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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

É preciso vencer a indiferença para seguir a Cristo...


 ## 📖 Pequeno Sermão de Cada Dia – Frei Fernando Maria OFMConv.


**Evangelho: Lc 7,31-35 – 17/09/2025**
**Festa: As Chagas de São Francisco de Assis**

### ✨ Destaques em tópicos

* **Dom das chagas de São Francisco**
  A Igreja e a família franciscana celebram hoje o dom das chagas recebido por São Francisco de Assis, que o configurou a Cristo como um verdadeiro *alter Christus*, pobre e humilde como o Senhor.

* **Perigo da indiferença espiritual**
  Quando o homem não vive em comunhão com Deus, cai facilmente na indiferença e se afasta da oração, dos mandamentos e dos sacramentos, que não são imposições, mas dons de amor e proteção.

* **A tentação do julgamento**
  A fragilidade humana é explorada pelo inimigo, que nos leva a julgar os outros e a ignorar as maravilhas de Deus, esquecendo que Ele nos sustenta e espera sempre a nossa conversão.

* **Raiz da rejeição a Cristo**
  No Evangelho, Jesus mostra que a indiferença e a dureza de coração brotam da falta de fé e do falso julgamento: João Batista foi acusado de estar possuído, e o próprio Cristo de ser “comilão e beberrão”.

* **O verdadeiro discernimento**
  Quem cultiva a vida eterna em Cristo reconhece que a obediência e o amor incondicional são os frutos autênticos que nos mantêm firmes na comunhão com Deus.

* **O uso de nossas capacidades**
  Se podemos usar nossas forças para o pecado, muito mais devemos utilizá-las para amar e praticar o bem, pois essa é a vontade de Deus.

* **A oração como dom do Espírito**
  Rezar é amar e ser amado por Deus. Pela oração, somos transformados e chamados a amar inclusive os inimigos, como ensina Jesus no Evangelho: amar, fazer o bem e rezar até por quem nos persegue.

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### 🌿 Espiritualidade Franciscana

São Francisco, marcado com as chagas de Cristo, nos ensina que a verdadeira configuração ao Senhor passa pela humildade, pelo amor radical e pela compaixão sem limites. O franciscano não vive de aparência ou indiferença, mas de obediência alegre ao Evangelho, vendo em cada pessoa um irmão a ser amado.

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### 🔑 Conclusão

O Evangelho de hoje nos recorda que a indiferença espiritual e o falso julgamento afastam do verdadeiro sentido da fé. O testemunho de São Francisco mostra que a sabedoria de Deus se revela na humildade e na cruz. Seguir Jesus é viver no amor incondicional, na obediência confiante e na oração que transforma a vida.

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### 🙏 Oração Final

“Senhor Jesus Cristo, que revelastes a plenitude do amor de Deus na cruz, concedei-nos, pela intercessão de São Francisco estigmatizado, um coração humilde e dócil, capaz de amar sem distinção, de rezar pelos que nos perseguem e de viver sempre na alegria da Tua presença.
Santa Mãe das Dores, ensinai-nos a permanecer fiéis junto à cruz, para que nossas vidas sejam sinais da misericórdia de Deus no mundo. Amém.”

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🌸 **Paz e Bem!**

domingo, 14 de setembro de 2025


 Festa da exaltação da Santa Cruz (Jo 3,13-17)(14/09/25)


1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, sinal eterno da nossa libertação e salvação do pecado, da morte e do inferno, como também de todo mal. De modo que, ao traçarmos sobre nós o sinal da cruz, tal gesto significa a nossa pertença a Cristo e a permanente garantia da nossa redenção eterna pelo seu sangue derramado em expiação dos nossos pecados e os do mundo inteiro.

2. Com efeito, Deus poderia ter escolhido um outro meio para nos salvar, no entanto, Ele mesmo quis assumir a nossa miserável condição, menos o pecado, por meio do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que padeceu, foi crucificado, morreu e ressuscitou para nos libertar definitivamente e nos acolher no Seu Reino de justiça e paz. Desse modo, nos ensinou que não existe meio mais eficaz pelo qual devamos ser salvos.

3. De fato, a cruz é o grande mistério do amor de Deus por nós, como Jesus nos ensinou: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (Jo 15,13). E são Paulo completa: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,6-8).

4. Ora, mas como entender que Deus infinitamente poderoso se deixou dominar e ser morto numa cruz como se fosse um facínora; de modo que, sem nenhuma reação, entregou-se nas mãos dos pecadores que lhe impuseram os mais terríveis tormentos e morte humilhante? 

5. Só o amor explica isso, como Ele mesmo disse no Evangelho de hoje: "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna." (Jo 4,16).

6. Portanto, caríssimos, crer no Senhor Jesus, é ama-lo, é segui-lo fielmente sem jamais se lamentar quando passamos por nossos momentos de cruz que são os sofrimentos advindos dos nossos pecados e dos pecados dos outros. Ora, o Senhor Jesus totalmente inocente foi barbaramente crucificado; e nós que somos culpados, o que dizer? Olhemos, então, para a cruz do Senhor porque ela é a nossa única consolação e esperança de vida eterna.

7. Destarte, rezemos com amor esta belíssima oração em honra da Santa Cruz composta por são Francisco de Assis: "Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas Igrejas que estão no mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 13 de setembro de 2025

Não basta dizer: Senhor, Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,43-49)(13/09/25)


1. Caríssimos, estamos no tempo das distrações que tentam tirar de nós a atenção das coisas que diz respeito à nossa fé e a Deus, nos afastando da oração, da piedade, da prática da Palavra e das virtudes eternas; levando-nos a perder tempo com tudo o que é fútil e nada aproveitável ao nosso estado de graça, de forma que facilmente caímos no esgotamento espiritual e no desânimo.

2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a fazer uma leitura desta nossa realidade tecnológica onde o celular tenta tomar todo o nosso tempo como se um deus fosse, por meio, das redes sociais, jogos eletrônicos, sites ideológicos, formadores de opiniões, infueciadores e tantas outras modalidades difícil até de enumerar. 

3. De modo que, não se pode pensar a vida hoje em dia sem o famigerado celular com seus apetrechos e suas "facilidades", como por exemplo, o Dr Google e sua manipulação dos nossos dados, a Inteligência Artificial e o querer substituir o nosso pensar e por aí vai. 

4. Ora, por tudo isso, eis o que diz o Senhor: "O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?" (Lc 6,45-46). Ou seja, diante dessas palavras, quem somos?

5. De fato, pelo o que acabamos de escutar do Senhor, dificilmente encontramos no mundo de hoje aqueles lhe dão tempo, e por isso, os testemunhos autênticos da sua presença são tão escassos, diria até que são raros em comparação com aqueles que buscam agradar ao mundo procurando fama, poder e prazer, ao invés de agradar ao Senhor que nos dá a vida eterna como nos ensinou são Paulo na primeira leitura.

6. Comentando esse Evangelho disse, o Papa Francisco, de feliz memória: "Existem cristãos só de aparência, que se pintam de cristãos e na hora da prova só mostram a maquiagem. Eis a tentação da maquiagem. Não basta dizer "Senhor, eu sou cristão" para o ser verdadeiramente. Ele diz: não é suficiente repetir "Senhor, Senhor!" para entrar no Reino. É preciso cumprir a vontade do Pai e praticar a Palavra. Eis a diferença entre o cristão de vida e o de aparência." (Papa Francisco, 04/12/14).

7. Portanto, caríssimos, com base no que nos ensinou o Senhor Jesus, são pelos frutos que todos conhecerão que vivemos em comunhão com Ele ou não. De uma coisa fiquemos certos, a fé autêntica revela quem realmente se deixa conduzir pelo Espírito Santo, porque estes dão frutos da vida eterna, que o revela.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Para quê julgar o próximo?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,39-42)(12/09/25)


1. Caríssimos, existe uma tentação que nos impulsiona a usar de juízo de valor com os outros, ou seja, medindo-os com as nossas medidas, mesmo sabendo que nenhum de nós seja justo ou inocente diante de Deus, pois não passamos de um sopro. 

