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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

O SENTIDO DA PRÁTICA QUARESMAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(28/02/20)
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Caríssimos, o sentido da prática quaresmal é o crescimento na graça, no conhecimento e em todas as virtudes que nos leva a viver na presença de Deus, nosso Pai. Ora, essa liturgia de hoje trata da prática do verdadeiro jejum que fazemos como meio de conversão e do exercício da justiça e do bem comum para assim realizarmos a Vontade de Deus.
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Na primeira leitura, o Profeta Isaías expõe os terríveis pecados daquele povo e como essa prática o estava levando à incoerência, ao afastamento do Senhor e à perdição. Por isso, o exorta ao arrependimento sincero, pois, não basta a aparente prática da fé, mas sim, a verdadeira conversão, que consiste num coração contrito e humilhado que obedece e segue fielmente aos santos mandamentos do Senhor.
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De fato, nas práticas quaresmais, oração, jejum e esmola andam juntas e não tem como separa-las, pois, fazem parte da graça que o Senhor nos concede para que nós a vivamos. "Com efeito, disse o Pseudo-Crisóstomo (Séc. IV), não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas - como o cuidado dos pobres, as obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo - é preciso conservar sempre vivos o desejo e a lembrança de Deus.
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E assim, todas as nossas obras, temperadas com o sal do amor de Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo. Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for possível.
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Semelhante oração, quando o Senhor a concede a alguém, é uma riqueza que não lhe pode ser tirada e um alimento celeste que sacia a alma. Quem a experimentou inflama-se do desejo eterno de Deus, como que de um fogo devorador quê abrasa o coração."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

NO DESERTO DA VIDA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,22-25)(27/02/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, estamos vivendo o tempo forte da Quaresma; isto significa dizer que estamos no deserto da vida, lugar onde aparentemente falta quase tudo, mas pela experiência da fé que vivemos, Deus não nos deixa faltar nada. Ora, para nós, que praticamos os exercícios quaresmais, o deserto é o lugar da resistência e do enfrentamento; mas também o lugar da renúncia de si mesmo e da escuta do Senhor em conformidade com o seu plano de amor, para que assim se cumpra somente a sua santa vontade.

Com efeito, o que seria da nossa fé se Deus não nos falasse? O que seria de nossa vida se Ele não nos corrigisse quando falhamos? Como poderíamos viver se Ele não nos defendesse das insídias do maligno? O que seria do nosso futuro se perdêssemos a esperança da vida eterna? Na primeira leitura, Moisés disse ao povo eleito: “Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça." Escolhe, pois, a vida pondo em prática a Palavra do Senhor.
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No Evangelho de hoje ouvimos Jesus dando exemplo do próprio sofrimento nos mostrando que vivemos em meio aos conflitos que o pecado gera; todavia, também nos mostra que a vitória sobre o pecado e mal só é possível pela imolação de si mesmo, da própria vontade, em obediência à vontade do Pai, que nos conduz à ressurreição. Ora, se houvesse outro caminho para se chegar ao céu o Senhor certamente nos teria mostrado.
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Portanto, caríssimos, escutemos atentamente as santas palavras de Jesus e nos unamos a Ele por meio da renúncia de nós mesmos para que assim cheguemos à glória do seu Reino: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

QUARTA-FEIRA DE CINZAS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(26/02/20)
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Caríssimos, com a quarta-feira de cinzas a Igreja dá início ao tempo da Quaresma, ou seja, quarenta dias de jejum e penitência em preparação à Paixão, morte e ressurreição de Jesus e a sua vitória sobre o pecado, o maligno e a morte. Com efeito, como escreveu são Paulo: "Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus." Em outras palavras, é tempo de conversão e da prática das obras de misericórdia.
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De fato, a luta contra o pecado é constante; todavia, o poder para vence-lo é infinito e nos vem do Senhor que nos deu o Seu Santo Espírito para nos conduzir nas batalhas que travamos. São estas as armas a serem usadas: a oração interior, o jejum e a esmola, que são os três alicerces da prática penitencial que nos levam a verdadeira reconciliação com Deus e entre nós.
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O Santo Padre, o Papa Francisco na audiência pública desta quarta-feira de cinzas assim discorreu sobre este tempo litúrgico: “Hoje, iniciamos o caminho quaresmal, caminho de quarenta dias em direção à Páscoa, rumo ao coração do ano litúrgico e da fé. É um caminho que segue o de Jesus, que no início de seu ministério se retirou por quarenta dias para rezar e jejuar, tentado pelo diabo, no deserto.”
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"O deserto é o lugar em que se toma distância do barulho que nos circunda. É ausência de palavras para dar espaço a outra Palavra, a Palavra de Deus, que acaricia o nosso coração como a brisa suave. O deserto é o lugar da Palavra, com letra maiúscula. Na Bíblia, o Senhor gosta de conversar conosco no deserto. No deserto, se ouve a Palavra de Deus, que é como um som suave."
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Destarte, disse ainda: “A Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É o tempo para se desligar do telefone celular e se conectar com o Evangelho. É o tempo de renunciar a palavras inúteis, conversinhas, fofocas, mexericos e se aproximar do Senhor." Que nos fala quando silenciamos para o escutar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

JESUS LIBERTA UM MENINO EPILÉTICO


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,14-29)(24/02/20)
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Caríssimos, esta liturgia nos mostra a necessidade de vivermos em permanente comunhão com Jesus em todos os sentidos de nossa vida, porque sem essa comunhão facilmente nos deixamos enganar pelas tentações e concupicências que atormentam aqueles que não vivem numa constante interação com o Senhor.

