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domingo, 31 de março de 2019

PARÁBOLA DO PAI MISERICORDIOSO...


Homilia do 4°Dom da Quaresma (Lc 15,1-3.11-32)(31.03.19)
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Caríssimos, o 4° Domingo da Quaresma é também chamado de domingo "Laetare" que significa alegria, pois nele se faz memória da libertação do povo eleito que deixa seu êxodo e toma posse da terra prometida; para nós cristãos que em Cristo também fazemos parte do povo consagrado ao Senhor, nos alegramos com a proximidade da Páscoa que é a nossa libertação do pecado e da morte, isto é, nossa tomada de posse da vida eterna advinda da Ressurreição de Jesus.
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A primeira leitura traz a memória da primeira Páscoa que o povo Hebreu celebrou na terra prometida; e ela começa com a proclamação desse fato histórico como meditamos nas palavras do Senhor ditas à Josué: “Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito”. Na segunda leitura São Paulo faz memória da nossa libertação em Cristo e convoca à todos os que ainda não a experimentaram à retornaram do cativeiro do pecado à misericórdia e ao perdão que o Senhor oferece à todos aqueles que se convertem.
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Caríssimos, o Santo Evangelho de hoje dá um banho de misericórdia em nossas almas, pois nele Jesus nos conta a parábola do Pai misericordioso que ama seus filhos mesmo quando estes se afastam do seu convívio e do seu amor. Façamos, então, uma analogia entre os personagens dessa parábola e nós que ainda vivemos em meio ao êxodo deste mundo.
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O Pai misericordioso é Deus que cheio de compaixão espera com paciência a volta dos filhos pródigos que se apossaram da herança da vida e a estragam por meio dos pecados que os levam à mais triste condição, ou seja, a ausência do aconchego de seu Pai. Todavia, felizes são aqueles que como o filho da parábola se arrependem e voltam. O segundo filho, representa aqueles que vivem de algum modo a fé, mas se tornam intransigentes e não aceitam a volta dos filhos pródigos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 30 de março de 2019

ORAÇÃO E HUMILDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,9-14)(30.03.19)
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Caríssimos, como vimos nos pequenos sermões passados, a quaresima é o tempo favorável para o nosso retiro pessoal onde nele encontramos Deus, nosso Pai e nos entregamos à Ele para o bem de todos. Com efeito, todo retiro é um exercício espiritual de conversão que nos proporciona o crescimento na graça e no conhecimento da vontade do Senhor que por sua vez nos conduz à partilhar esses dons com os demais irmãos e irmãs por meio da vivência da fé.
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Mas, atenção, para não perdermos o sentido essencial do retiro que é a nossa permanência no Senhor para assim o transparecer por meio de nossos atos; pois, se sedermos à tentação de axaltarmos à nós mesmos e não ao Senhor, como vimos no Evangelho de hoje, cairemos no pecado da hipocrisia e não colheremos nenhum fruto de conversão.
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Ora, a oração não é meio para exaltação de si mesmo ou de pretensas virtudes, mas de comunhão com a vontade de Deus reconhecendo que tudo pertence a Ele e que não somos dignos nem de erguer a cabeça para o Seu Altar uma vez que somos pecadores em busca de Sua Divina Misericórdia.
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Conclusão: Oremos: Senhor aqui estamos para nos depositar em Ti, sabemos que a vida natural é curta, mas nessa nossa naturalidade podemos fazer a tua vontade e vivê-la para além do tempo por toda a eternidade junto de Ti a quem amamos incondicionalmente. Por isso, Senhor, faz de nós instrumentos do teu amor para que te glorifiquemos neste mundo e no para sempre do teu Reino. Pedimos-te humildemente, recebe a nossa disponibilidade para que a verdade prevaleça em todos os sentidos de nossa vida e de toda criação. Amém!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 29 de março de 2019

O AMOR É A ÚNICA RAZÃO DE NOSSA EXISTÊNCIA NO MUNDO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 12,28b-34)(29.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, esse nosso mundo é um mundo de contrastes, um mundo dividido onde percebemos mais os males advindos do pecado do que o bem praticado em obediência à vontade de Deus expressa nos seus mandamentos e na vida de Seu Filho, Jesus Cristo. Na verdade, ainda estamos aqui por pura misericórdia do Senhor, pois se Ele punisse os homens em proporção aos pecados por eles praticados nenhuma criatura existiria mais na face da terra.
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Mas, por que o Senhor nos ama tanto assim? Por causa do sacrifício do Seu Filho, como Ele nos ensinou no Evangelho de São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele."
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De fato, com a primeira vinda de Cristo e o envio do Espírito Santo, este mundo está sendo preparado para o estabelecimento definitivo do Reino de Deus que se dará com a sua segunda vinda, nela acontecerá o Juízo final. Com efeito, são três os pontos que fundamentarão esse Justo Juízo, como veremos a seguir: "O Espírito Santo convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado."
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Conclusão: Caríssimos, o Evangelho de hoje nos traz a compreensão de que a única razão de nossa existência no mundo é o amor a Deus e ao próximo como à nós mesmos, bem como nos ensinou São Paulo: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei." Desse modo, quem ama como o Senhor nos ensina nunca permite o pecado em sua vida, porque pecar é não amar a Deus e nem seus filhos e filhas.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 28 de março de 2019

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,14-23)(28.03.19)
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Caríssimos, se perguntar-nos, é possível viver neste mundo sem cometer pecados? Que resposta daremos? Todo pecado é uma ofensa a Deus, ao seu amor, à sua santidade; na verdade, é um desligar-se Dele, e se perder nas trevas do pecado cometido. Ora, Deus não nos criou para o pecado, mas sim para participarmos do louvor de Sua glória. Pois, todo pecado é sinônimo de infelicidade, uma vez que nele não existe nada que se aproveite.
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Com efeito, muitos dizem "eu pequei porque sou franco," e com isso querem justificar o pecado cometido negando a permissão que deram para comete-lo. Por isso, não são isentos de culpa; mas, o Senhor, que é misericordioso e compassivo, sempre perdoa àqueles que se arrependem e não querem mais viver nas trevas do pecado, pois, como escreveu São João: "Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu."
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A liturgia de hoje trata do único pecado que jamais será perdoado, isto é, a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em afirmar que a obra do Espírito Santo é obra do Maligno. De fato, quem comente tal pecado nunca se arrepende e por isso, não tem como ser perdoado. Os filhos de Deus jamais cometem esse pecado, porque são conduzidos pelo Espírito Santo (cf. Rm 8,14).
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Conclusão: Caríssimos, escutemos com devida atenção o que nos diz o Senhor: "Quem não está comigo está contra mim; e quem não ajunta comigo, espalha. Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro." (Mt 12,30-32).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 27 de março de 2019