2. E com isso não percebemos que ao emitirmos tais juízos trazemos para dentro de nós todos os pecados julgados e a imagem negativa dos que julgamos; e isso ocupa o espaço da misericórdia divina em nossas almas nos tirando a paz e a alegria de viver.

3. Com efeito, os maus juízos nascem no coração dos que vivem, não conforme os santos ensinamentos de Cristo, mas conforme o individualismo e a hipocrisia que os invade quando emitem juízos temerários esquecendo que na verdade julgam e condenam à si mesmos. 

4. Por outro lado, os que não julgam os outros como o Senhor Jesus nos ensina, usam sempre de misericórdia, porque sabem que serão julgados do mesmo modo que julgarem os outros, ou seja, não somos juízes uns dos outros, mas irmãos e irmãs à caminho do juízo final. 

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus enfatiza o quanto é perigoso usar de juízo temerário, pois quem o faz deixa de lado a sua misericórdia, desprezando com isso, a bondade e o amor de Deus, para ceder a tentação da inimizade e da divisão, atitudes tipicamente maléficas portadoras da maledicência e calúnia, que tornam a convivência humana um verdadeiro inferno.

6. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor e ponhamos em prática a Sua Santa Palavra: "Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. (Lc 6,41-42).

7. Destarte, fiquemos atentos, pois, é assim que seremos julgados pelo justo Juiz de nossas almas; bem como nos ensinou são Tiago: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

As Bem-aventuranças, itinerário para o céu...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,20-26)(10/09/25)


1. Caríssimos, a tendência de quem vê o mundo a partir dos pecados do mundo, é querer culpar Deus, por isso, não compreende que tudo o que Deus criou são dádivas da sua benevolência para todos, e porque tudo é bom, belo e perfeito, de igual modo deveria ser vivido assim. O problema é a tomada de posse do que não nos pertence, por isso, esse comportamento gera desconforto, divisão, ódio, violência e morte.

2. No Evangelho de hoje o Senhor "Jesus levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! 

3. Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas." (Lc 6, 20b-23).

4. De fato, poderíamos até pensar que o Senhor Jesus está usando de um certo conformismo nesse seu ensinamento, mas na verdade, Ele faz uma inversão de valores, pois, para quem vive apegado às coisas deste mundo dificilmente compreenderá que é Deus quem sofre nos seus filhos e filhas para salva-los de suas provações, como o fez com seu Filho Jesus. 

5. Desse modo nos ensina que as riquezas e vantagens deste mundo não passam de cinza, porque o verdadeiro Bem é o próprio Deus, e quem a Ele tem nada lhe falta. Por isso, o que neste mundo renunciamos é infinitamente muito pouco em comparação com a felicidade eterna que nos será dada no Reino dos céus. 

6. Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Aqueles que progridem nestas coisas são felizes e serão bem-aventurados. Deus, para se entregar a nós, escolhe muitas vezes caminhos impensáveis, quem sabe os das nossas limitações, das nossas lágrimas, das nossas derrotas. 

7. É a alegria pascal de que falam os irmãos e irmãs orientais, aquela que tem os estigmas mas está viva, passou pela morte e experimentou o poder de Deus. As Bem-aventuranças conduzem-nos à alegria, sempre; são o caminho da alegria este caminho tão belo, tão seguro da felicidade que o Senhor nos concede." Papa Francisco - Audiência Geral, 29/01/2020).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Todos somos chamados por Cristo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,12-19)(09/09/25)


Caríssimos, a fé que recebemos no batismo se torna em Cristo a nossa maior segurança, porque é cheia da esperança no mundo novo que há de vir. De fato, o justo vive da fé, não porque se justifica à si mesmo, mas, porque recebe de Cristo o perdão dos pecados e a convivência com Ele aqui e por toda a eternidade como nos ensinou são Paulo na primeira leitura.

Com efeito, assim como não existe a vida natural sem os elementos essenciais que a mantém, de igual modo não existe a vida sobrenatural que vem de Deus sem o estado de graça que o Senhor Jesus concede aos que Nele permanecem fielmente (cf. Jo 15,5). Bem como escreveu são Paulo: "Porque para mim viver é Cristo e o morrer é lucro." (Fl 1,21).

De fato, em nosso estado natural não passamos de um sopro; por outro lado, no estado de graça, já não somos nós que vivemos, mas, é Cristo que vive em nós; e a vida que ora vivemos na carne, a vivemos por amor ao Filho de Deus que nos amou e se entregou ao Pai por nós como sacrifício de agradável odor (cf. Gl 2,20; Ef 5,1-2). 

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus se recolheu em oração para a escolha dos Apóstolos, e os escolheu como representantes do novo povo de Deus, a Igreja, a fim de resgatar o povo da antiga aliança, e toda a humanidade. Para que a benção que Deus deu a Abraão se estendesse à todos os homens e mulheres de todos os tempos, com exceção daqueles que como Judas, traem o Senhor e por isso rejeitam a salvação que Ele nos trouxe.

Portanto, caríssimos, todos os que são batizados e os que serão, foram escolhidos por Cristo para viverem como seus discípulos e anunciarem a salvação que Ele concede à todos que o amam e o seguem fielmente até o fim, pois, neste mundo tudo passa, mas aqueles que são fiéis ao Senhor, permanecem Nele aqui e por toda a eternidade.

Destarte, peçamos à Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe, que nos ajudo no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, amando-o sobre todas as coisas, e fazendo tudo o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5). Pois, é isso o que transforma a nossa vida e a vida de toda a humanidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Natividade de Nossa Senhora...


 Festa da Natividade de Nossa Senhora (Mt 1,1-16.18-23)(08/09/25)


1. Caríssimos, com grande alegria a Igreja hoje celebra a Festa da Natividade de nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe. Com efeito, num mundo em que o pecado aparentemente reina, e por isso, está repleto de tantas misérias advindas da prática pecaminosa. 

2. Deus nos apresenta a Sua Mãe Imaculada, isto é, sem mácula, sem a mancha do pecado, com a missão de nos trazer o salvador pelo sim incondicional ao seu plano salvífico para nos libertar definitivamente do pecado e de todo mal que o pecado gera.

3. Como vimos nas leituras de hoje, Deus sempre age por sua infinita bondade para nos dar os seus maiores tesouros por meio daquela que Ele escolheu como Mãe, porque quis ser como um de nós, exceto no pecado; e para isso a criou Santa, Imaculada, como Arca da Nova Aliança, que guarda a sua Divina Palavra com a qual criou todas as coisas, e pela qual renova todas as coisas. 

4. Com efeito, Maria Santíssima, é a nova Eva, porém, com um diferencial mais que sublime em relação à primeira Eva, ou seja, ela jamais dialogou com o inimigo, pelo contrário, dialogou somente com Deus por meio do Anjo Gabriel.

5. E desse modo, cumpriu a sua missão de gerar o nosso Salvador, por isso, todas as gerações a proclamarão bem-aventurada, porque o todo poderoso fez nela grandes coisas e cujo nome é Santo, como ela mesma canta no Magnificat (cf Lc 1,46-55).

6. Decerto, celebrar a Festa da Natividade de nossa Senhora, é celebrar o nascimento da nova humanidade, pois, esta é a missão do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu do seu ventre, por obra e graça do Espírito Santo, para renovar todas as coisas, como está escrito: "Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap. 21,5). 
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7. Portanto, caríssimos, cantemos com imensa alegria o mesmo hino que Maria cantou a Deus quando foi escolhida: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo." (Lc 1,46-49).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de setembro de 2025

Só existe verdadeira liberdade em Cristo Jesus...

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,1-5)(06/09/25)

1. Caríssimos, a liberdade humana é verdadeira somente se ela é vivida em Cristo; fora Dele não existe, pois somente Cristo nos conduz à liberdade eterna que nos liberta das amarras da finitude deste mundo.

