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terça-feira, 29 de abril de 2025

Acolher o Senhor Jesus com obediência e humildade...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,7b-15)(29/04/25)
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1. Amados irmãos e amadas irmãs, entendemos claramente a linguagem divina quando a acolhemos da mesma forma que o Senhor nos acolhe para nos comunicar as suas graças e nos fazer plenos do Seu amor e da Sua Santidade. 

2. Querer entender Deus da mesma forma que entendemos as suas criaturas; é querer submete-lo aos nossos critérios; e isso é impossível, porque o Senhor é infinito e somente a nossa obediência poderá acolhe-lo em nossas almas. (cf. Jo 14,23).
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3. No Evangelho de hoje, Nicodemos, um dos doutores da Lei, procurou Jesus para ter uma conversa com Ele, pois estava imprecionado com o que dizia e realizava da parte de Deus, como ele mesmo reconheceu: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.
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4. Com efeito, essa abertura de coração que vemos em Nicodemos só é possível quando se ama a Deus sobre todas as coisas; isto porque somos apenas um sopro de vida e jamais poderemos exigir do Senhor qualquer explicação das desordens que nós mesmos causamos com os nossos pecados na obra da criação. 

5. Na verdade, nós é que precisamos nos arrepender e clamar a Sua Divina Misericórdia para voltarmos à prática do bem e à felicidade do seu convívio, como vimos na primeira leitura: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum." (At 4,32).
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6. Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus um coração manso e humilde como o Seu para aprendermos com Ele a obediência perfeita sem a qual jamais poderemos agradar a Deus, pois a fé consiste nisto, pôr em a sua vontade para sermos conduzidos por ele. 
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7. Destarte, como vimos nesse Evangelho que estamos meditando, Nicodemos procurou Jesus, não com o intuito de pô-lo à prova; mas, para se unir a Ele, porque na sua humildade reconhecera que Ele era realmente o Messias, o enviado de Deus. 

8. A pergunta que fazemos é esta: cremos realmente que Jesus é o Filho de Deus e que está conosco até o fim dos tempos? Se dissermos que sim, então escutemos são Pedro: "Este Jesus vós o amais, sem o terdes visto; credes nele, sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a salvação de vossas almas." (1Pd 1,8-9).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

É PRECISO NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO SANTO..


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,1-8)(28/04/25)


1. Caríssimos quem realmente procura o Senhor Jesus para o escutar, se põe na vida como nova criatura, pois Sua Palavra renova todas as coisas nos fazendo dar frutos de justiça e santidade, visto que o nosso viver passa a ser com Ele, por Ele e para Ele. 

2. É isso o que vemos na liturgia de hoje que trata do poder da oração, do encontro com o Senhor e de como o escutar atentamente como o fez Nicodemos.

3. Na primeira leitura desta liturgia a comunidade depois de ouvir o testemunho de Pedro e João rejubila de alegria e se põe em oração de tal modo que estremesse o lugar onde estavam, sinal da presença do Espírito Santo: "Quando terminaram a oração, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos, então, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus."

4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus mostra a Nicodemos, que o reconhece como vindo de Deus, a necessidade do novo nascimento na ordem da graça, isto é, da água e do Espírito Santo. Decerto, o Senhor lhe falava do Sacramento do batismo pelo qual nos tornamos filhos e filhas de Deus, participantes do Seu Reino.

5. Ora, mais do que nunca esse anúncio se faz urgente neste mundo, onde ao que parece está reinando o pecado; e isso o constatamos pelo resultado maléfico que ele gera, que são as tragédias que vemos se abater sobre todos. 

6. Rezemos então com o Missal Romano suplicando ao Senhor a conversão e um novo Pentecostes para toda a humanidade: "Ó Deus, Nosso Senhor, poder imutável e luz sem ocaso, olhai com bondade para a vossa Igreja, sacramento da Nova Aliança, e confirmai na paz, segundo os vossos desígnios eternos, a obra da salvação humana. 

7. Para que todo o mundo veja e reconheça como o abatido se levanta, o envelhecido se renova e tudo volta à sua integridade original, por meio daquele que é o princípio de todas as coisas, Jesus Cristo vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo." Amém! Aleluia!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de abril de 2025

Senhor Jesus eu confio em vós...


 Domingo da Divina Misericórdia (Jo 20,19-31)(27/04/25)


1. Caríssimos, irmãos e irmãs, Hoje a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia; dia de alegria e de júbilo por tudo o que o Senhor fez e continua fazendo em nossa vida, para a realizalização do seu plano de amor em prol da nossa salvação. 

2. De fato, vivemos em meio à um mundo repleto de tentações e pecados, onde, ao que parece reina a morte e as potências do inferno. Por isso, perguntamos, o que seria da humanidade se Deus, por seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, não nos tivesse visitado e permanecido conosco? Decerto, nenhuma criatura existiria mais na face da terra. 

3. Com isso, entendemos perfeitamente que dependemos cem por cento da Sua Infinita Misericórdia, que nos mantém na vida e nos alivia os sofrimentos para que seguindo os seus passos tenhamos pleno acesso ao Reino dos Céus.
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4. São João Paulo II, na sua homilia sobre a Festa da Divina Misericórdia, assim se expressou: Caríssimos, "Através do mistério deste Coração ferido, não cessa de se difundir, também sobre os homens e as mulheres da nossa época, o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus.
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5. Quem aspira à felicidade autêntica e duradoura, unicamente nele pode encontrar o seu segredo. «Jesus, eu confio em Ti». Esta oração, querida a tantos devotos, exprime muito bem a atitude com que também nós desejamos abandonar-nos confiantes nas tuas mãos, ó Senhor, nosso único Salvador.
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6. Arde em Ti o desejo de seres amado, e quem sintoniza-se com os sentimentos do teu Coração aprende a ser construtor da nova civilização do amor. Um simples ato de abandono basta para superar as barreiras da escuridão e da tristeza, da dúvida e do desespero. 