NÃO VIM PARA ABOLIR A LEI E OS PROFETAS, MAS PARA LHES DÁ PLENO CUMPRIMENTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,17-19)(27.03.19)
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Caríssimos, a Palavra de Deus presente nas Sagradas Escrituras é a Sua Voz por escrito; quem a vive, a proclama com perfeição tornando-se seu autêntico porta voz. Pois, "A Palavra de Deus é a Verdade; Sua Lei, liberdade." Uma alma repleta de Sua Santa Palavra santifica-se cada vez que a pronúncia pondo-a em prática. É bem como nos ensinou São Tiago: "Aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera - não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor fiel do preceito -, este será feliz no seu proceder."
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Ora, o Senhor tudo criou com perfeição por meio de Sua Santa Palavra, e isto está presente nos mínimos detalhes que Ele nos revela ao contemplamos as suas criaturas, de modo que ninguém fora de sua vontade pode reproduzir tal perfeição.
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Por exemplo, o Senhor nos deu dois olhos, dois ouvidos e todos os outros sentidos com os quais percebemos e discernimos naturalmente o que nos convém. Também nos deu espiritualmente a consciência como o coração de nossa alma, por ela conhecemos o bem e o mal, e por meio do livre arbítrio decidimos o nosso modo de ser que significa viver segundo os seus mandamentos ou não.
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Dito isso, meditemos com as palavras de São Tiago: "Já o sabeis, meus diletíssimos irmãos: todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar; porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas."
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Conclusão: Caríssimos, Jesus, no Evangelho de hoje, nos ensina: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 26 de março de 2019

O DOM DE PERDOAR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-35)(26.03.19)
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Caríssimos, a oração é a graça de todo momento, pois, sempre podemos recorrer à esse dom do Espírito Santo para encontrarmos o Senhor, a sua santa Mãe, nossos intercessores, e também para exercitarmos todos os dons e as outras práticas de nossa fé. Por exemplo, a liturgia de hoje trata do perdão como uma fonte de libertação e de paz e é exatamente por meio da oração que o vivenciamos e experimentamos esses frutos do Espírito do Senhor.
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Ora, toda pessoa batizada é templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 3,16) e por isso mesmo não pode ser habitada por nenhum pecado, desse modo, entendemos que as tentações nada mais são do que a voz do maligno querendo ocupar o espaço que não lhe pertence em nossas almas, pois não pode entrar por si mesmo, depende sempre do consentimento de nosso livre arbítrio; porque, de fato, não existe pecado sem a aceitação consciente da tentação que o gera.
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Com efeito, se fizermos uma pesquisa bíblica, ou nos documentos da Igreja e na historia dos santos constataremos que todas as ações salvíficas tiveram na oração a sua eficácia comprovada, à começar pelo Senhor que tudo realizou em comunhão com a vontade do Pai por meio do dom da oração. Vejamos: "Nos dias de sua vida mortal, [Jesus] dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade."
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Conclusão: Caríssimos, como nos ensinou o Senhor, perdoar é amar, é fazer a vontade do Pai, isto porque o perdão é um dom de Deus e é Ele mesmo quem perdoa quando o exercitamos em seu Nome pelo dom da oração. Pois, foi isso o que o Senhor nos disse: "Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 25 de março de 2019

SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR...


Solenidade da Anunciação do Senhor (Lc 1,26-38)(25.03.19)
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Caríssimos, a Anunciação do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, é o acontecimento mais esperado de todos os tempos, pois significa que Deus se fez homem para nos fazer participantes de sua natureza divina. E tudo isso com a participação direta da Virgem Maria que ao receber a visita do Anjo Gabriel escutou com profunda devoção e surpresa o divino convite e o aceitou dizendo o sim mais esperado pela humanidade, porque nesse momento o Espírito Santo gerou Jesus no seu ventre e assim se cumpriu todas as profecias à respeito de sua vinda.
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Caríssimos, vejam a grandeza de tão sublime revelação, Jesus Cristo é Deus conosco, como profetizou Isaías (cf. Is 7,14), ou seja, é Deus porque nasce de Deus, isto é, gerado pelo Espírito Santo; é humano porque nasce de Maria, a mulher escolhida por Deus para ser a Mãe do Seu Filho. Assim, o Senhor une a sua natureza divina à nossa natureza humana para nos libertar para sempre do pecado e do resultado do pecado, o inferno.
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Em outras palavras: "A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela eternidade. Para saldar a dívida de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à natureza passível. Deste modo, como convinha à nossa recuperação, o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, podia submeter-se à morte através de sua natureza humana e permanecer imune em sua natureza divina." (São Leão Magno).
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Oremos: "Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 23 de março de 2019

VIVER A MISERICÓRDIA DO SENHOR E POR ELE SER MISERICORDIOSO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-3.11-32)(23.03.19)
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Caríssimos, a prática da fé é um convívio constante com Deus; é um viver perseverante em sua presença para não nos deixar dominar pelas tentações que à todo custo quer nos delisgar Dele. Ora, por Sua parte o Senhor sempre se mostra misericordioso para conosco nos ensinando que o mais importante na prática da fé é exatamente a nossa permanência Nele, para assim gozarmos de todas as suas graças.
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A primeira Leitura de hoje nos mostra isso nas palavras do Profeta Miquéis: "Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia." Ou seja, essas palavras proféticas nos mostram quanto Deus é bom para conosco, pois nos dá atenção mesmo quando o ofendemos com os nossos pecados, como reza o Salmista: "Pois o Senhor te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão."
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Mas, a grande demonstração de sua divina misericórdia está presente na parábola do filho pródigo que o Senhor nos conta no Evangelho de hoje. Como vimos, o filho mais novo pede ao pai sua parta da herança e dele se desliga para viver por si mesmo sem o seu aconchego paternal; e o resultado dos seus pecados quase o levou à morte, todavia, neste interim, se lembrou do pai e à ele voltou arrependido, sendo recebido com festa por aquele que nunca o esqueceu.
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Conclusão: Caríssimos, nossa vida é a grande herança que Deus nos dá; mas, muitos estão se comportando como o filho pródigo da parábola, e estão destruindo sua herença com toda espécie de pecados que os mantém afastados do convívio de seu Pai eterno; todavia, nessa parábola o Senhor nos ensina que o tempo não muda a sua divina misericórdia, e que, por isso, é possível voltar arrependido ao seu convívio paternal.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 22 de março de 2019

