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quarta-feira, 26 de abril de 2023

DEUS VENCE O MAL PELA INOCÊNCIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 6,22-29)(24/04/23) 


Caríssimos, a inocência é a maior defesa contra toda falsa acusação; assim como o arrependimento, o perdão e a penitência, liberta o pecador dos seus pecados; de igual modo a inocência é a essência da misericórdia divina, porque qualquer acusador pode encontrar nela o arrependimento, o perdão e a penitência de que precisa para viver em paz com Deus, com o inocente a quem acusa e consigo mesmo. 

Todavia, se o acusador não se arrepende mesmo tendo consciência da inocência de quem está acusando, pode se condenar por não admitir que acusa falsamente. Tudo isso se encontra neste versículo da primeira leitura: "Todos os que estavam sentados no Sinédrio tinham os olhos fixos sobre Estêvão, e viram seu rosto como o rosto de um anjo." (At 6,15).

Com efeito, vemos isto também na oração do Salmista: "Que os poderosos reunidos me condenem; o que me importa é o vosso julgamento! Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos." (Sl 118,23-24). Ou seja, tudo o que vivemos, o fazemos tendo em vista o juízo final.

De fato, o bem jamais se mistura com o mal, como no ensinou o Senhor na parábola do trigo e do joio, pois, trigo é trigo e joio é joio, duas essências completamente distintas. Por isso, escutemos atentamente esta exortação do Senhor: "Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno." (Mt 5,37). 

O Evangelho de hoje nos mostra o conflito interior daqueles que buscavam o Senhor não pelo Senhor, mas por causa dos seus interesses materiais e políticos; e o Senhor Jesus lhes mostra isso, mas nem assim eles reconhecem: "Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 

Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. (Mt 6,26-27). Ou seja, não vivemos neste mundo como se ele fosse um fim em si mesmo, mas estamos em saída para terra prometida, e é o Senhor mesmo que nos alimenta com o seu pão de vida eterna. 

Portanto, caríssimos, renunciar a própria vontade faz parte do seguimento do Senhor; por isso, quem quer seguir Jesus sem abraçar a sua cruz, nunca o seguirá de fato, porque segui-lo significa renunciar a si mesmo tomar a sua cruz de cada dia até as últimas consequências, com a plena convicção de que Ele nos cunduz à vida eterna.

Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 

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