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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Conclusão

De tudo quanto foi dito, poderíamos concluir o seguinte:

1. Podemos dizer que todos estes métodos partem da convicção profunda de que a leitura da Bíblia, mais do que aquisição dum saber, é, antes de mais, uma prática de leitura... da Bíblia.

2. Como certamente nos demos conta, o método de leitura Lectio Divina é o que, de algum modo, foi adoptado pela Igreja, como método de leitura cristã propriamente dito. E isto por várias razões: a LD não prescinde, antes exige o estudo científico da Bíblia; ou melhor, utiliza as conclusões dos métodos científicos, sobretudo o histórico-crítico e o da semiótica. E este é, a meu ver, um grande argumento a favor deste método. É que a leitura da Bíblia sem a ciência leva o leitor a não ver no texto senão o espelho das suas representações e a legitimação dos seus interesses. O resultado mais natural de tal atitude é a queda no fundamentalismo e nas seitas. Por isso, todos os diferentes métodos de leitura da Bíblia vão buscar algum elemento importante à Lectio Divina.

3. "Ninguém jamais viu a Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer" (Jo 1,18). Jesus ressuscitado é o princípio hermenêutico fundamental da interpretação da Bíblia. É unicamente Ele quem "nos fala no caminho e nos explica as Escrituras " (Lc 24,32). Por isso, a leitura da Bíblia sem a fé em Cristo poderá ser tão-só leitura da Bíblia, como documento antigo. Mas não será leitura-escuta da Palavra de Deus. Por isso também, o encontro com Cristo ressuscitado na Palavra exige que eu O procure também na comunhão fraterna com os homens de hoje e na Eucaristia (Lc 24,13-35).

4. Uma leitura da Bíblia sem compromisso com a Palavra do Deus-que-me-fala é alienante, porque "desobediente" ao Senhor que me interpela. Justamente, todos os métodos de leitura cristã da Bíblia reclamam directa ou indirectamente a dimensão do compromisso com a Palavra. Porque o carácter missionário é uma dimensão essencial do cristianismo. Qualquer método de leitura da Bíblia que prescinda da dimensão da acção não é cristão.

Extraído de http://www.capuchinhos.org/porciuncula/ler_biblia/conclusao.htm acesso em 18 ago. 2008.

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