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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
AS VIRTUDES FUNDAMENTAIS DA ORAÇÃO
PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,24-30)(13/02/20)
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Caríssimos, a fidelidade a Deus por meio da obediência à Sua Palavra, é uma grande virtude, que traduz a nossa adesão total a Ele, porém, parecisamos perseverar até o fim nessa graça, especialmente quando somos tentados a relativisar a prática da nossa fé, ou seja, quando somos tentados a pensar que todos os outros credos são iguais ao nosso; quando na verdade não são. Respeitar quem os professa sim; porém, sem jamais aderir à eles.
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Com efeito, na primeira leitura de hoje vimos como Salomão esfriou na piedade e comunhão com o Senhor afastando-se Dele por meio de práticas religiosas não condizentes com a sua fé. E o resultado de sua infidelidade foi terrível, pois, trouxe a divisão para o povo de Deus e a decadência da fé e dos bons costumes em larga escala.
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No Evangelho de hoje uma mulher que não fazia parte do povo eleito, se aproxima de Jesus e lhe faz uma ardente súplica em favor de sua filha atormentado por um demônio. A princípio Jesus a escuta, mas lhe responde não conforme o que havia suplicado; todavia, ela apresentou ao Senhor os virtudes fundamentais da oração: fé, humildade, perseverança e esperança; desse modo, foi prontamente atendida.
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Caríssimos, pelos exemplos que vemos nos Evangelhos, todos os que se aproximaram de Jesus foram atendidos em suas necessidades; exceto os escribas, fariseus e doutores da lei, por causa da dureza de coração; é que num coração repleto de orgulho, egoísmo e prepotência não existe espaço para a graça de Deus.
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Portanto, quando a nossa oração é uma expressão da nossa comunhão com a vontade de Deus, ela revela as mesmas virtudes da oração da mulher cananéia, por isso, também somos prontamente atendidos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
sábado, 8 de fevereiro de 2020
AS TRÊS ETAPAS DA VIDA ESPIRITUAL...
PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,30-34)(08/02/20)
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Caríssimos, todos nós que estamos à caminho da eternidade sentimos uma imensa necessidade de viver em permanente comunhão com o Senhor Jesus. Ocorre que no mais das vezes, sucubimos facilmente à primeira tentação que chega a nossa mente; isto porque sem combate-la pela perseverança da oração, deixamos o inimigo entrar em nossas almas e assim estragar o nosso relacionamento com o Senhor.
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Santo Antônio de Pádua, explica por que tão logo caímos em tentação: Jesus nos chama como chamou os Apóstolos: "Vinde comigo para um lugar isolado" da multidão, para a solidão do espírito e do corpo, "e descansai um pouco". Infelizmente, as paixões da carne e o tumulto dos pensamentos que vão e vêm no nosso coração são tais que não temos tempo de comer o alimento de doçura eterna, de saborear a contemplação interior."
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O profeta Oseias discorrendo sobre esse chamado do Senhor, disse: "Seduzi-la-ei e conduzi-la-ei ao deserto, e falar-lhe-ei ao coração". Ora, "Estas três expressões - seduzir, conduzir ao deserto, falar ao coração - designam as três etapas da vida espiritual: o começo, o progresso, a perfeição."
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"O Senhor seduz o principiante quando o ilumina com a sua graça, para que ele cresça e progrida de virtude em virtude. Em seguida, afasta-o do tumulto dos vícios e da desordem dos pensamentos para o repouso do espírito; finalmente, uma vez chegado à perfeição, fala-lhe ao coração. A alma experimenta então a doçura da inspiração divina, e pode entregar-se por completo às alegrias do espírito."
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Portanto, caríssimos, para alcançarmos a perfeição eterna de nossas almas se faz necessário trabalharmos a nossa salvação tal qual nos ensinou são Paulo: "Meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor... Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O QUE É SER SEM PECADO?
O QUE É SER SEM PECADO?
