIAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,3-12)(17/8/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, na liturgia de hoje Jesus nos ensina quais as vocações às quais Deus chama seus filhos e filhas para realizarem neste mundo a sua vontade à caminho do Reino dos Céus. A primeira delas é a vocação matrimonial, isto é, a formação da família e sua unidade, pois ela é geradora da vida e das outras vocações.

Ora, como disse o Senhor, a vocação matrimonial é fruto do amor esposal entre um homem e uma mulher, chamados à formar uma nova família e manter a unidade desse vínculo sustentados pela graça de Deus que os une por sua benção e seu amor. Questionado sobre isto, Jesus respondeu aos seus interlocutores: "O que Deus uniu, o homem não separe”. Ou seja, a obra de Deus se firma em Deus pela correspondência à sua benção que a sustenta e mantém.

De fato, a nossa existência no mundo requer um sentido profundo para nos sentirmos realizados como filhos e filhas de Deus, conscientes dos direitos e deveres à serem exercidos e cumpridos para o bem e a felicidade de todos. Todavia, é preciso lembrar que o que fundamenta a vida e a família humana é a nossa filiação divina, pois somos a família de Deus, com todas as virtudes eternas que dele recebemos para vivermos como seus filhos e filhas neste mundo.

Caríssimos, Deus nos criou "à sua imagem e semelhança," para sermos santos como Ele é Santo; com isso, entendemos que as vocações são meios de santificação por excelência de nossa existência. Portanto, peçamos ao Senhor o discernimento para termos a certeza de nossa vocação, para que assim por meio dela, santifiquemos nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

QUANTAS VEZES DEVO PERDOAR AOS MEUS IRMÃOS?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-19,1)(16/8/18).

Caríssimos, o amor com que somos amados por Deus é incomparável; e nada nem ninguém jamais poderá superá-lo. De fato, somos obras de suas mãos, criados em seu Filho, Jesus Cristo, e por Ele adotados como filhos para o louvor de sua glória. É bem como escreveu São Paulo: "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele."

E continua Paulo: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência."

Com efeito, como vimos no Evangelho de hoje, a nossa redenção se dá por meio da remissão dos pecados, isto é, pelo perdão que recebemos e damos, pois, como disse o Senhor: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15). Ou seja, o perdão é condição para a nossa salvação: "Perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,37).

Conclusão: A prova de que Deus nos ama é a presença visível de Seu Filho no mundo nos dando conhecer quem Ele é, e como demonstra o seu amor perdoando os nossos pecados. Vejamos: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." Portanto, amar é perdoar sempre sem jamais deixar de fazê-lo. Porque, "Deus é amor, e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A CORREÇÃO FRATERNA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,15-20)(15/8/18).

Caríssimos, a paz interior é fruto da graça santificante, da comunhão com o Senhor e entre nós seus filhos e filhas; mas nem sempre encontramos em nosso meio alguém sempre disposto à cultivá-la, isso é, vivê-la sem nunca deixar de fazê-lo. À estes exorta São Paulo: "Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus."

Porque, de fato, é preciso levarmos em conta que a eternidade que temos pela frente, nós a estamos vivendo desde já; por isso, no Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a correção fraterna como meio mais eficaz para conservarmos a unidade e a paz, pois sem unidade não existe paz alguma entre nós. É bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor."

Mas, o que é mesmo a correção fraterna de que nos falou o Senhor? Vejamos: "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação! Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo. Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo."

Portanto, caríssimos, não somos fiscais uns dos outros, mas sim, irmãos que professam a mesma fé, por isso, devemos nos respeitar mutuamente, compreender e perdoar, evitando todo tipo malidecência ou palavras que causem transtorno ou desentendimento, pois o céu é a morada daqueles que promovem a paz, como disse o Senhor: “Bem aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

MÁRTIRE DA CARIDADE - SÃO MAXIMILIANO MARIA KOLBE


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10.12-14)(14/8/18).