7. Os raios da tua divina misericórdia dão nova esperança, de maneira especial, a quem se sente esmagado pelo peso do pecado." Senhor Jesus, tende misericórdia de nós em meio às dores que padecemos por conta dos nossos pecados, perdoa-nos Senhor e livra-nos de todo mal. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O ENCONTRO COM JESUS RESSUSCITADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 24,13-35)(23/04/2025)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, quando tudo parecer obscuro, sem sentido, e quando sofrermos tentações e outras investidas do maligno; não podemos nos deixar abater, pois, Deus nunca nos deixa sozinhos mesmo que a realidade em nossa volta queira nos desenganar, queira tirar de nós à única virtude que nos faz resistir a tudo o que é contrário a vontade de Deus, ou seja, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

2. De fato, quem encontra o Senhor Jesus ressuscitado e segue com Ele até o fim, não tem tempo para as coisas fúteis deste mundo, nem para tentações ou pecados; é isto o que nos ensina esta liturgia de hoje, em que os discípulos de Emaús mesmo vivendo em meio à tristeza por causa da morte trágica do Senhor, que acreditavam ser o Messias enviado, continuaram cultivando a memória de suas palavras e de suas obras e por isso mesmo foram por Ele recompensados com a Sua aparição e seu colóquio.

3. Na primeira leitura vemos Pedro e João darem ao paralítico de nascença a única riqueza que possuíam, ou seja, a graça da cura e libertação da paralisia que lhe fazia escravo de tal condição. Ora, e tudo isso fizeram pelo o poder do nome de Jesus ressuscitado a quem portava em suas almas para sanar as aflições dos que tanto precisavam, neste caso, o paralítico e todos os que testemunharam esse grande milagre.

4. Com efeito, todos os acontecimentos bíblicos são evidências da presença real do Senhor Jesus, que da Sua dimensão eterna, nos leva a conviver com Ele pessoalmente pela fé e a oração que são os meios indispensáveis para vivermos essa interação. 

5 O que o Senhor nos pede é que abramos as portas do nosso coração para o acolhermos e com Ele convivermos, pois, comungar Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade, é fazer a mesma experiência da Sua ressurreição que os discípulos de Emaús fizeram. 

6. Portanto, caríssimos, façamos também ao Senhor Jesus, o mesmo convite que os discípulos de Emaús fizeram: “Fica conosco, Senhor, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Pois, ninguém faz um convite como esse ao Senhor sem que Dele receba de imediato a resposta como vimos nesse episódio. 

7. Destarte, pelo Sacramento do Batismo recebemos o Espírito Santo e com Ele todas as virtudes e todos os dons para interagirmos com o Senhor ressuscitado e também com aqueles a quem formos inviados para anuncia-lhes a alegria da Sua Ressurreição.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Descanse em paz Papa Francisco...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,11-18)(22/04/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, o ser humano necessita das evidências cotidianas para prosseguir lutando contra tudo aquilo que tenta tirar-lhe a felicidade de ser e viver neste mundo; ora, esta liturgia de hoje nos mostra a perseverança de Maria Madalena que buscava o corpo morto do seu Senhor, mas o encontrou ressuscitado.

2. No Evangelho de hoje vimos como foi essa experiência de Maria Madalena ao encontrar Jesus ressuscitado; a princípio não foi possível esse encontro devido à tristeza que lhe invadia o coração por ver o túmulo vazio, sem o corpo do seu Senhor; mas depois de encontra-lo, a alegria do Senhor ressuscitado preencheu a sua alma e desse modo foi cumprir sua missão de anuncia-lo aos seus irmãos para que o encontrassem na Galileia como Ele disse.

3. Com efeito, não obstante as perdas e tristezas advindas de nossas fraquezas humanas, nem tudo está perdido, pois, como Maria Madalena, também temos a convicção de encontrarmos Jesus ressuscitado no mais íntimo de nossas almas e com Ele singrar este mar tenebroso que estamos atravessando até chegarmos ao porto seguro da nossa salvação eterna no Reino dos Céus.

4. Na primeira leitura são Pedro, logo após o Pentecostes, repleto do Espírito Santo, dirigiu aos seus ouvintes palavras de exortação que lhes tocou o coração, pois, revelava ao mesmo tempo o pecado deles, mas também a vitória de Cristo ressuscitado, levando-os à conversão e ao batismo; desse modo, de perversos perseguidores se tornaram fiéis seguidores do Senhor Jesus. Ora, esse episódio nos mostra o quanto precisamos de conversão.

5. Portanto, caríssimos, o fato é que todos nós passamos por diversas provações nas horas difíceis do nosso viver, e até somos tentados a pensar que Deus está ausente dos nossos sofrimentos, quando na verdade Ele está ressuscitado conosco, nos chamando pelo nome e nos enviando para proclamar aos nossos irmãos e irmãs a alegria da Sua Ressurreição como Ele o fez com Maria Madalena.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de abril de 2025

Feliz Páscoa da Ressurreição do Senhor Jesus... Aleluia... Paz e Bem!


