Como as palavras de Deus devem ser ouvidas
com humildade e como poucos as ponderam
As palavras de Cisto, palavras
suavíssimas, excedem toda ciência dos filósofos e sábios deste mundo.
As suas palavras são espírito e vida e não
devem ser julgadas segundo o critério humano.
Não se deve usar delas por vã
complacência; mas devem ser ouvidas em silêncio, recebidas com grande
afeto e toda humildade.
Bem-aventurado aquele a quem, o Senhor, instrui
e ensina sua lei, para que o guarde nos dias maus e não fique sem consolo na
terra.
-
Eu, diz o Senhor, desde o princípio instruí aos profetas e a todos sem cessar e
ainda falo; contudo, muitos são rebeldes e surdos à minha voz.
Muitos escutam o mundo de preferência a
Deus; mais facilmente seguem os apetites da carne que o consentimento divino.
Promete o mundo coisas temporais e de
pouco valor e é servido com grande empenho, o Senhor promete bens soberanos e
eternos e os corações das pessoas ficam insensíveis.
Quem serve e obedece o Senhor em todas as
coisas, com o mesmo cuidado, com que serve o mundo?
Envergonha-te,
Sidônia, diz o mar e se desejas saber a causa, ei-la: Por pequeno lucro fazem
as pessoas longas viagens e, dificilmente, dão um único passo pela vida eterna.
Procura-se sempre o lucro, mesmo que seja
de uma maneira vil; por uma pequena moeda questionam e criam confusão, as
vezes, vergonhosamente; por ninharia ou mesquinha promessa não se teme trabalhar
e se fadigar tanto de dia como de noite.
Mas, que miséria! Pelo bem imutável e pelo
prêmio inestimável, pela honra suprema e pela glória que não tem fim, hesita-se
em sofrer um pouco.
Envergonha-te,
pois, servo preguiçoso e murmurador, por haver alguns mais solícitos pela
perdição, que tu pela vida eterna!
Buscam com mais gosto a futilidade, que
nós a verdade.
Entretanto, não raro, são frustrados em
suas esperanças; mas a promessa do Senhor a ninguém engana e jamais deixa de
mãos vazias quem nele confia.
Se alguém perseverar fiel ao seu amor, até
o fim, o Senhor dará o que promete e cumprirá o que diz.
É o Senhor o remunerador de todos os bons
e quem submete a duras provações todos os justos.
Devemos guardar em nossos corações e
meditar, atentamente, as palavras do Senhor, que, na hora da tentação serão
muito necessárias.
O que não entendermos, quando lermos,
conhecê-lo-emos no dia da Sua visita.
De dois modos costuma o Senhor visitar os
seus eleitos: pela tentação e pela consolação; e, cada dia, dar-nos duas
lições, uma repreendendo nossos vícios, outra exortando-nos ao progresso na
virtude.
Aquele que ouve as palavras do Senhor e as
despreza, terá quem o julgue, no último dia.
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