O homem foi criado à “imagem e semelhança” (cf. Gen 1,26-27) de Deus para permanecer em comunhão com Deus. Foi criado sem pecado, para permanecer ligado a Deus que é inacessível ao mal (cf. Tiag 1,27). Assim, percebemos que o homem foi criado pleno das virtudes divinas (amor, verdade, bondade, justiça, etc), e com discernimento e capacidade para governar a criação (cf. Gen 2,15-17), porém, em comunhão com o seu Criador. Percebemos ainda que toda a criação é boa, bela e perfeita, com suas leis naturais impressas em sua alma, ou ainda, como o código genético que carrega em suas entranhas físicas.
Mas, por que existe esse terrível desequilíbrio que ora percebemos numa obra que foi criada com tamanha perfeição e por Deus infinitamente perfeito? A resposta a essa pergunta, está na fonte do conhecimento de Deus, as Sagradas Escrituras. Pois, após o homem ter cometido o pecado de não permanecer em estado de comunhão com o seu criador (cf. Gen 3) lhe restou a comunhão com o Senhor, mas não face a face como antes, e sim pela revelação que Deus faz de si mesmo na criação e nas Sagradas Escrituras, e pessoalmente por Seu Filho, Jesus Cristo enviado para nossa salvação (cf. Heb 1,1-4). E como resposta a essa pergunta, temos a figura emblemática da face tenebrosa do mal, chamado satanás, gerador do pecado e de todo desequilíbrio causado pelos homens de todos os tempos.
De fato, conhecemos Deus a partir de nossa criação; mas antes da criação natural já existia a criação sobrenatural e um certo infortúnio causado pelos anjos decaídos, que Deus nos deu conhecer com clareza (cf. Gen 2,15-17; Is 14,12-15; 1Pd 5,8) para que nunca perdêssemos a comunhão com Ele. É como está escrito: “Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão”. (Sab 2,23-24).
Com efeito, como foi dito acima, Deus é inacessível ao mal, isto é, o mal nunca pode ter acesso a Deus; mas, como a criação não é Deus, ele pôde ter acesso à criação e causar o escarcéu (desordem) que causou, mesmo conhecendo a punição por ter gerado tal pecado de desobediência na obra da criação. Ao homem, porém, que não foi o causador do pecado em si, mas apenas colaborou para que este existisse, Deus ofereceu o perdão, livrando-o da punição eterna, pelo arrependimento e o novo nascimento na ordem da graça pelo batismo, com a vinda do Seu Filho Jesus Cristo. Só não tem perdão quem não se arrepende e por isso mesmo não deixa o pecado, porque todo homem que experimenta o perdão oferecido por Cristo Jesus Cristo e deixa o pecado, recebe a graça da salvação e da santificação de sua alma e passa a viver desde já como um filho de Deus.
Então, o que é um ser sem pecado? É o Ser perdoado por Deus e que permanece em estado puro, sem mácula; é o ser em plena posse da graça santificante do Senhor; é aquele que nasceu da água e do Espírito Santo pelo batismo e vive nesse estado de graça permanente, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus, praticando aquilo que é próprio aos filhos e filhas consagrados e destinados ao Reino dos Céus. Como nos ensinou São Paulo: “De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte”. (Rom 8,1-2).
Portanto, cabe a cada um de nós que somos batizados, a vivência do nosso batismo, isto é, a vivência de todas as virtudes eternas que estão em nossas almas e que dão os frutos de nossa permanência em Cristo Jesus, como ele mesmo nos ensinou: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”. (Jo15,1-8).
Com toda certeza, Maria Santíssima mãe de Jesus e nossa mãe, é esse ser sem pecado, ela é imaculada por excelência, porque dela nasceu o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo. Por isso, em vista de sua maternidade divina não conheceu pecado algum, pois vivia tão unida ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, que nenhuma sobra de pecado pairou sobre ela. Dos seres humanos ainda em vida, Maria Santíssima é a primeira redimida e assim permaneceu todos os dias de sua vida, por isso, Deus a elevou aos céus em corpo e alma, por não conhecer corrupção alguma. (cf. At 2,31). Assim também todo aquele que nasceu de Deus e permanece em Cristo não peca (cf. 1Jo 3,5-6), pode até cair em pecado se assim decidir, mas se permanecer em estado de graça, viverá conforme a santidade que lhe comunica o Senhor na eucaristia.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria, OFMConv.