A vida de um mártir e seu martírio é uma expressão genuína do seu amor à Deus à cima de todas as coisas. Dar a vida pela fé significa viver a dimensão da entrega total ao Senhor para ser santo como Ele é Santo. Com efeito, na sua Carta aos Efésios, São Paulo nos exorta o seguinte: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." Ora, isso significa dizer que somos obras das mãos de Deus e que, por isso mesmo, devemos viver para Ele em justiça e santidade todos os dias de nossa vida, em conformidade com a sua vontade eterna.

Hoje a Igreja e nós franciscanos do mundo inteiro e em especial a nossa Província, celebramos o glorioso martírio de São Maximiliano Maria Kolbe, lembrando-nos que ele deu sua vida por um pai de família na segunda Guerra mundial, ocupando o seu lugar no bunker da fome, para que este voltasse ao seio de sua família.

Caríssimos, Deus é o Senhor de tudo e conhece todas as coisas, por isso, um martírio como esse é o triúnfo do seu plano de amor para a nossa salvação. Pois não é algo planejado, mas acontecido como sinal de sua presença na vida de todos nós que sofremos em meio às contradições deste mundo. De fato, mesmo que tudo pareça perdido, o Senhor se mostra em meio à essa nossa aparente derrota para nos fazer triunfar com Ele por sua morte e ressurreição.

Por fim, meditemos com as palavras de nosso grande mártir São Maximiliano Maria Kolbe, também conhecido pela célebre frase de São João Paulo II: "O santo desse nosso século difícil. "Só Deus é infinito, sapientíssimo, santíssimo e clementíssimo, Senhor, Criador e Pai nosso, princípio e fim, sabedoria, poder e amor; tudo isso é Deus. Tudo que não seja Deus só vale enquanto se refere a ele, Criador de tudo e Redentor dos homens, último fim de toda a criação. Tudo isso conseguiremos mais facilmente pela Virgem Imaculada, a quem a bondade de Deus confiou os tesouros da sua misericórdia. Pois não há dúvida que a vontade de Maria seja para nós a própria vontade de Deus."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 12 de agosto de 2018

EU SOU O PÃO VIVO DESCIDO DO CÉU...


Homilia do 19°Dom do tempo comum (Jo 6,41-51)(12/8/18).

A vida divina que recebemos na Eucaristia é um dos maiores atos de amor de Cristo por nós, pois, é como ele mesmo disse: "Eu sou o pão da vida: quem dele comer, nunca morrerá." Ora, só recebe essa graça verdadeiramente aqueles que ouvem o Pai para viverem a vida nova em Seu Filho, Cristo Jesus, pois é pela fé que fomos gerados no seio da Igreja para a vida que não tem fim.

Por esse motivo, escutemos o que o Senhor diz: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna." Ora, essa fé é dom do Espírito Santo, e todo aquele que a tem, a tem por graça para viver estado de graça, isto é, em perfeita comunhão com a vontade de Deus.

Com efeito, caríssimos, ao revela-se como "o pão descido do céu," Jesus se dá à conhecer como sendo o verdadeiro alimento que a humanidade precisa para ter a vida eterna. Assim como o pão natural nos dá a vida natural; Jesus como "o Pão descido do céu," garante o céu à todo aquele que Dele se alimenta, porque o seu corpo é verdadeira comida e o seu sangue é verdadeira bebida espiritual, isto é, que alimenta espiritualmente a alma. Ora, somente o entendimento da fé poderá acolher a verdade tal qual ela é.

Portanto, caríssimos, muitos conviveram naturalmente com o Senhor naquele tempo, mas ao invés de acolhê-lo, fecharam-se em si mesmos e o rejeitaram, e não abraçando a fé, o mataram cruelmente, matando também à si mesmos. Por isso, cabe a nós vivermos a vida nova que nos foi dada no batismo, pois nele morremos com Cristo e com Cristo ressuscitamos, e por Ele somos alimentados com o Seu Pão de vida eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 11 de agosto de 2018

SANTA CLARA DE ASSIS


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 17,14-20)(11/8/18).

Caríssimos, Jesus no Evangelho de hoje nos ensina que a fé não tem medida porque é um dom do Espírito Santo e que por ela tudo alcançamos; todavia, essa mesma fé requer coerência e disciplina religiosa para atingir seu objetivo, por meio do jejum e da oração; em outras palavras, não é uma questão litúrgica, uma vez que os Apóstolos usaram o ritual, as palavras certas e a oração, mas, como disse o Senhor, lhes faltou a fé e sua autoridade, traduzidas em convicção plena.

