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quinta-feira, 31 de março de 2011

ORAÇÃO, JEJUM, MISERICÓRDIA...













ORAÇÃO, JEJUM, MISERICÓRDIA...

Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente.

O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua, pratique a misericórdia. Quem deseja ser atendido nas suas orações, atenda as súplicas de quem lhe pede; pois aquele que não fecha seus ouvidos às súplicas alheias, abre os ouvidos de Deus às suas próprias súplicas.

Quem jejua, pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja sensível à sua; seja misericordioso quem espera alcançar misericórdia; quem pede compaixão, também se compadeça; quem quer ser ajudado, ajude os outros. Muito mal suplica quem nega aos outros aquilo que pede para si.

Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a rapidez que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade e presteza.

Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração, jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas. Reconquistemos pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos nossas almas
pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus como ensina o Profeta: Sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado (Cf. Sl 50,19).

Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrifício santo, uma vítima viva que ao mesmo tempo permanece em ti e é oferecida a Deus. Quem não dá isto a Deus não tem desculpa, porque todos podem se oferecer a si mesmos.

Mas, para que esta oferta seja aceita por Deus, a misericórdia deve acompanhá-la; o jejum só dá frutos se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum. Por mais que cultive o coração, purifique o corpo, extirpe os maus costumes e semeie as virtudes, o que jejua não colherá frutos se não abrir as torrentes da misericórdia.

Tu que jejuas, não esqueças que fica em jejum o teu campo se jejua a tua misericórdia; pelo contrário, a liberalidade da tua misericórdia encherá de bens os teus celeiros. Portanto, ó homem, para que não venhas a perder por ter guardado para ti, distribui aos outros para que venhas a recolher; dá a ti mesmo, dando aos pobres, porque o que deixares de dar aos outros, também tu não o possuirás.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Fonte: Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo (Sermo 43: PL 52,320.322) (Séc.IV)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Cronologia da Vida de Santa Clara

  • 1193-1194 Nascimento de Clara Offreduccio de Favarone, emAssis
  • 1198 A Família de Clara se refugia no Castelo de Cocorano.
  • 1203-1205 Exílio em Perugia, juntamente com outras famílias nobres que combatem contra o município de Assis
  • 1210 Clara assiste às pregações de Francisco
  • 1212 Noite de Domingo de Ramos, Consagração de Clara na Porciúncula (Santa Maria dos Anjos). Breve período junto às beneditinas. Fixação definitiva em São Damião.
  • 1214 Irmã Balvina, companheira de Clara, funda uma comunidade de damianitas em Spello.
  • 1215 Clara recebe o título de Abadessa.
  • 1216 Obtém do Papa o privilégio da máxima pobreza.
  • 1218-1219 Clara e as suas irmãs recebem a Constituição do Cardeal Hugolino com a Regra de São Bento. Algumas damianitas emigram para Sena, Luca, Florença, onde Inês, irmã de Clara, torna-se Abadessa.
  • 1220 Segundo a Tradição, tem lugar a fundação de Reims, o primeiro mosteiro de França.
  • 1224 Início da doença de Clara.
  • 1227 O Papa confirma a assistência dos frades para as irmãs de São Damião.
  • 1228 Primeira comunidade de diamianitas na Espanha: Pamplona. Na Itália existem, pelo menos, 24 comunidades. O Papa visita Clara em São Damião.
  • 1234 Santa Inês, filha do rei da Boêmia, funda um convento em Praga e lá vive. Primeira carta de Clara a Inês.
  • 1238 Um convento de damianitas na Eslovênia: Trnava.
  • 1240 Sarracenos em São Damião: proteção milagrosa da comunidade.
  • 1241 (22 de junho) Pela oração das irmãs, a cidade de Assis foi libertada do cerco dos exércitos do imperador.
  • 1242 A beata Cunegundes funda um mosteiro em Olomuc, Moravia.
  • 1245 A beata Salomé funda um mosteiro na Polônia, em Zawichost.
  • 1247 Regra de Inocêncio IV: as damianitas são associadas à Ordem Franciscana e deixam a Regra de São Bento.
  • 1253 IV e última carta conhecida de Clara para Inês de Praga.
  • 1253 O Papa visita Clara e aprova a sua Regra. No dia 11 de agosto morre Clara.
  • 1253 (novembro) Morte de Santa Inês de Assis (irmã de Clara)
  • 1255 Canonização de Santa Clara. Celano escreve a sua biografia (Vida).
  • 1260 Traslado do corpo de Clara e transferência da comunidade de São Damião para o atual mosteiro de Santa Clara de Assis.
  • 1263 Regra de Urbano IV. A Ordem de São Damião toma o nome de Ordem de Santa Clara.
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/especiais/2011/staclara/02.php acesso em 30 mar. 2011.
Ilustração: Bleiglasfenster in der Kapelle (Seitenschiff) des Couvent des Franciscains in Paris (7, rue Marie-Rose im 14. arrondissement), Darstellung: hl. Klara von Assisi. Disponível em
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Paris_Chapelle_des_Franciscains136.JPG
acesso em 30 mar. 2011.

