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sábado, 22 de maio de 2010

Maria Lorenza Longo e o nascimento das clarissas capuchinhas.

Conhecer melhor as clarissas capuchinhas justifica-se no desejo de ampliar o nosso conhecimento sobre história da familia franciscana pode nos ajudar a aprofundar nosso carisma e avaliar todas as dimensões e reforçar a nossa identidade. A fundação das clarissas capuchinhas se insere no grande movimento de reforma da Igreja, elas estão próximas do nascente grupo da reforma capuchinha participando do mesmo carisma e da mesma radicalidade em termos de pobreza e volta as origens. Desse modo conhecê-las é indiretamente conhecer-nos melhor.
A fundadora do novo grupo de clarissas a senhora Maria Lorenza Longo (1463-1542) nasceu provavelmente na Catalunha seus pais nobres e ricos, e para obedece-los com apenas quinze anos ela se casou com apenas quinze anos, com o secretário João Longo (Lyon), o chanceler do Reino da Espanha. Ela se mudou com seu marido para Nápoles.
Estava paralisada entre os anos 1510-1511, e foi em peregrinação ao santuário de Loreto, onde se sentiu milagrosamente curada, isso vez crescer nela o fervor e se decidiu ingressar na Ordem Terceira de São Francisco, tomando o nome religioso de Lorenza. Como piedosa viúva dando-se a caridade que cedo foi reconhecida pela cidade de Napolis. Ao lado do Hospital de S. Nicolas construiu o famoso hospital de incuráveis, chamado Santa maria del popolo. Com a ajuda do seu padre espiritual São Caetano Thiene, escreveu as regras, com sabedoria para o sistema hospitalar, do qual tomou a direção.
Uma sua amiga chamada Maria Acerbo fundou perto do hospital um convento das “madalenas” para prostitutas convertidas. Ela trilhou para as mulheres erradas na trilha de volta, construindo-lhes uma casa perto do hospital, também construiu um convento de piedosas mulheres, e para ambas as instituições, compos regras especiais.
Em 1529 ela acolheu os capuchinhos em Nápoles, construindo-os para o convento de S. Eframo . Juntamente com a duquesa de Termoli, Maria de Jerba, e reuniu jovens senhoras das famílias mais ilustres de Nápoles, numa congregação, sob o título "Mãe da Caridade, para ajudar os doentes pobres do seu hospital.
Com a idade de sessenta anos ele entrou para o mosteiro de Santa Maria de Jerusalém, que ela fundou, comumente chamado de "Mosteiro das Trinta e três ", que assinalou seu início como um mosteiro da Ordem Terceira Franciscana vivendo sob a Regra de Santa Clara, com clausura perpetua e sob a direção espiritual dos capuchinhos. Ela foi nomeado abadessa por Paulo III exercendo o seu cargo até quase sua morte em 1542. Em 1538 temos o Motu proprio considerato o ato oficial de nascimento das clarissas capuchinhas. As monjas passaram da Ordem Terceira Franciscana para a Ordem de Santa Clara, A fundadora adota as constituições de Santa Coleta e sob a influencia dos capuchinhos outros elementos são completados tendo como referencia as constituições dos capuchinhos em particular um acento a pobreza material, a austeridade, a humildade e a simplicidade, retiro em severa clausura, a fraternidade e a intensa vida de oração com grande a atenção a meditação prolongada.
Segundo L. Iriarte , a morte de Irmã Maria Lorenza acontece a 21 de dezembro de 1542, é morta aos 79 anos, já com fama de santidade, mas a sua causa de beatificação foi introduzida em 04 de setembro de 1892. Fundou somente um mosteiro e logo após a sua morte já se multiplicavam as fundações. As capuchinhas se espalharam rapidamente por toda a Itália: Perugia em 1553, a Gubbio em 1557, em 1576 a Roma, em Genova a 1577 em 1578 a Milão.
No ano de 1603 abriu um convento em Paris. Enquanto a Granada eram presentes em 1588. Entre essas uma série de comunidades informais, onde as irmãs eram terciárias que viviam juntas com a Regra de Santa Clara vivendo em pequenas comunidades. No século XVII ja são 24 mosteiros somente na Espanha. Em 1665 chegam a cidade do México, em 1713 a Lima, em 1727 no Chile.