 Homilia do Dom. de Páscoa, o Senhor ressuscitou (Jo 20,1-9)(20/04/25)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo é o acontecimento mais importante desde que Deus criou o homem e o pôs na face da terra; pois, a partir dela, Ele nos fez participantes da sua Natureza Divina. 

2. Isto significa que por Seu Filho amado, Ele nos deu a graça da imortalidade, ou seja, de vivermos eternamente na Sua presença gozando da sua amizade. Bem como nos ensinou são Pedro: "O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude.

3. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo." (2Pd 1,3-4).
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3. Sobre este acontecimento são Gregório de Nissa, escreveu: "Hoje foi esquecida a sentença lançada sobre nós; melhor, não foi esquecida, foi anulada! Este dia apagou qualquer lembrança da nossa condenação. Vinde, cantemos de alegria no Senhor! (cf Sl 94,1). Ele quebrou o poder do inimigo e ergueu o grande troféu da cruz." A vitória sobre o pecado, a morte e o inferno. 
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4. De nossa parte, caríssimos, acolhamos com imensa alegria este grandissimo mistério da nossa salvação, que nos enche de amor e da esperança de vida eterna. Pois, fomos criados por Deus, não para o pecado nem para a morte; porém, esses obstáculos entraram em nossa vida pela desobediência de nossos primeiros pais; todavia, pela obediência e morte expiatória de Cristo, foi anulada a sentença condenatória que pesava contra nós.
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5. O Papa Francisco na sua homilia sobre a ressurreição do Senhor Jesus, disse: "Deus nos surpreende sempre, pois a surpresa é aquilo que não esperávamos por não termos o poder nem o conhecimento de tudo, por isso, o Senhor nos dá o dom da fé, que é a garantia das coisas eternas, que não a temos por nós mesmos."
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6. Portanto, caríssimos, desejo para todos a graça de se deixar envolver pela ressurreição de Jesus, bem como nos ensinou são Paulo: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. 

7. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória." De fato, a esperança da vida eterna é uma graça especial que nos leva a vencer a incredulidade deste mundo e todo tipo de mal que nele existe.
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Feliz Páscoa para todos! Cantemos ao Senhor, pois fez brilhar a Sua Glória! 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de abril de 2025

Homilia da Vigília Pascal...

 Homilia da Vigília Pascal (Lc 24,1-12)(19/04/25)

1. Caríssimos meditemos com amor e atenção esta homilia sobre o Sábado Santo de Asterio de Amaseia, bispo (sec. IV). "Hoje, a Igreja – a herdeira – exulta de alegria. Cristo, seu Esposo, que sofreu, acaba de ressuscitar. Alegra-te, ó Igreja, Esposa de Cristo! A ressurreição do teu Esposo ergueu-te da terra em que os viandantes te calcavam aos pés.

2. Ó maravilha! Foi semeado um único grão, e o mundo inteiro alimenta-se dele. Imolado como homem, foi restituído à vida como Deus e dá vida ao mundo. Degolado como cordeiro; como pastor, dispersou o rebanho dos demônios com o cajado da sua cruz.

3. Como lâmpada sobre o candelabro, extinguiu-se na cruz, e como o Sol levantou-se do sepulcro. Realizaram-se dois prodígios: o dia escureceu quando Cristo foi crucificado, e, na sua ressurreição, a noite brilhou como o dia.

4. Porque escureceu o dia? Porque, conforme está escrito, «das trevas fez seu véu» (Sl 17,12). Porque brilhou a noite como o dia? Porque, como dissera o profeta, «nem as trevas para Vós têm obscuridade: a noite brilha como a luz» (Sl 138,12).

5. Ó noite mais clara do que o dia! Noite mais luminosa do que o Sol! Noite mais branca do que a neve, mais brilhante do que os nossos fachos, mais doce que o paraíso! Ó noite que não conheces as trevas, que afastas o sono e nos fazes velar com os anjos! 

6. Noite pascal, espanto dos demônios; esperada ao longo de todo o ano! Noite nupcial da Igreja, que fazes nascer os recém-batizados e despojas o demônio adormecido! Noite em que o herdeiro leva os seus co-herdeiros a tomar parte na herança!" (Homilia 19).

7. Portanto, caríssimos, essas Palavras são conforto para as nossas almas, pois aumenta a nossa esperança na certeza do céu. Decerto, com esse alívio já não sentimos em demasiado o peso das dores e sofrimentos advindos dos nossos pecados, pois, fomos perdoados e libertos por Jesus ressuscitado que caminha e permanece conosco até o fim dos nossos dias neste mundo.

Uma santa e feliz Páscoa para todos...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR


 SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR (Jo 18,1-19,42)(18/04/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, hoje o mundo amanhece em silêncio por conta da maior injustiça já cometida na face da terra, a perseguição, prisão, tortura, crucifixão e morte do Filho amado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo; sem que houvesse alguém que o defendesse em seu martírio, exceto sua Mãe Maria Santíssima e o seu discípulo amado, João.

2. De fato, a fúria maligna não poupou nem mesmo o inocente Filho de Deus; no entanto, aqueles que se aliaram para cometer tamanho pecado nem perceberam que o preço da nossa salvação foi exatamente o preciosíssimo Sangue de Senhor nosso Jesus Cristo, que por sua morte de cruz libertou do pecado, da morte e do inferno todos os pecadores que acolheram Sua Divina Misericórdia, deixando-se conduzir por Ele à glória da ressurreição.