terça-feira, 29 de março de 2011

DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS

















DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS

O seráfico pai São Francisco, “homem católico e todo apostólico”, procurou viver em tudo a vontade de Deus neste mundo, pois, como servo fiel dedicou toda a sua vida ao serviço do Senhor, para assim viver em conformidade com Cristo pobre e obediente. Amou profundamente o Senhor e tudo o que Ele criou; em especial amou sua Santíssima Mãe a quem, conforme a Teologia Patrística da qual se alimentava, chamava de “Virgem feita Igreja”. Ou seja, Maria “foi feita cheia de graça por pura bondade do Senhor, como o povo que era escravo no Egito, e Deus assumiu como sua esposa. Ela foi a primeira dentre todo o Povo a receber a plenitude da vida de Deus, essa vida trinitária que Ele quer que chegue a todos. Como deve acontecer com toda a Igreja (Povo de Deus), ela se tornou ungida por Cristo, colaboradora no anúncio do [Plano de Deus para a nossa salvação]”. (http://goo.gl/373nP).

A devoção de são Francisco para com a Mãe de Deus era, de fato, originalíssima, constatamos isso pelas palavras referindo-se a ela ou dirigidas a ela: “A bem-aventurada Virgem Maria é tão honrada - como é justo - porque trouxe Cristo em seu seio abençoado”. E ainda: “Santa Virgem Maria, não nasceu nenhuma semelhante a vós entre as mulheres neste mundo, filha e serva do altíssimo sumo Rei e Pai celeste, Mãe do nosso santíssimo Senhor Jesus Cristo, esposa do Espírito Santo: Rogai por nós com São Miguel Arcanjo e todas as virtudes dos céus e todos os santos junto a vosso santíssimo e dileto Filho, Nosso Senhor e Mestre! “ (OfP ant).

Vejamos agora algumas características da devoção mariana em são Francisco de Assis. “Em Maria, depois de Cristo, punha toda sua confiança. Por isso, a escolheu para advogada sua e de seus irmãos e jejuava com muita devoção em honra dela desde a festa dos apóstolos Pedro e Paulo até à festa da Assunção.” (LM 9,3,1-2). Seu amor e devoção eram demonstrados em especial quando “...chegou ao lugar que se chama Porciúncula, no qual havia uma igreja da Bem-aventurada Virgem Mãe de Deus. O homem santo amou este lugar mais do que todos os outros do mundo, pois aí começou humildemente, aí cresceu virtuosamente, e aí terminou felizmente, recomendando-o aos frades, quando morreu, como o lugar mais querido pela Virgem” (LM 2, 8).

