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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

2 A espiritualidade como caminho


A espiritualidade como caminho é abandonar-se na condução do mistério, é o deixar-se conduzir pelo mistério, a Fonte Nascente do Ser Deus e do Ser Humano = O SER que nos faz SER. Este é o mistério sagrado e seus caminhos. É preciso seguir, captar, sentir. A função da Espiritualidade é ajudar-nos a familiarizar-nos com este caminho.

Para a Espiritualidade, o Caminho tem nome: experiência, história, cultura, pensamento, encontro, aproximação, vizinhança, trazer para perto da intimidade. A experiência íntima é um Caminho que passa pelo coração.

Para a Espiritualidade, o novo nascimento não é a data do aniversário, mas o momento em que a nossa vida, de um modo consciente, lança-se nos caminhos do mundo. É também o caminho do recolhimento; o retirar-se do mundo barulhento para ajudar a recuperar as faculdades perdidas. Ir ao topo das montanhas ou ao ventre das cavernas. Fazer-se romeiro, andarilho, peregrino, para ver o completamente outro. A Espiritualidade é uma abertura para os diferentes toques do caminho; um encontro de convergência com as totalidades, com vidas. As parábolas, fios condutores do caminho, sempre nos recordam esta verdade.

A Festa do Encontro só acontece na caminhada. O poeta vê o verso do próprio passo. Francisco de Assis é a Poesia do Humano. É o humano no movimento mais natural do humano. Seu caminho de pobreza nos recorda que ser pobre é estar sempre necessitado de um caminho para buscar o que falta. O humano, ao perceber-se na pobreza carente de Amor (Amor non Amatur!), busca o concreto do Amor na riqueza de uma mulher e faz um passo em direção à mulher. O próprio Jesus Cristo revela no caminho a sua identidade: "Quem me vê, vê o Pai", um movimento de busca completa: "Eu sou Caminho, Verdade e Vida". Assim:

  • Santa Tereza D'Ávila e São João da Cruz fizeram um caminho para o mosteiro;
  • São Francisco Xavier fez o caminho das Índias
  • Che Guevara fez o caminho do fuzil
  • Francisco de Assis fez o caminho do Cântico das Criaturas.
  • Quem escreveu o Gênesis fez o caminho da cosmogênese. Somente quem andou nas estradas da criação pode escrever um livro como este.


A liberdade e a felicidade estão, na precisão deste caminho. A nossa caminhada é um desejo que colocamos numa direção de realização.

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/vitorio/virtudes_191009/03.php acesso em 22 out. 2009.

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