3. Eis o que escreveu Santo Antônio de Pádua a respeito da Paixão do Senhor: "Pai, a cabeça de teu Filho, Jesus, diante de quem estremecem os arcanjos, foi ferida pelos espinhos; o seu rosto, no qual os anjos desejam mergulhar o seu olhar (cf 1Pd 1,12), foi conspurcado de escarros, ferido pelas bofetadas; arrancaram-Lhe a barba, deram-Lhe pancadas, puxaram-Lhe os cabelos.

4. E Tu, Deus clementíssimo, Tu escondes-Te, Tu ocultas-Te, e preferes que um só, o teu Único, seja coberto de escarros e esbofeteado para evitar que todo o povo pereça (cf Jo 11,50). A Ti o louvor e a glória, porque extraíste dos escarros e das pancadas o antídoto que arranca da nossa alma o veneno da antiga serpente.

5. Rezemos, irmãos bem-amados, e peçamos com insistência e piedade ao Senhor Jesus Cristo, que devolveu a vista ao cego de nascença e a Tobias, que ilumine os olhos da nossa alma pela fé na sua encarnação e pela amargura da sua Paixão, a fim de que mereçamos contemplar a Ele, o Filho de Deus, Luz nascida da Luz, no esplendor dos santos, na claridade dos anjos. Que venha em nosso auxílio Aquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Santa Missa da Ceia do Senhor...


 QUINTA-FEIRA SANTA (Jo 13,1-15)(17/04/25)


1. Caríssimos, o mistério da morte é um fenômeno sempre presente com o qual nos confrontamos a todo momento, e o experimentamos em nós mesmos, seja com o tempo que se esvai, seja quando somos atingidos por alguma enfermidade ou perigo que nos ameaça. De fato, fora de Deus ninguém tem o domínio total sobre este mistério.

2. Na liturgia desta Quinta-feira Santa vemos o Senhor Jesus instituir a Eucaristia, isto é, Seu Corpo e Sangue; Sua Alma e Divindade; o Sacerdócio e a Santa Missa. Ora, mas tudo Ele realiza sem dispensar a Cruz que vai enfrentar mediante a Sua Paixão, morte e ressurreição. 

3. E ela começa com a traição de Judas Iscariotes que deixando de lado o amor do Seu Mestre e Senhor, o vende como se fosse um escravo, desprezando todo o bem que Dele recebeu. Ou seja, um ato vil e extremamente grave que revela quanto os nossos pecados ofendem a Deus.

4. Com efeito, é também nesta celebração que o Senhor Jesus lava os pés dos Apóstolos, mostrando-lhes que o verdadeiro sentido do viver se encontra no serviço uns aos outros sem reivindicar reconhecimento ou glória, pois, como Ele mesmo disse:

5. "Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. (Jo 13,13-15)

6. Comentando os acontecimentos deste dia santo, disse Santa Catarina de Sena: "Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu a seu Pai até à morte vergonhosa na cruz. Pensai que ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-O sempre presente diante dos olhos do espírito.

7. Vede como este Verbo, a Palavra de Deus, obedece! Ele não Se recusa a carregar o fardo das dores de que o Pai O encarregou; pelo contrário, abraça-Se a ele, animado de grande desejo, dizendo, na Ceia da Quinta-feira Santa: «Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de padecer!» (Lc 22,15).

8. Comer a Páscoa é cumprir a vontade do Pai. Vendo chegar a sua hora (via-Se já no fim, no sacrifício do seu corpo por nós), Ele exulta, rejubila e diz com alegria: «Tenho desejado ardentemente»: eis a Páscoa de que Ele falava, e que consistia em Se dar a Si próprio em alimento, em imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

O BEM VENCE SEMPRE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 26,14-25)(16/04/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, o que é ser traído? É ser tolhido de toda confiança depositada e da dignidade concedida, porém, desprezada como se fosse um nada; e mais ainda, é a perca dos valores da amizade, do amor, da justiça, da bondade e da paz por parte do traidor. 

2. Ora, como uma criatura ousa vender o seu Criador como se fosse um escravo? É isso o que meditamos no Evangelho de hoje, ou seja, não bastou a Judas Iscariotes ser chamado por Jesus e receber a honra de ser um dos Seus Apóstolos; escutar a Sua Santa Palavra; andar com Ele nas estradas da Terra Santa; contemplar os milagres e todas as graças derramadas por onde o Senhor passou.
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3. Santo Antônio de Pádua, meditando esse episódio, escreveu: "Ó Judas, queres vender o Filho de Deus como se fosse um vil escravo, como se fosse um cão morto? Diz-me: Em que é que Ele te ofendeu? Que mal te fez para que digas: «Entregar-vo-lo-ei»? 

4. Terás esquecido a incomparável humildade do Filho de Deus e a sua pobreza voluntária, a sua doçura e afabilidade, a sua aprazível pregação e os seus milagres, o privilégio pelo qual te escolheu como apóstolo e fez de ti seu amigo?"

5. E conclui sua reflexão com esta evidência mais que comprovada em nossos dias: "Quantos Judas Iscariotes há ainda hoje, que, em troca de algumas vantagens materiais, vendem a verdade, entregam o próximo, e se enforcam na corda da condenação eterna!" 
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6. Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus a graça da fidelidade à toda prova, pois como Ele mesmo disse: "Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes." (Lc 16,10).
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7. Destarte, possa ser que não entendemos a pedagogia divina ao percebermos que a maldade se alastra na face da terra como uma horrível pandemia, porém, como disse Santo Agostinho: "O mal não pode contrariar a bondade de Deus. 