Com efeito, é isso que vemos na primeira leitura de hoje, onde são Tiago, nos exorta dizendo: "Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria. Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que vem do alto, mas é uma sabedoria terrena, humana, diabólica."
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No Evangelho de hoje Jesus expulsa o demônio de uma criança que vive atormentada por uma enfermidade psíquica espiritual que hoje em dia a ciência médica diagnostica com o nome de epilepsia; ora, para muitos é apenas mais uma enfermidade psíquica; no entanto, pelas palavras e as ações de Jesus, percebemos que todo mal psíquico, físico e espiritual tem sua origem no maligno e precisa ser combatido e expulso de nossa vida.
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Destarte, caríssimos, meditemos com esta exortação de Hermas, do livro o pastor, (séc. II): "Volta-te de todo o coração para o Senhor, e reza-Lhe com total confiança. Então conhecerás a extensão da sua misericórdia; verás que, longe de te abandonar, Ele atenderá os desejos do teu coração.
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Porque Deus não é como os homens, que nunca se esquecem do mal; nele não há ressentimentos, mas uma terna compaixão para com as suas criaturas. Assim, pois, purifica o teu coração de todas as vaidades do mundo, do mal e do pecado, e reza ao Senhor. Tudo obterás, se rezares com total confiança."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS...


Homilia do 7°Dom do tempo comum (Mt 5,38-48)(23/02/20)
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Caríssimos, uma alma disciplinada é uma alma que escuta Deus e põe em prática a Sua Divina Palavra, e assim experimenta os frutos de sua obediência. Com efeito, cada um só dá o que tem e se tem é porque recebeu de alguma fonte. Ora, Deus é a Fonte inesgotável do amor, e quem Dele bebe, ama sempre até mesmo os inimigos e perseguidores.
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De fato, vivemos num mundo onde ao que parece o pecado reina nas almas, e isto constatamos pelas maldades praticadas em todos os níveis sociais. Ora, o único remédio para a cura das almas feridas pelo pecado consentido e praticado é a Devina Misericórdia, traduzida pelo perdão e o amor com que amamos, como o Senhor nos ensinou no Evangelho de hoje.
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Escutemos, então, o Senhor: "Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos."
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Caríssimos, meditemos com atenção o que nos diz são Paulo a esse respeito: "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração."
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Portanto, caríssimos, precisamos acreditar no poder da oração fervorosa cheia do amor e da bondade do Senhor, pois, ela é a arma mais poderosa para vencermos as tentações e os inimigos de nossas almas.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

TU ÉS PEDRO E SOBRE ESTA PEDRA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,13-19)(22/02/20)
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Caríssimos, é este o sentido da Festa da Cátedra de Pedro: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,18-19).
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Com efeito, a Palavra de Deus é a voz de Deus escrita nos falando diretamente e não tem como duvidar; por isso, jamais Sua Palavra será revogada; porque se o Senhor não nos tivesse dado a garantia do primado de Pedro à frente de Sua Igreja, nossa fé não se sustentaria por falta de fundamento seguro. Ora, escutemos, então, o que diz o Senhor: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." (Mt 24,35).
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São Leão Magno assim descreveu a escolha de Pedro: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu (Mt 16,16-17). Quer dizer, és feliz, porque o meu Pai te ensinou, e a opinião humana não te iludiu, mas a inspiração do céu te instruiu; não foi um ser humano que me revelou a ti, mas sim aquele de quem sou o Filho unigênito."
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Portanto, caríssimos, louvemos o Senhor por dissipar toda nuvem de dúvida sobre a autenticidade de Sua Igreja, à qual Ele conduz até o fim dos tempos em cumprimento à Sua Palavra, por meio de Pedro, atualmente o Santo Padre, o Papa Francisco.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020


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PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,34–9,1)(21/02/20)
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Caríssimos, são inúmeras as tentações que sofremos todos os dias ou mesmo a cada instante; todavia, nada a temer, pois o Senhor sempre nos ampara em todas as situações adversas, como nos ensinou São Paulo: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela."
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Na primeira leitura de hoje são Tiago nos chama a atenção para uma tentação que atinge a muitos, trata-se da inatividade da fé: "A fé se não se traduz em obras, por si só está morta." Ou seja, não se trata de fazer algo para demonstrar que se tem fé; mas sim, de realizar a vontade de Deus por meio das obras de misericórdia. 
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No Evangelho de hoje Jesus nos dá a conhecer uma das condições básicas para segui-lo fielmente: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la."
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Caríssimos, para muitos carregar a cruz de cada dia significa sofrimentos; quando na verdade quer dizer amar a Deus sobre todas as coisas por meio da obediência à sua Palavra seguindo os passos de Jesus, e amar-nos uns aos outros como o Senhor nos amou; isto significa jamais permitir o mal em nossa vida e em nossas ações, ou seja, jamais permitir o pecado. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020



PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,22-26)(19/02/20)

Caríssimos, a vida humana enquanto tal precisa ser vivida a partir do sentido eterno para qual se destina conforme os desígnios de nosso Pai celestial. Ora, se referindo a isso, Jesus nos dá o exemplo de como fazermos a vontade do Pai: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou."