Na Porciúncula dirigia com frequência louvores à Senhora dos anjos, como o que se segue: “Ave Senhora, Rainha santa, santa Mãe de Deus Maria, que és virgem feita Igreja. E escolhida pelo santíssimo Pai do céu, que Ele consagrou com seu santíssimo dileto Filho e com o Espírito Santo Paráclito, na qual esteve e está toda a plenitude da graça e todo bem. Ave, palácio dele; ave tabernáculo dele; ave casa dele. Ave veste dele: ave serva dele; ave mãe dele. E vós todas santas virtudes, que pela graça e iluminação do Espírito Santo sois infundidas nos corações dos fiéis, para que os façais de infiéis fiéis a Deus” (Saudação da B. Virgem Maria).

Por fim, antes de sua morte, Francisco evocou o exemplo de Jesus e de Maria como modelos nos quais apoiava sua vida: “Eu, Frei Francisco, pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do Altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe e nela perseverar até o fim (cfr. Mt 10,22)” (RSC, 6,7). E dizendo ainda da Virgem, admoestou: “Ordeno a todos os meus irmãos, quaisquer que sejam, aos atuais e aos vindouros, que a honrem e glorifiquem sempre, de todo jeito e de toda maneira que for possível, e de tê-la em muito grande devoção e veneração. Quero ainda que sejamos sempre seus fiéis servos” (Fior. 2).

Pelo o que lemos neste artigo, realmente nosso Seráfico pai São Francisco, demonstrou grande amor e devoção à Santíssima Mãe de Deus. Por isso, tornou-se modelo para toda a Ordem e para os fiéis em geral que seguem seus passos devocionais fielmente.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Missa de Santa Clara 800 anos

Missa de Santa Clara
Em comemoração dos 800 anos da fundação da Ordem de Santa Clara (1212 – 2012)

Letra: dos Escritos de Santa Clara
Adaptação métrica e Música de  Frei José Luiz Prim

1 - ENTRADA
1. “Plantinha do nosso santo pai Francisco”
Quisestes chamar-vos com graça e ternura.
No caminho estreito seguistes o Cristo
Humilde e pobre e de coração puro.
Refr.: Senhor, vos louvamos por nossa mãe Clara,
Porque de Francisco seguindo o exemplo
Em Santa Maria  dos Anjos prostrada
Entregou sua vida a Vós consagrada.
2. Deus vos enfeitou com as gemas mais lindas.
Vos deu a coroa de ouro marcada
Com a santidade, sinal dos eleitos
E vos recebeu em sua santa morada.
3.  A grande  humildade e a força da fé
Bem como os braços da alta pobreza
Levaram a esposa de Cristo a abraçar
Tesouro escondido de rara beleza.
4. Que troca melhor e o que  mais louvável?
Deixar deste mundo as honras terrenas
Pra então receber esperadas  riquezas:
Do céu recompensa e a vida perene.

2. – ATO PENITENCIAL

Cel.: Ame com todo coração a Deus e a seu Filho Jesus, crucificado por nós pecadores, sem permitir que se ausente de sua recordação. Trate de meditar sempre nos mistérios da cruz e nas dores de sua Santa Mãe, que estava ao pé da cruz. (Pausa)

Recitado:
Cel. -  1 - O homem, pela tentação das glórias passageiras e falazes, tenta aniquilar o que é maior que o céu – a vida interior em Deus, que nele habita. Por isso pedimos perdão.
Cantado: Senhor, tende piedade de nós.
2 –  O orgulho causa a perdição da natureza humana e a vaidade torna estultos os corações. Por isso pedimos perdão.
Cristo, tende piedade de nós.
3 – Muitos perdem a cabeça com as imagens vazias do mundo enganador. Outros são envolvidos pela amargura e o desânimo. Por isso pedimos perdão.
Senhor, tende piedade de nós.
Cel.: - Deus todo poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Todos: Amém.
HINO DE LOUVOR:  À escolha.