2. Com efeito, o nosso livre arbítrio não significa fazer o que se quer, onde, como e quando quiser, porque no mais das vezes as consequências advindas da imperfeição do pecado são desastrosas e levam à perda da liberdade e à morte.

3. Decerto, analisando o que foi dito naturalmente surge a pergunta: e como fazer para vencer essas imperfeições? Como também foi dito acima: seguindo a Cristo, caminho, verdade e vida, o único que nos conduz ao Pai. Nele realmente nos sentimos seguros mesmo padecendo toda espécie de perseguição e constrangimento como Ele mesmo padeceu.

4. O graça de crer em Cristo e segui-lo no seio da Sua Santa Igreja, é ter a certeza de que Ele está sempre conosco, e se sofremos Ele também sofre conosco, porém, nos consola para não desanimarmos na luta contra o pecado, que na verdade, é o nosso maior inimigo, porque tem sua origem no maligno.

5. No Evangelho de hoje, "Num dia de sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Ao que o Senhor respondeu com o exemplo do rei Davi, que por conta da fome violou a lei comendo os pães consagrados, o que somente aos sacerdotes era lícito fazer.

6. Portanto, caríssimos, no final desse Evangelho Jesus afirmou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”. (Lc 6,5). Ora, essa afirmação nos revela qual seja o verdadeiro sentido da Lei, ser o pedagogo que conduz todos a Cristo, que recebeu do Pai a missão de nos salvar.
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7. Destarte, interpretar a Lei com o rigorismo moralista farisaico, é torna-la letra morta; é tirar dela o amor e a misericórdia, tornando-a inútil, ou seja, apenas letra que julga, condena e mata, como fizeram com o Senhor Jesus. 
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8. Escutemos, então, com amor e atenção este chamado do Senhor: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mt 11,29-30).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Dificilmente um rico entra no Reino de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,23-30)(19/08/25)

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1. Caríssimos, meditando o que o Senhor nos ensina na liturgia de hoje, vemos que somente com o seu poder, resistimos ao mal e o vencemos; com efeito, no Evangelho de São João, Ele já o havia dito: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).
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2. Ora, isso significa que não devemos pôr nossa segurança nas coisas que passam, pois, como tudo na vida, as coisas só têm sentido quando nos levam a cumprir a vontade de Deus, e isso quando delas usufruímos com o propósito do bem comum; caso contrário, é vão todo esforço que aqui se faz com a intenção de acumular para si os bens que passam.
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3. Infelizmente, a riqueza material tem sido a fonte da perdição eterna para muitos que se apegam a ela se esquecendo que deste mundo nada levamos a não ser as virtudes eternas que aqui cultivamos como tesouros que ajuntamos no céu para deles usufruírmos quando lá chegarmos. 
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4. De fato, esquife não tem gavetas, nem mortalha tem bolsos, ou seja, tudo o que é matéria não passa de cinza que se esvai com o fim de todas as coisas. Por isso, escutemos atentamente o Senhor: "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!" (Mt 5,3).

5. "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração." (Mt 16,28;6,19-21).
6. Comentando esse Evangelho disse são Charles de Foucauld: "Deus não vinculou a salvação à ciência, à inteligência, à riqueza, a uma longa experiência, a dons raros que nem todos receberam; vinculou-a a algo que está ao alcance de todos, absolutamente todos," vinculou-a à virtude da pobreza dando Ele mesmo o exemplo. 

7. "Tenhamos esperança, pois que, pela misericórdia de Deus, a salvação está muito perto de nós, está nas nossas mãos, e basta-nos um pouco de boa vontade para a alcançar." 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Se queres ser perfeito...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA Dia (Mt 19,16-22)(18/08/25)


1. Caríssimos, a vida sem ídolos é também sem impecilhos, sem impedimentos e sem enganos, porque é a vida vivida em Deus e para Deus, a exemplo de Maria Santíssima e de todos os santos e santas que seguiram nosso Senhor Jesus Cristo, o seu Filho amado, que veio a este mundo para nos libertar do pecado e nos dar a vida eterna.

2. No Evangelho de hoje um jovem encontrou Jesus e lhe fez uma pergunta fundamental que todos nós precisamos responder com a própria vida: "Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Antes de escutar a resposta de Jesus, analisemos essa pergunda: primeiro o jovem reconhece que Jesus é o Mestre; depois, tem consciência de que precisa fazer algo de bom, porque, acredita na vida eterna, mas sente que não a tem ainda.

3. Jesus então respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. A partir dessa resposta o jovem começa agir como um insensato, pois, conhece os mandamentos, mas finge não conhecer, uma vez que pergunta ao Senhor: "Quais mandamentos?" 

4. Jesus então lhe dá uma aula de catequese: "Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”. O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 

5. Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico."

6. Comentando esse Evangelho disse o saudoso Papa Francisco: "O jovem não se deixou conquistar pelo olhar de amor de Jesus, e deste modo não conseguiu mudar. Somente acolhendo o amor do Senhor com gratidão humilde poderemos libertar-nos da sedução dos ídolos e da cegueira das nossas ilusões.

7. O dinheiro, o prazer e o sucesso deslumbram, mas depois decepcionam: prometem a vida, mas causam a morte. O Senhor pede-nos que nos desapeguemos destas falsas riquezas para entrar na vida verdadeira, na vida plena, autêntica, luminosa. Que a Virgem Maria nos ajude a abrir o coração ao amor de Jesus, ao olhar de Jesus, o Único que pode saciar a nossa sede de felicidade." (Papa Francisco, Angelus, 11/10/15).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 17 de agosto de 2025

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA...


 Homilia da Solenidade da Assunção de N.Senhora (Lc 1,39-56)(17/08/25). 


1. Caríssimos, a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma homenagem que a Igreja dedica à Mãe de Deus, mas uma solene proclamação dos seus louvores por tudo o que Deus realizou em sua vida e por meio de sua vida no cumprimento de Sua vontade, como a Virgem mesmo cantou no magníficat: "O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o Seu Nome."

2. Com efeito, a grandeza de Maria advém de sua escolha para ser a Mãe de Deus, pois somente Deus pode fazer acontecer por seu desígnio esse grande mistério de amor, torna-se humano sem deixar de ser Deus, no seio daquela que o gerou. 

3. Assim, celebrar a Assunção de Nossa Senhora ao céu é glorificar à Deus que trouxe o céu ao seu seio divinal, pela gestação de seu Filho Jesus Cristo por obra e graça do Espírito Santo.

4. Ora, isso demonstra que Deus tudo pode e nenhuma criatura jamais poderá se interpor ou agir contra os seus desígnios de amor para conosco sem ter Dele a resposta conforme o Seu Poder. São Paulo, na Carta aos Romanos, escreveu: "Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos. 

5. Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém." (Rm 11,33-35).

6. Ó Santíssima Mãe de Deus, assunta ao céu em corpo e alma, rogai por nós que recorremos à vós, e por todos quantos a vós não recorrem de modo especial pelos inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a vós estão recomendados. 

7. Acampa Mãe querida em nossas almas, em nossa vida, com são José, vosso castíssimo esposo e com os nossos santos intercessores para que somente a vontade de Deus aconteça, por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo na graça do Espírito Santo. Amém! 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 16 de agosto de 2025

Deixai vir a mim as crianças...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,13-15)(16/08/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a inocência é a virtude própria das almas consagradas a Deus mediante o batismo, elas são como crianças cuja pureza atrai a atenção e as bênçãos do Senhor Jesus, como vimos no Evangelho de hoje. 

2. Ora, enquanto os discípulos as repreendiam, como se elas fossem importunar o Senhor, ao contrário, Ele as acolheu com um profundo afeto, impondo-lhes as mãos e as abençoou, dizendo: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”.