A INOCÊNCIA É A ONIPOTÊNCIA DIVINA EM AÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Mt 21,33-43.45-46)(22.03.19)
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Caríssimos, a nossa fé tem como fundamento a história do povo escolhido por Deus para servir de modelo para todos os povos nos altos e baixos de sua relação com Ele; por isso, a história de José que sofre profunda injustiça por parte de seus irmãos que o odeiam só porque é amado pelo pai, é antecipação da história de Cristo, o justo inocente que sofre amargamente a perseguição de seus irmãos por ser o Filho amado de Deus posto à frente deles para salva-los, como aconteceu com José.
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Com efeito, de uma coisa fiquemos certos o mal praticado neste mundo jamais impedirá a realização dos desígnios do Senhor, pois, "o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos." Ora, Deus é Deus, o Senhor de todas as coisas, infinitamente Perfeito; por isso, nenhum mal prevalecerá contra a Sua divina vontade, aconteça o que acontecer. É como nos ensinou Jesus com relação ao povo da Nova Aliança presente em Sua Igreja: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela."
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Conclusão: Caríssimos irmãos e irmãs, no Evangelho de hoje ouvimos Jesus dizer: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.
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Portanto, quando seus inimigos pensaram que triunfaram sobre Ele quando o assassinaram, se enganaram totalmente; pois, como vimos na história de José do Egito, também o vimos na paixão e morte do Senhor, o inocente vence sempre, porque a inocência é a Onipotência divina em ação, por isso, é invencível.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 21 de março de 2019

VENCENDO A "SÍNDROME DE ADÃO"...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-31)(21.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a solidez da fé nasce de nossa permanente comunhão com o Senhor por meio da oração e da prática de sua divina misericórdia; caso contrário, sofremos a tentação de buscarmos nas criaturas a consolação que somente Ele pode nos dá. Uma outra grande tentação que sofremos é a chamada "síndrome de Adão" que consiste em se achar autossuficiente, ou seja, "sereis como Deus" por si mesmos. Meu Deus, como se enganam os portadores dessa síndrome.
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Caríssimos, a vida é dom de Deus e somente Nele ela é eterna, mas nem todos aceitam essa verdade, por isso, se apegam às criaturas pensando encontrar nelas uma satisfação permanente, como vimos com o rico opulão do Evangelho de hoje. Sem dúvida, se tem um bem neste mundo que os homens mais buscam esse se chama dinheiro, uma vez que aparentemente ele gera poder, fama e o famigerado prazer.
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Com efeito, a primeira leitura de hoje desmonta por completo a síndrome da Autossuficiência que tanto afasta os homens da obediência e da comunhão com o Senhor. Diz o Profeta Jeremias: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar na secura do ermo, em região salobra e desabitada."
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Conclusão: A parábola que Jesus nos conta na liturgia de hoje é repleta de ensinamentos que nos liberta da riqueza material como um fim em si mesmo; nos liberta ainda da falsa doutrina da reencarnação, pois essa é uma farsa montada por Satanás para negar a ressurreição de Jesus e de todos o que nele creem; e por fim nos ensina que o nosso devir é gerado aqui em meio às muitas provações que padecemos como Lázaro que foi levado ao seio de Abraão pelos anjos devido as muitas privações que aqui sofreu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 20 de março de 2019

"PODEIS BEBER O CÁLICE QUE EU VOU BEBER?"


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,17-28)(20.03.19).
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Caríssimos, as tentações; tudo o que vivemos, os julgamentos que fizemos, a caridade que praticamos ou não; o perdão que demos e recebemos; todos os pensamentos, os afetos, os desejos; os pecados praticados e mesmo os perdoados, tudo isso passa num piscar de olhos para a eternidade quando nos depararmos com a morte. O passado e o presente nos acompanha gravados em nossas almas apontando o futuro eterno que nos espera após o nosso julgamento.
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De fato, a escola de Jesus da qual participamos é escola de santidade, por isso, ser santos para nós, seus discípulos, é um aprendizado constante, é um vencer-se à si mesmo a cada lição de vida, e isso a partir dos valores eternos que ele nos concede; pois, como discípulos de Cristo, ser santos é normal quando pomos em prática o que Ele nos ensina especialmente a santa obediência de quem depende a vivência de todos os outros valores.
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No Evangelho de hoje Jesus comunica aos discípulos o constrangimento, as dores e a morte que os esperam em seu sofrimento de cruz; e no entanto, a mãe dos filhos de Zebedeu pede um lugar de destaque para os seus filhos no Reino dos céus mesmo sem conhecer ainda o terrível sofrimento e morte de cruz a que o Senhor se submeterá. Será que dá pra entender isso?

Sim, mas, para isso, precisamos escutar a resposta do Senhor: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. Ou seja, isso significa perfeita obediência à vontade do Pai, isso significa amor incondicional à Ele.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 19 de março de 2019

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO...


