Reflexão XIV
Há
em nós secreta malícia que se compraz em descobrir as imperfeições de nossos
irmãos, e eis aqui porque somos tão propensos a julgá-los, esquecendo que a
Deus só pertence julgar os corações.
Em
lugar de pesquisar tão curiosamente a consciência alheia, metamos a mão na
nossa, ali acharemos bastantes motivos para sermos indulgentes com o próximo e
não inquietações a nosso respeito.
Quem
não é superior ou prelado nenhum cargo tem de vigiar seu semelhante; cada um só
de si responde: “Não julgues, portanto,
para que não sejas julgado”.
Não
procura ver o malicioso que se fazem as coisas com santa intenção e julga o bem
que vê pelo mal que repara na sua imaginação.
Livrai-me,
Deus meu, desta presunção maligna; refreai minha língua para que nunca fale contra
meu próximo, moderai meus pensamentos para que em tudo sejam conformes à lei
santa de vosso amor e dilatai meu coração com os ardores da caridade para que sempre
siga o vosso divino Filho que, na agonia do Calvário, vos pediu perdão para os
que o crucificavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário