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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Papa pede que cristãos sejam testemunhas da preservação ambiental

"Os cristãos são chamados a unir-se no oferecer ao mundo um testemunho crível da responsabilidade pela salvaguarda da Criação"


Cidade do Vaticano, 22 out (RV) - Bento XVI enviou uma mensagem ao patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para a abertura, nesta quarta-feira, em Nova Orleans, Louisiana, EUA, do Simpósio de Religião, Ciência e Ambiente, que tem como tema "Restabelecer o equilíbrio: o grande rio Mississipi".

Na mensagem, o papa faz um apelo aos cristãos a fim de que ofereçam ao mundo um testemunho crível da responsabilidade pela salvaguarda da Criação e recorda o furacão Katrina, que em 2005 atingiu a referida localidade estadunidense.

As palavras do Santo Padre foram lidas pelo arcebispo de Nova Orleans, Dom Gregory Michael Aymond.

"Os cristãos são chamados a unir-se no oferecer ao mundo um testemunho crível da responsabilidade pela salvaguarda da Criação e a colaborar de todos os modos possíveis para assegurar que a nossa terra possa conservar intacto aquilo que Deus lhe deu: grandeza, beleza e generosidade."

Com essas palavras, Bento XVI quis saudar o patriarca Bartolomeu I e os 150 participantes do VIII Simpósio de Religião, Ciência e Ambiente dedicado ao Mississipi.

"A solução das crises ecológicas do nosso tempo requer necessariamente uma profunda mudança por parte de nossos contemporâneos": a esse propósito, o pontífice se diz "plenamente de acordo" com o patriarca Bartolomeu I sobre o fato que "os problemas urgentes que concernem ao cuidado e proteção do ambiente", contemplando importantes questões políticas, econômicas, técnicas e científicas, são, todavia, "essencialmente de natureza ética".

Citando a Caritas in veritate, o Santo Padre recorda que a natureza "é uma prioridade para todos" e, como fundamento da nossa vida, deve ser usada "responsavelmente" e "com respeito".

O papa ressalta ainda que um conhecimento "puramente econômico e tecnológico" do progresso inevitavelmente provocará "conseqüências negativas" para indivíduos, povos e para a própria criação. Um autêntico desenvolvimento humano chama a uma justiça entre gerações e à solidariedade com os homens e as mulheres do futuro, que têm também eles o direito de gozar dos bens que a criação oferece a todos com abundância, como querido por Deus – ressalta Bento XVI.

O pontífice prossegue a sua mensagem frisando que esse simpósio sobre o Mississipi nos recorda o ocorrido em Nova Orleans e nas adjacências, em 29 de agosto de 2005 com a passagem devastadora do furacão Katrina: "meus pensamentos e minhas orações se voltam para todos aqueles, especialmente os pobres, que experimentaram sofrimento, privação e deslocamentos, e para todos que se empenharam no paciente trabalho de reconstrução e renovação" – escreve o Santo Padre.

Na linha da observação do pontífice, segundo o qual "hoje os grandes sistemas fluviais de todos os continentes estão expostos a sérias ameaças, muitas vezes como resultado de atividades e decisões do homem", o patriarca Bartolomeu I ressaltou, em seu discurso, que "todos nós temos o nosso papel a desempenhar, a nossa sagrada responsabilidade" pelo amanhã. Porque – concluiu o patriarca ecumênico de Constantinopla – "toda decisão, pessoal e coletiva, determina o futuro do planeta". (RL)

Fonte: Rádio Vaticano

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