Solenidade de São José (Mt 1,16.18-21.24a)(19.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, todos os desígnios de Deus se realizam por meio da fé de seus filhos e filhas, porque esse dom nos leva a realização de sua vontade; aliás, todas as promessas do Senhor se cumprem por meio da fé. Por exemplo, o rei Davi acreditou e o Senhor realizou a promessa da estabilidade do reino por meio do nascimento do Seu Filho Jesus Cristo gerado pelo Espírito Santo no seio da Santíssima Virgem Maria, sua descendente direta, como vimos no Evangelho de hoje.
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A Igreja neste dia celebra a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria, pai adotivo de Jesus e protetor da Sagrada Família. Ora, "quando a providência divina escolhe alguém para uma graça particular ou estado superior, também dá à pessoa assim escolhida todos os carismas necessários para o exercício de sua missão. Isto verificou-se de forma eminente em São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da rainha do mundo e senhora dos anjos."
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"Com efeito, ele foi escolhido pelo Pai eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Seu Filho Jesus Cristo e a Virgem Maria sua mãe. E cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. Eis por que o Senhor lhe disse: Servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor! (Mt 25,21)."
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De fato, São José, como diz o Evangelho desta Solenidade, era um homem justo, fiel e obediente, o que o levou facilmente a seguir o que o anjo lhe revelou em sonho. Desse modo, ele foi o primeiro, depois de Maria, a conhecer o cumprimento da promessa da vinda do Messias, o Filho de Deus, descendente do rei Davi.
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Oremos, então: "Lembrai-vos de nós, São José, e intercedei com vossas orações junto de vosso Filho adotivo; tornai-nos também propícia vossa Esposa, a santíssima Virgem, mãe daquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim. Amém."
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Paz e Bem!
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Fr Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 18 de março de 2019

SEDE MISERICORDIOSOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(18.03.19)
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Caríssimos, a obediência é o fundamento de nossa permanente comunhão com o Senhor; é isso o que nos ensina a primeira leitura de hoje onde o Profeta Daniel reconhece que foi por causa da desobediência do povo eleito que o exílio se abateu sobre eles. Eis a sua oração: "Senhor, temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país."

De fato, a obediência ou a desobediência se faz presente em todos os sentidos de nossa vida, de modo que quando não obedecemos ao Senhor; seguimos o maligno em sua desobediência e nos tornamos seus escravos, porque ele se esconde nos pecados praticados e o resultado disso é sempre nefasto uma vez que no pecado nada de bom existe. É bem como nos ensinou o Senhor: "Todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo."
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Amados irmãos e irmãs, as tentações nada mais são do que a voz do maligno que fala espiritualmente por meio dos maus pensamentos que chegam à nossa mente; de uma coisa, porém, fiquemos certos, todas as tentações dependem sempre de nossas escolhas e decisões, de forma que, se dissermos não a elas, estaremos dizendo sim a Deus que nos fala por meio da verdade que se encontra gravada em nossas almas desde a nossa concepção.
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Conclusão: Caríssimos, uma das tentações mais frequentes que chega à nossa mente é o julgamento de valor, ou seja, o juízo que se faz dos outros a partir de preconceitos morais ou ideológicos. Ora, essa é a via que o maligno mais usa para destruir a paz interior de nossas almas, porque as põe contra a misericórdia divina, como vimos no Evangelho de hoje. Quando uma alma não é misericordiosa ela perde de imediato a comunhão com o Senhor que é misericordioso e sempre nos perdoa.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 17 de março de 2019

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR...


Homilia do 2°Dom da Quaresma (Lc 9,28b-36)(17.03.19)
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Caríssimos, a aliança de Deus com Abraão é a aliança de Deus com a humanidade, selada com o selo da fé, dom do Espírito Santo, dado a Abraão no seu encontro com o Senhor. De fato, hoje nós temos a fé que temos porque Abraão a transmitiu à todas as gerações por meio de sua decedência que tornou-se portadora do Espírito Santo e de todas as graças necessárias para a nossa salvação.
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Com efeito, todas as graças recebidas até hoje pela humanidade tem na experiência da fé abraamica seu fundamento isso porque por meio da fé tudo é possível alcançar, como o Senhor mesmo nos ensinou (cf. Mc 9,23). Ora, o verdadeiro entendimento das coisas de Deus só é possível aos que creem e seguem fielmente os seus mandamentos, porque é pela obediência da fé amamos o Senhor e Dele recebemos a purificação dos nossos pecados e a santificação de nossas almas.
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Queridos irmãos e irmãs, toda experiência mística é um abandonar-se em Deus, é entrega total, é vê naturalmente o invisível Divino; mas isso é dom, é graça concedida aos que o Senhor escolhe com essa finalidade, como vimos no Evangelho de hoje; eram doze os Apóstolos, porém, somente Pedro, João e Tiago alcançaram essa graça, porém, permaneceram em silêncio para depois da Ressurreição transmiti-la aos demais.
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Ora, daí compreendemos que a dinâmica do encontro com Deus tem no seguimento de Jesus a sua plenitude, pois é Ele que nos conduz ao Pai, como vimos nesse Evangelho da Transfiguração. Primeiro é preciso subir com o Senhor o Monte Tabor, isto é, deixar o mundo e seu barulho, para encontrar Deus no silêncio sagrado da oração; segundo, tomar consciência da grandeza desse encontro como Pedro quando viu Jesus transfigurado; e pleno de alegria, disse: "Senhor, é bom estarmos aqui"; terceiro, escutar à Voz do Pai: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 16 de março de 2019

SEDE SANTOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,43-48)(16.03.19)
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Caríssimos, Deus, nosso Pai, se nos dá a conhecer por sua divina Palavra escrita e também inspirado pelo Seu Santo Espírito aos seus filhos escolhidos, nossos dirigentes, tendo à sua frente o Santo Padre e nossos bispos que formam o colégio episcopal. Ele também nos fala pessoalmente em nossas orações, e por meio do Seu Filho Jesus Cristo presente realmente na Eucaristia, como Ele mesmo disse: "Este é o meu Filho amado, escutai o que ele diz."
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Com efeito, escutar Jesus na liturgia de hoje é entrar em confronto direto com as forças do inimigo de nossas almas, que age por meio dos que trazem no coração o ódio e a violência e os expressam por meio de perseguições, tentando, com isso, destruir a nossa comunhão com o Senhor e entre nós. Ora, o amor aos inimigos, aos perseguidores e aos que nos maltratam, como Jesus nos ensina, significa, ao mesmo tempo, a nossa permanência em Deus que é amor e também nossa vitória sobre o mal que nos ataca por meio daqueles que lhe obedecem.
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De fato, os homens podem causar muitos danos uns aos outros, mas, isso somente quando permitem o pecado em suas atitudes e ações, isto porque, "O pecado desperta no coração dos homens um ressentimento surdo contra Deus, a ponto de que, se dependesse deles, desejaria que Deus não existisse." Por isso, não leve consigo nenhum pecado em sua alma, nem seu nem dos outros, porque isso equivale a perder a paz interior e a comunhão com Deus e entre nós, pois a obra do inimigo consiste em dividir os filhos e filhas de Deus.
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Conclusão: Caríssimos, nós cristãos não nos baseamos em opiniões superficiais ou em falsos conselhos, mas sim nas Palavras eternas de Cristo, pois em tudo o que o Senhor nos diz já está o poder para cumprirmos o que nos foi dito. Portanto, é a nossa obediência à Sua Divina Palavra que nos faz ser "santos como o nosso Pai celeste é Santo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 15 de março de 2019

