João de la Rochelle (1200-1245), discípulo de Alexandre de Hales, passou a seu regente auxiliar por volta de 1235, sucedendo-o pelos anos de 1238 ou 1239. Faleceu relativamente jovem em 1245, no mesmo ano que seu mestre.
Deixou uma obra expressiva, Summa de anima (editada por Dominichele, Prato, 1882), e ainda De vitiis, De virtutibus, De praeceptis, De articulis fidei.
Prosseguiu, João de la Rochelle, como Alexandre de Hales, na tarefa de conciliação do iluminismo agostiniano e da abstração peculiar do aristotelismo.
Deus e os primeiros princípios são alcançados por uma iluminação, de que Deus seria o inteleto agente.
Descreveu a elaboração dos sensíveis comuns, como a grandeza, o movimento, o repouso, o número. Reúne o sentido comum os dados particulares dos sentidos externos, os conserva e com eles forma os sensíveis comuns.
A abstração consiste numa apreciação (aestimatio) dos aspectos inteligíveis sem os sensíveis, que não é senão a ação do inteleto agente dos aristotélicos; a seguir procede-se a predicação à muitos, em que consiste a intelecção exercida pelo inteleto possível.
"A faculdade intelectiva apreende a forma corporal e a despoja do movimento, de todas as circunstâncias da matéria e da mesma singularidade, e a apreende em si mesma, nua, simples e universal.
Com efeito, se não for despojada assim pela consideração do inteleto, ela não poderia ser conhecida como uma forma comum predicável de todos os indivíduos. Deve-se, pois, distinguir estes degraus na ordem da abstração dos corpos: primeiramente, nos sentidos; em segundo, na imaginação; em terceiro na apreciação (aestimatio); em quarto, no inteleto" (citado por É. Gilson).
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