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terça-feira, 30 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ATUALIDADE DA GRAÇA DE DEUS, FRENTE À NEGLIGÊNCIA HUMANA...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

A ATUALIDADE DA GRAÇA DE DEUS, FRENTE À NEGLIGÊNCIA HUMANA...


Sem sobra nenhuma de dúvida, a graça que santificou Nossa Senhora, São José, São Paulo, São Pedro, São Francisco de Assis, Santa Clara e todos os santos, é a mesma que nos é dada para nossa santificação pessoal. Pois Jesus veio do céu enviado por Deus Pai para nos redimir, nos santificar, nos fazer participantes de sua Natureza Divina. É isso o que nos ensina São Pedro em sua segunda carta: “O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo”. (2Ped 1,3-4).

Ora, e por que não somos santos desde já como todos os santos? É simples explicar isto, porque toda graça que nos é dada, precisa ser cultivada até que apresente os frutos esperados e necessários para nossa santificação, como eles a cultivaram. É isto que nos ensina São Pedro nessa mesma carta: “Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade. Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver estas coisas é míope, cego: esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados”. (2Ped 1,5-9).

Com efeito, à esse ensinamento de São Pedro, associa-se também São Paulo quando nos diz, na Carta aos Filipenses: “Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida”. (Fil 2,12-16a).

De fato, vivemos num mundo em que os seres humanos se acham donos da vida; os afamados que o digam: basta ter saúde, dinheiro e fama, para apresentarem os mais bizarros comportamentos, contrariando em tudo a vontade de Deus. E os menos abastados não ficam atrás em nada dos afamados, isto porque encontram nas drogas, no mau uso da liberdade e na prática de atrocidades, um meio nefasto de enriquecimento fácil, trilhando o caminho da criminalidade; sem contar ainda os que, a cada eleição, vendem seus votos se corrompendo de igual modo que seus corruptores, e isto sem um mínimo de bom senso, de ética ou moral; é, talvez nem saibam o que significa isso. E o prejuízo social fica evidente no descaso com a vida, o bem público, as leis constituídas, etc. E assim os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais miseráveis. E como vimos, o pecado reina em todas as camadas sociais, cada uma ao seu modo, porém, todas marchando sem rumo para o abismo mais que profundo da perdição eterna.

E assim, segue essa nossa humanidade pervertida, imunda, perdida, adentrando as trevas da incredulidade e indiferença, defendendo a falsa liberdade e os mais espúrios comportamentos com a desculpa do “politicamente correto”: legalização do aborto; liberalismo sexual; legalização das drogas ilícitas; falsa liberdade de imprensa, etc. Sem contar a falsa tolerância à ditadura do judiciário corrupto; aos políticos “fichas sujas” e à insuportável chaga da desigualdade e injustiça social.

Caríssimos, Deus não está dormindo nem fechou os olhos para tudo isto que está acontecendo não; ao contrário, está passando a limpo essa velha humanidade com seus vícios e concupiscências: Logo, “O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Começo e o Fim. Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas. Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira!” (Apo 22,11-15).

Mas há uma coisa, caríssimos, de que não vos deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como, um dia. O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam. Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém”. (2Ped 3,8-10).

Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. (2Pd 1,10-11; 2Ped 3,11-12a). A Ele seja a glória aqui e por toda eternidade. Amém! Vem, Senhor Jesus, vem!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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domingo, 28 de outubro de 2012

Porciúncula

Por Frei Pedro da Silva

a) Dados históricos
  • Trata-se de uma pequeníssima capela dedicada a Santa Maria dos Anjos. Muito antiga; o exame de sua arquitetura comprova que foi edificada antes do século X.
  • As fontes franciscanas chamam-na de “Santa Maria da Porciúncula”. Suas dimensões são muito reduzidas: 4m x 7m.
  • Sobre ela se ergue a majestosa Basílica de Santa Maria dos anjos, que acolhe os peregrinos.
b)  Acontecimentos