8. Ainda que Satanás seja um artesão do mal, o Supremo Artesão não permitiria a existência do mal se não pudesse servir-Se dele para que tudo concorra para o bem." E a morte cruenta do Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, comprova essa verdade.(Sermões sobre o evangelho de João, n.° 27, § 10) 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Nossa maior felicidade é sermos salvos por Jesus, o Filho amado de Deus...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 13,21-33.36-38)(15/04/25)

1. Caríssimos irmãos e irmãs, por traz da negação da verdade se encontra as nossas misérias e o quanto nós somos frágeis por nós mesmos; no entanto, para onde olharmos seja com os olhos físicos ou com os olhos da alma a verdade ali está, refletindo a grandeza do nosso Criador, estampada na obra da criação. 

2. Porém, é na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo onde a encontramos com mais evidência ainda, pois, foi por Seu Sacrifício cruento que o Senhor nos amou e nos libertou da escravidão do pecado, da morte e do inferno. De fato, não existe maior privilégio e felicidade do que sermos salvos pelo Filho amado de Deus. 

3. Com efeito, todo pecado é uma negação da verdade, no entanto, nenhum pecado prevalecerá sobre ela. Por isso, o amor do Senhor reinará para sempre acima de todas as coisas, pois, como Ele mesmo disse: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." E de imediato, acrescentou: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 15,13-14). 

4. Mas, por que o Senhor Jesus disse isso? Eis a resposta: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.

5. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda." (Jo 15,15-16).

6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos mostra a Sua total confiança no Pai, apresentando à Ele a nossa fragilidade assumida pela Sua submissão amorosa e incondicional; a qual, são Paulo descreveu com maestria: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, e assemelhando-se aos homens." (Fl 2,6-7).

7. Portanto, caríssimos, assim como Pedro negou o Senhor por três vezes e caíndo em si viu o mal que fizera; creio que pelos muitos pecados cometidos também nós o negamos, por isso, precisamos do mesmo olhar misericordioso que o Senhor lançou sobre Pedro, a fim de que choremos também nós, profundamente arrependidos, como o fez Simão Pedro.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Sigamos os exemplos de Cristo...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 12,1-11)(14/04/25)

1. Caríssimos, para nós que seguimos o Senhor Jesus nesta trajetória rumo à eternidade, que aqui chega ao fim com a morte temporal, temos muito a aprender com os exemplos dos relatos bíblicos que o Senhor nos deixou como tesouros para o nosso discipulado. 

2. E nesta segunda-feira da semana santa, temos um grande exemplo à seguir a partir das cenas do episódio do jantar na casa de Lázaro à quem o Senhor Jesus havia ressuscitado.

3. Na primeira cena, todos se alegram com a presença de Jesus, e logo vem Maria, irmã do anfitrião, portando um frasco contendo um bálsamo de suave odor, digno do Seu Mestre e Senhor a quem amava de coração pela libertação que lhe fora concedida. 

4. Desse modo, tomada por tamanho amor, unge-lhe os pés e os enchugou com os seus cabelos como expressão da mais profunda gratidão por todo o bem que Dele recebera. Ora, quem de nós não faria o mesmo? 

5. Na segunda cena, vemos que toda expressão de amor e de gratidão para com Deus ou para com os seus mensageiros, por vezes torna-se motivo de repúdio por parte daqueles que não tem um coração agradecido, e por isso, não suportam o amor dos que reconhecem o bem recebido e humildemente agradecem.

6. É neste sentido que vemos a contestação de Judas Escariotes, reivindicando a caridade para com os pobres, quando na verdade estava usando os pobres com o fim de satisfazer os próprios interesses mesquinhos. 

7. De fato, como um pecado é porta de entrada para outros, logo se apossou dele a ganância à ponto de vender Jesus aos doutores da Lei por trinta moedas de prata para que fosse condenado a morte. Por isso, muito cuidado: "Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições." (1Tm 6,10).

8. Portanto, caríssimos, como vimos nesse episódio, mesmo cheios de alegria pela presença do Senhor Jesus, houve também quem desse espaço para a ação do maligno; todavia, o Senhor nos ensina a não perder tempo nem darmos atenção às reações do mal que tenta atrapalhar a nossa comunhão com Ele. 

9. Par isso, a Sua Palavra é fundamental para nos manter em plena harmonia e serenidade. Destarte, muita atenção com os estragadores de virtudes, pois, viver na presença de Deus e em permanente comunhão com Ele é tudo o que precisamos em nossa vida. 

10. De fato, enquanto não chegarmos ao céu, teremos pela frente a mesma luta travada pelo Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensinou a vence-la com a ajuda da sua graça agindo em nossas almas. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de abril de 2025

Homilia do Domingo de Ramos...


 Homilia do Dom de Ramos (Lc 19,28-40)(13/04/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Santa Igreja hoje dá início a semana santa com o Domingo de Ramos, nesse dia Jesus entra como rei triunfante em Jerusalém, montado num jumentinho e aclamado com rei de Israel pela multidão com ramos nas mãos contando hosana ao Filho de Davi. 

2. Com efeito, todos os acontecimentos do mistério da nossa salvação, ou seja, a Paixão, morte e ressurreição do Senhor, já haviam sido profetizados no Antigo Testamento, e agora inicia o seu cumprimento. De fato, o Senhor já sabia os sofrimentos e a morte que haveria de padecer. 
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3. Então, quais lições aprendemos desses acontecimentos? Deus enviou o Seu Filho a nós como um de nós para que o conhecêssemos quem Ele é, e como tudo faz em nosso favor porque nos ama e quer que participemos com Ele da sua glória eterna. 