A REGRA DE OURO DE NOSSA FÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(15.03.19)
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Caríssimos, existem dois caminhos que os seres humanos podem trilhar neste mundo; seguir por um deles depende das escolhas e decisões que tomam. No Antigo Testamento Moisés elertou o povo escolhido sobre isso, dizendo: "Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele."
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Com efeito, a liturgia que hoje celebramos, trata especificamente da conduta dos homens diante do Senhor; aliás, Ele já os havia instruído por meio do Profeta Miquéias: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." Mas, infelizmente, a maioria da humanidade continua escolhendo o caminho da desobediência que leva à morte e à perdição eterna.
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Em verdade, depois do pecado de nossos primeiros pais, a humanidade conheceu o quanto é triste e doloroso viver sem comungar com a vontade de Deus, como o constatamos atualmente; pois, o pecado nada mais é do isto, perder a graça santificante que nos leva à comunhão com o Senhor. Todavia, na primeira leitura dessa liturgia o Profeta Ezequiel nos mostra que mediante o arrependimento dos pecados praticados é possível encontrar o Senhor que por sua misericórdia e amor sempre nos perdoa.
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Conclusão: Caríssimos, no Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que o nosso estado de graça depende sempre do amor com que amamos a Deus e ao próximo como a nós mesmos, pois, a prática dos mandamentos e de seus ensinamentos não pode ser comparada com a prática farisáica, ou seja, uma prática meramente externa, tomada pela hipocrisia e a incoerência. Portanto, a regra de ouro da nossa fé é esta: "Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 14 de março de 2019

PEDÍ E RECEBEREIS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,7-12)(14.03.19)
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Caríssimos, a liturgia de hoje nos conduz a um dos exercícios quaremais mais praticado em todos os tempos na história da humanidade, trata-se do dom da oração; esse dom é uma graça especial que nos é dada para vivermos em permanente comunhão com Deus nosso Pai celestial. Em outras palavras, do limite em que estamos adentramos na eternidade do Senhor conduzidos por Seu Santo Espírito pela via da oração.
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De fato, o inferno estremece quando uma alma contrita e plena de devoção se une a Deus em oração. É isso o que vimos na primeira leitura de hoje; pois conta o episódio da rainha Ester em extrema aflição por seu povo que está prestes a ser eliminado pelos seus inimigos. Ora, que lições aprendemos com a rainha Ester nesse episódio? Primeira, a nossa extrema necessidade se transforma em total confiança quando ao Senhor recorremos em humilde oração. Segunda, quando dependemos cem por cento do Senhor, esse é o grande sinal de que o amamos acima de todas as coisas e a Ele nos entregamos para que se cumpra em nossa vida a sua vontade.
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No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que a oração tem o poder de expulsar o mal de nossas vidas, porque ela é o nosso escudo de proteção e a nossa melhor arma de combate espiritual. O que isso quer dizer? Quer dizer que a fé aliada à oração nos leva à perfeita comunhão com Deus e entre nós, e Ele que tem todo poder sobre o céu e sobre a terra nos faz vencer todos as batalhas, porque Ele é o único Senhor de todas as coisas.
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Conclusão: Portanto, caríssimos, prostremo-nos diante do Senhor com esta oração de ação de graça do Salmo responsorial de hoje: "Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma. Por isso, vos suplico: Completai em mim a obra começada; não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos! Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Vosso amor é fiel eternamente."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 13 de março de 2019

NENHUM SINAL VOS SERÁ DADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,29-32)(13.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, vivemos em meio às fragilidades humanas, acossados por todos os lados pelas mais terríveis tentações e também pelo resultado delas que são os pecados que a cada dia são multiplicados como entre os habitantes de Nínive. Todavia, nem tudo está perdido precisamos confiar na Misericórdia Divina do mesmo modo que os Ninivitas o fizeram quando ouviram a pregação de Jonas.
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No Evangelho que hoje meditamos constatamos algo mais que estarrecedor, pois, depois de tantos sinais que o Senhor deu de que era o Messias enviado pelo Pai, por exemplo, pelas curas de inúmeras enfermidades; expulsão de demônios; ressuscitação de mortos e tantos outros sinais profetizados, indicando quem Ele era, mesmo assim não acreditaram Nele; por isso, o Senhor lhes disse: "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas."
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E continuou: "Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração." Ou seja, enquanto Jonas pregava para que se convertessem e fossem salvos e assim acreditaram e se ecumpriu; Jesus é a própria salvação e tudo Nele indica isso, mas eles não acreditaram e ainda o rejeitaram.
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Conclusão: "Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 12 de março de 2019

E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(12.03.19)
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Caríssimos, o Pai nosso é a oração perfeita e essencial para o nosso crescimento espiritual quando o pomos em prática; é ele o itinerário espiritual da alma em ascensão para viver a permanente comunhão com nosso Pai Eterno. Ensinado por Jesus aos Apóstolos e à toda humanidade; é a oração que nos leva ao mais íntimo de nós mesmos em nosso encontro com Deus e com os nossos irmãos.
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Primeiro, porque rezamos como filhos que convivem com seu Pai numa profunda atitude de amor filial, isto é, acolhendo sua autoridade divina na certeza que nos escuta e nos responde não obstante a nossa pequenez. Segundo, é também a oração da comunhão fraterna porque perdoamos sempre as faltas daqueles que nos ofendem, não deixando entrar em nossas almas o mal que fora praticado. Por fim, é a oração que nos dá a certeza da proteção divina quando somos tentados, como nos ensinou o Senhor: "E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal."
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De certo, quem reza com a reta intenção de encontrar Deus em sua oração, procura fazer silêncio de todos os pensamentos fora desse encontro para dá ao Senhor o lugar que é só dele em nossas almas, pois, mais precisamos ouvir do que falar, uma vez que o Senhor conhece nossa essência, porque é o autor de nossa vida; todavia, ao apresentar-lhe o que precisamos, o fazemos para gozar de sua intimidade paternal e permanecer na sua presença.
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Caríssimos, como introdução de uma parábola de Jesus sobre a perseverança na oração, assim escreveu São Lucas: "Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." (Lc 18,1). Com isso, compreendemos que o dom da oração é o dom do Espírito Santo mais praticado de todos os tempos, pois, como nos ensinou São Paulo: "Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 11 de março de 2019