  • A pequenina capela foi reconstruída por Francisco em 1207 ou 1208, assim como havia compreendido na voz do crucificado de São Damião.
  • A igrejinha está associada aos principais acontecimentos da Fraternidade em sua origem:
  • Foi ali que São Francisco acolheu os primeiros irmãos e ali moraram os primeiros frades.
  • A Porciúncula  é o “berço da Ordem”. Ali teve origem as três ordens fundadas por São Francisco: I Ordem – dos Frades; II Ordem – das Irmãs Clarissas; III Ordem – para pessoas Leigas.
  • Santuário da Missão. Dali partiu os primeiros frades para além dos limites de Assis.
  • Desde o começo foi ao redor da Porciúncula é que se realizavam os Capítulos, isto é, os “encontros dos irmãos”.
  • Ali na tardezinha do dia 03 de outubro de 1226 terminou o curso de sua vida. Bem próximo está a Capela do Trânsito, levantada sobre o lugar da cel-enfermaria na qual morreu Francisco.
c) Significado
  • Porciúncula é o berço da Ordem Franciscana. A recordação desse lugar realça a importância e a necessidade da volta às origens do ideal de Francisco e de sua intuição evangélica: simplicidade, perfeita alegria, pobreza, trabalho, oração, fraternidade.
  • A pequenina igreja nos lembra que precisamos ser também uma ‘porciúncula’, habitação de Deus. Francisco entendeu que Maria foi esta primeira ‘igreja’ de Deus no mundo, recebendo o Verbo da vida. Por isso a denominava com muitos títulos na sua oração Saudação à Mãe de Deus. Ela é a Virgem feita Igreja.
  • Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula, evoca o valor indispensável da Fraternidade, elemento essencial da vocação franciscana. Desde que o Senhor concedeu irmãos a Francisco, eles passaram a viver junto à igrejinha dedicada à Mãe do Senhor.
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/?salafranciscana=26666 acesso em 28 out. 2012. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: EM TUA PRESENÇA, SENHOR...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

EM TUA PRESENÇA, SENHOR...


Senhor, quem és tu para mim? Tu és meu Deus, tu és meu tudo, meu porto seguro onde encontro a segurança. Porque para mim, Senhor, viver é te amar, pois sem teu amor o que eu sou? O que tenho? Para onde vou? Na verdade, não sei nem o que pensar, caso me separe de tua Sabedoria. Pois não existe vida onde tua Sabedoria não está presente. Aqui em meio às tuas criaturas, tudo passa, porém, rumo em direção a Ti. Porque, em tua Sabedoria eterna, tudo o que criastes destinastes à eternidade, conforme os teus desígnios de amor. Eis que em tua providência tudo sustentas e governas, porque sem a tua presença, nada do que criaste é por si mesmo.

Sim, Senhor, sem a tua presença, não existe unidade, não existe comunhão. Sem a tua presença, os homens não se entendem. E por que isso? Porque te abandonaram, deixaram a verdade de lado e se enredaram no caminho da mentira onde só existe cobiça, ira, malignidade, brigas, paixões desordenadas, vícios, escravidão, violência, infelicidade, dor, morte, etc. Pois, onde se implanta o reino da mentira, se extingue a vida. E isto só acontece nas almas que não te amam, e por isso não te obedecem, e assim seguem rumo ao caos.

Que tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de ti, que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas no mundo. Entrega, rogo-te, meu Jesus, Pontífice das realidades eternas, tua luz à minha candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplandeça, se abrase”. (São Columbano).

Ó Senhor, não quero sair nunca de tua presença; quero sim, permanecer em Ti, é o que te peço, suplico, imploro; porque viver sem ti, Senhor, só nos causa desgosto, desconforto, porque equivale a não te amar, não te querer, não te adorar; não fazer parte de tua obra salvífica, do teu reino de amor, da verdadeira liberdade, da vida que não tem fim. Pois como Senhor viver sem ti, que és a vida? Como Senhor seguir sem ti, que és o caminho? Como crê Senhor sem ti, que és a verdade? Realmente não dá nem pra pensar nisso, pois viver na tua presença é tudo que precisamos para completares em nós a obra que começastes. Portanto, assim te pedimos, leva a cabo Senhor tua obra redentora, cumpre totalmente em nosso favor o teu plano salvífico como o dispuseste em teu querer benevolente, para a tua maior glória e nossa redenção. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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Clara de Assis : biografia e cartas / Monica de Azevedo

Apresentação de Monica de Azevedo para o Congresso Clariano do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 20 e 21 set. 2012.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: EXAME DE CONSCIÊNCIA...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

EXAME DE CONSCIÊNCIA...