Qual é a novidade das capuchinhas? Uma das especificidades das capuchinhas era a atenção a pobreza absoluta como nos tempos de Santa Clara. As capuchinhas não recebiam dote das candidatas nem mesmo o dote minimo, isso possibilitava que muitas moças de familias pobres pudessem realizar a sua vocação monastica. As monjas enfrentaram resistencia das autoridades pela sua escolha de pobreza, e muitas vezes são obrigadas a aceitar propriedades ou pessoas que se encarreguem do sustento.
Os capuchinhos sempre rejeitram a dirigir essas comunidades de monjas. Uma das dificuldades é que a legislação dos capuchinhos na época proibia de cuidar de mosteiros femininos ou masculinos, como também proibia atender confissão e receber contribuições por missas de defuntos. De certo modo essas mulheres que eram atiradas a vida religiosa pelo estilo de vida dos capuchinhos eram logo depois abandonadas pelos frades. Os mosterios de Napoles e Roma são uma exceção a Regra. Algum tempo depois como é o caso das fundações da França as monjas serão conduzidas e formadas pelos próprios capuchinhos. Se faz notar que de um jeito ou de outro atraves dos pontifices ou dos principes as capuchinhas conseguiam quase sempre garantir a direção por parte dos frades capuchinhos.
É importante fazer notar que Maria Lorenza não se sente desde o início chamada a claustral e os capuchinhos não tinham previsão de fundar um ramo feminino, ao invés a legislação proibe o cuidado de mosteiros, mas as poucos passo a passo essa história vai sendo construída. E interessante ver que o novo ramo de vida contemplativa nasce com um terciária franciscana sobre a direção dos capuchinhos. Podemos dizer que essa expressão da reforma capuchinha também na vida claustral complementa o nosso carisma dando um equilibrio na sua dimensão de feminino e masculino. A mesma radicalidade envagélica que os frades vivem pelo apostolado e missionariedade entre os mais pobres, com uma vida austera, simples e comprometida com o povo, que ao mesmo tempo não deixa de emergir numa profunda vida de contemplação e de oração intensa e condividida por essas monjas que levarão esse mesmo rigor de vida e opção evangélica na vida claustral no esforço de constituir uma reforma também na Segunda Ordem se refazendo ao estilo de vida deixado na Regra de Santa Clara que insiste com firmeza navida de penitencia e na pobreza evangélica.
A confirmação desse carisma se pode dizer que são as vocações que surgiram permitindo que a vida iniciada naquele unico mosteiro das trinta e tres se espalha-se pelo mundo as estatisticas mostram que em 2005 a Ordem das Clarissas Capuchinhas contava com 160 mosteiros e 2.209 religiosas sendo presente em grande parte do mundo.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.
email: freiemersoncapuchinho@hotmail.com


Bibliografia

Iriarte L., Storia del Francescanesimo, Napoli, 1982,p.534-537.

________, Origini e primo sviluppo delle clarisse cappuccine (1535-1611), in “I frati cappuccini. Documenti e testimonianze del primo secolo,IV. Roma –Perugia, 1992.

________, Le cappuccine tra passato e presente,Roma, 1997.

Mastroianni F., Maria Lorenza Longo Fondatrice delle clarisse cappuccine e dell`ospedale degl-incurabili, Napoli, 2004.

Rousey M., Nella tua tenda, per sempre. Storia delle clarisse Un’avventura di ottocento anni, a cura di R. Bartolini, Assisi, 2005, p. 632-645.

Um comentário:

  1. Caríssimo a filhado de oração Frei Emerson, Paz e Bem!!!
    Gostei muito do Artigo sobre Maria Lorenza Longo, ajuda aumentar o conhecimento sobre uma alma que trabalhou para a difusão do Reino de Deus na dedicação de uma vida a serviço e a oração pela a humanida.
    Continue firme em seus projetos de estudo e escritos.
    Deus te abençoe.
    Com carinho Ir. Maria Jose - Cl. Cap.

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