São Tiago na primeira leitura, nos mostra o itinerário de como corroboramos esse ensinamento do Senhor: "Já o sabeis, meus diletíssimos irmãos: todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar; porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas."

No Evangelho de hoje Jesus cura um cego que lhe foi apresentado, porém, não se trata de mais um sinal que revela a sua divindade ou que Ele é o Messias enviado pelo Pai. Com efeito, mais do que a cura física, o cego recebeu a cura da alma que o impedia de ver a Deus face a face; trata-se do conhecimento de Jesus Cristo, a luz verdadeira que vindo a este mundo nos liberta de todo mal.

Caríssimos, ao meditarmos o salmo de hoje vemos resumidamente alguns comportamentos que nos identificam como seguidores de Cristo: "Senhor, quem morará em vossa casa e habitará em vosso monte santo?
É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua.

Que em nada prejudica o seu irmão, nem cobre de insultos seu vizinho; que não dá valor algum ao homem ímpio, mas honra os que respeitam o Senhor.

Não empresta o seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente. Jamais vacilará quem vive assim!"

Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Pequeno Semão de cada dia

CUIDADO COM O FERMENTO DOS FARISEUS E DE HERODES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,14-21)(18/02/20)
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Caríssimos, nesse tempo carnavalesco em que milhões de almas se perdem por causa das ilusões e falsas alegrias; nada melhor do que escolher o recolhimento interior e exterior para encontrar o Senhor e Nele se refugiar. Visto que se dedicam o tempo à "folia", nela aflora todo tipo de fantasias, que entorpecem as almas que a elas se dão, levando-as à perdição, por deixarem de lado a piedade e o santo temor do Senhor.
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São Tiago na primeira leitura nos ensina que não existe pecado sem permissão, sem consentimento e a prática nefasta do mesmo; pois, é exatamente isso que leva às almas à morte espiritual. Com efeito, diz ele: "Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados."
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus alerta os discípulos para não se deixarem contaminar pelo fermento dos Fariseus e de Herodes; mas, eles não entenderam o sentido das palavras do Senhor. No entanto, Jesus não se referia ao elemento químico natural; mas, à hipocrisia, à arrogância, à maldade, à malícia e todo tipo de falcatruas e perversões que são os ingredientes desse malígno fermento.
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De fato, em nossos dias são tantos os que se deixam contaminar pelo fermento das ideologias políticas de direita ou de esquerda; pelo fermento religioso apologético tradicionalista ou progressista; pelo fermento farisáico baseado numa prática religiosa meramente formal, que vive condenado o Santo Padre e aos que não se alinham aos seus ideais, e com isso, mutilam a caridade, a compaixão e a misericórdia, tornando-se insensíveis ao verdadeiro amor.
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Portanto, caríssimos, escutemos atentamente são Paulo e ponhamos em prática o que ele nos ensina: "Irmãos, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

NENHUM SINAL LHES SERÁ DADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mc 8,11-13)(17/02/20)
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Caríssimos, acreditar é ir muito além dos impasses obscuros de nossa razão; é chegar ao coração de Deus transpondo as barreiras de nossa impotência causada pelos pecados praticados, e assim obter da sua Divina Misericórdia o perdão que tanto precisamos. Tendo em vista que os critérios para salvação humana, não são humanos; mas sim, divinos. E estes critérios são os santos mandamentos.
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Ora, o Senhor não nos deve explicações de nada, nós é que devemos nos explicar diante Dele; afinal, somos os responsáveis pelo bem ou pelo mal que se pratica a cada instante na face da terra. Quando as pessoas pedem sinais para crê, é porque se põem no lugar de Deus, querendo que Ele se submeta aos seus critérios. À estes, Jesus, diz: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”.
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Caríssimos, a verdade se explica por si mesma, e quem a ela pertence, permanece nela para sempre, porque ouve a sua voz e põe em prática o que lhe é ensinado; pelo contrário, quem se põe contra ela, vive em permanente contradição, porque faz da incoerência sua regra de vida, por isso, vive semeando os frutos de seu desvario, isto é, ódios, discórdias, divisões e tantos outros comportamentos desordenados e estranhos.
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Portanto, caríssimos, não queiramos ser, por nós mesmos, nada mais do que somos naturalmente, isto é, um simples sopro de vida que a qualquer momento se esvai. Destarte, confiemos tudo o que somos e vivemos nas mãos do Senhor, a fim de que seguindo os seus critérios salvíficos, entremos com Ele na vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de fevereiro de 2020


