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domingo, 24 de agosto de 2008

Inventário Apocalíptico

Deu no CCFMC Boletin Abril de 2005:
Nunca houve coisa semelhante. Um check global do meio ambiente por ordem das Nações Unidas, no qual participaram 1300 peritos ambientais de 95 países, revela fatos alarmantes. Embora muitos cenários ameaçadores não sejam novos, nunca foram transmitidos duma maneira tão drástica no que diz respeito ao seu entrelaçamento interno e à sua repercussão global.

Conforme este estudo, os 60 % do sensível sistema ecológico, que proporciona água limpa, ar puro e um clima estável, já estão destruídos ou sobrecarregados. O estudo diz que o meio ambiente, em poucas gerações do século passado, tem sido de tal maneira danificado devido às violações desconsideradas do homem de maneira a pôr em risco a existência de futuras gerações. Para cobrir a crescente necessidade de alimentos, de água potável, de madeira e combustíveis tem-se abusado da natureza sem considerar as conseqüências. Isto vai ter repercussões devastadoras para a humanidade e a natureza. A diversidade biológica já ficou reduzida duma maneira considerável e irreparável. A crescente prosperidade nos países do Norte foi comprada a custo duma destruição rasante dos recursos naturais. E isto, por sua vez, está ameaçando o progresso econômico e social nas regiões pobres do mundo.

Conclusão do estudo: sem uma conversão radical não haverá um futuro bom para nós. Pois os sistemas ecológicos intactos são de fundamental significado para a humanidade e são indispensáveis em prol da humanidade em todas as partes do mundo. Mikhail Gorbatchev, que, juntamente com a sua comissão de especialistas, elaborou a assim chamada Carta da Terra, demanda isso desde há muitos anos. Mas ele diz também que a conversão só será possível se temos espiritualidade. Isto significa que temos de perceber a Criação como um todo, como uma dádiva de Deus que nos foi confiada para que a tratemos com cuidado e a conservemos.

O que faz falta é uma nova espiritualidade da Criação. A unidade da Criação nunca ficou expressa de maneira tão bonita como no Cântico do Irmão Sol de S. Francisco de Assis. Cantam-se todos – os quatro elementos no cosmos e na alma, na história e na natureza. Tudo é entrelaçado, confraternizado – os astros e os elementos, os animais e as plantas, “a nossa irmã, a MãeTerra, que nos alimenta e conduz e dá frutos múltiplos e flores de muitas cores e ervas“.Todo o Cântico do Irmão Sol está cheio dum grato reconhecimento de que tudo isto não é coisa natural. Todo o mundo no esplendor de Deus, a presença de Deus em todas as coisas. Nada nesta mística franciscana dos olhos abertos carece Deus, tudo neste mundo é pleno de Deus, bento e seguro. Por isso Francisco jubila: “Louvado e bendito sejais Vós Senhor, nosso Deus, quem nos confiou semelhante tesouro a nós indignos! Louvor e glória a Vós, Trindade inefável!“

Nós não somos os donos da Criação, mas sim seres criados. Daí que não estamos bem se o meio ambiente for destruído, que pecamos contra a Criação se não tratarmos os seus recursos com cuidado. Esta é a conversão na atitude dos homens, a qual foi requisitada pelo check do meio ambiente da ONU e a qual deve ser fomentada e acompanhada por todos os homens de pensamento franciscano.

Andréas Müller OFM
Extraído de http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/cbcmf-news/2005_04_News.shtml?navid=94
acesso em 24 ago. 2008.

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