Com efeito, vivemos num mundo  dominado pelos vícios e por todos os pecados que nos afastam de Deus, e por isso, lutamos no campo dominado pelo inimigo, onde ele sabe muito bem como nos derrotar; todavia, para não sermos presas de seus intentos, precisamos das armas espirituais que Jesus nos indicou, fé, jejum, oração e disciplina interior, para assim vencermos todas as batalhas. No entanto, fiquemos certos, o Senhor estará sempre conosco, só precisamos permanecer fiéis aos seus ensinamentos, pois a nossa fidelidade nos mantém em permanente comunhão com Ele.

Caríssimos, hoje nós franciscanos celebramos a Solenidade de Santo Clara, co-fundadora com São Francisco de nossa Ordem. De Santa Clara, podemos afirmar que realmente deixou tudo por amor a Cristo, e a Ele dedicou, como São Francisco, toda a sua vida para viver intensamente o Santo Evangelho como Regra de sua  consagração. Seu exemplo de oração, de fé e disciplina religiosa à põe entre as grandes santas da Igreja, por isso, sua vida e seus escritos são fontes de inspiração para tantas jovens que seguindo a sua via de perfeição consagram para sempre suas vidas ao Senhor.

Conclusão: O que mais chama a atenção na vida dos homens e mulheres que seguiram Cristo é o amor e o serviço que prestaram à Ele para a salvação eterna das almas. Pois a fé e os dons do Espírito Santo e todas as graças derramadas, são iguais para todos, a única diferença é a dedicação com que viveram sua consagração ao Senhor. Com isso, podemos afirmar sem dúvida alguma que Santa Clara e São Francisco de Assis, são e continuarão sendo modelos perfeitos de fé e de entrega total a Deus, para todas as gerações.

Santa Clara e São Francisco, rogai por nós...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A PROFISSÃO DE FÉ DE PEDRO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,13-23)(09/8/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, o sacramento do batismo é a porta de entrada no mistério de nossa redenção; por ele, o Senhor nos faz participantes de sua Natureza divina, nos deu o dom do Espírito Santo e a participação na sua Igreja, Seu Corpo Místico e parte visível do Reino de Deus no mundo. Assim, o Senhor se une à nós pela Santa Eucaristia cada vez que celebramos o Santo Sacrifício, alimento dos seus filhos e filhas à caminho da plenitude da vida.

Com efeito, ao perdoar os nossos pecados e gravar a sua Lei em nossos corações, o Senhor nos confia os seus dons e a missão de anunciá-lo à todas as nações nesse trajeto que fazemos em sua via de santidade. Mas, atenção, para não caírmos na mesma tentação que caiu São Pedro ao receber do Senhor o poder de ligar e desligar em seu nome, pois Deus tem o seu plano; e Pedro já queria mudá-lo, pensando como os homens; por isso, o Senhor o repreendeu, dizendo: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”

Caríssimos, o poder que nos é dado significa obediência, serviço, vontade de Deus, e não a nossa vontade, pois somos colaboradores na obra da Salvação e não seus protagonistas. Ora, agir como Pedro agiu à princípio, é o mesmo que perder o bom senso, é agir por impulso e não a partir da Sabedoria do Espírito Santo. Então, precisamos aprender à escutá-lo para não impor ao Senhor nosso modo de pensar; ainda bem que Jesus o corrigiu à tempo, caso contrário, Pedro perderia totalmente o rumo de sua missão.

Conclusão: Maria Santíssima bem nos ensinou como seguir fielmente o Seu Filho, Jesus Cristo: "Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." E ainda: "Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser." Portanto, sigamos o que nos diz o Senhor: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

UMA QUESTÃO DE FÉ E HUMILDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 15,21-28)(8/8/18).

A pureza da alma é revelada pela prática da fé, que é nata, e que potencializada pelo Espírito Santo, sempre busca a vontade de Deus para realizar o Seu plano de amor em vista de sua salvação eterna. Tadavia, a fé não é um dom isolado, mas está sempre acompanhada pelas demais virtudes, especialmente a virtude da humildade, como vimos na narração do Evangelho de hoje, em que uma mulher cananéia, isto é, que não fazia parte do povo de Deus, foi acolhida e atendida pelo Senhor por seu ato de fé e humildade.

