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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A REALIDADE DO PECADO NO HOMEM




















A REALIDADE DO PECADO NO HOMEM

O pecado é como uma erva daninha que nasce de forma misteriosa, mas permitida pelo homem (cf. Gen 3), no terreno de sua vida, levando-o a ruína e à perdição parcial ou total. Onde ele se faz presente com a anuência (aceitação) da humana criatura, perdemos toda ternura, todo sentido de vida e começamos pouco a pouco a derrocada rumo ao caos; isto se dá porque quando pecamos, o demônio, inimigo número um de nossas almas, “mina” todas as nossas iniciativas para Deus, fazendo-nos ter uma visão controversa da obra do Senhor e de nosso papel na criação. O pecado de Adão e Eva (original) se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação; ele é inerente a cada indivíduo (cf. Sl 50,7).

Segundo Santo Agostinho, o pecado se traduz por "«palavra, ato ou desejo contrários à Lei eterna»", causando por isso ofensa a Deus e ao seu amor. Logo, este ato do mal é um "abuso da liberdade" e fere a natureza humana. "Cristo, na sua morte de cruz, revela plenamente a gravidade do pecado e vence-o com a sua misericórdia".

Há uma grande variedade de pecados, distinguindo-lhes "segundo o seu objeto, ou segundo as virtudes ou os mandamentos a que se opõem. Podem ser diretamente contra Deus, contra o próximo, contra nós mesmos, ou ainda contra a obra da criação. Podemos ainda distinguir entre pecados por pensamentos, por palavras, por ações e por omissões".

A repetição de pecados gera os vícios, que "'são hábitos perversos que obscurecem a consciência e inclinam ao mal, à escravidão. Os vícios conduzem aos chamados pecados capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou negligência". A Igreja ensina também que temos responsabilidade "nos pecados cometidos por outros, quando cupavelmente neles cooperamos”(*). A Santa Sé fez uma atualização (L’Osservatore Romano 10/03/2008) da lista dos pecados capitais para adaptá-la à “realidade da globalização”. Os quatro novos pecados capitais passíveis de condenação, são: desigualdade social, manipulação genética, poluição ambiental e uso de drogas.

Segundo São Paulo: “Com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus, e são justificados gratuitamente por sua graça; tal é a obra da redenção, realizada em Jesus Cristo”. (Rm 3,23-24). Ora, Excetua-se desse “todos” de que fala São Paulo, a Virgem Mãe de Jesus, pois o Filho de Deus não tem pecado e não pode nascer de alguém com pecado (cf. 1Jo 3,5-6; Heb 7,26.28). Sabemos que a obra é de Deus e Deus age assim providencialmente tendo em vista a nossa salvação; por isso, Seu Filho Jesus nasce da Virgem Imaculada e oferece-se em sacrifício pelos nossos pecados para nos trazer a Eterna Redenção (cf. Heb 9,12.24).

Não restam dúvidas que a realidade do pecado humano na face da terra é visível e dolorosa, porque acompanhada de toda espécie de maldade e de seus efeitos tenebrosos; no entanto, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20). “Por isso não desanimamos deste ministério que nos foi conferido por misericórdia” (2Cor 4,1) do Senhor, o anúncio da nossa participação no Reino dos Céus.

Por fim, supliquemos à sempre Virgem Maria que interceda por nós, ela que, pela ação do Espírito Santo, concebeu e deu à luz o Filho de Deus humanado para nos livrar de todo pecado e de todo o mal. “Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações dos séculos dos séculos! Amém”. (Ef 3,20-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

(*) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_católica#Pecado
(27/11/2009)

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