3. – SALMO DE RESPOSTA  (Sl 44)
Refrão: Eis que vem o esposo / ide ao encontro do Cristo Senhor.
1. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
Que o Rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é  vosso Senhor!
2. O povo de Tiro vos traz seus presentes.
Os grandes do povo vos pedem favores.
Majestosa, a princesa real vem chegando,
Vestida com ricos brocados de ouro.
3. Em vestes vistosas ao Rei se dirige,
E as virgens amigas lhe formam cortejo;
Entre cantos de festa e com grande alegria,
Ingressam então no palácio real ”.

4. – ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
Aleluia, aleluia, aleluia.
V/ -  Vinde, vós que sois / esposa digníssima de Jesus Cristo, / e  por isso rainha nobilíssima.

5. – CANTO DAS OFERENDAS
Refrão: Esta é a sublimidade
Da altíssima pobreza
Que vos fez do céu herdeiras:
Contemplai esta riqueza.
1. Pobres sois , não tendes bens,
Sublimadas em virtudes.
Consagradas como ofertas
Proclamai: “Meu Deus, meu tudo”.
2. Esta é a forma de vida
Que Francisco nos doou:
Viver a santa pobreza
Que aos eleitos coroou.
3. Esta é  a santa oferta
Que por Deus sempre é querida.
Ao Amor, vocação certa,
Consagramos nossa vida.              
                                       
6. – CANTO DE COMUNHÃO
Refrão: Abrace o Cristo pobre,
Você, de estirpe nobre.
E não perca de vista
Seu ponto de partida.
1.   Jesus é o esplendor,
Do Pai eterno a glória.
Seu brilho, puro amor
Já é nossa vitória.
2. Quem  ama o Cristo é casto
E quem o toca é limpo.
O seu poder é forte
Sua graça, elegante.
3. Pois Ele tem beleza
Que sol e lua admiram.
Seus prêmios todos
grandes
São belos, preciosos.
4. Esta doçura infinda
Por Deus foi escondida,
Por Ele reservada
Pra aqueles que O amam.
5. Na Santa Eucaristia
Encontro meu Esposo.
Ele é minha alegria
E meu eterno gozo.
6  Um dia,  que perigo!
Invade o inimigo.
Mas o Cristo apresento
E fogem como vento.
7. Coloque a sua alma
No esplendor da glória.
Transforme-se inteira
Pela contemplação.
8. Olhe bem no espelho
Que é o próprio Cristo
E sempre veja nele
Seu rosto que é bem-quisto.
9. Pois nele resplandecem
Pobreza e humildade,
Amor do próprio Deus
Infinda caridade.

10. Contemple este espelho
Por toda a eternidade.
E no esplendor da glória
Feliz seja em verdade.

7. - LOUVOR FINAL
1. Seja pois fiel pra sempre
Pois está comprometida.
Será Ele  a coroá-la
Ao chegar à eterna vida.
2.  Aqui, nossa dor é breve
No além, o prêmio eterno.
Cristo que deu o começo
Acompanha de olhar terno.
3. E contemple apaixonada
Obra que já começou.
Não será abandonada:
Deus por filha a adotou.                    

