1. Caríssimos, a fidelidade a Deus é um profundo ato de amor e adoração a Ele; felizes são os que que a cultivam, porque desse modo suas casas são edificadas sobre a rocha da vida eterna, Cristo Jesus; e mesmo que aconteçam as mais terríveis tempestades deste mundo, em nada serão abaladas as suas estruturas.
2. Ora, sabemos que pelo vínculo batismal somos ramos da Videira do Senhor, a Santa Igreja, e que dela recebemos não somente o cuidado, mas especialmente a seiva da Santa Eucaristia, alimento da nossa salvação. Todavia, perguntemo-nos: mesmo recebendo todas essas graças que tipo de frutos estamos dando?
3. De fato, como escreveu São Paulo: "Os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis." (Rm 11,29). Todavia, como vimos na primeira leitura, Salomão os perdeu por sua infidelidade, ao abandonar o Senhor, trocando a sua Lei e o seu amor, pelas práticas pagãs detestáveis, incompatíveis com a verdade, e por isso, suas atitudes se tornaram abomináveis aos olhos do Senhor.
4. Com efeito, "Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto bom, ou dizeis que é má e seu fruto, mau; porque é pelo fruto que se conhece a árvore." (Mt 12-33). E com toda certeza o fruto da infidelidade é veneno mortal para a alma, porque é desligamento de Deus, é galho seco, esturricado, estrume fétido de pecados; terra árida onde nada de bom poderá nascer. Por isso, é incompatível com tudo o que há de mais sagrado.
5. No Evangelho de hoje, Jesus prova a fé de uma mulher Sírio-Fenícia que lhe suplica a libertação de sua filha que está possuída por um espírito impuro. Acompanhemos com atenção esse episódio: "Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos.
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6. A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela." (Mc 7,27-30).
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7. Portanto, caríssimos, bastou um simples ato de humildade e de fé inabalável para que a Palavra do Senhor se cumprisse imediatamente sobre aquela filha, libertando-a do poder do maligno. Decerto, essa atitude da Sírio-Fenícia é graça escondida em sua alma, em sua vida, e que demonstra o quanto Deus é bom e que nos criou à sua imagem e semelhança, e por isso carregamos todos esses valores eternos em nossas almas.
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8. Destarte, o que mais nos impressiona nesse episódio da mulher Sírio-Fenícia é o modo como ela se dirigiu ao Senhor: com profunda humildade, fé inabalável, oração fervorosa e perseverança à toda prova, mesmo diante da dificuldade dos discípulos que demonstravam um certo incômodo com a sua presença.
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9. Em suma, temos consciência de que Deus tudo criou e tudo pode realizar com o seu Poder Eterno, no entanto, Ele espera pacientemente a nossa adesão e disposição em segui-lo e servi-lo, pois, as curas e os milagres que realiza por meio da nossa fe, é um santo serviço que nos presta.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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