4. Como bem descreveu São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. (Jo 3,16-17). 
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5. De uma coisa fiquemos certos, o mal não faz parte do Seu Reino e por isso, tiremos de nosso meio tudo o que há de mal; as armas para isto são as mesmas usadas por seu Filho, obediência total à Sua Vontade, confiança inabalável no Seu Poder, amor incondicional ao Seu querer. 

6. Em outras palavras, no que diz respeito à nós, isso significa, crer em nosso Senhor Jesus Cristo, ama-lo como o Messias enviado por Deus nosso Pai celestial, sendo fiéis até o fim como Ele mesmo nos ensinou: "Quem permanecer fiel até o fim será salvo." (Mt 24,13)

7. Portanto, caríssimos, sem dúvida alguma, fazemos parte do Grande Mistério de Deus, da Sua Criação, da Redenção operada por Seu Filho, e da luta contra o mistério da iniquidade. Por isso, mesmo precisamos viver como seus filhos e filhas no cumprimento do seu plano de amor para a nossa salvação. 

8. É claro que racionalmente pouco entendemos de tudo isso; mas, para que vivamos segundo a sua Santa Vontade, depois da Sua Ressurreição, o Senhor nos enviou o Espírito Santo para permanecer conosco preparando-nos para a Sua segunda vinda que acontecerá no fim dos tempos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 12 de abril de 2025

Como o diabo age nas tentações...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 11,45-56)(12/04/25)


1. Caríssimos, nenhum pecado é cometido sem que haja alguma tentação que começa sorrateiramente com os maus pensamentos que chegam à nossa mente; e tal tentação vai crescendo e aos poucos minando as nossas resistências, aumentando o desejo de cometer o pecado até que seja consumado.

2. Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "Esta forma de proceder dos doutores da lei é precisamente uma figura de como a tentação age em nós, porque por trás dela estava obviamente o diabo que queria destruir Jesus, e a tentação em nós geralmente age assim: começa com pouco, com um desejo, uma ideia, cresce, contagia outros e no fim é justificada.

3. Deveríamos ter o hábito de ver em nós este processo de tentação. Este processo que nos faz mudar os nossos corações do bem para o mal, que nos conduz ao caminho da descida. Algo que cresce, cresce lentamente, depois contagia outros e acaba por se justificar. 

4. Dificilmente as tentações chegam até nós de repente, o diabo é astuto. Ele sabe como percorrer este caminho, o mesmo que percorreu para chegar à condenação de Jesus. [Primeiro convence de que não haverá graves consequências, depois acusa a culpa dizendo que não há perdão.]

5. Quando nos encontramos num pecado, numa queda, sim, devemos ir e pedir perdão ao Senhor, é o primeiro passo que devemos dar, mas depois devemos dizer: «Como caí nisto? Como começou este processo na minha alma? Como cresceu? Quem contagiei? E, no final, como me justifiquei a mim mesmo por ter caído?».

6. A vida de Jesus é sempre um exemplo para nós e as coisas que lhe aconteceram são aquelas que acontecerão a nós, as tentações, as justificações, as pessoas boas que estão à nossa volta e talvez não as ouvimos, e as pessoas más, no momento da tentação, que procuramos aproximar-nos delas para fazer crescer a tentação. 

7. Mas nunca esqueçamos: sempre, atrás de um pecado, atrás de uma queda, há uma tentação que começou pequena, que cresceu, que contagiou e, no final, encontrou uma justificação para se cair. Que o Espírito Santo nos ilumine neste conhecimento interior." (Papa Francisco, homilia, 04/04/20)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Quem escuta o Senhor Jesus e o segue tem a vida eterna...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 10,31-42)(11/04/25)

1. Caríssimos, no Evangelho de hoje vimos que tudo na pessoa do Senhor Jesus incomodava aqueles que estavam revestidos de autoridade, mas sem a devida coerência na prática da mesma; por isso, as palavras do Senhor, seus gestos e os sinais que revelavam sua divindade, eram para eles motivos para perseguição com a intenção de assassina-lo. 

2. De fato, todos aqueles que recebem de Deus uma missão, mas não a cumpre fielmente, passam a servir o maligno por seus maus procedimentos. Ora, uma das virtudes que mais aproxima os homens de Deus é crê no seu Filho amado, escuta-lo humildemente e segui-lo fielmente. 

3. Com efeito, todo sistema religioso construído sobre o medo, sobre a norma pela norma, sobre a lei que não porta a Misericórdia e o Amor de Deus, tende a ser um instrumento de opressão, como vimos no Evangelho de hoje, por isso, tramaram matar o Senhor Jesus, usando falsos argumentos para justificar o cinismo de suas tramas diabólicas. 

4. Então, disserem eles: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”. Ou seja, quem serve ao inimigo da verdade, segue seus passos na estrada que leva à perdição eterna. 

5. Ora, por que é tão difícil aos homens sair dos limites ideológicos que eles se impõem e que não os deixa viver livremente como filhos de Deus? Porque a incredulidade é um labirinto intrínseco que fecha os incrédulos em si mesmos impedindo-os de amar a Deus sobre todas as coisas. 

6. De fato, a fé não é uma filosofia de vida, não é uma teoria ou fantasia. Mas, um dom do Espírito Santo para nos relacionarmos com Deus face a face como seus filhos amados, tal como o Senhor Jesus nos ensinou no Evangelho de Mateus ao nos ensinar o Pai nosso (cf. Mt 6,9-13); por ela adentramos no Seu Mistério de Amor, tornando realidade a nossa convivência com Deus, nosso Pai celestial.