8. –  CANTANDO COM CLARA DE ASSIS
 Para celebrações, meditações e encontros
1. Ao Crucificado bem firmes servi
Pois lhe consagrastes vosso amor ardente.
Por nós suportou a paixão e a cruz
Venceu o inimigo e levou-nos à frente.
2. Tomemos cuidado, portanto porque
Se em Cristo escolhemos o caminho estreito
Não nos afastemos por qualquer motivo,
Nem por nossa culpa, nem passo mal feito.
3. Bem-aventurada é a santa pobreza
Pois aos que a amam, àqueles que a abraçam,
Concede o Pai a eterna riqueza
A glória e a vida que nunca mais passam.
4. Sabeis que o Reino dos Céus Deus promete
Àquele que é pobre e  que nele confia.
Pois quando amamos as coisas do mundo
Perdemos o tempo e o dano é profundo.
5. Só uma das coisas nos é necessária,
E esta confirmo pro seu bem viver.
Esposa escolhestes ser de Jesus Cristo,
E assim sois rainha de nobre saber.
6. Desprezível veja como Ele se fez
Por você e todos que o amor  seduz.
Agora você desprezível se faça
E o siga no duro caminho da cruz.
7. E  com o desejo de só imitá-lo
Contemple, observe seu querido esposo
Ele é o mais belo dos filhos dos homens
E para salvá-la aceitou forma vil.
8. E por nós ferido ele foi desprezado
Seu corpo chagado por nós entregou
Na cruz imolado por nossos pecados
Tormentos horríveis por nós suportou.
9. Com ele sofrer é com ele reinar.
Quem chora, com ele se vai  alegrar.
Com ele na cruz e na tribulação
Terá recompensa e a celeste mansão.
10. Porque os bens terrenos que são transitórios
Deixando-os no mundo você desprezou,
Terá sua parte no reino da glória
Pois bens já maiores você conquistou.
11. Seguir com valor da virtude os caminhos
A Deus entregar fielmente a promessa.
Olhar para o céu, aceitar os espinhos,
Seguindo o caminho de Cristo depressa.
12. Verdade, me alegro, e agora ninguém
A minha alegria vai poder tirar.
Porque já alcancei  este meu maior bem:
Ser a sua Esposa e só  Ele amar.

9. - CONTEMPLANDO COM CLARA DE ASSIS
Para celebrações, meditações e encontros
1. Conserve o que tem
Faça o que está fazendo
Em rápida corrida
Com passo bem ligeiro.
2. E se alguém quiser
Desviá-la do caminho,
Do Deus que a tem chamado:
Não siga o seu conselho.
3. Mas em ninguém confie,
E não consinta em nada
Se alguém quer afastá-la
Dessa proposta amada.
4. Contemple seu espelho
Por toda a eternidade.
No esplendor da glória
Feliz seja em verdade.
5. Preste muita atenção
No começo do espelho:
Contemple a  pobreza
De quem ‘stá  no presépio.
6. Que grande humildade
Eloquente pobreza:
O Rei dos Anjos pobre
Repousa em manjedoura.
7. No meio do espelho
Contemple a humildade
A vida em pobreza
De quem pregava o Reino.
8. “Raposas têm suas tocas
E as aves têm seus ninhos.
Mas o Filho do Homem
Sem nada no caminho.”
9. E no fim desse espelho
Contemple a caridade
Com que quis padecer
Na cruz por nós pregado.
10. A todos que passavam
Deixava este clamor:
“Oh vinde, vede todos
Se há tamanha dor?”
11. E todos respondamos
Ao que gritando está:
“Quero lembrar-te sempre
Contigo desmaiar.”
12. E ame por inteiro
A quem se entregou
E inteiro por amor
A vida consumou.
13. Amando umas às outras
Com vossas boas obras
Vós mostrareis ao mundo
O vosso amor profundo.
14. E a Virgem, a Mãe santa
Que o Cristo ao mundo trouxe
Ensina e nos encanta:
Que o mundo inteiro a ouça.
15. Arrasta-me, Senhor
Atrás de teu amor.
Eu quero teu perfume
Esposo, meu amor.
16. E sempre vou correr
Atrás de ti, Senhor,
Até me introduzires
Na adega, em teu amor.
17. Então tua mão esquerda
Repousará em mim
Enquanto a direita
Abraça-me sem fim.
18. E em toda a eternidade
Terei felicidade
Porque meu bom Senhor
Será meu grande Amor.