3. Com efeito, as atitudes e palavras do Senhor nos leva a compreender que viver na sua presença e em comunhão com Ele, é ser como uma criança inocente sem maldade alguma, é viver candidamente como seus discípulos, livres dos maus juízos, dos pensamentos vãos, desordenados e estranhos; em suma, é nos deixar conduzir pelo Santo Espírito.

4. Decerto, todas as coisas que vemos são obras das mãos de Deus, por isso, são sempre boas e fazem o bem a todos. No entanto, em se tratando dos afetos e dos relacionamentos humanos quando não advindos da comunhão com Deus, eles se tornam pedras de tropeço que só causam mal estar em quem os reproduz. 

5. É por isso, que vivemos em meio à tantas discórdias, brigas e desentendimentos, exatamente por não vivermos a inocência recebida do Senhor quando nos criou à sua imagem e semelhança.

6. De fato, à medida que reconhecemos as obras de Deus e delas cuidamos com afeto sincero, mantemos a nossa comunhão com Ele e entre nós, de modo que, realizamos a Sua vontade nas simples tarefas que cumprimos como sendo do seu agrado. 

7. Em outras palavras, isto significa vivermos como crianças, cujo único objetivo é participarmos desde já do Reino dos céus, pois, haveremos de colher na eternidade o que plantamos no tempo que nos foi dado.

8. Portanto, caríssimos, viver em Cristo Jesus sob os seus cuidados, é viver como filhos e filhas amados que encontram Nelo o afeto descrito na página do Evangelho de hoje, na qual Ele recebe as crianças com carinho e atenção, impõe-lhes as mãos as abençoando. 

9. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça de sermos como crianças que o encontram em meio às tribulações desta vida, recebem o Seu afeto, a sua oração e a sua benção, para o seguirmos fielmente como seus verdadeiros discípulos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O que Deus uniu, o homem não separe ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,3-12)(15/08/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, o fato de existirmos é uma vocação e demonstra o quanto somos importantes aos olhos de Deus; e foi por isso que Ele começou a criação por aquilo que serviria de abrigo e proteção para os seus filhos e filhas, fazendo dela a casa comum de todos. 

2. De fato, sem a presença humana em meio à criação nada teria sentido neste mundo, pois como meditamos no livro do Gênesis: Deus tudo criou por amor, e deu ao homem e a mulher o cuidado de todas as coisas criadas, os uniu em matrimônio, como vemos a seguir: "Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a." (Gn 1,28).

3. Desse modo, pela união matrimonial entre o homem e a mulher, Deus realiza o seu plano de amor e felicidade para ambos, de modo que fora de sua vontade não existe felicidade. Por esse motivo jamais podemos ser coniventes com o pecado das pretensas uniões contra a natureza, tão em voga no mundo de hoje, pois elas são totalmente contrárias a vontade de Deus estabelecida desde o início da criação.

4. Aqui não se trata de descriminação pelas escolhas sexuais que fazem os que tomam tal decisão; mas, trata-se de discernir claramente a vontade de Deus e po-la em prática. Quanto aos que escolhem viver o contrário da vontade de Deus, que o vivam, mas não queiram impor seu modo de viver aos demais como se a escolha pela vontade de Deus fosse errada.

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revela que o matrimônio é uma vocação e que nem todos são chamados a ela, ou seja, existem outras vocações às quais Deus chama seus filhos e filhas à santidade de vida no cumprimento de seus desígnios, da sua santa vontade. 

6. Portanto, caríssimos, conforme as Palavras do Senhor: "Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda” (Mt 19,11-12).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Senhor quantas vezes devo perdoar meu irmão?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-19,1)(14/08/25).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, o amor com que somos amados por Deus é incomparável; e nada nem ninguém jamais poderá superá-lo. De fato, somos obras de suas mãos, criados em seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e por Ele adotados como filhos para o louvor da sua glória.
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2. É bem como escreveu São Paulo na Carta aos Colossenses: "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele." (Cl 1,16).
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3. E continua Paulo na Carta aos Efésios: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência." (Ef 1,7).
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4. No Evangelho de hoje, vimos que a nossa redenção se dá mediante a remissão dos pecados, isto é, pelo perdão que recebemos e damos, pois, como disse o Senhor: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 

5. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15). Ou seja, o perdão é condição indispensável para a nossa salvação: "Perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,37).
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6. Sem dúvida, a prova de que Deus nos ama é a presença visível de Seu Filho no mundo nos dando conhecer quem Ele é, e como demonstra o seu amor perdoando os nossos pecados. Bem como escreveu São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16).
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7. Portanto, caríssimos, amar é perdoar sempre sem jamais deixar de fazê-lo, porque é isso o que Deus faz conosco. "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados." (1Jo 4,8-10).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

A correção fraterna ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 18,15-20)(13/08/25)

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1. Caríssimos, nenhum de nós é santo o bastante para dizer que nunca pecou ou nunca sofreu por causa do pecado dos outros. Por isso, precisamos da graça santificante do Senhor para nos mantermos em comunhão com Ele e entre nós; e assim vencermos as tentações e sermos livres de todo pecado, pois, só existe pecado onde falta a comunhão com o Senhor.
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2. Com efeito, a nossa convivência fraterna depende cem por cento da nossa convivência com Deus, e esta se dá mediante a oração e a prática da Sua Palavra, porque sem essas graças nos tornamos presas fáceis do espírito de divisão.
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3. Decerto, como vimos no Evangelho de hoje, a essência do amor fraterno consiste em viver reconciliados com Deus e entre nós. Tudo o que não satisfaz esse requisito não nos convém; então, que a nossa vida seja sempre uma expressão do perdão que damos e recebemos.
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4. De fato, o princípio cristão da unidade tem como base o amor e a misericórdia de Cristo, vividos até as últimas consequências, isto é, até a total ausência de qualquer discórdia ou divisão, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, como fez o Senhor Jesus, a fim de nos reconciliar com o Pai.
5. Por isso, não creiam naqueles que se dizem cristãos e pregam a divisão da Igreja, pois, ela é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos seus membros (cf. Col 1,18). Ou seja, quem realmente é Igreja evita todo tipo de julgamento, crítica ou condenação do próximo; para isso perdoa sempre e se torna exemplo de unidade e de paz. 

6. Pois, todo aquele que prega a divisão, o faz contrariando esta palavra do Senhor: "Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos." (Mt 5,44-45).
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7. Portanto, caríssimos, qualquer palavra fora da Palavra de Cristo, não passa de falso ensinamento advindo do inimigo de nossas almas. E o perfeito discernimento para compreendermos isso, é a falta de paz e harmonia entre nós.
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8. Destarte, escutemos atentamente esta oração do Senhor: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17,20-21).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 10 de agosto de 2025

Homilia do 19°Dom tempo comum...


 Homilia do 19°Dom do tempo comum (10/08/25)(Lc 12,32-48)

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1. Caríssimos, o seguimento de Cristo é um trabalhar constante a nossa salvação; tudo o que o primeiro pecado tirou de nós, o Senhor o repôs ao infinito por meio do nosso batismo, desse modo, nos deu todas as graças necessárias para sermos fiéis até o fim nos seus propósitos de nos fazer santos como Ele é Santo. 
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2. Com efeito, assim nos ensinou São Paulo: "Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna. (Rm 6,22). E acrescenta: "De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte. (Rm 8,1-2).
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Ora, a liturgia deste domingo nos mostra os feitos de Deus no meio do seu povo para o levar à terra prometida apesar da infidelidade desse mesmo povo. Decerto, todas as promessas divinas estão fundamentadas na fé e na esperança, pois o Senhor que nunca falha, realiza tudo o prometeu, todavia, pede de nós a fidelidade à sua aliança de amor e redenção.
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No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina que a fidelidade ao seu seguimento consiste na prática de Sua Palavra, que se dá por meio das obras de misericórdia que se transformam em tesouros que acumulamos no céu, "porque aonde está o vosso tesouro aí estará também o vosso coração." 

Ao mesmo tempo Ele nos exorta à vigilância como meio de vencermos as tentações que levam ao esfriamento da fé ou o abandono da mesma. Disse Ele: "Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar.
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Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 9 de agosto de 2025

Oração, fé, jejum e disciplina...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 17,14-20)(09/08/25).


1. Caríssimos, o Senhor Jesus no Evangelho de hoje nos ensina que a fé não tem medida porque é dom do Espírito Santo e que por ela tudo alcançamos; porém, essa mesma fé requer coerência e disciplina religiosa para atingir seu objetivo, por meio do jejum e da oração. 

2. Em outras palavras, não é uma questão litúrgica, uma vez que os Apóstolos usaram o ritual, as palavras certas e a oração, mas, como disse o Senhor, lhes faltou a fé e sua autoridade, traduzidas em convicção plena. 

3. Com efeito, vivemos num mundo dominado pelos vícios e por todos os pecados que nos afastam de Deus, e por isso, lutamos no campo dominado pelo inimigo, onde ele sabe muito bem como nos derrotar. 

4. Todavia, para não sermos presas de seus intentos, precisamos das armas espirituais que o Senhor Jesus nos indicou: fé, jejum, oração e disciplina interior, para assim vencermos todas as batalhas. 

5. E se agirmos desse modo, fiquemos certos, o Senhor estará sempre conosco, só precisamos permanecer fiéis aos seus ensinamentos, pois a nossa fidelidade nos mantém em permanente comunhão com Ele.

6. Portanto, escutemos, o que mais chama a atenção na vida dos homens e mulheres que seguiram Cristo é o amor e o serviço que prestaram a Ele para a salvação eterna das almas. Pois a fé e os dons do Espírito Santo e todas as graças derramadas, são iguais para todos, a única diferença é a dedicação com que viveram sua consagração ao Senhor. 

7. Com isso, podemos afirmar sem dúvida alguma que Santa Clara e São Francisco de Assis, são e continuarão sendo modelos perfeitos de fé e de entrega total a Deus, para todas as gerações. Seu exemplo de oração, de fé e disciplina religiosa os põe entre os grandes santos da Igreja, por isso, sua vida e seus escritos são fontes de inspiração para tantas jovens que seguindo a sua via de perfeição se consagraram para sempre ao Senhor. 

Santa Clara e São Francisco, rogai por nós...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Negar a cruz é negar Cristo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,24-28)(08/08/25)

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1. Caríssimos, de Deus conhecemos muito pouco se não o amarmos acima de todas as coisas e de nós mesmos. Não basta conhece-lo intelectualmente ou teologicamente se não confiarmos Nele de todo coração, e isso só é possível se renunciarmos a nós mesmos certos de que Ele é fiel e por isso, nunca nos abandona.
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2. No Evangelho de hoje eis o que o Senhor Jesus nos ensina a respeito do seu seguimento: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la." (Mt 16,24-25). Ora, como entender esse ensinamento do Senhor?
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3. A resposta a essa pergunta nos vem de são João da Cruz: "Quem está abrasado do amor de Deus não ambiciona outra coisa, não procura ganho nem recompensa, não aspira senão a tudo perder e a perder-se a si mesmo, no que se refere à própria vontade, por amor do seu Deus. A seus olhos, está aí o verdadeiro ganho. 
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4. E de fato é assim, de acordo com a palavra de São Paulo: «Morrer é lucro» (Fil 1,21), isto é, a minha morte por Cristo é um ganho; morrer espiritualmente para todas as coisas e para mim mesmo é um ganho. 
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5. Com efeito, quem não sabe perder-se não se ganha, mas perder-se, de acordo com esta palavra do Senhor no Evangelho: «Quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa há de encontra-la». 
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6. Se quisermos compreender esse versículo de maneira mais espiritual diremos: quando uma alma chegou, no seu caminho espiritual, ao ponto de perder todas as vias e todas as formas naturais de lidar com Deus; quando já não O procura pelas reflexões ou pelas imagens, nem pelo sentimento, nem por qualquer meio derivado dos sentidos e das coisas criadas;
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7. Mas, ultrapassando tudo isso, deixando todas as vias pessoais e todas as mediações, sejam elas quais forem, se relaciona com Deus e dele goza pela fé e pelo amor, pode dizer-se então que encontrou verdadeiramente a Deus, porque na verdade perdeu tudo o que não é Deus, e ela própria se perdeu verdadeiramente."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Tu és o Cristo, o Filho de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,13-23)(07/08/25)

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1. Caríssimos, frequentemente somos provados em nossa fé, nós que estamos passando pelo deserto deste mundo, aonde parece que Deus está ausente; é como se tudo fosse desmoronar; aonde a esperança não mais se faz tão viva; e enfim, onde parece que tudo vai nos faltar. É isso o que vimos na primeira leitura, visto que em pleno deserto, faltou ao povo eleito o elemento essencial da vida, a água.
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2. Ora, e como tudo na vida dos que creem vem da fé, ao ser pressionados, Moisés e Aarão recorreram ao Senhor que fez brotar da pedra bruta uma torrente de água que saciou a todos, homens e animais, por todo o tempo da peregrinação no deserto, e isso se tornou para eles um sinal da presença real de Deus em seu meio. 
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus fez uma pergunta essencial que todos precisamos responder sem duvidar ou fugir dela: "E vós, quem dizeis que eu sou?” De fato, pelas respostas dadas vimos que somente Pedro, por inspiração divina, respondeu perfeitamente. 
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4. Ora, mas, nem isso, o fez tão firme como pretendia, pois, logo que o Senhor lhe apresentou o deserto pelo qual haveria de passar para cumprir a vontade do Pai, Pedro o rejeitou prontamente, e por isso foi reprovado pelo Senhor a fim de que se corrigisse do seu erro.
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5. Decerto, nós que neste momento passamos pelo duro deserto deste mundo cheio de provações e dasafios da nossa fé, rumo ao Reino dos céus, precisamos identificar o Senhor Jesus, não apenas com palavras, mas sim, com a nossa adesão e o nosso amor incondicional a Ele, amparados pela prática das virtudes do Evangelho, e assim o testemunhar como Aquele que tanto nos amou e se entregou ao Pai em sacrifício de expiação para a nossa salvação.
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6. Portanto, caríssimos, não importa quanto tempo ainda temos para a nossa Páscoa definitiva, o que importa é a resposta que damos ao Senhor Jesus na certeza de que estamos na barca de Pedro, a Santa Igreja, que Ele lhe confiou com estas palavras: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.
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7. Por isso, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,16-19).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Festa da Transfiguração do Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,28b-36)(06/08/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Transfiguração do Senhor Jesus no monte Tabor diante dos Apóstolos Pedro, Tiago e João, é a revelação de sua Divindade e também a revelação da dimensão eterna que adentra no tempo para dar a conhecer a vontade de Deus, ou seja, o tempo está envolto pela eternidade e nele o Senhor se dá conhecer, mostrando-nos que tudo foi criado em vista dos tempos futuros.
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2. Com efeito, a visão profética de Daniel na primeira leitura é uma antecipação dos acontecimentos que se cumpriram com a vinda de Cristo e ainda se cumprirão na sua parusia (segunda vinda); de igual modo tudo o que o Senhor anunciou está se cumprindo integralmente em vista da plenitude do Reino de Deus que se realizará no fim dos tempos.
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3. Mas o que tudo isso quer nos dizer precisamente? Em verdade, isso nos diz o quanto precisamos estar preparados por uma vida santa e digna do Seu Reino; pois, no dia do juízo final toda a criação será passada a limpo, como o Senhor mesmo disse: "Eis que eu renovo todas as coisas". (Ap 21,5b). 

