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domingo, 29 de janeiro de 2023

SERMÃO DAS BEM-AVENTURANÇAS...


 Homilia do 4°Dom do Tempo Comum(Mt 5,1-12a)(29/01/23)


Caríssimos, certa feita disse o Senhor Jesus: "Pobres vós tereis sempre convosco. A mim, porém, nem sempre me tereis." (Mt 26,11). Com efeito, Ele disse isso num dos momentos mais difíceis de sua presença neste mundo em que estava prestes a ser traído por Judas. De fato, ao mencionar os pobres Ele o faz como um deles, pois tudo o que ensinou tem como fundamento o seu modo de ser e estar no mundo.

Com efeito, nas leituras desta liturgia se evidencia a revolução que o Senhor Jesus veio trazer a este mundo; não uma revolução armada cujo objetivo é a tomada de poder; mas sim uma revolução salvífica cujo objetivo é a inversão de valores, em que o amor aos pobres os liberta da miséria, e os preenche de dignidade dando-lhes o ampara necessário para se sentirem filhos e filhas de Deus.

O Evangelho de hoje é o início do Sermão da Montanha com as Bem-aventuranças, que é a espinha dorsal do ensinamento do Senhor Jesus, é também a regra da vida eterna, caminho de perfeição, pois quem por ele segue nunca tropeça porque tem no auxílio da graça de Deus a força para percorrer-lo sem sofrer dano algum.

Todavia, perguntemos: como viver as bem-aventuranças? A resposta está em cada uma delas, uma vez que como filhos e filhas de Deus nada queremos fora da sua vontade, desse modo, ser pobre é não se apegar a nada, é dar e receber providencialmente o que somente a Deus pertence. Desse modo, ser puros de coração é ter em Deus o prazer que nos santifica, e nos liberta do prazer egoísta que nunca nos satisfaz.

Ser mansos, sentir fome e sede de justiça, ser misericordiosos, promotores da paz mesmo em meio às perseguições, calúnias, mentiras e todo tipo de maldade, significa sermos conduzidos pelo Espírito Santo para realizarmos em tudo a vontade de Deus, nosso Pai, convictos de que Ele nos livra de todo o mal.

Portanto, caríssimos, "o sentimento profundo de desapego e pobreza, justiça e sinceridade, são as dimensões do coração novo que acolhe a Palavra de Deus que nos salva. Pois, só podemos descobrir a riqueza dos dons de Deus à medida que vivemos a experiência das bem-aventuranças." (MR).

Destarte: "A meta que o Senhor Jesus nos indica com o sermão da montanha, antes de ser atingida por nossos esforços, é um dom que se obtém pela oração." (MR).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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