Observações sobre esta Missa:
- Os escritos de Santa Clara de onde foi extraída a letra foram:
As Cartas a Santa Inês de Praga, o Testamento,  a Forma de Vida  (Regra) e a Legenda de Santa Clara.
- Muitos pensamentos que Clara dedicou a Santa Inês de Praga estão aqui dirigidos a ela mesma, devido às semelhanças de ideal e de vida.   
- As melodias e ritmos são inspirados em “constâncias da Música Brasileira”: cantigas de roda, toadas sertanejas, canções do folclore. Dali a “simplicidade franciscana” de certas melodias, que podem até parecer ingênuas. Mas o trabalho foi feito de forma consciente, pensando  também em facilitar o aprendizado.
- Foi respeitado o texto  original. Por isso  o tratamento das pessoas muitas vezes está na forma  feminina. Nada impede que a Missa seja cantada por fraternidades masculinas, bastando mudar o gênero de  adjetivos e pronomes, quando for o caso.

domingo, 27 de março de 2011

Mamma Carolina: a Serva de Deus, Carolina Bellandi Paladini (1895-1986)


A mulher sobre a qual procuramos conhecer não pertenceu a elite intelectual, muito menos um grupo de ativistas, não foi uma freira missionária em outro país, não realizou grandes feitos e coisas extraordinárias. Ela foi simplesmente uma pessoa que realizou o que achava que era possível e estava ao seu alcance, para ama a Deus, e para fazer o bem ao próximo. No relativo aos estudos não foi uma grande maestra da academia porque tinha somente a escola primária, mas certamente foi uma pessoa plena de sabedoria adquirida nas experiências da vida. Na busca de viver uma espiritualidade mais intensa se tornou terciária franciscana acompanhada pelos frades capuchinhos e assimila logo os valores dessa opção. Como terciária franciscana na escola de espiritualidade do pobrezinho de Assis aprendeu alguns valores que colocou em prática e aos quais procurou ser fiel até o fim, principalmente o amor a oração e aos pobres. Ela testemunhou que a santidade pode ser vivida por uma mulher leiga e simples que vive no mundo, mas dedicando-se ativamente a Deus e colaborando ao apostolado da Igreja. Sendo filha de uma família de camponeses teve uma vida bem sacrificada e dedicada ao trabalho, mas também levou sempre consigo a forte religiosidade aprendida na casa paterna. Viveu o drama da Primeira Guerra Mundial, e no fim da mesma se casou em 1919, porém os filhos não vieram ainda que ela rezasse e pedisse a Deus. Com a crise economica de 1929 perdeu o emprego e assim uso o maior tempo livre para se dedicar a oração, a caridade e a adoração ao Santissimo, participa de várias missas durante o dia. A sua maternidade se tornou fecunda em outro modo, nos seus filhos espirituais, de quem ela cuidou com afeto e paciência, os vários meninos que ajudou a fazer a primeira comunhão, fato pelo qual mereceu ser chamada de Mamma Carolina. Um dia quando passava por um bairro pobre de Firenze se deparou com muitos meninos que jogavam na praça, e percebeu que a muitos, se não a maioria deles, seja pela pobreza que pelo descuido da parte da família na educação religiosa não tinham feito a primeira comunhão. Carolina entra em contato com as famílias desses meninos e cuidando para que eles façam a primeira comunhão começa a prepará-los seja espiritualmente, mas providenciando tudo o que é necessário para a cerimonia inclusive a festinha e desse modo no dia 06 de janeiro de 1936 recebe a primeira comunhão o primeiro grupo de meninos que ela confiou ao cuidado dos frades capuchinhos e nascia assim a Obra da Primeira Comunhão, que em 30 anos possibilitou que cerca 20.000 meninos em diversas regiões da Itália fizessem a primeira comunhão. Nos anos 60 a obra vai aos poucos terminando, mas Carolina estava já com 70 anos, mas não cansada para fazer o bem e começa a bater na porta dos mosteiros de clausura para pedir orações contra os males da sua época que ameaçavam a fé. Desse relacionamento com as monjas claustrais, Carolina começa a ajudá-las, com tecidos, dinheiro e o material para o trabalho e ainda as consolava e sustentava espiritualmente. As monjas ficam contentes com a presença entre elas dessa mulher simples que as apóia e nasce assim a Obra de Assistencia aos Mosteiros de Clausura. Carolina trabalha ativamente até que depois de um acidente estradal enquanto recolhia ofertas para as suas monjas a leva a morte aos 91 anos. Morre no dia 27 de dezembro de 1986. O processo para a beatificação foi aberto no da 18 de outubro de 2001. Se pode perceber que Deus continua agindo na história através de pessoas simples e humilde, com o testemunho de Carolina nos aprendemos que não precisamos fazer coisas extraordinárias, mas colocando amor no que fazemos com simplicidade será agradável aos olhos de Deus. Essa é uma lição que podemos aprender com o testemunho de vida dessa mulher simples dos povo, irmã franciscana que trasmite a vida e o carisma de franciscano ainda hoje vivo e frutuoso na história.


Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap. freiemersoncapuchinho@hotmail.com


Bibliografia


LIVI S., Il Vangelo della carità di una laica francescana frutto del primato della preghiera, in Vita Francescana, 2002.


BORELLI, A., Serva di Dio Mamma Carolina, Carolina Bellandi Paladini, Terziaria Francescana in www.santiebeati.it.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A VONTADE DE DEUS

















A VONTADE DE DEUS

Em se tratando da vida como um todo e em especial da vida humana, muito se tem ponderado sobre qual seja mesmo a Vontade de Deus para tudo e todos. Ora, o homem e todas as outras criaturas, foram criados por Deus livremente, claro dentro da dependência natural e espiritual, e essa liberdade toma pleno sentido quando permanecemos na verdade com a qual e para a qual fomos criados, pois, nada nem ninguém foi criado fora da Vontade Divina. Logo, se ainda estamos aqui é por graça de Deus que estamos, pois, se fosse depender somente da vontade humana isso aqui já não existiria há muito tempo.

Pela Revelação que Deus nos fez na Sagrada Escritura (Cf. Gen 1,26), percebemos realmente que “desde o princípio Deus criou o homem para lhe comunicar seus dons”, além do que, com um destino divino em Seu Filho Jesus Cristo, conforme nos ensinou São Paulo: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado. Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência.” (Ef 1,3-8).

Ora, mesmo com tantas graças e bênçãos, os homens não aprenderam a lição da cruz de Jesus e continuam sua saga de desobediência pela prática de tudo quanto não presta e de toda espécie de desavenças, causando desequilíbrio à natureza, às espécies animais, às outras espécies e a si mesmos a ponto de vermos o nosso planeta à beira da catástrofe e destruição medonha. Vejamos o que nos ensinou São Paulo a esse respeito: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2Tim 3,1-5).

E o que dizer de tudo isso? Caríssimos, estamos ainda no tempo da graça é verdade, mas não podemos hesitar em aceitar esse momento sublime para trabalhar na nossa salvação com temor e tremor, procurando a Vontade de Deus por uma vida digna de nossa fé católica, pois, chegará um tempo em que não haverá mais paz sobre a terra, exatamente por causa do aumento assombroso da iniquidade, onde a verdade, deturpada por todos os meios, servirá de suporte para o demônio mostrar abertamente sua face tenebrosa querendo que todos o adorem como se fosse Deus; e muitos se submeterão a isso, como já estão se submetendo, pelos pecados que têm sido cometidos, contrariando em tudo a Vontade Soberana de Deus.