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
CRÔNICAS DE MINHA ALMA: AMO-TE, SENHOR, E INFINITAMENTE QUERO TE AMAR...
CRÔNICAS DE MINHHA ALMA
AMO-TE, SENHOR, E INFINITAMENTE QUERO TE AMAR...
O Amor. O que é o Amor? “O Amor é Deus, e quem permanece no Amor permanece em Deus e Deus permanece nele”. (1Jo 4,16); percebe tudo pela ótica divina do amor que ama, concebe tudo a partir do amor que ama, isto é, agora tudo é como o amor, eterno. Ou seja, cada pensamento, cada desejo, cada vontade, cada sentimento, advindo desse Sublime Amor, é inesgotável, é verdade que perdura sempre, porque o amor de Deus é assim. Quanta segurança em amar assim, em ser amado assim, em viver assim; em vê tudo assim, numa inesgotável sensação permanente, inexplicável pelas palavras, mas profundamente experimentado no âmago do Ser. Porque amar a Deus é viver; não amá-lo é morrer...
Senhor, por que não te amar? Por que não se deixar amar por Ti? Por que não se entregar inteiramente à Ti? Haverá alguma razão de ser, para não querer amar à medida infinita do teu Amor? Oh! Senhor, será que é por isso que o egoísmo não tem explicação racional convincente? Porque, por mais que se queira explicar, ele é só egoísmo, nada mais, além disso... Creio que ele seja o cume de toda maldade, a pior de todas as solidões, de todas as prisões, porque é absolutismo do eu, é a totalmente contrária ao teu Amor.
Meu Deus! Só em pensar nisso, me dá calafrios, pois vejo a extensão de todas as maldades que o egoísmo causa; de todas as tragédias passadas e presentes; é por isso que o demônio é o que é, extremamente egoísta, maléfico, perverso, danoso em todos os sentidos; capaz de incitar somente instintos egoístas e soberbos com que desprezou o amor de Deus, para se afundar na lama da própria maldade que exala em tudo o que é e faz. Por isso, vive nas trevas e não pode se aproximar nunca de Tua Luz, porque Tua Luz, Senhor, é Amor que brilha sobre todos os Te amam e Te obedecem submissamente; Tua Luz brilha Senhor, mais que o sol e mais que toda a extensão do universo que criastes.
Sabemos que um dia esse nosso mundo e toda criação será totalmente passado a limpo, porque Deus é Santo e tudo criou para a santidade. Por isso, no Seu Infinito Amor, enviou como nosso Redentor o Seu Filho, Jesus Cristo, para que tivéssemos acesso à sua misericórdia que nos perdoa e nos salva. Como escreveu São Paulo:
Sabemos ainda que haverá um julgamento para todos e ele já começou: “Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”. (Jo 3,19-21).
De fato, o amor ama sempre, mas quem o acolhe para transbordá-lo com sua própria vida? Quem responde à altura do amor com que somos amados por Deus? O que temos cultivado com nossa existência? Será que o nosso modo de viver tem correspondido à Vontade de Deus? Fomos Criados como expressões do amor de Deus, para amarmos a Deus acima de todas as coisas e amar-nos uns ao outros na medida do mesmo amor; mas, o que temos visto no seio da humanidade? Violência, dor, sofrimentos, tristezas e toda espécie de morbidez infernal.
Nem por isso desista do amor, porque somente quem ama consegue vencer o mal que está no mundo. Pois, eis o que nos ensina São João: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro”. (1Jo 2,15-17; 4,17-19).
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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quarta-feira, 4 de julho de 2012
CRÔNICAS DE MINHA ALMA: CAMINHOS DA ORAÇÃO...
CRÔNICAS DE MINHA ALMA: CAMINHOS DA ORAÇÃO...