4. Em vista disso, escutemos atentamente o Senhor: "Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes." (Mt 24,42.44).
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5. Decerto, pela descrição do acontecimento profético da Transfiguração do Senhor toda a criação ficou conhecendo que o Seu Sacrifício Expiatório é a certeza da vida eterna por meio de Sua Ressurreição, pois nenhum poder resiste ao Poder infinito de Deus que se revela totalmente na fragilidade de nossa natureza, como vimos acontecer na crucifixão e morte de Cristo.
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6. Portanto, caríssimos, tudo o que nos foi revelado e estão se cumprindo nos chama à conversão como preparação para o dia do juízo final, sem dúvida quem viver verá o tesouro incomparável de beleza e santidade que Deus tem reservado como herança para aqueles que o amam por sua obediência e fidelidade. 
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7. Destarte, a transfiguração do Senhor Jesus revela aos Apóstolos que Ele é o Filho de Deus, ou seja, é Deus mesmo na nossa humanidade, para afastar deles o medo e a incredulidade por conta do escândalo da cruz. Desse modo, eles saberiam que não foi por fraqueza que o Senhor se entregou, mas por consentimento e livre vontade, para a salvação do mundo. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

«Tende confiança. Sou Eu. Não temais»


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,22-36)(05/08/25)

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1. Caríssimos, nós fazemos parte do povo de Deus e vivemos da fé na Sua presença que nos acompanha e nos conduz em meio às tempestades deste mundo rumo ao porto seguro da nossa salvação, o Reino dos Céus. 
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2. De fato, constantemente somos tentados, como Maria e Aarão, irmãos de Moisés, a julgar e reinvindicar para nós o que Deus concedeu aos seus escolhidos, e quando caímos em tal tentação somos punidos como o foram Maria e Aarão nesse episódio.
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3. Decerto, a lepra na pele da irmã de Moisés representa o pecado do falso juízo que carregava na alma, por isso, foi preciso o seu arrependimento e a intercessão de Moisés para que ela se libertasse do mal que fizera e das suas terríveis consequências. 
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4. Também em nosso tempo, são tantos os que carregam no estado mórbido de suas almas os pecados cometidos, gerando angústia, confusão, depressão e tantos outros males, tirando-lhes a paz e a alegria de viver. Por isso, precisam do arrependimento sincero, da confissão e do perdão sacramental para retornarem ao estado de graça.
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5. No Evangelho de hoje, depois de despedir as multidões, o Senhor Jesus se recolheu em oração para estar na presença do Pai e assim gozar do seu aconchego; enquanto isso os seus discípulos o esperavam mar adentro, quando foram surpreendidos por uma terrível ventania e tempestade que quase afunda a barca na qual estavam. 

6. No entanto, mais que de repente o Senhor Jesus lhes aparece andando sobre as águas em meio à tempestade, mas logo pensavam ser Ele um fantasma, tornado-se ainda mais embaraçosa a situação que estavam vivendo. Jesus, porém, lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. E Jesus respondeu: “Vem!”
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7. Com efeito, o mundo em que vivemos mais parece um mar revolto cheio de ventos fortes e tempestades, causadas pelos pecados aqui praticados, tornando-se quase impossível singra-lo rumo a um porto seguro aonde as águas são calmas em que todos possam viver a tranquilidade que tanto almejam. 
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8. Portanto, caríssimos, levando em conta o exemplo que vimos nesse episódio, acolhamos o Senhor Jesus na barca de nossas almas, porque somente Ele transforma as tempestades desta vida em águas tranquilas, pois a sua presença constante nos garante a certeza do céu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Quem a Deus tem nada lhe falta...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,13-21)(04/08/25)

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1. Caríssimos, para quem faz a vontade de Deus, até as más notícias que recebe são motivos para se dedicarem ainda mais a Ele e ao Seu Reino. No Evangelho de hoje ao receber a notícia do martírio de são João Batista, o Senhor Jesus retirou-se no deserto para orar e encontrar o Pai. 
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2. Com isso o Senhor nos ensina que em todos os momentos da vida, especialmente nos mais difíceis, precisamos encontrar o nosso Pai celestial em oração para permanecermos em comunhão com Ele.
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3. Ao mesmo tempo, vimos que as multidões famintas dos seus ensinamentos e dos sinais que realizava em seu favor, logo o procuraram, Ele teve compaixão, os curou, e saciou a sua fome do alimento corporal e da sua Divina Palavra que alimentava suas almas. 
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4. De fato, os homens e as mulheres daquele tempo nos impulsionam, com o seu exemplo de vida, a buscar o Senhor Jesus e escuta-lo atentamente para fazermos tudo o que Ele nos ensina, e assim sermos curados das enfermidades do corpo e da alma. 
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5. Quanto a esses dois episódios vemos quão importante são "o milagre da fé e da oração, suscitado pela compaixão e pelo amor" (Papa Francisco), que o Senhor Jesus tem para conosco que tanto precisamos.
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6. Desse modo, não basta procura-lo somente pelos sinais que realiza, mais que isso, precisamos nos entregar incondicionalmente ao Seu amor salvador, para nos sentirmos plenamente seguros da Sua presença e da sua proteção.
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7. De uma coisa fiquemos certos, ao acolhermos o Senhor Jesus em nossas almas e permanecermos intimamente unidos a Ele, nos tornamos seus sacrários vivos, de modo que, aonde vamos o portamos para todos os que encontramos em nosso caminho, para assim cumprirmos a Sua Divina Palavra.
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8. Portanto, caríssimos, amar a Deus e fazer a sua santa vontade, é crê no Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e obedecer a tudo o que Ele nos ensina, pois, somente assim cumpriremos a nossa missão de vivermos como filhos e filhas de Deus neste mundo. 

9. Caso contrário, de nada adianta dizer que acreditamos nele, se a nossa fé e as nossas obras não confirmarem que realmente pertencemos a Ele, bem como nos ensinou são João: "Aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 3 de agosto de 2025

Ajuntai para vós tesouro no céu...


 Homilia do 18°Dom do Tempo Comum (Lc 12,13-21)(03/08/25)

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1. Caríssimos, vivemos num mundo carente dos bens eternos; e isto porque o apego às riquezas deste mundo, levaram os seres humanos à não mais enxergarem os bens materiais como graças de Deus destinados à todos sem distinção de pessoas. E por esse motivo, vivemos a ditadura do egoísmo, e nela não existe espaço para a partilha fraterna.
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2. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos adverte para não cairmos nessa terrível tentação, diz Ele: "Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 

3. E para aqueles que insistem nesse pecado, diz: "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?" (Mc 8,36-37).
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4. De fato, a ganância tem sido uma pedra de tropeço para milhões de almas que envenenadas por ela se precipitam no abismo da corrupção e de todo tipo de falcatruas por visarem o enriquecimento ilícito em detrimento da miséria de tantíssimos irmãos que morrem à míngua sem ter ao menos o que comer. 
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5. Portanto, caríssimos, Deus nos ama, por isso, nos perdoa para que sejamos purificados, para isso nos dá todas as graças. Todavia, sabemos que haverá o juízo final para todos (cf. Mt 25); nesse dia o Senhor nos pedirá conta de tudo o que vivemos no tempo que Ele nos deu para ajuntarmos tesouros nos céus e não na terra.
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6. Destarte, escutemos com atenção esta exortação de são Paulo: "Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 

7. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória." (Cl 3,1-4).

8. "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,9-10).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de agosto de 2025

O martírio de São João Batista...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,1-12)(02/08/25).


1. Caríssimos, em tudo neste mundo há sempre um contraste, uma dualidade que provoca tomada de decisão de nossa parte baseada em nosso livre arbítrio. Ou seja, estamos dentro de uma guerra espiritual cujo campo de batalha é a nossa mente onde chegam pensamentos bons ou maus, a depender de nossas escolhas e decisões, ganhamos ou perdemos essa guerra. Porém, para vence-la, precisamos da graça de Deus, cabe a nós busca-la e pôr em prática.