Ora, esse episódio revela que a obra da criação está aberta e apta para a salvação de todos, pois é obra prima das mãos de Deus, que tudo criou e tudo governa por amor. Não entender isso é correr o risco de se viver como se Deus não existisse, e como se tudo que existe, fosse obra do acaso, que na verdade nada tem de acaso, mas sim de consequência, porque toda causa gera o seu devido efeito.

Caríssimos, se referindo a isso, assim disse, São Paulo, nos atos dos Apóstolos: "Porque é em Deus que temos a vida, o movimento e o ser... Ou seja, "é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas." Desse modo, cabe a nós acolhermos com fé incondicional, todas as graças que nos são concedidas por sua benevolência Suprema, especialmente o sacrifício do Seu Filho, expressão máxima de seu amor por nós.

Conclusão: Eis o que diz o Senhor: "Amei-te com amor eterno e te atraí com a misericórdia. Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve. Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,22-36)(07/8/18).

Caríssimos, estamos à caminho do desfeixo final da história humana, pois a plinitude dos tempos, anunciada com a primeira vinda de Cristo (cf. Gl 4,4), nos faz protagonistas dos acontecimentos preparatórios para a sua Parusia definitiva, isto é, sua vinda escatológica; todavia, o Senhor nos indicou precisamente os sinais dessa sua segunda vinda (cf. Mt 24), mas não uma data precisa, pois esta, como Ele mesmo disse, só o Pai conhece (cf. Mt 24,36). Contudo, precisamos nos preparar para esse grandioso dia do Senhor, que virá quando menos pensarmos (cf. Mt 24,42.44).

Com efeito, também São Pedro, na sua segunda carta, nos fala desse acontecimento escatológico: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz."

No Evangelho de hoje, Jesus nos faz caminhar com Pedro sobre as águas revoltas, pois fazendo uma analogia, o mar revolto é este mundo em que vivemos; Padro e os outros Apóstolos representa a humanidade na fragilidade de uma barca, isto é, da Igreja, que singra as tempestades desta vida rumo ao porto seguro do Reino de Deus, mas que tem em Jesus o eficaz comandante capaz de erguê-la quando esta vacila na fé.

Portanto, precisamos tocar o Senhor na Eucaristia com a nossa fé para sermos curados e nos sentirmos seguros por sua presença no meio de nós e dizermos como os Apóstolos: "Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,2-10)(06/8/18).

Festa da Transfiguração do Senhor

Caríssimos, depois do pecado a situação da humanidade tornou-se frágil e insustentável de tal forma que pouco ou nada poderíamos fazer por nós mesmos. Todavia, ciente dessa nossa realidade o Senhor veio até nós para nos dá a conhecer que, assumindo nossa finitude, Ele nos faz participantes de sua natureza divina e do Grande Mistério que há de se revelar na plenitude dos tempos, o Reino de Deus e a sua Justiça.

Ter todo poder sobre o céu e sobre a terra e mesmo assim se deixar sacrificar numa cruz, como se não tivesse nenhum poder, demonstra verdadeiramente o amor com que Deus nos ama à ponto de dar seu Filho único em resgate para a nossa salvação. Por isso, a Transfiguração do Senhor é tão importante para a vivência da fé, porque ela é a garantia de que Deus está no comando mesmo quando aparentemente se mostra frágil como um de nós no patíbulo da cruz.

A Transfiguração do Senhor é o céu que se encontra com a terra, é uma visão antecipada do que seremos eternamente, é também a certeza de que Deus nos acompanha nessa trajetória até que cheguemos ao infinito do seu amor, seguindo o mesmo caminho de obediência seguido por Cristo. A princípio os Apóstolos não compreenderam o significado da palavra "ressuscitar dos mortos," como vimos no Evangelho de hoje, pois esta faz parte do vocabulário divino, e só depois da ressurreção do Senhor, é que compreenderam a grandeza da missão que de Deus receberam.