Respondam-me, será que, pelo o que estamos observando em matéria de fé e costumes, os homens têm obedecido aos Mandamentos da Lei de Deus? Não nos enganemos, toda causa gera um efeito, por isso, temos visto que os efeitos da desobediência a Deus têm sido devastadores, pois as cadeias estão superlotadas, os hospitais e manicômios abarrotados de enfermos do corpo e da alma; as ruas repletas de drogados como se fossem restos humanos à procura da saciedade incontrolável de seus vícios; e nos cemitérios nem contar o número de mortos por tragédias e a violência desenfreada que a cada dia deixa seu rastro de destruição.

Por isso, diz o hagiógrafo do Livro da Sabedoria: “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal. Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa.” (Sab 1,12-16).

Caríssimos, de uma coisa temos certeza, conforme a revelação divina, tudo o que Deus criou é bom (Cf. Gen 1,10.12.18.21.25) e tudo criou para o bem de todos, é esse, portanto, o verdadeiro  sentido de sua Vontade Santa à nosso respeito; e acrescento ainda mais, porque Deus é Eterno tudo cria para a eternidade; e faço tal afirmação, mesmo sabendo que somos contingentes e terminado os nossos dias naturais, perecemos, todavia, lembremos que Deus nos criou à sua “imagem e semelhança”, ou seja, nos criou com alma imortal, única e intransferível. Assim sendo, tudo em nossa vida já é eterno, em outras palavras, tudo o que fazemos, para o bem ou para o mal, para a eternidade é que fazemos.

Portanto, “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé.” (Gal 6,7-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Especial: 800 anos do Carisma Clariano

Paz e bem!

A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
publicou recentemente um especial para os
800 anos do Carisma Clariano.

Vejam em
http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/especiais/2011/staclara/index.php


CARTA POR OCASIÃO DO 8º CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM DE SANTA CLARA
Ministros Gerais da Primeira Ordem e da TOR
A VIDA DE SANTA CLARA
Frei Almir Ribeiro Guimarães
FRANCISCO E CLARA, CLARA
E FRANCISCO E SÃO DAMIÃO
ACONTECIMENTOS E EVENTOS EM SÃO DAMIÃO
CLARA E SUAS IRMÃS VAO
ESTRUTURANDO SUA VIDA
A COMUNIDADE DE CLARA VAI CRESCENDO
A DISCIPLINA DO JEJUM DE CLARA NOS
PRIMÓRDIOS A VIDA DE SÃO DAMIÃO
A PENITÊNCIA NOS
PRIMÓRDIOS DE SÃO DAMIÃO
CLARA DE ASSIS E SUAS IRMÃS
OS PRIMEIROS TEMPOS EM SÃO DAMIÃO
DE COMO AS COISAS COMEÇARAM
EM SÃO DAMIÃO...
COMEÇO DE UMA NOVA VIDA
QUANDO CLARA DEIXA A CASA PATERNA
CLARA BUSCA SEU CAMINHO
A INFÂNCIA DE CLARA
ORIGENS DE CLARA
ESPECIAIS
Abrace o Cristo Pobre
A Espiritualidade de Santa Clara de Assis
Clara, a luz de São Damião
ARTIGOS
Clara, "Plantinha" do Seráfico Pai?
Frei Inácio Dellazari
"Forma de Vida da Ordem das Irmãs Pobres"
Frei Dorvalino Fassini
A utopia de Francisco se fez Clara
Frei Vitório Mazzuco
Clara, defensora de Assis
Frei Vitório Mazzuco
O Corpo de Clara
Frei Vitório Mazzuco
Conhecendo Clara de Assis
Frei Vitório Mazzuco
Seu nome é Clara de Assis
Frei Vitório Mazzuco
Clara e Francisco, um encontro que acende
Frei Vitório Mazzuco
Clara cavalheiresca
Frei Vitório Mazzuco
Privilegium Paupertatis
Frei Vitório Mazzuco
MENSAGENS PARA O DIA DE SANTA CLARA DO MINISTRO GERAL OFM
2002 | 2003 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010
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Oração a Santa Clara
Oração nos 800 anos do carisma clariano
ORAÇÃO PARA AVIADORES
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