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sábado, 1 de julho de 2023

SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,5-17)(01/7/23).


Caríssimos, por que um centurião demonstrou a grandiosidade e o poder da fé que, como disse Jesus, "nem em Israel encontrei tamanha fé"? É que a fé é um dom de Deus e é inata, ou seja, já nascemos com ela. 

De fato, sem o dom da fé a vida seria impossível, pois até mesmo os ateus precisam dela para sobreviver à sua negação de Deus. Todavia, quando se trata da fé em Cristo, essa é fruto da conversão à Cristo e por isso, dom do Espírito Santo. Pois Ele mesmo disse: "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia." (Jo 6,44).

Decerto, vivemos num mundo cheio das mais diversas expressões de fé, no entanto, a única capaz de nos conduzir à plenitude da verdade é a fé cristã, porque as demais são expressões dos homens em busca de uma divindade; enquanto que a fé em Cristo é dom de Deus para a salvação de toda a humanidade.

Bem como meditamos no Evangelho escrito por são João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16). E quanto a fé abraãmica? Também é dom de Deus e a base da fé cristã, pois Jesus o afirma: "Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria." (Jo 8,56).

Na Carta aos Hebreus lemos o seguinte: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). Ou seja, é um dom sobrenatural, isto é, que está acima da nossa natureza, porém, é graça divina que tudo pode alcançar até o próprio Senhor da vida. À esse respeito disse São Paulo: "Tudo posso naquele que me conforta." (Fl 4,13).

Ora, essa expressão nasce de uma outra clássica do mesmo Paulo: "Já não sou eu que vive, é Cristo que vive em mim." (Gl 2,19). Ou seja, crê é conviver espiritualmente com Deus por meio do dom da fé que Ele nos deu no batismo para vivermos como seus filhos e filhas neste mundo e por toda a eternidade.

Comentando esse Evangelho o Papa Francisco recordou-nos: "Quando nos apresentamos a Jesus, não é necessário fazer longos discursos. Bastam algumas palavras, desde que sejam acompanhadas de plena confiança na sua onipotência e bondade. 

Sim, Jesus escuta-nos sempre! Somos nós que devemos confiar nele. Lembras-te do centurião? Jesus curou o seu servo: "Em verdade vos digo que não encontrei em Israel ninguém com tanta fé! E Jesus disse ao centurião: "Vai, faça-se como acreditaste" (cf. vv. 10-13). A fé do centurião permite a cura à distância, porque a fé, também ela, move montanhas!".

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

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