2. O Evangelho de hoje narra o martírio de são João Batista, que segundo o Senhor Jesus, dos homens nascidos de mulher, João foi o maior, por sua missão e humildade. E nesse episódio vemos claramente esse contraste, essa dualidade, essa guerra entre o bem e o mal. 

3. Por um lado, Herodes, com seu pecado de adultério, com sua falsa credulidade, e hipocrisia homicida. Ao contrário de tudo isso, vemos João Batista, que anuncia a verdade como remédio que cura, liberta e salva todos que encontram o Senhor Jesus a quem veio anunciar. 

4. João, porém, foi mal interpretado, julgado e condenado por Herodes, Herodíades e a sua filha, como também por todos os participantes deste trágico tribunal, onde a vítima inocente, foi condenada impiedosamente sem direito sequer a um justo julgamento. 

5. Discorrendo sobre a vida de João Batista, escreveu o Beato Guerric de Igny (abade cisterciense 3.º Sermão para a natividade de João Batista, SC 202): "Devem os homens maravilhar-se, pois, por João ter sido predito pelos profetas, por ter sido anunciado por um anjo, por ter nascido de pais tão santos e nobres, ainda que idosos e estéreis. 

6. Por ter preparado o caminho ao Redentor no deserto, por ter feito voltar o coração dos pais a seus filhos e o dos filhos a seus pais (cf Lc 1,17), por ter sido digno de batizar o Filho, por ter ouvido o Pai, por ter visto o Espírito Santo em forma corpórea (cf Lc 3,22). 

7. Por ter lutado até à morte pela verdade e por ter sido mártir de Cristo antes da Paixão, para ser o percursor de Cristo até à morada dos mortos. Quanto a nós, irmãos, é a sua humildade que nos é proposta como objeto de admiração, mas também de imitação. A humildade incitou-o a não querer passar por grande, quando podia tê-lo feito. 

8. De fato, este fiel «amigo do Esposo» (Jo 3,29), que amava o seu Senhor mais do que a si próprio, desejava «diminuir» para que Ele pudesse «crescer» (Jo 3,30), e quis tornar maior a glória de Cristo fazendo-se a si próprio mais pequeno. Deste modo, pôde exprimir com a sua conduta o que disse o apóstolo Paulo: «Não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo Jesus, o Senhor» (2Cor 4,5)."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sem fé é impossível agradar a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(01/08/25).


1. Caríssimos irmãos e irmãs, quando os homens substituem a fé pelo preconceito, extrapolam todos os níveis de tolerância e usam à ignorância para impor sua intransigência e repúdio ao bem que vem de Deus. Foi assim no tempo dos profetas, no tempo do Senhor Jesus, dos Apóstolos e também em nosso tempo. 

2. Com efeito, viver em conformidade com a vontade de Deus, significa rejeitar a mentalidade do mundo e daqueles que se acham donos do mundo e das leis que o regem. Não é atoa que mataram os profetas, o Senhor Jesus, os Apóstolos e todos os mártires que deram a vida pelo Reino de Deus, porque eles jamais se submeteram à mentalidade intransigente dos se acham donos da verdade. 

3. Aliás, são Tiago já o dizia: "Não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Por isso, ele diz: "Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Pr 3,34)." (Tg 4,4.10).

4. E são Paulo, acrescenta: "Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente." (Ef 5,8-13).

6. Portanto, caríssimos, o preconceito é um veneno espiritual que envenena a alma, levando-a à agredir os seus semelhantes como se a vida humana não fosse mais do que a visão preconceituosa de quem incide contra ela.

7. Destarte, é realmente mórbido o estado de alma dos incrédulos e preconceituosos, por isso, não vivem em paz, porque estão envenenados pelo preconceito que os destrói. "E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé." (Mt 13,58).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Com Cristo tudo se renova em nossa vida...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(31/07/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos dá, de certo modo, a compreensão de como será o juízo final em que todos seremos julgados inocentes ou culpados, salvos ou condenados. Por isso: "Em tudo o que fizeres, lembra-te de teu fim, e jamais pecarás." (Eclo 7,40).

2. Na parábola contada por Jesus a respeito da rede que os pescadores lançaram no mar, dá pra compreender que a rede é a evangelização e os peixes são todos os seres humanos que vivem no mar revolto deste mundo.

3. Dá pra entender ainda que não basta ser pescados, ou seja, evangelizados, mas precisamos nos tornar peixes bons, caso contrário, seremos descartados e lançados fora. Sem dúvida, no mar da graça de Deus não nos falta alimentos para sermos peixes robustos, e eles estão presentes nos Sacramentos, em especial a Santa Eucaristia que recebemos em cada Santa Missa.

4. Não nos falta o alimento da Palavra que nos fortalece em nosso processo de conversão e no propósito de santidade; não nos falta a oração que é o dom do Espírito Santo que nos faz viver em perfeita comunhão com o nosso Pai celestial. Não nos falta o Sacramento da confissão pelo qual recebemos o perdão dos pecados e a purificação de nossas almas. 

5. Enfim, temos a intercessão de Maria Santíssima, são José e de todos os santos e santas como também dos nossos anjos da guarda. Decerto, temos ainda as obras de misericórdia que Deus tem preparado para que as pratiquemos em favor dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados. 

6. Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "O julgamento final já está em curso, começa agora no decurso da nossa existência. Esse julgamento é pronunciado em cada momento da vida, como resposta ou à nossa aceitação com fé da salvação presente e operante em Cristo; ou da nossa incredulidade, com o consequente fechamento dentro de nós mesmos. 

7. Mas se nos fecharmos ao amor de Jesus, somos nós que nos condenamos a nós mesmos. A salvação é abrir-se a Jesus, e Ele nos salva; se somos pecadores - e todos somos - pedimos-Lhe perdão, e se vamos ter com Ele com o desejo de sermos bons, o Senhor perdoa-nos. Mas para isso temos de nos abrir ao seu amor, que é mais forte do que todas as outras coisas."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

A Pérola escondida...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(30/07/25)


1. Caríssimos, a Verdade Eterna é Cristo e por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas e somente Nele subsistem, tudo o que não permanece Nele sucumbe, ou seja, não resiste por muito tempo. E é por não comungar com a vontade do Senhor, expressa no seu Evangelho, que este mundo está sucumbindo, e só será possível estancar sua ruína mediante a conversão de todos.

2. Com efeito, a pureza da fé se encontra em nossas almas quando renunciando a própria vontade nos entregamos totalmente à vontade de Cristo, para realiza-la em nosso viver carregando a nossa cruz de cada dia na certeza de que com Ele russuscitamos para a vida eterna.

3. Nesse sentido, “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo." (Mt 13,44). 

4. Ora, aqui não se trata de relações comerciais; mas, de deixar os valores temporais pelos valores eternos: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam." (Mt 6,20).

5. E continua o Senhor: "O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola." (Mt 13,45). 

6. Decerto, a analogia dessa parábola trata da renúncia de nós mesmos para seguir a Cristo, pois, sem essa renúncia não tem como ser seus verdadeiros discípulos. Bem como Ele mesmo disse: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Mt 16,24)

7. Portanto, caríssimos, a que atitudes ou custumes deste mundo renunciamos para seguir o Senhor Jesus carregando com Ele a nossa cruz de cada dia? Quais valores cultivamos em nossas almas, os temporais ou os eternos? O que significa para nós ser discípulos de Cristo vivendo autenticamente os valores da nossa fé católica?

8. Destarte, essas respostas só serão dadas com pleno proveito para as nossas almas se permanecermos unidos ao Senhor Jesus, como os ramos permanecem unidos à videira dando frutos, agradável ao paladar de quem os degusta.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Sim Senhor, eu creio firmemente


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 11,19-27)(29/07/25)


1. Caríssimos, a fé é o modo de ser pelo qual o Espírito Santo nos faz viver na presença de Deus realizando a sua santa vontade mesmo quando tudo ao nosso redor é contrário aos seus desígnios de amor para conosco, até mesmo diante da morte.