O QUE FIZESTES AO MENOR DOS MEUS IRMÃOS FOI A MIM QUE FIZESTES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(11.03.19)
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Caríssimos, a santidade não é um privilégio de poucos, mas um dom de Deus para todos os seus filhos e filhas, pois o Senhor nos criou com todas as virtudes eternas para sermos santos como Ele é Santo; é como está escrito na primeira leitura de hoje: "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo." São Paulo escrevendo sobre isso aos Efésios, disse: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor."
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Amados irmãos e irmãs, as obras de misericórdia são ações que o Senhor prepara para que as pratiquemos, todavia, elas não acontecem isoladamente, mas em comunidade porque formamos o seu Corpo Místico, a Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós somos os membros. Desse modo, escreveu São Paulo: "Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Quem tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade."
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Ora, tudo isso é possível pelas graças que nos são concedidas para que se realize a vontade de Deus por meio de sua Divina Providência, por isso, prestemos atenção na seguinte exortação: "Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos. Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor."
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Conclusão: Caríssimos, a obra da redenção humana é obra Divina; quanto à nós somos servos sempre disponíveis para servir ao Senhor nos mais diversos ministérios que Ele dispõe nas nossas comunidades paroquiais para cumprirmos a nossa missão junto àqueles à quem Ele nos envia.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 10 de março de 2019

POR QUE SOMOS TENTADOS?


Homilia do 1°Dom da Quaresma (Lc 4,1-13)(10.03.19)
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Caríssimos, a tentação é uma ação do maligno que, como vimos, não poupa ninguém nem mesmo Jesus Cristo, o Filho de Deus. Mas, por que o maligno detem esse poder? Porque não tem nada à perder, uma vez que já foi julgado e condenado eternamente (cf. Jo 16,11), por isso, faz de tudo para distilar seu ódio contra Deus, atirando-se contra as suas criaturas; porém, seu tempo já está se esgotando e lhe resta muito pouco. De fato, se ele pudesse já haveria destruído a criação e todas as hostes celestiais.
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Não resta dúvida que estamos na batalha final contra os poderes do mal; de certo, esses poderes não suportam a verdade, o amor, a humildade, a misericórdia, a obediência, a santidade e a justiça, porque todos esses valores eternos são atributos divinos que Deus derrama como graças nas almas que lhe obedecem seguindo em tudo o seu Filho nosso Senhor Jesus Cristo.
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No Evangelho de hoje, Jesus, cheio do Espírito Santo foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo; ora, o deserto é sinônimo de morte, pois quase nada natural subexiste nele sem que receba a devida adaptação da lei natural que Deus pôs nas criaturas para resistirem e sobreviverem às intempéries. Se pensamos espiritualmente veremos que as condições adversas das tentações nos levam à total dependência do Senhor para que por seu poder vençamos todo o mal.
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A narrativa de São Lucas no Evangelho de hoje apresenta três tipos de tentações mais frequentes, são elas: a tentação do prazer; a tentação do poder; e a tentação da idolatria, ou seja, contra nós mesmos, contra o próximo, e contra Deus. Em todas essas tentações Jesus nos ensinou que a arma invencível contra o maligno é a Palavra de Deus, obedecida e praticada fielmente.
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Portanto, escutemos, então, esta exortação de São Tiago sobre a utilidade das tentações, sabendo que quanto mais tentados mais amados e protegidos por Deus para não sucumbirmos à elas: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 9 de março de 2019

A LÓGICA DA MISERICÓRDIA DIVINA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,27-32)(09.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, nesse nosso mundo das novas tecnologias, o mal tem encontrado um vasto campo para espalhar sua sinzânia espiritual entorpecendo as almas para torna-las infecundas e impotentes na busca da santidade. Trata-se das mass mídias, tendo a Internet como centro com suas redes sociais e tantas outras páginas que muitos se aproveitam delas para espalhar as mais diversas práticas pecaminosas tirando das almas o tempo que deveriam dar a Deus.
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O resultado é que essas almas se tornam mornas ou frias espiritualmente, porque tiram o tempo do Senhor para dar à tais atividades que não condiz com a prática da fé. Ora, tudo na prática da vida, seja por pensamentos, palavras e ações, tem como pano de fundo o resultado final do nosso estado da alma, como nos ensinou São Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna."
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Meditando o evangelho de hoje vemos que os fariseus interpelaram Jesus porque fazia refeições com os pecadores; ao que Ele, respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”. Dito isso, Jesus inverte a lógica farisáica, pois, esta ensinava que para se aproximar de Deus era preciso ser puro; mas, na lógica da misericórdia divina o Senhor nos ensina que é a nossa adesão a Ele que nos torna puros.
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Conclusão: Caríssimos, quem caminha na vida iluminado pela luz do Senhor não tropeça, porque tem na sua Palavra e companhia a graça que o conduz à felicidade eterna. Portanto, a função da vivência da fé não é criar muros de separação, mas, iluminar as almas perdidas para que encontrem Jesus, caminho, verdade e vida, porque todos os que o encontram são purificados e transformados em novas criaturas.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 8 de março de 2019