Que posso eu querer mais Senhor, se já nos deste tudo? Nos deste a vida em meio a este belíssimo paraíso terrestre; mas não sabemos como vivê-la, mesmo sendo instruídos por Ti; pois te faltamos com a obediência e isso não nos deixa ter adesão perfeita à ti para te seguir fielmente e abraçarmos nossa cruz sem nenhum medo do amanhã. Ainda assim, Senhor, amparados por tua Divina Providência, somos protegidos de tal forma que jamais nos faltas em qualquer situação. Entretanto, não temos ainda plena confiança para crê de verdade que o teu poder não tem fim.

Ó Senhor, nos deste a terra, este paraíso lindo e tudo o que nele há, mas não sabemos como administrá-lo para Ti, porque o administramos a partir dos pecados que cometemos e esses pecados nos têm devorado por dentro, por isso, vivemos sem alento devido à nossa desobediência que é tanta. E mesmo tendo sido reparado o nosso pecado por tua obediência perfeita na cruz, continuamos a negar-te, com o nosso modo de ser e estar não condizente com a filiação divina que nos destes.

O que fazer então, Senhor, para permanecermos em tua presença sob o teu amparo, sem nunca sairmos dela? Isto porque, no pecado só há insegurança, medo, tristeza, dor, angústia, solidão, etc. É por isso que no pecado jamais Te encontramos de fato; a não ser pelo poder do arrependimento sincero, último dom que nos deixaste para obtermos tua misericórdia, teu perdão, que alimenta em nós a esperança da salvação eterna que viestes trazer.

Ó Senhor, tem compaixão de nós! Vem em nosso socorro sem demora, porque os homens debandaram para o lado do mal, e por isso não se suportam e não suportam mais a sã doutrina, porque abandonaram também o teu santo temor Senhor, para se perderem sem rumo em meio às trevas deste mundo, repletos de toda espécie de maldades; e assim seguem os caminhos tortuosos da perversidade que os leva somente à perdição e à morte.

Por fim, aqui estou Senhor, fazendo esse exame de consciência e pedindo tua clemência para essa nossa humanidade aparentemente derrotada pela própria pecaminosidade. Estamos nas últimas e ao que parece muitos não estão percebendo ou quem sabe ignorando ou fingindo, pois continuam a te afrontar e ofender com vão discursos e praticas abjetas; e desse modo vão afundando cada vez mais no lamaçal das drogas, da violência, da corrupção, da impureza sexual e tantos outros comportamentos horríveis que não vale a pena mencionar.

Por isso, é bom te ouvir Senhor, para não desanimarmos e com isso nos afastarmos de ti; pois, “ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará. Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt 24,12-13). De fato, e para perseverarmos até o fim, temos o maior tesouro que o Pai nos deu, o teu Corpo e Sangue, tua Alma e Divindade, realidade que transpõe a nossa natureza, a ponto de não entendemos tamanha predileção de amor, por quem não se dá merecer o que por graça nos concedestes. Pois tu mesmo disseste: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,20b). E assim temos a certeza que não estamos sozinhos.

Destarte, faço minhas as palavras de São Columbano: “Suplico tenhas a condescendência de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta para que, conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos. Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que nem as muitas águas do céu, da terra e do mar jamais a possam extinguir em nós, conforme a palavra: E as muitas águas não puderam extinguir o amor (cf. Ct 8,7). Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém”. (*).

(*) (Instr.Decompunctione,12,2-3:Opera,Dublin1957,pp.112-114)

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A vida de São Francisco / Sabatier. Ed. Centro Franciscano de Espiritualidade

Um dos trabalhos que está sendo promovido pelo Centro [Franciscano de Espiritualidade] é uma edição especial da "Vida de São Francisco" escrita pelo pioneiro Paul Sabatier. É verdade que já existe uma publicação dessa biografia em português, mas nós queremos fazer uma obra de estudos. Por isso: Colocamos a biografia integral (inclusive com um capítulo acrescentado posteriormente pelo próprio Autor). Colocamos todas as notas de rodapé feitas pelo Autor. Editamos integralmente, em português, a apresentação das Fontes Franciscanas feita por Paul Sabatier. O Estudo que pretendemos fazer visa apresentar:
  • Os pontos em que pesquisadores posteriores corrigiram o trabalho do Autor.
  • As novidades no estudo das Fontes Franciscanas e Clarianas.
  • Pontos da obra de Sabatier que são passíveis de discussão ou precisam ser enriquecidos com novas explicações.
  • Já temos alguns colaboradores que vão nos ajudar. Mas aceitamos outras pessoas que queiram ajudar.
Download do livro completo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