2. Com efeito, o poder de Deus é infinito e nada se compara ao seu poder; porém, somente os simples e humildes de coração o experimentam dignamente porque não vivem para si, mas para o Senhor que nos criou como expressão do seu infinito amor.
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3. Na primeira leitura são João nos dá a conhecer que a vinda do Senhor Jesus a este mundo, é a máxima expressão do amor de Deus por nós: "Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele." (1Jo 4,9).

4. E o próprio Senhor nos ensinou esta verdade: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância." (Jo 10,10b). Ou seja, Cristo é a presença do Pai no meio de nós, como reza a Carta aos Hebreus: "Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra." (Hb 1,3a).
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5. Infelizmente este mundo vive em meio a uma cultura de morte porque os seres humanos se distanciam cada dia do amor de Deus presente no Seu Filho amado. De fato, toda essa violência na qual nossa sociedade vive mergulhada é resultado da desobediência largamente praticada de tal modo que este mundo está se tornando um inferno.
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6. No entanto, nem tudo está perdido, pois, toda essa maldade nada mais é do que o joio do qual nos falou o Senhor no Santo Evangelho, por isso, não temamos, porque joio é joio e trigo é trigo, não se misturam. Decerto, confiemos na Sua Divina Misericórdia e dependamos dela cem por cento para nos atermos seguros. 
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7. No Evangelho de hoje vemos no belíssimo testemunho de fé de Marta, como vivem aqueles que amam a Cristo e nele confiam: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. (Jo 11,27). Ora, é isso o que significa ser trigo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

A parábola da semente do grão de mostarda...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,31-35)(28/07/25)


1. "Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’." (Mt 13,35). Caríssimos irmãos e irmãs, é maravilhoso, escutar e buscar o sentido das Parábolas contadas por Jesus, o Filho de Deus. Porque esse meio pedagógico que Ele usa para anunciar a verdade eterna que nos salva, permanece gravado em nossas almas e dificilmente esquecemos.
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2. Com efeito, as parábolas contadas pelo Senhor são comparações tiradas do cotidiano, que nos leva a compreender os mistérios da nossa fé, ou seja, qual o sentido eterno da nossa vida, e qual o desenrolar dos acontecimentos presentes e futuros da história da nossa salvação.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola do grão de mostarda que mesmo sendo uma semente minúscula carrega dentro dela um potencial que supera em muito outras sementes bem maiores do que ela. Por isso, eis o que diz o Senhor a seu respeito: "Assim é o Reino dos céus." 

4. De fato, em outra passagem já havia dito: "O Reino de Deus está dentro de vós." Ou seja, a alma humana parece pequena, mas na verdade é eterna, porque foi criada "a imagem e semelhança de Deus" para ser habitação do Espírito Santo, por isso, nada mais sublime.
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5. O Senhor Jesus também conta a parábola do fermento na massa que uma mulher mistura para fermenta-la, assim Ele nos dá compreender que ao escutarmos a Sua Palavra e nos unirmos a Ele, crescemos na graça, no conhecimento, na sabedoria e na intimidade com o Pai para assim darmos os frutos do Reino dos Céus.
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6. Portanto, caríssimos, realmente somos muitos felizes em ouvir essas Parábolas que o Senhor Jesus nos conta com o intuito de que o sigamos fielmente na estrada da vida eterna, pois como Ele mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo: aquele me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).
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7. Destarte, as parábolas contadas por Jesus, são revelações de como Deus realiza em silêncio a obra da salvação da humanidade em meio ao barulho deste mundo causado pelo inimigo de nossas almas. Um dia todos verão que o demônio já foi derrotado e condenado, desde que Cristo foi levantado no patíbulo da cruz, é só uma questão de tempo. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de julho de 2025

O Dom da oração...


 Homilia do 17°Dom do tempo comum(Lc 11,1-13)(27/07/25)

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Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia deste domingo trata do dom da oração e de suas virtudes; com efeito, esse dom é o meio mais eficaz de se fazer a vontade de Deus e de ve-la realizada em todos os sentidos de nossa existência;
 
costumo dizer que a oração é a graça de todo momento para todas as situações de nossa vida, porque tem seu fundamento na fé que age para muito além do que podemos por nós mesmos, visto que a oração é o dom por excelência do encontro com Deus e de nossa permanência Nele.
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Na primeira leitura de hoje vemos a oração intercessória de Abraão que sente compaixão dos habitantes de Sodoma e Gomorra e perseverante intercede por eles a partir das virtudes dos justos que nelas ainda existiam na esperança de que tais virtudes seriam suficientes para aplacar a justiça divina dando tempo para que tais habitantes se convertessem. Mas, o grau de pecaminosidade deles era tamanho que só foi possível salvar os poucos justos existentes.
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Na segunda leitura de hoje São Paulo nos dá a conhecer que a presença de Cristo em nossa vida é a garantia de nossa salvação eterna, pois, o Senhor por Sua Divina Misericórdia perdoa os nossos pecados livrando-nos das terríveis consequências que eles trazem, como vimos acontecer com os habitantes de Sodoma e Gomorra que não foram poupados do fogo que os destruiu por causa dos incontáveis pecados que cometiam.
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No Evangelho de hoje os discípulos pedem que Jesus lhes ensine a orar como São João Batista e os mestres da Lei ensinaram aos seus discípulos; ao que o Senhor lhes satisfez ensinando a oração do Pai nosso. Ora, essa oração contém os fundamentos da unidade cristã e seus efeitos práticos na vida daqueles que oram sem cessar, porque a oração perseverante é o meio pelo qual o nosso Pai celeste, nos concede todas as graças necessárias para a nossa salvação.
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Portanto, caríssimos, para além dos pedidos que nela fazemos, a oração do Pai nosso, nos leva viver a perfeita comunhão com o Senhor e entre nós, pois, acompanhada da fé, da humildade e da justiça nos faz realizar em todos os sentidos somente a vontade de Deus que nos livra de todo o mal.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de julho de 2025

Somos felizes porque ouvimos o Senhor Jesus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,16-17)(26/07/25)


1. Caríssimos, tudo o que vemos e com que interagimos só tem um autor e Senhor, Deus, que tudo criou por amor por meio do Seu Verbo que enviou a este mundo para libertar a criação que jazia sob o jugo do inimigo que semeou as sementes da maldade que são os pecados aqui praticados e que se alastra como um câncer corroendo a obra da criação. E isso constatamos pela destruição da criação visível e das almas que aderem à tais práticas pecaminosas.

2. Todavia, esta liturgia de hoje em que a Igreja celebra a memória de são Joaquim e sant'Ana, os avós materno de Jesus, nos lembra que Deus sempre se faz presente na vida e nas ações dos filhos e filhas de Abraão que se abriram para acolhe-lo a fim de que as suas promessas se cumprissem na íntegra.

3. A primeira leitura de hoje assim o demonstra: "Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. Estes, são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são sua melhor herança.

4. A descendência deles mantém-se fiel às alianças, e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia [dos justos] vai celebrar o seu louvor." (Eclo 44,1.10-15).

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus reconhece nos seus discípulos o cumprimento de tudo o que foi escrito à seu respeito ao dizer-lhes: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. (Mt 13,16-17). 

6. Comentando este Evangelho escreveu Santo Agostinho: "Este é o anseio da «geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus» (1Pe 2,9), cada um na sua época, de todos aqueles que viveram, que vivem e que viverão, desde o início da humanidade até ao fim do mundo."

7. Portanto, caríssimos, também nós por estas palavras do Senhor Jesus (cf. Mt 13,16-17), fazemos parte da geração dos bem-aventurados justamente por usufruírmos da Sua presença no meio de nós e da graça de ve-lo e comunga-lo na Santa Eucaristia; de ouvi-lo nas Sagradas Escrituras e por meio da Santa Igreja que nos transmite a riqueza incomensurável da doutrina dos Apóstolos e dos santos e santas que o seguiram ao longo da história da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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