O JEJUM QUE AGRADA A DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(08.03.19)
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Caríssimos, a liturgia de hoje trata de um dos exercícios quaresmais chamado jejum ou mortificação que nos ajuda a assimilar melhor o significado da necessidade, cujo sentido espiritual é morrer para o pecado e viver para Deus em permanente estado de graça. Mas, atenção, pois a pergunta dos discípulos de João Batista a Jesus, na verdade, é perca de concentração do essencial para se ater meramente à prática externa desse exercício, não gerando fruto algum.
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Ora, o caminho da cruz nos leva à ressurreição; os mistérios da dor nos leva aos mistérios da glória, mas isso se dá quando nossa prática de fé nos faz viver as virtudes da misericórdia, benevolência, caridade, mansidão, justiça e comunhão fraterna; caso contrário, tal exercício espiritual não passa de repugnante simulação que encobre uma multidão de pecados, como nos mostrou o Profeta Isaías na primeira leitura.
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Caríssimos, os exercícios Quaresmais, e hoje em especial o jejum, não é uma prática formalista, repleta de rigidez e tristeza, mas atos de amor que leva a alma a se unir perfeitamente ao Senhor para praticar a sua vontade por meio das obras de misericórdia. Sem esse sentido tal prática nos transforma em fiscais intransigentes que exigem santidade dos outros, nos tornando incapazes para a prática do bem.
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Conclusão: Amados irmãos e irmãs, quem encontra o Senhor nas práticas quaremais e nele permanece, compartilha as graças recebidas com os demais por uma vida serena plena de mansidão e solidariedade. Portanto, o jejum é uma prática voluntária de mortificação que nos faz transparecer o Senhor naquilo que vivemos, ou seja, o noivo ausente se faz presente por essa patica.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 7 de março de 2019

POR QUE SOFREMOS?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,22-25)(07.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a realidade dolorosa que nos cerca é gerada no íntimo de todos os que pela desobediência tornam-se causa de ruína e perdição; ora, tudo isso, porém, terá o seu desfecho no dia do juízo final que acontecerá com a segunda vinda de Cristo; todavia, os justos estão isentos de quaisquer condenação, pois é isso que meditamos na Carta de São Paulo aos Romanos: "De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo."
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De fato, o mal em si não faz parte de nossa vida, mas se seguirmos suas maléficas seduções perderemos a guerra espiritual na qual estamos, como afirmou Moisés na primeira leitura de hoje: "Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal. Escolhe, pois, a vida para que vivas; se porém o teu coração se afastar do Senhor e te deixares seduzir pelas insídias do mal, certamente morrerás."
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Caríssimos, o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo se dá pela cruz de cada dia como Ele mesmo nos ensinou no Evangelho de hoje; porque isso significa a nossa participação direta na obra da redenção, como afirmou São Paulo: "O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados."
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Conclusão: Caríssimos, ninguém em sã consciência quer sofrer, todavia, nenhum de nós está isento dos sofrimentos nesse vale de lágrimas em que vivemos; e olha que eles se multiplicam à cada pecado cometido neste mundo. De fato, só existe uma explicação para o sofrimento de Cristo e o nosso, a erradicação do pecado e das suas consequências que são a morte e o inferno; e isso se dá pelo triúnfo de Cristo sobre Satanás e seus sequazes, por meio do seu sofrimento de cruz que padeceu em vista da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 6 de março de 2019

QUARESMA, TEMPO DE ORAÇÃO, PENITÊNCIA, CONVERSÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(06.03.19)
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Amados irmãos e irmãs, hoje iniciamos o tempo da Quaresma, tempo fecundo de profunda reflexão sobre a brevidade da vida neste mundo; pois, somos pó e para o pó voltaremos, porém, firmados na esperança da ressurreição realizada por Cristo em nosso favor. De fato, esse tempo nos leva à uma permanente conversão e ao crescimento nas virtudes da caridade, da humildade e da perseverança que o Senhor nos concede por meio dos exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola, esteios que nos mantém convictos da fé que professamos.
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Com efeito, os símbolos que acompanham este tempo são as cinzas, que nos lembram o pó que somos e a humildade que precisamos para vencermos as tentações que se nos apresentam; a cor roxa, que nos aponta a penitência que precisamos fazer para permanecermos fiéis aos nossos compromissos assumidos perante o Senhor; o silêncio interior e exterior, no qual o encontramos e mantemos com Ele um fecundo diálogo filial repleto de profundo respeito e obediência, virtudes próprias daqueles que o amam.
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De certo, como vimos acima, essas práticas quaresmais são meios de purificação e santificação das almas que por elas se exercitam tendo como fim o verdadeiro testemunho dos sofrimentos de Cristo e de sua ressurreição. Por isso, muita atenção, para não fazer delas marketing promocional ou busca de fama, principalmente nesse tempo em que os celulares e as redes estão ocupando o tempo e o lugar de Deus nas almas. Aliás, hoje em dia tudo se torna motivo para se aparecer na mídia e assim fazer milhares de seguidores; e com isso, deixam de lado as práticas piedosas e a verdadeira comunhão com o Senhor.
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Conclusão: Caríssimos, a fé que praticamos é fruto do testemunho daqueles que deram a vida para se manterem fiéis ao Senhor na prática de seus ensinamentos em busca da santidade que Ele nos concede. "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de março de 2019

DEIXAMOS TUDO PARA TE SEGUIR... E AGORA?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,28-31)(05.03.19)
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Caríssimos, ninguém espera algo grandioso como a felicidade eterna sem ter dela uma prévia para se firmar em sua esperança; assim acontece, por exemplo, com uma semente, Deus a preparou de tal modo que aparentemente é só uma simples semente, porém, depois de plantada em solo fecundo e bem cultivada, multiplica os seus frutos ao infinito. Assim são as promessas do Senhor para nós que o seguimos, não existe medida que as limite, porque os seus desígnios se cumprem sempre.
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É bem como nos ensina a liturgia de hoje, tudo em nossa vida é graça e em estado de graça devemos oferece-la ao Senhor; desse modo, nada de nossa vida devemos antepor a Deus nem ousar interpela-lo indevidamente. No Evangelho de hoje os Apóstolos interpelaram Jesus sobre a recompensa que teriam por ter deixado tudo para segui-lo; mas, por que o fizeram? Por causa das seguranças temporais nas quais se apoiavam. Ora, não é isso que também ocorre conosco?
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Todavia, Jesus os atendeu lhes mostrando que suas promessas se cumprirão totalmente na vida eterna, mas, desde já lhes dá uma prévia ainda que em meio às perseguições. É exatamente isso que São Paulo e Barnabé ensinaram aos primeiros discípulos : "Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações." (At 14,22).
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Caríssimos, na Carta aos Romanos lemos o seguinte à esse respeto: "Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Rm 5,5).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de março de 2019

POR QUE OLHAS O CISCO DO OLHO DO TEU IRMÃO?