João XXIII, nosso Irmão José

Frei Dorvalino Fassini, OFM
 Talvez poucos recordam que entre as grandes prerrogativas desse Papa está o fato de ser franciscano. Quando ainda jovem estava se formando, no Seminário de Bérgamo, sob a orientação de seu diretor espiritual, professou a Regra de São Francisco aos 23 de Maio de 1897, recebendo, então, o nome de Irmão José. Por isso, depois, quando Papa se fez presente num Congresso internacional da Ordem Franciscana Secular, as primeiras palavras que pronunciou não foram “Eu sou o vosso Papa”, mas: Eu sou José, vosso Irmão. João XXIII era franciscano acima de tudo de alma, de espírito. Por isso, podiam se ver em seu rosto o brilho da bondade dos inocentes, a perfeita alegria dos pobres e crucificados de que fala Cristo no Evangelho das bem-aventuranças, a fé e a confiança dos pequeninos, a fraternidade universal, acompanhada de um profundo sentimento de compaixão para com todos os homens, principalmente para com as crianças e os doentes, como se pode ver neste trecho do famoso Discorso alla luna, proferido no dia 11 de Outubro, na Praça São Pedro, logo após ter procedido a abertura do Concílio Ecumênico: Poderíamos dizer que até mesmo a Lua está com pressa esta noite... Observem-na, lá no alto, está a olhar para este espetáculo (o Concílio) [...]. A minha pessoa nada vale: é um irmão que fala para vocês, um irmão que virou pai por vontade de Nosso Senhor. Vamos continuar a nos querer bem uns aos outros [...]. Voltando para casa, encontrarão as crianças. Deem a elas um carinho [(ou uma carícia)] e digam: "Este é o carinho do Papa”. Talvez as encontreis com alguma lágrima por enxugar. Tende uma palavra de consolo para aqueles que sofrem. Saibam os aflitos que o Papa está com os seus filhos, sobretudo nas horas de tristeza e de amargura. E depois, todos juntos vamos amar-nos uns aos outros, [...] sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta [...]. Adeus, filhinhos. À bênção junto o desejo de uma boa noite" (internet: Discorso alla luna).

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: SOMOS SERES PARA DEUS; A NOSSA VOCAÇÃO É ETERNA...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

SOMOS SERES PARA DEUS; A NOSSA VOCAÇÃO É ETERNA...


Fomos criados por Deus “à sua imagem e semelhança”, e dotados de todos os dons e aptidões para permanecermos em plena comunhão com Ele. Nossas almas são capacitadas de todas as graças e bênçãos, porque em nós tudo é bom e perfeitamente posto para atingirmos a união perfeita com o Senhor de nossa vida. Deus, mesmo invisível em Seu Grande Mistério de Amor, se dá a conhecer a nós sensivelmente por meio de sua magnifica criação, de sua Palavra profética revelada; e pela Presença do Seu Filho amado, Jesus Cristo, no meio de nós e como um de nós.

Nada Deus criou sem um objetivo, sem um sentido existencial; tudo o que Ele criou tem sua função própria na obra da criação e para além desta, porque tudo o que Deus criou é bom, é perfeito e somente para o bem de todos; ora, e tudo o que é bom e perfeito é eterno. Porém, se em nossa naturalidade não vivermos essa vocação, estragamos a obra da criação e toda a vida que a envolve. Isto porque aqui naturalmente tudo tem fim; porém, devido à imortalidade de nossas almas, nos resta ainda o devir como resposta definitiva para tudo o que há e para todos os acontecimentos que se dão na face da terra, a partir do livre arbítrio que nos foi concedido, porque é a aqui que definimos o que haveremos de ser eternamente. E nem é preciso uma profissão de fé para isto, porque essa é verdade que somos, e independe se acreditamos ou não.

Com efeito, todas as criaturas carregam em sua essência leis e funcionalidades perfeitas, que revelam quem somos em relação a nós mesmos e às outras criaturas; e revelam também quem é Deus, como Ele age em relação a nós e quem somos nós em relação a Ele; porém, precisamos compreender que somos seres para Deus, porque sem Deus nada somos. 