Homilia do 6°Dom do tempo comum (Mt 5,17-37)(16/02/20)
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Caríssimos, vivendo neste vale de lágrimas, muitos atribuem ao destino os males que lhes acontecem, e por isso, não percebem que o mal é resultado de suas más escolhas e decisões. Se prestarmos bem atenção à primeira leitura desta liturgia, o hagiógrafo nos ensina que a liberdade humana permanece livre e estável somente quando realiza a vontade de Deus obedecendo à sua Palavra.
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Ora, Deus é amor e nos criou à sua imagem e semelhança, isto é, livres e capazes de amar; por isso, sempre pensa em nós a partir do seu amor e da capacidade que nos deu para ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros. E uma vez que nos ama, põe diante de nós a sua Divina Misericórdia antes de sua Justiça, por meio do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que perdoa os nossos pecados e nos liberta de todo mal.
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Na segunda leitura são Paulo nos ensina que a virtude da humildade nos põe na presença de Deus, e nos faz crescer na esperança da vida eterna que é a herança que o Senhor tem reservada para todos que o amam; e tudo isso nos é revelado pelo Espírito Santo nas Sagradas Escrituras. Mas, atenção para não caírmos na tentação da soberba, pensando que somos salvos por nossos próprios méritos e não pelo auxílio das graças que nos são dadas.
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Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus nos mostra qual é o itinerário dos que são salvos, daqueles que o seguem fielmente no cumprimento da vontade do Pai. Diz Ele: "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição." De fato, quem obedece aos Santos Mandamentos, vive em constante estado de graça, isto é, na presença do Senhor fazendo em tudo a Sua Santa Vontade.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

SOLIDARIEDADE E PARTILHA FRATERNA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,1-10)(15/02/20)
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Caríssimos, vivemos num mundo contaminado pelos os interesses políticos, econômicos e de poder; e os que se dão à esses interesses tendem sempre a manipular a opinião pública à seu favor a fim de manterem o status que conquistaram com suas manipulações e enganos, por isso, são mentirosos compulsivos, prometem tudo, porém, pouco ou nada cumprem.
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Outros são cheios de boas intenções em seus ideais, mas tropeçam ao serem condizentes com os inimigos da fé e dos bons costumes, e por isso, trilham com eles a via da ruína e da perdição que cultivam por suas atitudes que visam destruir a comunhão com Deus e entre nós; tal como vimos acontecer com Jeroboão na primeira leitura de hoje.
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O Evangelho deste dia narra a multiplicação dos pães, e nele vimos como Deus age em comunhão conosco incentivando a solidariedade e a partilha em vista de suprir as necessidades básicas daqueles que o buscam, e faz isso por meio de sua divina providência. Em outras palavras, o Senhor nos dá tudo o que precisamos quando o buscamos de todo coração.
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Meditando esse Evangelho vimos que era imensa a multidão que seguia Jesus, mesmo em condições adversas. Mas, por que o buscavam? Somente por causa dos sinais que realizava ou por conta dos seus ensinamentos? Lendo o Evangelho de Mateus, temos a resposta: "Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas." (Mt 7,29).
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Caríssimos, aqueles que vivem de manipulações e interesses mesquinhos jamais agradam a Deus; pelo contrário, vivem acossados e instigados pelo maligno, por isso, causam divisões. Todavia, quem busca o Senhor e o serve de coração pela solidariedade e partilha fraterna, encontra Nele o apoio e as graças que suprem suas necessidades e os conduz a vida à vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O SENHOR VAI À NOSSA FRENTE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,31-37)(14/02/20)
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Caríssimos, quando o coração humano está ocupado pelas tentações e os pecados permitidos e praticados, torna-se resistente à Palavra de Deus, por isso, a combate, porque não existe espaço para a graça na alma manchada pela lama fétida do pecado; todavia, quando esta se abre pelo remorso e o arrependimento, encontra o Senhor que a liberta por Sua Divina Misericórdia.
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Na primeira leitura da memória dos santos irmãos, Cirilo e Metódio que celebramos hoje; pregando na Sinagoga de Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé vivem a experiência da rejeição da Palavra, mas também da acolhida da mesma. Por um lado, os judeus se fecham à graça do anúncio do Reino de Deus, por não aceitarem Jesus como o Messias; por outro, os pagãos se abrem a ação do Espírito Santo e experimentam a imensa alegria da conversão.
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Com efeito, o anúncio do Reino de Deus passa por constantes tensões devido às perseguições por parte daqueles que o rejeitam, por conta dos pecados praticados por instigação do maligno. Todavia, como a verdade permanece sempre, nada poderá deter o seu crescimento, uma vez que é o próprio Senhor Jesus que vai a frente daqueles que o anunciam intrepidamente como única fonte de salvação e vida eterna.
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Certa feita escreveu São João a esse respeito: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro."
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Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor a graça de permanecermos fiéis até o fim na luta contra o pecado; anunciando o Reino de Deus e a sua justiça, certos de que Ele vai a nossa frente nos ajudando no cumprimento dessa missão que é obra de suas mãos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

AS VIRTUDES FUNDAMENTAIS DA ORAÇÃO


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,24-30)(13/02/20)
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Caríssimos, a fidelidade a Deus por meio da obediência à Sua Palavra, é uma grande virtude, que traduz a nossa adesão total a Ele, porém, parecisamos perseverar até o fim nessa graça, especialmente quando somos tentados a relativisar a prática da nossa fé, ou seja, quando somos tentados a pensar que todos os outros credos são iguais ao nosso; quando na verdade não são. Respeitar quem os professa sim; porém, sem jamais aderir à eles.
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Com efeito, na primeira leitura de hoje vimos como Salomão esfriou na piedade e comunhão com o Senhor afastando-se Dele por meio de práticas religiosas não condizentes com a sua fé. E o resultado de sua infidelidade foi terrível, pois, trouxe a divisão para o povo de Deus e a decadência da fé e dos bons costumes em larga escala.
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No Evangelho de hoje uma mulher que não fazia parte do povo eleito, se aproxima de Jesus e lhe faz uma ardente súplica em favor de sua filha atormentado por um demônio. A princípio Jesus a escuta, mas lhe responde não conforme o que havia suplicado; todavia, ela apresentou ao Senhor os virtudes fundamentais da oração: fé, humildade, perseverança e esperança; desse modo, foi prontamente atendida.
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Caríssimos, pelos exemplos que vemos nos Evangelhos, todos os que se aproximaram de Jesus foram atendidos em suas necessidades; exceto os escribas, fariseus e doutores da lei, por causa da dureza de coração; é que num coração repleto de orgulho, egoísmo e prepotência não existe espaço para a graça de Deus.
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Portanto, quando a nossa oração é uma expressão da nossa comunhão com a vontade de Deus, ela revela as mesmas virtudes da oração da mulher cananéia, por isso, também somos prontamente atendidos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

PEÇAMOS AO SENHOR UM CORAÇÃO PURO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,14-23)(12/02/20
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Caríssimos, a liturgia deste dia trata da vida interior, isto é, do estado de graça que significa a santificação de nossas almas pela permanente comunhão com Jesus, nosso Senhor. Para isto ponhamos em prática o que nos ensina o hagiógrafo do Livro de Provérbios: "Guarda teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida."
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Com efeito, como vimos no santo Evangelho: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.
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Ora, "Quem se entrega a maus pensamentos não pode manter-se puro de pecados no seu homem exterior; e, se não arrancar os maus pensamentos do seu coração, é impossível que eles não o levem a praticar más obras. Devemos pois, cada um de nós, purificar-nos por dentro e por fora no Senhor e guardar os sentidos, mantendo-nos puros de qualquer atividade inspirada pelas paixões e pelo pecado."
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Portanto, caríssimos, "Travemos, pois, o combate da inteligência contra os demônios que falam por meio de maus pensamentos que chegam a nossa mente, a fim de não permitir que as suas vontades más passem para as nossas obras como pecados reais. Se arrancarmos o pecado do coração, encontraremos o reino de Deus em nós. Por esta ascese, mantenhamos, em nome de Deus, a pureza e uma contínua compunção de coração." (Filoteu do Sinai).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

A HUMILDADE É O DOM DIVINO QUE OS ARROGANTES JAMAIS CONHECERÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Mc 7,1-13)(11/02/20)
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Caríssimos, a obra da criação e da salvação pertence somente a Deus e a mais ninguém; todavia, Ele no-la dá a conhecer por seu Filho nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que o amemos acima de todas as coisas e pela nossa obediência deixemos Ele governar a nossa vida. Ocorre que por nosso livre arbítrio, em certas situações, nos afastamos do Senhor, mas Ele vem sempre em nosso auxílio com a sua divina misericórdia.
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Na liturgia de hoje vemos como a prática da fé sofre a interferência do livre arbítrio humano; por um lado o rei Salomão humilha-se diante do Senhor, e nos mostra a pratica da fé que revela quem Deus é, e qual deve ser a nossa atitude de adoradores diante Dele; por outro, os escribas e fariseus baseiam-se numa prática meramente externa, por isso, são críticos contumases capazes de condenar inocentes.
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De fato, muitos ainda não descobriram o potencial do livre arbítrio e por isso usam-no mal, com intenções egoísticas onde tudo se torna motivo para julgamentos, críticas indevidas e murmurações, gerando em seus corações um alto grau de insatisfação. Ora, Deus nos deu o livre arbítrio somente para ama-lo e glorifica-lo, desse modo, ele se torna o nosso escudo de proteção.
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Caríssimos, certa feita escreveu são Paulo: "Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida." Ora, quem dera que todos puséssem em prática essas santas palavras, certamente seríamos mais simples e humildes de coração como o Senhor Jesus nos ensinou (cf. Mt 11,28-30).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,53-56)(10/01/20)
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Caríssimos, meditando o Evangelho de hoje vimos que Jesus e os discípulos ao chegarem a Genesaré foram cercados por uma grande multidão que transportavam muitos enfermos pedindo para tocarem no Senhor; "E todos os que O tocavam ficavam curados." Ora, ter a graça da presença de Jesus com eles era sumamente importante, porque desse modo se sentiam acolhidos, amados, protegidos e libertados pelo o próprio Filho de Deus.
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São Leão Magno, discorrendo sobre a presença de Jesus no meio de nós escreveu: "A pequenez humana foi assumida pela majestade de Deus, a nossa fraqueza pela sua força, a nossa submissão à morte pela sua imortalidade. Para pagar a dívida de nossa condição humana, a natureza inalterável de Deus uniu-Se à nossa natureza exposta ao sofrimento. Assim, para melhor nos curar, «o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo» (1Tm 2,5), tinha, por um lado, de poder morrer, e por outro de não poder morrer.
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Foi portanto na plena e completa natureza de um verdadeiro homem que o verdadeiro Deus nasceu. Ele tomou a natureza do escravo sem a mácula do pecado; Ele levantou a humanidade sem abaixar a divindade. Despojando-Se a Si mesmo (Fil 2,7), Aquele que era invisível tornou-Se visível; o Criador e Senhor de todas as coisas quis ser um mortal entre os outros mortais.
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Mas tudo isso foi um favor da sua misericórdia, e não uma derrota do seu poder. Tudo isso é de uma ordem nova: Aquele que excede qualquer limite quis ser limitado como nós, Aquele que já existia antes da criação do tempo começou a existir no tempo, o Senhor do universo tomou a forma de servo (Fil 2,7), mergulhando na sombra a grandeza infinita da sua majestade.
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O Deus incapaz de sofrimento não desdenhou ser um homem capaz de sofrer, e Aquele que é imortal, submeter-Se às leis da morte. Com efeito, o mesmo Cristo que é verdadeiro Deus é também verdadeiro homem. Ele é verdadeiro Deus porque «no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus»; e é homem porque «o Verbo Se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,1.14).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