Homilia do 8°Dom do tempo comum (Lc 6,39-45)(03/03/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a vida num todo está ligada diretamente à palavra tal como meditamos no Evangelho segundo São João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." E ainda na Carta de São Paulo aos Colossensses: "Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele."
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Ora, conforme a primeira leitura da liturgia de hoje: "O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem." Como vimos aqui, a palavra é o fundamento revelador de quem somos e também o desfecho final à que tendemos quando falamos: "Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela." Certa feita, disse São Francisco de Assis: "Somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais." Ou seja, a vida só tem sentido quando a vivemos por amor a Jesus, o Filho de Deus, que nos amou e se entregou por nós.
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Com efeito, já a segunda leitura nos leva a refletir sobre o viver natural que se destina para a morte temporal e que ninguém escapa disso; todavia, a fé em Jesus Cristo recebida no batismo nos faz ressuscitar com Ele para a vida eterna passando pela morte como Ele passou, nos abrindo as portas do Reino dos Céus, para nos fazer participantes de sua natureza divina. De fato, não haveria esperança alguma se Cristo não houvesse ressuscitado e não nos fizesse ressuscitar com Ele pelo poder do infinito amor de Deus nosso Pai.
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Caríssimos, no Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que estamos na vida não como juízes, mas sim como irmãos que reconhecemos as próprias fraquezas e por isso, perdoamos sempre os que enontramos em nosso dia a dia em estado de pecado mortal.
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Conclusão: Para refletir melhor sobre isso, perguntemos: Quem de nós nunca pecou na vida? Eis a resposta que o Senhor mesmo nos dá: "Por que vês o cisco que está no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

DIFICILMENTE UM RICO ENTRARÁ NO REINO DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,17-27)(04.03.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, pela experiência que temos do viver humano percebemos que muitos se põem na vida como se fossem autossuficientes ou como se não dependessem de nada e de ninguém para viver. A vida é dom do amor de Deus e nos foi dada para correspondermos ao seu amor por meio da virtude obediência, caminho de perfeição para todos os seus filhos e filhas; isto porque não existe liberdade onde reina a desobediência, porque nesse pecado se esconde o inimigo de nossas almas.
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Na primeira leitura de hoje vimos que o Senhor, por sua divina misericórdia, perdoa à todos e que não leva em conta os pecados praticados desde que nos convertamos e nos voltemos para ele de todo o nosso coração, isto é, sem os apegos às coisas deste mundo, pois estes nos impedem de amá-lo sobre todas as coisas e de amar-nos uns aos outros como Ele nos ensinou (cf. Jo 15,12-14).
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No Santo Evangelho que hoje meditamos, vimos o quanto é maléfico para as almas o apego às riquezas materiais como um fim em si mesmas. Ora, para nós que vivemos da fé e da providência divina todos os bens são meios com os quais servimos ao Senhor, porque sabemos que tudo lhe pertence. De fato, dado à nossa fragilidade e temporalidade é perca de tempo todo tipo de acúmulo ou apego, pois tudo o que vemos e temos nada levaremos quando daqui partirmos.
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Conclusão: Escutemos, então, o que São Paulo ensina a este respeito: "Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições."
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Portanto, "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de março de 2019

DEIXAI VIR À MIM AS CRIANÇAS PORQUE O REINO DE DEUS É DAQUELES QUE SE ASSEMELHAM À ELAS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,13-16)(02.03.19)
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Caríssimos, analisando a nossa estrutura conforme a primeira leitura de hoje, percebemos que somos um misto de fragilidade temporal, representada pelo corpo formado do pó da terra, e a grandeza eterna da alma criada à imagem e semelhança de Deus, como bem nos conta o texto: "Da terra Deus criou o homem, e o formou à sua imagem. E à terra o faz voltar novamente, embora o tenha revestido de poder, semelhante ao seu."
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Ora, nessa nossa estrutura Deus nos deu um coração para ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros e à todas as suas criaturas como a nós mesmos; nos dá a iluminação do Espírito Santo para compreendermos a sua vontade e pô-la em prática; nos dá os dons da ciência, da inteligência e do discernimento para conhecermos a essência das coisas e assim permanecermos em comunhão com Ele e por Ele fazermos o bem à todos.
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Com efeito, no Evangelho de hoje meditamos o episódio dos discípulos que tentam impedir o encontro das crianças com Jesus, que ao perceber esse intento os repreende, nos mostrando que as crianças carregam em si os tesouros da Inocência e humildade que as faz semelhantes aos seus anjos da guarda que contemplam no céu a face de Deus. Por isso lhes diz: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos."
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Conclusão: Caríssimos, que lições de vida tiramos dessa liturgia de hoje? Primeira, somos um sopro e isso nos ensina que dependemos sempre, por isso, peçamos ao Senhor o seu santo temor para reconhcermos que tudo lhe pertence e assim agradecermos por todo bem que Ele nos faz. Segunda, a nossa condição de fragilidade associada às virtudes da inocência e humildade nos aproximam do Senhor como crianças que nele confiam e a ele se entregam para sentir o aconchego e o calor do seu abraço de Pai.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de março de 2019

AMOR FRATERNO E AMOR CONJUGAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,1-12)(01.03.19).
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Caríssimos, a amizade é o amor fraterno em ação; aliás essa liturgia de hoje é dedicada ao amor fraternal e ao conjugal, dois tipos de amor que teem seu fundamento no amor ágape, isto é, no amor de Deus. O primeiro deles é a amizade, que une para além do vínculo sanguíneo. De fato, ser amigo é ser simples, solidário, pacífico, reconhecendo no outro a dignidade que Deus lhe deu. Diz o texto: "Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, conduz bem a sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo."
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O outro tipo é o amor conjugal que é puro Sacramento, isto é, uma aliança de amor entre Deus, o esposo e a esposa, à qual o Senhor se refere: "No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
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São João Crisóstomo escrevendo sobre esse Sacramento, disse: "O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura: «Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas ações destinam-se a fazer com que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de sermos separados. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites."
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Assim, "Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; que estes sejam amados por ti por causa dela. Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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