Então, qual a razão de ser de nossa vida? Nós existimos como Vontade de Deus e para que a Vontade de Deus se cumpra totalmente em nós, é por isso que nossa vida e vocação são eternas, porque a Vontade de Deus é eterna. Logo, não somos seres para o extermínio, a não ser que procuremos o extermínio por nossas perversas decisões (cf. Sab 1,12-16). De fato, como explicado à cima, somos seres eternos em Deus e somente Nele, porque sem Ele, a vida e tudo o que há fica sem resposta, sem sentido algum, uma vez que tudo o que existe naturalmente terá fim em si por si mesmo. No entanto, quando tratamos da alma humana, esta é imortal e eterna, como o Seu Criador; e por ser assim carrega em si tudo o que aqui vivemos, mesmo que não tenhamos plena consciência disto, porém, como tudo depende sempre das decisões que tomamos, cabe a nós discernirmos qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito; tudo o que foge a isto cabe somente ao Senhor no dia do juízo.

Portanto, não existe água sem fonte, como não existe vida sem Deus. Essa é uma lei divina incutida em cada ser. Deste modo, somos rios humanos seguindo o curso do Mar Divino. E, é pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que desaguamos em Deus definitivamente; isto se permanecermos fiéis a Ele até o fim de nossos dias aqui neste mundo; caso contrário, jamais nos saciaremos de Sua Fonte Eterna. (cf. Jo 7,37-38;14,1-3; Mt 24,13).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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sábado, 13 de outubro de 2012

O Anel de Tucum (Filme ) no Youtube


Anel de Tocum: Símbolo da Solidariedade.


É um símbolo de solidariedade que está nas mãos de muita gente de norte a sul do nosso país e também nas mãos de várias pessoas de nossa América Latina e da Europa, que lutam pela justiça e se engajam em pastorais sociais (das igrejas cristãs especialmente), entidades, movimentos sociais e ong´s que lutam a favor dos que são explorados pelo capitalismo selvagem.Na época do Império, quando o ouro era usado em grande escala entre os opressores, principalmente nos anéis, os negros e os índios não tendo acesso ao ouro, inventaram o ANEL DE TUCUM como símbolo de pacto matrimonial, símbolo de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era símbolo clandestino cuja linguagem somente eles sabiam. O anel de tucum agregava os oprimidos, em busca de vida, mesmo no meio de tanta opressão é um símbolo de solidariedade que está nas mãos de muita gente de norte a sul do nosso país e também nas mãos de várias pessoas de nossa América Latina e da Europa, que lutam pela justiça e se engajam em pastorais sociais (das igrejas cristãs especialmente), entidades, movimentos sociais e ong´s que lutam a favor dos que são explorados pelo capitalismo selvagem.Na época do Império, quando o ouro era usado em grande escala entre os opressores, principalmente nos anéis, os negros e os índios não tendo acesso ao ouro, inventaram o ANEL DE TUCUM como símbolo de pacto matrimonial, símbolo de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era símbolo clandestino cuja linguagem somente eles sabiam. O anel de tucum agregava os oprimidos, em busca de vida, mesmo no meio de tanta opressão

Filme-Documentário
Ano: 1994
Duração: 106min
País: Brasil
Diretor: Conrado Berning
No Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=rH38btWiMgw&feature=bf_prev&list=PLE8371F93441FC493

Site Mosteiro Monte Alverne, Uberlândia, MG

Site do Mosteiro Monte Alverne, Uberlândia, MG:

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ALEGRIA DA ALMA NO SENHOR



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

A ALEGRIA DA ALMA NO SENHOR


A alma humana, criada “à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn1,26-27), é eterna como o Próprio Deus é. Ora, porque Deus é eterno, tudo criou para a eternidade; essa verdade se aplica perfeitamente à alma humana, porque ela é soberana por seu livre arbítrio, que consiste no poder que lhe foi conferido de escolher permanecer em Deus ou não.

Todos os atributos divinos estão presentes como dons em nossas almas: amor, verdade, liberdade, fidelidade, misericórdia, bondade, justiça, mansidão, etc. Mas, por que então temos uma sociedade tão desumana, corrupta, violenta e injusta? Porque os homens não levam mais em conta a vida em sua essência; mas sim a terrível decadência dos valores existenciais, para cultivarem toda espécie de mal, destruindo com isso, a grandeza de sermos “a imagem e semelhança” de Deus. Ora, só é possível atingirmos a plenitude dos desígnios divinos a nosso respeito, se vivermos em conformidade com os dons que de Deus recebemos; caso contrário, nada teremos de bom, mas somente o mal que cultivarmos. É por isso que temos uma sociedade tão desigual, tão pervertida e infeliz.