VÓS SOIS O SAL DA TERRA, VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO...


Homilia do 5°Dom do tempo comum (Mt 5,13-16)(09/01/20)
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Caríssimos, a liturgia deste domingo trata do discipulado de Cristo; Com efeito, Jesus já o havia dito: "Eu sou a luz do mundo quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida." Ora, isso quer dizer que todo aquele que o segue é iluminado por Ele e torna-se luz do mundo; é temperado pelo sal da graça santificante, pondo sabor em tudo o que faz, pois, essas virtudes revelam a Sua Vontade posta em prática.
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"O sal sensivelmente dá sabor ao pão e a todos os alimentos, impede certas carnes de apodrecerem, conservando-as durante muito tempo. Considera que o mesmo acontece com a guarda da inteligência, pois ela cumula de sabor divino tanto o homem interior como o homem exterior, expulsa o odor fétido dos maus pensamentos e permite-nos perseverar no bem."

"De uma sugestão nascem numerosos pensamentos e destes más ações sensíveis; mas quem, com Jesus, apaga imediatamente a primeira, evita as suas consequências e poderá enriquecer-se com o suave conhecimento divino pelo qual encontrará Deus, que está presente em toda a parte." (Hesíquio do Sinai).
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Caríssimos, "Quando as nuvens de poeira se dissipam, o ar fica limpo; da mesma maneira, quando os fantasmas das paixões se dissipam diante de Jesus Cristo, o Sol da Justiça, nascem no coração pensamentos luminosos, semelhantes às estrelas. Pois Jesus ilumina o espaço sagrado do nosso coração" com a luz divina de Sua presença. Desse modo, a alma repousa em Deus na mais pura e sublime contemplação, envolvida por Sua Divina Misericórdia.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

AS TRÊS ETAPAS DA VIDA ESPIRITUAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,30-34)(08/02/20)
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Caríssimos, todos nós que estamos à caminho da eternidade sentimos uma imensa necessidade de viver em permanente comunhão com o Senhor Jesus. Ocorre que no mais das vezes, sucubimos facilmente à primeira tentação que chega a nossa mente; isto porque sem combate-la pela perseverança da oração, deixamos o inimigo entrar em nossas almas e assim estragar o nosso relacionamento com o Senhor.
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Santo Antônio de Pádua, explica por que tão logo caímos em tentação: Jesus nos chama como chamou os Apóstolos: "Vinde comigo para um lugar isolado" da multidão, para a solidão do espírito e do corpo, "e descansai um pouco". Infelizmente, as paixões da carne e o tumulto dos pensamentos que vão e vêm no nosso coração são tais que não temos tempo de comer o alimento de doçura eterna, de saborear a contemplação interior."
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O profeta Oseias discorrendo sobre esse chamado do Senhor, disse: "Seduzi-la-ei e conduzi-la-ei ao deserto, e falar-lhe-ei ao coração". Ora, "Estas três expressões - seduzir, conduzir ao deserto, falar ao coração - designam as três etapas da vida espiritual: o começo, o progresso, a perfeição."
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"O Senhor seduz o principiante quando o ilumina com a sua graça, para que ele cresça e progrida de virtude em virtude. Em seguida, afasta-o do tumulto dos vícios e da desordem dos pensamentos para o repouso do espírito; finalmente, uma vez chegado à perfeição, fala-lhe ao coração. A alma experimenta então a doçura da inspiração divina, e pode entregar-se por completo às alegrias do espírito."
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Portanto, caríssimos, para alcançarmos a perfeição eterna de nossas almas se faz necessário trabalharmos a nossa salvação tal qual nos ensinou são Paulo: "Meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor... Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

