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domingo, 16 de abril de 2023

DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA...


 Homilia do Dom. da Divina Misericórdia (Jo 20,19-31) (16/4/23)


Caríssimos irmãos e irmãs, vivemos da Misericórdia Divina e é por isso que ainda existimos; o poder desta palavra se revela no perdão e reconciliação que em seu amor o Senhor nos faz experimentar. O Coração misericordioso de Jesus bate forte cada vez que nos arrependemos e o procuramos no desejo sincero de permanecer com Ele para nunca mais pecar, como prometemos no ato de contrição.

Na primeira leitura vemos o resultado de uma semelhante conversão: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos." Ou seja, a fé na presença de Jesus Ressuscitado, movia as ações dos novos convertidos de tal forma que entre eles não havia necessitados.

Comentando este Evangelho do domingo da Divina Misericórdia, disse o Papa Francisco: "Queridos irmãos e irmãs, podemos nos considerar e chamar-nos cristãos, e falar sobre muitos e belos valores da fé, mas, como os discípulos, precisamos ver Jesus tocando no seu amor. Só assim podemos ir ao coração da fé e, como os discípulos, encontrar uma paz e uma alegria mais fortes que qualquer dúvida.

Quando nos confessamos, tem lugar o inaudito: descobrimos que precisamente aquele pecado, que nos mantinha distantes do Senhor, converte-se no lugar do encontro com Ele. Ali o Deus ferido de amor vem ao encontro das nossas feridas. E torna as nossas chagas miseráveis semelhantes às suas chagas gloriosas. 

Pois Ele é misericórdia e faz maravilhas nas nossas misérias. Como Tomé, peçamos hoje a graça de reconhecer o nosso Deus: de encontrar no seu perdão a nossa alegria; na sua misericórdia a nossa esperança”. E assim, compreendemos perfeitamente o que profetizou Isaías: "Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas." (Is 53,5).

Portanto, caríssimos, Tomé quis ver e tocar as chagas do Senhor para crer, e quando ele viu, percebeu claramente o abismo de sua incredulidade, caiu aos pés de Jesus profundamente arrependido e banhado em lágrimas disse-lhe: "Meu Senhor e meu Deus!" Ao que Jesus acolhendo o seu arrependimento, tocou-o com a Sua Divina Misericórdia e lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” 

Com isso, compreendemos que a verdadeira fé não é o ver para crer, mas sim, o crer para contemplar e dizer como disse Tomé: "Meu Senhor e meu Deus". Oremos, então, humildemente esta oração do Terço das Santas Chagas: "Eterno Pai, eu Vos ofereço as Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, as Santas Chagas da nossa redenção, para a nossa salvação e cura de nossas feridas." Amém! Assim seja! 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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