A verdadeira alegria da alma nasce da profunda união com Deus e de sua permanência Nele, pois Deus é a Fonte do Amor, do Sumo Bem, da Santidade, da Felicidade e da verdadeira satisfação. “Quem a Deus tem, dizia Santa Tereza D’avila, nada lhe falta”. Assim é a alma imersa em Deus e comandada por Ele em suas inspirações e ações; tudo faz para a glória de Deus (cf. Col 3,17), porque Deus é a causa de sua alegria. Vemos essa experiência, por exemplo, no Cântico do Magnificat: “Maria canta o que Lhe vai na alma (“eu  glorifico, eu exulto”). Mas é um eu em relação, dirigido a Deus, para descrever o que Deus fez nela e faz pelo Seu povo”.

De fato, a verdadeira alegria é compartilhada, porque é transbordante; na verdade, ela é um bem eterno que se expande, porque irradiante de beleza e esplendor, alcança tudo e todos, até mesmo os corações mais distantes de Deus. A alegria verdadeira é fruto do acolhimento da vontade de Deus em nossa vida, pois ela é revelação da presença de Cristo em nossas almas, que pela Eucaristia nos une a Si, para vivermos Nele a unicidade divina recebida no batismo.

Sei que não estamos ainda na posse definitiva da verdadeira alegria, porque ela é atributo divino; por isso, enquanto aqui estivermos, ela é dom da graça de Deus para nós. Todavia, quando a recebemos como revelação permanente, ela é completa, como nos ensinou São João: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa”. (1Jo 1,1-4).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ALEGRAI-VOS, Ó CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONVOSCO





ALEGRAI-VOS, Ó CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONVOSCO


O santo, que nascer de ti, será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria, o Verbo do Pai nas alturas! Este Verbo, através de ti, Virgem santa, se fará carne, de modo que aquele que diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38), dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo16,28).

No princípio, diz João, era o Verbo. Já borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma. Depois, e o Verbo era com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível. O Senhor dizia anteriormente: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o que pensas; pois quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro? (cf. Rm 11,34).

Desceu, por isto, o pensamento da paz para a obra da paz: O Verbo se fez carne e já habita em nós (Jo 1,14). Habita totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita no pensamento e chega a descer até a imaginação. Que poderia antes o homem pensar sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.

De que modo, perguntas? Por certo, reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem, pregando no monte, pernoitando em oração; ou pendente da cruz, pálido na morte, livre entre os mortos e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia, mostrando aos apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último, diante deles subindo ao mais alto do céu.

O que não se poderá pensar verdadeira, piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades, penso em Deus e em tudo ele é o meu Deus. Meditar assim, considero sabedoria, e tenho por prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão preciosa, a descendência sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do alto, Maria trouxe para nós em profusão.

Não há quem seja semelhante a vós, Virgem Maria, entre as filhas de Sião. Sois a Mãe do Rei dos reis, sois dos anjos a Senhora e dos céus sois a Rainha. Sois bendita entre todas as mulheres desta terra e bendito é o fruto que nasceu de vosso ventre! Maria, alegrai-vos, ó cheia de graça, o Senhor é convosco.

Paz e Bem!

Fonte: Dos Sermões de São Bernardo, abade (Sermo de Aquaeductu: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],282-283) (Séc.XII)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


A Morte de Francisco de Assis nas primeiras fontes Biográficas
04 de outubro de 1226


Segundo a Legenda dos Três Companheiros:

         Vinte anos após, desde o momento em que se havia conformado perfeitissimamente a Cristo seguindo a vida e as pegadas dos apóstolos, o homem apostólico Francisco, no ano da Encarnação do Senhor 1226, dia 4 de outubro, domingo, voltou a Cristo, tendo conseguido, após muitos trabalhos, o eterno descanso, e apresentou-se dignamente diante do Senhor. (Legenda dos Três Companheiros - Cp. 17)

Segundo a Legenda Perusiana:

