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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DE ONDE VEM O PECADO E O QUE CAUSA?


DE ONDE VEM O PECADO E O QUE CAUSA?


A desordem que atualmente constatamos na obra da criação parece uma contradição, se julgarmos que por Deus ser Infinitamente Perfeito nunca erra em tudo o que faz. Mas, isto é fato, Deus é Infinitamente Perfeito e não erra nunca (cf. Tg 1,17). Pois assim lemos na Sagrada Escritura: “Deus criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal”. (Sb 1,14-15). E ainda: “Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão”. (Sb 2,23-24). Assim, é preciso entender que Deus nada criou Nele, mas sim para Ele, com o poder de Sua Palavra, e todas as coisas sustenta e governa por suas leis naturais e eternas, como diz São Paulo: “Porque é em Deus que nós vivemos, nos movemos e somos”. (At 17,28a), se referindo à Sua Onipotência divina que tudo sustenta e governa. Logo, Deus é Criador e infinitamente superior a todas as suas criaturas, que Dele dependem sempre, para permanecerem Nele, nosso Sumo Bem!

Mas, o que causa então toda essa dicotomia desordeira, que desde os primórdios da criação se constata na face da terra? As palavras exprimem a experiência humana de tal maneira, que nos levam ao entendimento dos acontecimentos que se dão e que nos são transmitidos por aqueles que a guardaram para a posteridade. Desse modo, essas experiências acumuladas nos ensinam como usar nossa liberdade, para não cairmos nos mesmos erros de nossas antepassados. Dentre essas palavras, existem algumas que são fundamentais para entendermos todo o desequilíbrio das criaturas. Pois tudo o que Deus criou é bom, belo e perfeito, não em si mesmos, mas sim na dependência uma das outras. É como a água que depende da fonte para formar o mar, os lagos e os rios, etc. E depende ainda de como é tratada para permanecer cristalina ou não. Eis algumas destas palavras tomadas de profundos significados: Deus, criação, céu; homem, obediência, fidelidade, felicidade, paz; demônio, pecado, morte, inferno, etc.

Todo começo visa um fim e é pensando nesse fim que se traçam objetivos para poder alcança-lo. Deus deu início à sua obra a fim de que o amassemos acima de todas as coisas e fossemos felizes eternamente Nele com Ele para Ele, eis o verdadeiro sentido da Criação. Para isto nos deu suas leis naturais e eternas; quem as obedece entrega o comando de sua vida e de seu viver a Ele que nos conduz à perfeição de sua glória. Quem as desobedece perdem a liberdade de ser e de viver, para os únicos inimigos de nossas almas, o pecado e o demônio, autor do pecado, e assim passam a experimentar o inferno da perversão, do desvario, da luxúria, da corrupção e do desmando interior e exterior que constatamos obra da criação. Mas, como toda criatura, o mal não pode se sobrepor ao bem criado e muito menos ao Sumo Bem, que é Deus. Assim, como mal que é, nenhum bem experimenta nem aqui nem na eternidade, onde se perpetuará na maldade plantada e cultivada neste mundo por uma vida infame totalmente desligada de Deus.

Tendo o homem pecado contra o seu Criador, e se desligado dele pelo pecado, o Senhor não o abandonou à desordem causada pelo pecado, mas prometeu e nos deu um poderoso Salvador, Jesus Cristo (cf. Gn 3,15; Jo 3,16-21). E disse: “Eis o meu Filho amado, em quem pus toda a minha afeição, ouvi-o” (Mt 17,5c). A lei da liberdade nos ensina a acolher a verdade sempre e a praticá-la fielmente, para obtermos seus resultados imediatos e eternos. Não podemos recusar a verdade, nos opondo a ela, e permanecermos impunes (cf. Rm 1,19-32; Jo 3,18-20). Pois bem, Cristo Jesus é a Verdade, Nele encontramos Deus Pai perfeitamente; segui-lo é o maior dos privilégios, pois Ele é o único caminho para a vida eterna; na verdade, Ele é a própria vida eterna; segui-lo é amá-lo em total obediência ao Pai de nossas almas; e quem o ama assim, sabe a que fim chegará, pois o Senhor mesmo, disse: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13). “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1Cor 2,9).

Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou), todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo. Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que ainda o espera?” (Rm 8,18-24).

Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz”. (2Pd 3,13-14).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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