Conclusão: Antes de qualquer decisão tomada, seja esta baseada no amor de Deus, pois Ele nos criou por amor, e quando tudo parecia perdido por causa do pecado, nos resgatou pelo sacrifício de Seu Filho amado, a fim de que Nele tivéssemos a vida eterna. Portanto, sigamos fielmente o mesmo conselho que os Apóstolos ouviram no Monte Sagrado: "Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; escutai o que Ele diz."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

JESUS NA SINAGOGA DE NAZARÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(03/8/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, quando os homens substituem a fé pelo preconceito, extrapolam todos os níveis de tolerância e usam de ignorância para fazer valer sua intransigência e repúdio ao bem que vem de Deus. Foi assim no tempo dos profetas, no tempo de Jesus e dos Apóstolos e também em nosso tempo.

Sim, porque viver em conformidade com a vontade de Deus, significa rejeitar a mentalidade do mundo e daqueles que se acham donos do mundo e das leis que o regem. Não é atoa que mataram os profetas, Jesus, os Apóstolos e todos os mártires que deram a vida pelo Reino de Deus, porque estes jamais se submeteram à mentalidade dos cegos espirituais.

Aliás, são Tiago já o dizia: "Não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." E São Paulo, acrescenta: "Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade."

Caríssimos, o preconceito é um veneno espiritual que envenena a alma, levando-a à agredir os seus semelhantes como se a vida humana não fosse mais do que a visão preconceituosa de quem incide contra ela; realmente é mórbido o estado de alma dos preconceituosos, por isso, não vivem em paz, porque estão envenenados pelo preconceito que os destrói. "E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A PARÁBOLA DOS PEIXES BONS E RUINS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(02/8/18)

Caríssimos irmãos e irmãs, vivemos no Reino transitório dos homens, e nele nos encontramos em meio à uma dicotomia que divide e que massacra à muitos, porque se vêem como inimigos uns dos outros outros e não como irmãos que se amam. No entanto, nem tudo está perdido, pois, com a vinda de Cristo, Ele nos deu à conhecer e participar do Reino de Deus, como Ele mesmo disse: "O Reino de Deus já está no meio de vós."

De fato, a fé católica tem a mesma extensão do universo que seu nome traduz, pois a Igreja é o Corpo Místico do Senhor, do qual somos os seus membros. A rede divina que o Senhor lançou sobre a humanidade nos pescou à todos, mas nem todos creram Nele, e essa é a condição fundamental para ser peixe bom, recolhido em seu cesto no final de tudo. Todavia, essa Parábola analogia, mostra também que os peixes ruins não escaparão da ruína à que se destinaram.

Com efeito, mais que uma simples Parábola, essa estória contada por Jesus nos ensina sobre o fim escatológico da vida, pois o imenso mar da existência é o mesmo para todos, isto é, as graças de Deus são igualmente para todos, mas nem todos querem viver conforme a sua disciplina, e com isso, arruínam a própria vida se tornando como que peixes inúteis.

Conclusão: A Igreja é a escola de santidade na qual pelo batismo estamos matriculados; ela é, de fato, a parte visível do Reino de Deus neste mundo; é nela que nos dedicamos à vida eterna, por isso, assumir a condição de santidade que o Senhor nos oferece nela, é já participar da plenitude de sua Páscoa etena.

 Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

ABORTO NÃO...


ABORTO NÃO...

Aos Senhores(as) Ministros(as) do Supremo Tribunal Federal

Caríssimos, qualquer argumento que atenta contra vidas inocentes é falso. Por exemplo, o argumento de dizer que o aborto se justifica pelo fato de ser uma questão de saúde pública, porque muitas mulheres pobres morrem por causa dos abortos crandestinos, não se sustententa, pois, todo aborto provocado é assassinato de um ser inocente, por isso, tal argumento cruel é falso, porque é acobertamento de um crime.

Outro argumento comumente usado para justificar o aborto provocado é dizer que, aqueles que são contra a legalização do aborto o são por terem como pano de fundo os valores morais da religião; e como nem todos têm religião, então, quem a tem não pode se intrometer em tal decisão. Ora, mas o aborto provocado vai além da questão moral da religião, trata-se da ética da vida, da eliminação da existência humana, da crueldade contra um ser inocente que foi gerado e agora é eliminado legalmente sem nenhum chance de defesa.

