PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 21,20-25)(27/5/23).
Caríssimos, a liturgia de hoje nos prepara para o grande Pentecostes da Igreja, ou seja, a vinda do Espírito Santo, tal qual Jesus prometera: "Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo." (At 1,8). Ora, por que Deus escolheu o testemunho como meio de comunicação de suas graças sobre toda a humanidade, começando pelo testemunho do Seu próprio Filho?
Porque só entendemos os desígnios de Deus quando nos submetemos à Sua Santa Vontade. Aliás, tudo o que vemos é bom, belo e perfeito, porque Deus tudo criou por amor com o poder da Sua Palavra, bem como meditamos no Evangelho de são João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." (Jo 1,1.3).
Todavia, por conta do pecado dos seres que criou, esse Verbo Criador veio ao encontro de Sua obra para redimi-la ao custo do sacrifício da própria vida, e assim enviou o Seu Espírito, para que todos Dele nascidos, tivessem a remissão dos pecados, a participação na Sua natureza divina e a felicidade eterna no Reino dos Céus.
Por isso, esta Solenidade é a própria imagem da celeste habitação, pois a Igreja é a parte visível do Reino dos Céus neste mundo. Crer nessa verdade é viver a realidade que está acima de nossa natureza para além de tudo o que tenta nos persuadir de que a vida tem seu fim após a morte, quando na verdade ela tem toda a eternidade doravante.
No Evangelho de hoje, Pedro cheio de curiosidade pergunta ao Senhor Jesus: "Senhor, o que vai ser deste?” Referindo-se ao discípulo amado, ao que Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” Ou seja, a curiosidade para com a vida alheia nos tira do essencial que é seguir o Senhor e cumprir a missão à qual Ele nos chama.
Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "A Pedro deve bastar o amor de Jesus. Não deve ceder à tentação da curiosidade, da inveja, como quando, vendo João por perto, pergunta a Jesus: "Senhor, o que será dele?" (Jo 21:21). Mas Jesus, diante dessas tentações, responde: «Que te importa? segue-me" (Jo 21,22). Esta experiência de Pedro constitui uma mensagem importante também para nós.
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O Senhor repete hoje a mim, a vós e a todos: Segue-me! Não perca tempo com perguntas ou conversas inúteis; não se detenha em coisas secundárias, mas olhe para o essencial e siga-me. Siga-me apesar das dificuldades. Siga-me na pregação do Evangelho.
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Acompanhe-me no testemunho de uma vida correspondente ao dom da graça do Batismo... Segue-me falando de mim mesmo àqueles com quem convives, dia após dia, na labuta do trabalho, do diálogo e da amizade.
Segue-me no anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos mais pequeninos, para que a ninguém falta a Palavra da vida, que nos liberta de todo o medo e nos dá confiança na fidelidade de Deus." (Papa Francisco - Santa Missa e imposição do Pálio aos novos Metropolitas, 29/6/14)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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