         Disse-lhe o médico: “Irmão, tu estarás bem, pela graça do Senhor”. Pois não queria dizer que ele ia morrer logo. O bem-aventurado Francisco disse-lhe outra vez: “Diz-me a verdade: que te parece”. Não tenhas medo, porque pela graça de Deus eu não sou covarde, para ficar com medo da morte, pois, com a ajuda de Deus, pro sua misericórdia e graça, estou tão ligado e unido com o meu Senhor, que estão tão contente com a morte como com a vida, e ao contrário.”. Então o médico disse abertamente: “Pai, de acordo com a nossa física, tua doença é incurável e ou no fim do mês de setembro ou no dia de outubro, vais morrer”. O bem-aventurado Francisco, que estava deitado na cama, doente, com a maior devoção e reverência pelo Senhor, abrindo os braços e as mãos, disse com grande alegria interior e exterior: “Seja bem vinda, minha irmã morte!”. (Legenda Perusiana cp 100)

Segundo Tomás de Celano:

         No ano de 1226 da Encarnação do Senhor, na indicção XIV, domingo, dia 4 de outubro, em Assis, sua terra, e na Porciúncula, onde fundara a Ordem dos Frades Menores, tendo completado vinte anos de perfeita adesão a Cristo e de seguimento da vida apostólica, nosso bem aventurado pai Francisco saiu do cárcere do corpo e voou todo feliz para as habitações dos espíritos celestiais, terminando com perfeição o que tinha empreendido. (Tomás de Celano - Primeira Vida - Livro 2, Cp 1. 88

Segundo Boaventura:

         Partiu deste mundo o seráfico Pai São Francisco no ano da encarnação do Senhor de 1226, ao anoitecer do sábado 3 de outubro, sendo sepultado no domingo seguinte. (Legenda maior de Boaventura L. 6. C. 8 - parágrafo 6.

Segundo o Espelho da Perfeição:
         Ao ouvi-lo, o médico respondeu: "Irmão, ficarás bom, pela graça de Deus". Mas São Francisco replicoulhe: "Dize-me a verdade! Que pensas das minhas enfermidades? Não tenhas medo de me dizer a verdade, pois, pela graça de Deus, não sou tão medroso a ponto de  temer a morte. Com a graça do Espírito Santo, estou tão unido a meu Senhor que igualmente estarei contente de viver ou de morrer". O médico falou-lhe então com toda a franqueza: "Pai, mediante os conhecimentos de medicina, tua moléstia é incurável; penso que morrereis no fim de setembro ou a 4 de outubro". Ouvindo isto, o santo patriarca estendeu as mãos para o Senhor com grande devoção e respeito, excluindo, com grande alegria de corpo e de alma: "Bendita sejas tu, minha irmã Morte". (Espelho da Perfeição Cp 122.)
         Proferidas estas palavras, foi conduzido a Santa Maria, onde, com quarenta anos de idade e vinte de perfeita penitência, emigrou, no dia 4 de outubro do ano do Senhor de 1226, para o Senhor Jesus Cristo, a quem havia amado com todo o coração, com toda sua alma, com todas as suas forças, com ardente desejo e com todo seu afeto; seguindo-o com toda perfeição, correndo atrás de suas pegadas e chegando, por fim, à glória daquele que reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém. (Espelho da perfeição - Cp 124)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XIX)



AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XIX)

Rosa mística

Mística é o modo de ser da alma imersa na graça santificante do Senhor; diz-se ainda da alma piedosa conduzida pelo Espírito Santo e totalmente obediente à vontade de Deus. Assim, gozando da intimidade do Altíssimo, segue os seus conselhos fielmente e se deixa tomar por seu infinito amor para amar o Senhor acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo, isto é, como Deus quer.

Ora, pela experiência que temos em nossa naturalidade, sabemos da delicadeza das flores, seu perfume, sua beleza e esplendor. Pois, o que seria da natureza sem as flores e sua beleza esplendorosa? Sem o odor agradável que elas nos trazem? Também, em nossos relacionamentos e forma de expressão, as flores estão presentes desde o nosso nascimento aos mais diversos acontecimentos de nossa vida; até mesmo nas coroas que enfeitam os esquifes, desde os mais pobres aos mais ricos. E, sem dúvida alguma, a rosa é a flor que mais se destaca entre as demais. Na verdade, a rosa é a rainha das flores. É aquela que possui de forma mais definida e esplêndida tudo quanto caracteriza uma flor. Igualmente Nossa Senhora, no campo da vida espiritual ou mística, possui de forma mais primorosa tudo aquilo que representa a perfeição.