Ainda um outro argumento é ter como exemplo a legalização do aborto nos países desenvolvidos e também nos países de orientação socialista ou comunista; ora, mas estes maus exemplos não justifica a eliminação da vida em nosso país, não somos um país submisso ao pensamento ou a orientação de tais países, porque somos um país livre e nesse sentido não devemos submeter nossas decisões às más decisões de outros países, pois todo exemplo mal é mal, e não pode e nem deve servir de argumento para se agir do mesmo modo.

Por fim, dentre outros argumentos ainda, se nomeia o direito da mulher abortar legalmente; ora, não chamem agressão e morte de direito, pois os direitos são iguais para todos, tanto para a mãe, quanto para o nascituro. Dizer que a mãe tem direito e o nascituro não tem, é condenar um ser humano à morrer sem nenhum direito de se defender; ora, não existe nada de justiça nisso, mas sim sacrifício maléfico, cruel e abominável. De fato, isso é inaceitável.

Portanto, quando o ser humano chega ao ponto de querer legalizar o aborto provocado, dizendo não ser crime, torna-se inimigo de si mesmo, pois criar leis para matar um outro ser humano só porque foi gerado e dizer que não é crime; tal atitude é uma aberração, é o cúmulo do absurdo, é a total falta de bom senso. E o pior é o uso indevido do poder judiciário para isso, pois não é sua função legislar, mas fiscalizar as leis criadas pelo legislativo; assim legislar sem ter tal atribuição é se intrometer e agir como se fosse legislador, ou seja, é um poder se impondo sobre o outro, e isso se chama intromissão indevida.

Com efeito, no Brasil já não se tem democracia como antes, e depois dessa decisão, já não mais existirá respeito algum entre os poderes, pois manda mais, quem se intrometer mais.

Senhores Juízes Supremo Tribunal Federal, não ajam com a mentalidade abominável daqueles que fizeram da morte sua Lei, mas como pessoas sensatas que veem a vida como um dom Supremo e não como um objeto que pode ser descartado legalmente. Pois a vida não termina com a morte natural, creiam nisso ou não; o fato é, que independente de crença, haverá um juízo final, e quem julgou, no dia eterno será julgado conforme os próprios atos, e também terá uma sentença definitiva, a partir das próprias decisões tomadas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

O TESOURO E A PÉROLA PRECIOSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(01/8/18)

Caríssimos, não se sustenta na existência quem não bebe da Fonte da vida eterna, Cristo Jesus, pois Ele mesmo disse: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba e do seu interior manarão rios de água viva." Porque quem não bebe da água viva que o Senhor nos dá, jamais saciará a sede de paz que sente na alma. Isto porque, a água turva deste mundo mergulha no abismo profundo aqueles que bebem das suas torrentes infernais. De fato, não pode viver em paz quem faz da doutrina do pecado sua fonte inebriante.

Ora, a vida que Deus nos deu e nos sustenta nela, é também o lugar de sua presença neste mundo, para sermos suas testemunhas fiéis junto àqueles que ainda não o conhecem. Dar testemunho da verdade e vivê-la plenamente é realizar a Sua vontade como Jesus nos ensinou, pois o Senhor foi enviado para nos libertar do pecado para sempre, nos fazendo viver em permanente comunhão de amor com Ele, autor de nossa salvação.

Na antífona da primeira leitura meditamos: "Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23s). Ora, essa ideia de continuidade e proteção que o Senhor nos dá, nos mostra que estamos à caminho da vida eterna, e que o tempo que aqui vivemos é só um tempo de prova até que amadureçamos na fé e estejamos aptos para o Reino dos céus.

Conclusão: O tesouro e a pérola das parábolas que Jesus nos conta hoje, são os frutos do encontro com Deus, pois quem o encontrou no campo de sua vida, encontrou o grande tesouro e a pérola preciosa da felicidade que não tem fim. Por isso, é preciso vender tudo o que se tem para adquirir este tesouro e pérola, isto é, deixar tudo por amor ao Senhor.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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