SÓ EXISTE O LIVRE ARBÍTRIO NO TEMPO, FORA DO TEMPO NENHUM PODER TEREMOS


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,14-29)(07/01/20)
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Caríssimos, o sentido de nossa vida é eterno e não podemos entender isso se não pusemos em prática o que Jesus nos ensinou: "Sede santos, assim como vosso Pai celeste é Santo." Ora, não tem outro caminho a ser percorrido neste mundo para atingirmos a santidade fora da cruz do Senhor; porque qualquer outra cruz, que não é a de Cristo, não conduz à ressurreição.
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De fato, neste mundo somos tentados, vilipendiados, perseguidos e maltratados, isto é, somos crucificados todos os dias; mas, sempre ressurgimos, porque é o Senhor mesmo quem nos conduz quando pomos em prática as suas divinas palavras, ou seja, quando pela obediência traduzimos as suas palavras em ações que nos levam à santidade.
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O Evangelho de hoje relata um dos episódios mais dolorosos do início do Novo Testamento, trata-se do assassinato de São João Batista, o qual sem culpa alguma foi degolado na prisão a mado de Herodes para satisfazer o ódio de Herodíades com quem vivia em adultério.
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Ora, o inocente João se encontra na glória de Deus no Reino dos céus; quanto a Heródes e todos que tramaram a sua morte, onde estão? Caríssimos, fiquemos certos de uma coisa, o livre arbítrio é o poder de decisão que rebemos de Deus somente para o bem; porém, se alguém usa-lo para o mal e morrer em pecado mortal, essa será a condição de sua alma por toda a eternidade.
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Portanto, peçamos ao Senhor para fazermos em tudo a sua santa vontade, pois, por Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, Ele nos concede todas as graças para vivermos santamente neste mundo como São João Batista viveu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

A OBEDIÊNCIA E O TEMOR DO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,7-13)(06/01/20)
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Caríssimos, a perfeita comunhão com Deus, nosso Pai, nasce das virtudes da obediência e da fidelidade que consiste no cumprimento dos seus santos mandamentos por meio do seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensinou: “Não julgueis que vim abolir a Lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição."
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Com efeito, a Lei dada por Deus à Moisés, no Antigo Testamento, revela a Sua Vontade presente nela, gerando a liberdade dos seus eleitos à medida que lhe obedeciam. Com o advento de Jesus, as Palavras da Lei foram elevadas à plenitude do amor, pois, foi para isto que o Senhor veio a este mundo, salvar a todos que o seguem à medida que entregam a própria vida em obediência à vontade do Pai.
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Na primeira leitura desta liturgia, o rei Davi prestes à deixar este mundo, instruiu o seu filho Salomão, mostrando-lhe que a maior riqueza de um governante é a piedade e o temor de Deus. Ora, Salomão aprendeu tão bem as suas instruções que ao escrever o livro de Sabedoria, iniciou dizendo: "Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança."
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Caríssimos, o Evangelho de hoje começa com Jesus instruindo os discípulos e os enviando dois a dois em missão. A primeira instrução é o despojamento material; depois a não preocupação com a própria sobrevivência, pois, a quem serve a Deus nos irmãos nada lhe falta. Ensinou ainda a evitar qualquer polêmica, uma vez que o sentido da palavra da verdade é a salvação de todos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

CUIDADO COM O FALSO JULGAMENTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,1-6)(05/02/20)
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Caríssimos, uma das grandes pragas que está destruindo a humanidade é o falso julgamento; esse é sempre eivado do veneno dos preconceitos e de todo o mal que tal pecado comporta. É por isso que temos uma sociedade que vive envolvida numa constante cegueira espiritual, isso porque não se dá conta de que fomos criados por Deus, como expressão do seu amor, somente para amar e fazer o bem.
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O rei Davi, como vimos na primeira leitura, procurou fazer o recensseamento do povo eleito, mas, sem consultar o Senhor, sem demonstrar as devidas intenções; desse modo, sofreu a tentação de governar o povo de Deus como se fosse seu, mas logo sentiu um peso na consciência. Todavia, por seu arrependimento, alcançou a graça de ver suspenso em parte o castigo que esse pecado havia atraído.
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus foi julgado por seus conterrâneos, em sua missão profética, por ser carpinteiro e ter convivido com eles antes do início do seu ministério sem manifestar a sabedoria e os prodígios que agora realizava. Bem como relata o texto sagrado: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? E ficaram escandalizados por causa dele."
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De fato, quando o coração humano está cheio de preconceitos, julgamentos de valor e as futilidades deste mundo, não compreende e nem vive a profundidade da missão salvífica de Jesus. Vejamos então o que diz o texto sagrado à esse respeito: "E ali Jesus não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles."
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Destarte, caríssimos, escutemos o que nos diz o Senhor: "Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Bem-aventurado aquele para quem eu não for ocasião de queda!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O SENHOR JESUS CONTINUA REALIZANDO A OBRA DA NOSSA SALVAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 5,21-43)(04/02/20)
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Caríssimos, desde que o pecado entrou na prática de vida do ser humano com a sua permissão, que os dramas e as tragédias passaram a fazer parte de sua dolorosa história. É exatamente o que vimos na primeira leitura dessa liturgia, onde o rei Davi chora a morte violenta do seu filho Absalão que se rebelou contra ele tal como havia sido profetizado por causa do grave pecado que havia cometido.
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Com efeito, basta termos acesso aos meios de comunicação que estão ao nosso alcance, para constatarmos quantas tragédias ocorrem a cada instante nesse nosso mundo onde o pecado passou a reinar nas almas envenenadas pelo malígno, inimigo de Deus e da humanidade.
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No Evangelho de hoje ocorrem dois fenômenos extraordinários realizados por Jesus que revelam o quanto a humanidade ferida pelo pecado e suas consequências precisa acolher o Senhor tal como o acolheu a mulher curada de uma hemorragia e Jairo que teve a filha ressuscitada dos mortos. Em ambos os casos se sobressaiu a fé em Jesus, uma vez que todas as condições eram adversas.
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Caríssimos, o caminho da perfeição humana traçado por Deus se encontra nas palavras e nos exemplos do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; como também daqueles que o servem no seio da Sua Santa Igreja. Sem dúvida são incontáveis as orações que sobem aos céus; como também são incontáveis as graças derramadas sobre a humanidade, comprovando que o Senhor continua, por Sua Divina Misericórdia, presente no meio de nós, realizando a obra da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