Assim, Maria Santíssima é Rosa Mística, porque em sua delicadeza de filha amada, esposa do Espírito Santo e Mãe do Filho de Deus, deixou-se tomar pelo Perfume Odorífico de Seu Senhor e Pai Eterno, para ficar na história da humanidade como a Nova Eva, mãe da Nova Criação. Maria é de fato, a mais Bela flor do Jardim de Deus, aquela que exalou o mais agradável Odor de nossa Salvação, pelo Filho amado que trouxe em seu ventre e nos libertou do pecado e de toda escravidão.

Ó Mãe Santíssima, és a Rosa Mística que embeleza o novo Jardim do Éden, onde não mais existe pecado algum nem a presença do mal; onde todos os teus filhos e filhas, em santidade e justiça, embelezam, quais flores redimidas por teu Filho Jesus Cristo, os canteiros do Jardim da Glória de Deus por toda a eternidade. Amém!

Torre de Davi

“Lemos na Sagrada Escritura que o rei Davi tomou a fortaleza de Jerusalém dos Jebuseus e edificou a cidade em torno dela. "E Davi habitou a fortaleza, e por isso se chamou cidade de Davi" (1Cro 11,7). Naturalmente, o rei Davi fortificou a cidade, para torná-la inexpugnável, e a dotou de forte guarnição. A Igreja Católica é a nova Jerusalém, e nela temos uma torre ou fortaleza que nenhum inimigo pode invadir ou destruir, que é Nossa Senhora”, porque onde não há pecado, não há lugar para o mal nem para os inimigos da fé. Por isso, ela constitui o ponto de maior resistência e melhor defesa da nossa fé Católica.  “Assim, nesta invocação, honramos a Virgem Santíssima reconhecendo que nunca houve, nem haverá quem melhor proteja os fiéis e defenda a honra de Deus do que Ela”.

Torre de Marfim

O marfim é um material que tem características raras na natureza. Ele é ao mesmo tempo muito forte e muito claro”. Igualmente Nossa Senhora é espiritualmente fortíssima, a maior inimiga dos inimigos de Deus, e de uma pureza e santidade alvíssima. “Assim Ela contraria a falsa ideia de que as coisas de Deus devam ser sempre muito doces, suaves e fracas, ou que a verdadeira força têm-na os impuros”.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: SUPERAÇÃO...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA

SUPERAÇÃO...


Superação é a mão do Senhor a nos guiar, a nos fazer experimentar a Sua graça que nos salva e que preenche todos os recônditos de nossas almas sem deixar vazio algum. E quando falo de salvação, falo dessa superação existencial onde a verdade prevalece sempre em nossas palavras e ações, levando-nos a dar o verdadeiro testemunho da presença de Deus em nós e no mundo.

Ora, alguém poderá então dizer: mas é muito difícil viver a santidade nos dias atuais. A isso respondo: pensar assim é não enxergar os frutos obtidos por uma vida cheia de sentidos nobres, capazes de nos elevar à plenitude do amor de Deus; porque na verdade, não há dificuldade no viver o bem, visto que, todo o bem que vem de Deus é primeiramente experimentado por nós; e olha que estou falando da virtude do bem, isto é, dom de Deus, presente em todas as suas criaturas.

Destarte, nossa vocação é divina e eterna; pois, uma vez existentes para sempre existentes e únicos, ou seja, trazemos em nós a marca registrada da “imagem e semelhança” do Deus Único, Fiel e Verdadeiro, por isso mesmo não podemos contradizer a realidade que somos, para não corremos o risco de nos perdemos por toda a eternidade, exatamente por não vivermos a verdade para a qual fomos criados.

Logo, nosso viver nada mais é que uma resposta que damos a Deus todos os dias, a cada momento, seja para o bem e nossa salvação eterna; seja para o mal e perdição definitiva; porém, tenhamos em conta que Deus nos ama e jamais quer que nos percamos. Por isso, respondamos a Ele livremente que também o amamos acima de todas as coisas.

Tudo é sempre novo quando o amor está no comando... Por isso, deixe o amor lhe comandar sempre, assim jamais haverá contradição em sua vida, porque o amor que lhe comanda é quem lhe faz viver, porque o amor é o próprio Deus...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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