O caminhar é algo na vida que nos leva a algum lugar. Por isso, todo caminhante procura traçar um itinerário para não perder o rumo ao qual se destina. Ninguém caminha sem rumo, e mesmo que alguém o faça, saiba este que o seu “caminhar sem rumo certo” o fará chegar a algum lugar, mesmo que não queira. Assim, quando estamos no comando do itinerário e do rumo traçados, tudo se encaminha para um destina-se feliz conforme os objetivos a serem alcançados. Na vida espiritual, também é assim, especialmente quando tratamos do dom da oração, pois ele é um dos meios mais eficazes de nosso encontro com Deus e da nossa permanência Nele.
Com efeito, a oração é como que uma via de perfeição que a alma percorre, sequiosa da Verdade, até chegar à perfeita união com ela, para com ela saciar-se e nunca mais sentir sede alguma. Digamos que é uma ida para se tomar possa da graça prometida, à qual precisamos alcançar para atingirmos a santidade desejada. Assim pela oração, a alma desagua no mar de Deus, e se deixa tomar totalmente por Ele. De fato, a oração é esse dom que nos leva à plenitude da Vontade Divina e a tudo o que ela nos proporciona.
Exatamente como nos ensinou São Paulo: “Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus”. (Ef 3,14-19).
E, então, quais são esses caminhos da oração? O primeiro deles é a intimidade. Quem goza da intimidade divina, sabe ouvir e sabe dialogar com Deus suavemente, amorosamente, e prontamente se dispõe a servi-lo gozando de Sua constante companhia, fazendo acontecer até mesmo o que nos parece ser impossível, como fazer o mar se abrir, o sol parar, a montanha atirar-se ao mar ou os mortos ressuscitarem, etc.; como nos ensinaram os patriarcas, os profetas e todos os santos que seguiram a Jesus fielmente.
Um segundo caminho é a oração a partir da vida, sintonizando oração e prática das virtudes evangélicas, especialmente o amor ao próximo, o desapego dos bens materiais e a prática da humildade. Santa Teresa de Ávila, mestra em oração, dizia: “A oração é amizade com Deus, e esta não é viável sem a amizade com os irmãos; não é possível sem a liberdade de espírito, e sem disponibilidade à ação de Deus sobre quem ora”. Pois era assim que ela rezava: “Quem vos ama de verdade, Bem meu, vai seguro por um amplo caminho real, longe do despenhadeiro, estrada na qual, ao primeiro tropeço, Vós, Senhor, dais a mão; não se perde, por alguma queda, nem mesmo por muitas, quem tiver amor a Vós, e não às coisas do mundo”.
Um terceiro caminho da oração é não ceder às dificuldades que certamente aparecem, principalmente as preocupações e distrações. Pois, frequentemente somos tentados por todos os lados a não nos refugiarmos aos pés do Senhor, mas o Senhor mesmo nos alerta, como alertou à Marta, irmã de Maria: “Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”. Portanto: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Lc 10, 41-42; Mt 26,41).
Um quarto caminho da oração é a sintonização com a oração que o Senhor mesmo nos ensinou, o “Pai nosso”. Meditando a oração do Senhor, vemos como ele interioriza cada palavra da oração e a traz para o cotidiano, ou seja, Deus tudo sabe de nós, mas em seu amor quer que expressemos a nossa vontade para ser acolhida por Sua Vontade Santa e assim disponibilizar o que estamos expressando. Porém, muita atenção para a condição final da oração do Senhor, pois sem perdão nenhuma oração é suficiente ou proveitosa. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”. (Mt 6,14-15).
Por fim, para se chegar ao auge da oração, à quietude da contemplação, o Senhor nos ensina o caminho do recolhimento, dizendo: “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais”. (Mt 6,6-8). Pois, o auge da oração é a união mística de nossa alma com o Senhor numa perfeita comunhão, e isso se dá plenamente na Eucaristia; união essa realizada pelo Espírito Santo, que nos torna sacrários vivos de Deus; sendo este um dos maiores mistérios da nossa redenção.
Destarte, “Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações da eternidade. Amém”. (Ef 3,20-21).
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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“Em tempos de tristeza e de inquietação, não abandones nem as boas obras de oração, nem a penitência a que estás habituado. Antes, intensifica-as. E verás com que prontidão o Senhor te sustentará”. (Santa Teresa de Ávila)
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