Uma das grandes características do CAMINHO FRANCISCANO é o CAMINHO DA VIRTUOSIDADE ou o CAMINHO DAS VIRTUDES. A virtude é a luz do caminho porque acende uma luz interior. Se no caminho você encontra a Irmã Virtude, ela começa a aparecer em todos os detalhes do caminho (cf. dos Escritos de São Francisco, "A Saudação das Virtudes").
A perfeição nem sempre é alcançá-la, mas perceber que ela já está ali, que ela caminha junto. A virtude tem uma força transformadora. Não adianta ser um grande servidor do social se em você mesmo não ocorre uma mudança radical. Se o brilho da virtude está no núcleo da sua interioridade, então você pode ajudar.
A religião verdadeira é quando você começa uma viagem de transformação. Não há virtude que se erga sem que tivesse havido uma perambulação, um extravio. Tudo é belo por causa da virtuosidade; mesmo o pecado é belo, porque dá profundeza à santidade. Quando um pecador torna-se um sábio, tem beleza própria. Francisco sempre considerou-se um grande pecador; mas nesta pequenez Deus fez grandes maravilhas.
O caminho exige esforço, persistência e exercício de virtudes. Tudo isto se chama atenção aos valores. A virtude tem que estar nos nossos passos; a experiência é a única maneira que nos faz conhecer. O caminho virtuoso é aprender a ser. É criar uma personalidade moral, formular juízo de valores, construir uma identidade honesta e leais às condutas do caminho. A virtude tem que ser exercitada, praticada com persistência.
É a força do indivíduo; é o encontro com o fundamento de existir. É aquele sentimento de Fidelidade e Honra que conduziam o Cavaleiro Medieval até à morte na defesa de seu Senhor e no cumprimento de seus santos propósitos.
É a atitude de buscar o vigor da vida e ser mais humano e, através da virtude, combater vigorosamente os vícios. Diz o "Anônimo Perusino", no capítulo 6: "É preciso opor aos vícios, virtudes". Ou como diz a Oração composta no final do século 18 e atribuída a São Francisco: "Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver trevas, que eu leve a luz; onde houver desespero, que eu leve a esperança"...
É preciso estar numa virtude, mas ouvindo todas!
Vamos per-correr algumas VIRTUDES FRANCISCANAS:
Quando se abre mão de interesses egoístas e cria laços com uma família espiritual como se fosse a família biológica numa busca de qualidade nas relações... aí está a FRATERNIDADE.
Quando se acredita na força da vida capaz de desfazer os nós e tecer juntos o fio da mesma trama... é a CONFIANÇA.
Quando o Amor sai de si e vai de imediato à necessidade emergente e ama na naturalidade da entrega e na fecundidade social do Amor, é a SOLIDARIEDADE.
Quando se recupera uma fala e uma escuta terapêuticas, capazes de atravessar medos e saber falar, calar e pensar correto... é o DIÁLOGO.
Impor uma conduta para vencer apegos apenas ao agradável e fácil e sair para os grandes desafios da vida é a DISCIPLINA.
Ver e viver no subsolo da vitalidade e curtir a força escondida que faz tudo desabrochar. Manter contato com a Fonte e não sair dela.. é a HUMILDADE!
Sevir a um valor maior, a grandeza da escolha, não se afastar do que realmente vale a pena, ouvir o que vem de dentro e escutar a plenitude, ouvir uma grande convocação, uma grande inspiração... é a FIDELIDADE, LEALDADE, OBEDIÊNCIA!
Servir por amor, contribuir com o Criador com atos de cuidado pela vida, estar gratuitamente voltado para as pessoas...é a VASSALIDADE ( a arte de ser Serviçal)
A SENSIBILIDADE é colocar todos os sentidos para perceber a vida. A PRUDÊNCIA é a ação com moderação, com sensatez. A GENTILEZA é o bem nascido, bem educado, de bom GEN, gentil.
Ter um relacionamento de respeito, retidão, sinceridade, acolher a pessoa na sua grandeza; tratá-la de um modo seguro e amável é a CORTESIA.
Ser protagonista de atos que transformam para melhor, que cria uma mística de resistência é o HEROÍSMO.
Aquele que domina a própria ansiedade e descobre a sabedoria e a calma implícitas na hora, no instante e é tolerante, dialogando com situações adversas, é o que sabe da PACIÊNCIA.
A BENIGNIDADE é estar no fogo da experiência. A BRANDURA é a vida se aninhando no flexível, no afável, na mansidão, no relaxamento, na serenidade. É na soltura que habita o sadio.
A MODÉSTIA traz a ausência de qualquer tipo de vaidade, de narcisismo, de exaltação da personalidade, do culto da personalidade. É a desambição, a renúncia do status de quem tem, pode e sabe. É não apropriar-se do próprio poder e fazer dele um domínio. A renúncia da superioridade. Francisco chamou de MINORIDADE.
A SIMPLICIDADE é a transparência, a revelação visível do humilde. O simples é natural.
Aquele que controla apetites e paixões e é sóbrio tem a TEMPERANÇA. Quem olha para a essência do humano, cuida; quem traz uma nova ética no pensar, amar e fazer surgir um novo ser humano está no CUIDADO!
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/vitorio/virtudes_191009/05.php acesso em 22 out. 2009.
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