NUNCA DÊ OUVIDOS À VOZ DO MALIGNO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 5,1-20)(03/02/20)

Caríssimos irmãos e irmãs, vivemos num mundo onde o mal tenta dominar tudo e todos sem exceção. Por isso, não é difícil constatar as suas ações, uma vez que ele age por meio daqueles que o permite entrar em sua vida; desse modo, tudo o que fazem revela essa presença maléfica, porque suas ações são sempre contrárias à Vontade de Deus.
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Na primeira leitura, o rei Davi, além de fugir da perseguição do próprio filho, sofreu a tentação de tirar a vida de um adversário que aos gritos blasfemava contra ele acusando-o de ter usurpado o trono de Saul. Todavia, decidiu não escutar o blasfemador, mas, manter-se confiante em Deus, certo de Ele defende sempre aqueles que enfrentam as adversidades com as armas da fé, da oração, da humildade e do perdão.
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No Evangelho de hoje Jesus expulsa uma legião de demônios da alma de um possesso; antes, porém, esses demônios fizeram de tudo para continuar possuindo aquela alma, até mesmo uma falsa oração; todavia, como o Senhor nunca atende falsidade alguma, os expulsou, libertando totalmente o possesso.
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Caríssimos, precisamos ouvir o Senhor que nos ensina, nesse episódio, a fechar os ouvidos dos nossos sentidos para nunca ouvirmos a voz do malígno, que fala por meio dos maus pensamentos que chegam à nossa mente quando menos esperamos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR...


Dom. da Apresentação do Senhor (Lc 2,22-40)(02/02/20)
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Caríssimos, a Igreja hoje celebra a última festa do ciclo Natalício; trata-se da Apresentação do Senhor no Templo (1ªLit), ou seja, a perfeita doação de Jesus ao Pai por meio de sua Mãe, Maria Santíssima, que o oferece em cumprimento à Lei de Moisés, mas também como um pré-anúncio do seu Sacrifício de cruz (2ªLit). Nessa apresentação o Espírito Santo conduz os anciãos, Simeão e Ana que anunciam sua chegada em cumprimento às profecias.
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Com efeito, tudo em Deus é perfeito e por isso mesmo todas as suas obras são isentas da influência do mal; a Sua Vontade é livre e soberana, desse modo, vem a nós por sua infinita mesericórdia numa carne semelhante a nossa, exceto no pecado, em vista da nossa salvação eterna. Bem como meditamos no Evangelho de são João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."
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Caríssimos, ao celebrarmos esta festa acendemos velas lembrando que Jesus é a verdadeira luz que ilumina as trevas deste mundo como anunciou Simeão: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
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Caríssimos, estamos vivendo os tempos proféticos ou escatológicos, que trata dos últimos acontecimentos de nossa história, ou seja, do cumprimento das profecias anunciadas por Jesus em preparação à Sua Parusia. Portanto, preparemo-nos, por meio da oração, penitência, vivência dos Sacramentos e a prática das obras de misericórdia; pois, como o Senhor anunciou: "Estai, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

JESUS ACALMA AS TEMPESTADES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 4,35-41)(01/02/20)
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Caríssimos, a luta contra o pecado é permanente, isto porque as tentações são constantes. Porém, em meio à essa luta Jesus está sempre conosco à frente de todas as nossas batalhas, só precisamos nos manter fiéis a Ele. Escutemos, então, são Paulo a esse respeito: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela."
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A liturgia deste dia nos exorta a evitarmos as tentações e o pecado, isto porque nenhum pecado cometido é isento das consequências que dele advêm; ora, contatamos isso na primeira leitura de hoje, onde o rei Davi caiu em si ao ser interpelado pelo Profeta Natan, e percebeu a gravidade do seu pecado e as terríveis consequências dele. De fato, Davi se arrependeu e foi perdoado por Deus, mas nem por isso deixou de sofrer as penas por seu desvario.
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O Evangelho deste dia nos recorda que estamos na barca de Pedro, a Igreja, com Cristo que repousa nela. Só que no mais das vezes damos demasiada atenção às tempestades das calúnias e dos acontecimentos adversos nos esquecendo que Jesus singra conosco, na mesma barca, atravessando o mar revolto deste mundo. E quando sentimos que estamos afundando, nos queixamos como os Apostolos: "Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?”
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Caríssimos, quando nas lutas diárias enfrentamos as tempestades e os desequilíbrios das ondas da maldade deste mundo, precisamos silenciar os nossos pensamentos, sentimentos e emoções, para em silêncio buscar o Senhor e ouvi-lo. Pois, como vimos no relato do Evangelho: "Jesus se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria." Todavia, preparemo-nos, porque certamente o Senhor nos dirá: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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