7. Portanto, caríssimos, não nos deixemos enganar; por traz de cada ação maléfica se esconde o inimigo de nossas almas; por isso, precisamos permanecer firmes no seguimento de Senhor nosso Jesus Cristo, que por seu sacrifício de cruz nos deu a salvação, abrindo-nos, com isso, as portas do Paraíso para gozarmos com Ele a felicidade eterna na sua glória.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Evitando constrangimentos...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,21-30)(08/04/25)

1. Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje versa sobre a insatisfação pessoal e coletiva quando não se vive segundo a Vontade de Deus. Ela nos mostra que aqueles que insistem em viver sob o regime do pecado tudo se torna um fardo pesado até mesmo a liberdade que Deus lhes concede em meio ao deserto deste mundo. 

2. De fato, a fé é um dom que Deus nos deu para nos relacionarmos com Ele e termos convicção de que não existe o impossível quando Nele confiamos. No entanto, poucos são os que vivem realmente esse dom, como disse o Profeta Habacuc: "Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade." (Hab 2,4).

3. Ora, o que mais constrange um ser humano neste mundo é ser julgado como um nada ou ninguém, mesmo sabendo que é infinitamente mais do que o falso juízo de valor que dele fazem. Sem dúvida, jamais haverá um constrangimento maior do que o sofrido pelo Senhor Jesus, que mesmo sendo Deus, humilhou-se e aceitou a morte de cruz para nos salvar.

4. No Evangelho de hoje o Senhor nos revela o terrível constrangimento pelo qual passará, mas que isso também será o motivo de sua vitória sobre o regime do pecado e o poder do inferno que tinha a morte como sua maior arma. 

5. Com efeito, por meio de sua morte de Cruz o Senhor derrotou para sempre o inimigo de nossas almas e o seu poder infernal, nos dando a vida eterna por Sua Ressurreição. Então, como viver essa graça? São Paulo nos ensina nos dando o seu próprio exemplo. 

6. "Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. De ora em diante ninguém me moleste, porque trago em meu corpo as marcas de Jesus." (Gl 6,14.17). 

7. Portanto, caríssimos, como batizados, é terrível constranger o Senhor por uma vida mergulhada no pecado mesmo sabendo que Ele morreu para nos livrar de todo o mal que o pecado nos causa. Cabe a nós correspondermos ao seu amor salvífico. 

8. Então, confiantes na Sua Divina Misericórdia, supliquemos por nós e por todos que estão afastados do caminho da salvação, para que retornem à uma profunda intimidade com Deus pela prática da fé, da oração e da penitência em vista da vida eterna que Ele nos concedeu.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A VERDADE JAMAIS PODE SER NEGADA...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,12-20)(07/04/25)

1. Caríssimos, irmãos e irmãs, nada se pode dar a quem não quer receber; e quando esses são movidos pelo orgulho, soberba e prepotência, de pronto rejeitam a verdade e tudo o que ela lhes proporciona. Eis, então, o que escreveu São João à esse respeito: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 

2. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus." (Jo 1,11).

3. A primeira leitura de hoje nos mostra que todos recebem os dons de Deus para agirem tal qual as virtudes que esses dons comportam para o bem de todos; no entanto, por negligência à essas graças recebidas muitos usam-nas para a própria ruína quando se deixam dominar pelos interesses mesquinhos ou desejos nefastos.

4. Todavia, de uma coisa fiquemos certos, como vimos na história de Suzana, Deus sempre salva os que são perseguidos ou condenados injustamente como vimos acontecer com o seu amado Filho. 

5. Com efeito, no Evangelho de hoje ouvimos o Senhor Jesus dizer: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”; e por dizer isso foi logo contestado. Ora, Deus Pai ao longo dos séculos preparou um povo para receber o Seu Filho como o Messias enviado por Ele. 

6. E mesmo com todas as evidências da Sua chegada, ainda assim foi rejeitado, perseguido e morto como se fosse um criminoso. Mas, Deus o ressuscitou dos mortos e o fez santar à sua direta, e lhe deu o poder de julgar os vivos e os mortos.

7. Sem dúvidas, a verdade está escrita em nossas almas, ela é o código genético espiritual plasmado por Deus quando nos criou "à sua imagem e semelhança", por isso, jamais pode ser contestada ou negada. 

8. Quem age contra a verdade, só vive contrariado, perdido no triste labirinto existencial deste mundo sem esperança alguma; e isso acontece por causa dos pecados concentidos e praticados.

9. Portanto, caríssimos, todo pecado é uma ação contrária à verdade escrita em nossas alma; e por isso, é uma grande ofensa contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo. Peçamos, então, ao Senhor Jesus, pela intercessão de Sua Mãe, Maria Santíssima, a graça de nunca pecar, pois o pecado é o maior castigo que damos a nós mesmos quando o cometemos. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 6 de abril de 2025

Homilia do 5°Dom da Quaresma...

 Homilia do 5°Dom da Quaresma (Jo 8,1-11)(06/04/25)

1. Caríssimos, vivemos em meio à finitude humana, todos nós em algum momento de nossa vida por alguma razão ou tentação cometemos faltas, ou seja, desvio de reta conduta, e desse modo, prejudicamos à nós mesmos e aos outros. 

2. Por isso, precisamos de verdadeiro arrependimento com as devidas desculpas e as reparações dos danos causados, para voltarmos ao bom convívio e à paz que perdemos por conta de tais atos.

