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terça-feira, 31 de agosto de 2010

O QUE SERÁ DE TI POR TODA A ETERNIDADE?


O QUE SERÁ DE TI POR TODA A ETERNIDADE?

Canto com o coração em festa...
Esse meu canto brota do mais profundo de meu ser...
Ele é fruto do viver em contemplação...
Visão de minha alma absorta...
Tomada pela graça do novo que há de vir...
Mas que desde aqui o Senhor me faz experimentar...

Como não contemplar, Senhor, esse teu infinito amor?
Como não silenciar para admirar essa Tua Beleza Infinda?
E como não transpor os limites da criação...
para glorificar-Te em reverente louvação por tudo isso?
Realmente, só existe Tu e Tua obra indo ao Teu encontro...
E não posso pensar diferente...
Porque pensar diferente...
é não crer no infinito presente aos nossos olhos...

Por isso, Senhor, não me detenho na matéria que vejo...
Porque o meu desejo me impulsiona ir além...
Também não posso prender-me...
aos limites de minha razão que nem tudo compreende...
Porque assim seria eu o único critério para tudo que há...
Ora, mas tudo que há não depende de mim;
Nós é que dependemos de Ti...
Isso sim é a verdadeira evidência...

Logo, me desprendo de meus conceitos ou evidências naturais...
quando elas não me levam à Ti...
Quando negam o teu amor presente em mim e em toda criação...
Latente em cada pulsar do meu coração...
em cada respirar e expirar de meus pulmões, onde me dizes:
Sou Eu, Teu Deus, que te dou a vida a cada instante...

Como é maravilhoso Senhor compreender tudo isso...
Crer e saborear com afinco o teu paraíso...
muito antes ainda do juízo final...
É que o teu Espírito Santo...
revela aos eleitos os efeitos da graça da salvação...
lhes dando, pela contemplação,
a visão do Reino dos céus...

Por outro lado é triste observar...
quão perdida é a vida das almas...
que buscam tão somente as satisfações passageiras...
De fato, não creem e por isso não entendem nada...
no que diz respeito às coisas eternas...
Porque estão presas nas trevas das próprias concupiscências...
Nas maledicências e confusões;
nas torturas e amarguras psíquicas
de seus corações entorpecidos...
Empreendidos de pensamentos e sentimentos vãos...

Tais almas estão sufocadas...
pelo torpor das enlouquecidas paixões...
que as alicia e as atrai às perdidas ilusões...
onde encontram somente a morte e nada mais...

Ó almas enfraquecidas, cambaleantes,
intumescidas de si mesmos...
Infernizadas pelos apegos materiais...
Dominadas pelos instintos carnais...
Pelo ódio horripilante...
Incapazes de qualquer bem,
Porém, capazes de todo mal...

Mesmo assim, vindes à mim...
Vinde, com o tempo que te resta...
Volta para a festa dos arrependidos...
transformados, convertidos...
Como o filho pródigo da parábola...

Vinde, vedes o tempo que ainda te dou...
Vinde provar do meu amor...
Essa é a última hora...
Esse é o meu último chamado...
Porque, depois de tudo que o que sofri por ti,
se não voltares para mim...
O que será de ti por toda a eternidade?

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

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