3. Com efeito, esta liturgia de hoje é como um bálsamo para as almas que realmente cultivam o bem para o qual fomos criados; por outro lado, ela também nos mostra o mal que somos capazes de fazer quando não buscamos uma vida de justiça e santidade, isto é, quando não nos deixamos conduzir pela graça advinda da obediência aos santos mandamentos da Lei de Deus.

4. No Evangelho de hoje vemos que todo pecador carrega a culpa dos seus pecados gravada em sua alma e por isso frequentemente tenta projeta-la condenando os outros, como é o caso dos mestres da lei e fariseus. 

5. Porém, quando confrontados com a justiça divina, recuam de seus atos perversos, para dar lugar à misericórdia e à bondade do Senhor que sempre perdoa e nos ensina à não mais pecar, como vimos neste episódio da mulher adúltera.

6. "Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. 

7. Portanto, caríssimos, um dos piores pecados que se comete na face da terra é o falso juízo, e por incrível que pareça é o que mais constatamos neste mundo. Quem dera vermos a prática constante dos atos de misericórdia, de amor e de bondade, certamente se evitaria a condenação de inocentes; e por outro lado, ajudaria os perversos a reverem os seus atos maléficos e não tornar a pratica-los. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMCinv.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Deus escolheu a via dolorosa para nos salvar...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,17-30)(02/04/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, existe no ser humano uma tendência de querer atingir a Onipotência Divina por si mesmo, na verdade, isso é resquício da primeira tentação: "Vós sereis como Deus conhecedores do bem e do mal." 

2. Ora, essa tentação é uma grande mentira, como também todas as outras o são, tendo em vista que não passamos de um simples sopro de vida. De fato, todos aqueles que cometem esse terrível pecado são tomados pela arrogância e a prepotência que os corroe e os leva à autodestruição.
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3. Com efeito, em todas as situações de sua vida o Senhor Jesus nos ensina por palavras e atos que a Onipotência é atributo divino e que viver pela virtude da obediência na dependência do Pai é a maior de todas as graças. 

4. E isso é comprovado pelo seu rebaixamento à miserável condição que o pecado nos impôs, para que por meio de sua imolação voltássemos à plena comunhão com a vontade do Pai para assim participarmos de sua natureza divina.
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5. Existem várias passagens bíblicas onde o Senhor Jesus nos ensina que a graça da perfeição tem seu fundamento na humilhação de si mesmo para desse modo vencermos todo o mal que está no mundo e que se levanta contra a vontade de Deus. 

6. Vejamos alguns exemplos: "Eu não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou." (Jo 5,30). "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida por muitos." (Mt 20,28). "Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e aquele que serve a todos!" (Mc 9,35).
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7. Portanto, caríssimos, como foi difícil para o Senhor ser incompreendido, humilhado, rejeitado, perseguido e morto pelo fato de comunicar a verdade que liberta todos os seres humanos do pecado e do mal que os escraviza e os leva à perdição. Contudo, o Senhor nos mostrou, por seu sacrifício cruento, que esse é o único caminho pelo qual nos conduz à Glória do Pai.
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8. Então, quem está disposto a segui-lo? Para isto escutemos esta sua exortação: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perde-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9, 24).

9. De fato, não existe seguimento fiel sem a renúncia de si mesmo, nem existe amor verdadeiro sem sofrimento e dor, isto porque a verdade por mais dolorosa que seja ela nunca volta atrás porque é a única via de salvação.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de abril de 2025

Não somos juízes uns dos outros, mas irmãos e irmãs que se amam em Cristo Jesus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,1-16)(01/04/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a vida vivida em Deus é plena das virtudes do amor, da misericórdia, bondade, humildade, mansidão, autodomínio e todas as outras virtudes que nos identificam com Cristo; fora disso, não há nada que nos faça viver plenamente felizes e unidos uns aos outros. 

2. Por isso, peçamos ao Senhor Jesus que nos ajude à superar nossas misérias, principalmente a tentação de julgar-nos uns aos outros, como se fôssemos juízes e não réus; de fato, essa é uma das tentações mais frequentes que sofremos neste mundo.

3. A liturgia de hoje nos mostra que precisamos viver interiormente em comunhão com Deus para externa-la por atos de compaixão, misericórdia e bons conselhos, como fez o Senhor Jesus no Evangelho de hoje ao curar o paralítico à beira da piscina de Betesda.

4. Por outro lado, nos mostra também a atitude intolerante daqueles que vivem uma fé meramente legalista e inquisitória em que não há espaço para as virtudes nem para o respeito à liberdade dos outros. De fato, uma alma legalista repleta de falsos juízos, tende sempre a condenar os outros, por isso, nem percebe que se condena à si mesma.

5. Com efeito, quando pela oração e as outras práticas piedosas procuramos viver não presença do Senhor, eliminamos de nossas mentes as distrações, os juízos temerários, o egoísmo e as outras práticas nefastas que nos tira da Sua presença, por ocupar os espaços que somente à Ele pertence em nossas almas.

6. Portanto, caríssimos, quem perde tempo bisbilhotando a vida dos outros dificilmente se santifica, porque tempo é vida, e quem dá tempo a Deus recebe todas as graças e bênçãos, e com elas a vida eterna; mas, quem tira o tempo de Deus para dar à outras coisas que não são Dele, nada
tem além do tempo perdido e do vazio existencial advindo de tal desvario.

7. Por isso, disse São Paulo: "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,9-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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