PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,11-28)(22/11/23)
1. Amados irmãos e amadas irmãs, todas as criaturas foram dotadas por Deus de dons, talentos e capacidades para serem exercidos tendo em vista o bem de todos. Ocorre que muitos usam essas dádivas não em conformidade com a vontade de Deus; mas, para práticas abomináveis com o fim de obter vantagens pessoais prejudicando os demais.
2. Desse modo, praticam corrupção, injustiça, manipulação via meios de comunicação e outros meios principalmente religiosos; abuso de poder, violência e tantos outros crimes que só serve para revelar a face oculta do maligno que se esconde em tais ações.
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3. Mas, o que leva estas pessoas a agirem assim? A resposta está na falta do temor do Senhor; elas acham que podem tudo, quando na verdade não passam de um sopro de vida e nada além disso. Pois, onde falta o temor do Senhor também falta o amor a Ele e ao próximo como a si mesmo.
4. De fato, quem age desse modo nunca vive em paz, pelo contrário, são atormentados por todos os pecados praticados contra os seus semelhantes. Por isso, muita atenção, por traz de cada pecado mortal se esconde um demônio que atenta contra o que há de mais sagrando no ser humano, a imagem e semelhança de Deus que somos.
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5. No Evangelho de hoje Jesus conta uma parábola escatológica, isto é, que trata dos últimos acontecimentos do viver humano neste mundo. Nela Ele faz uma analogia, ou seja, uma comparação para explicar como será o nosso devir eterno a partir da nossa vivência cotidiana.
6. O homem nobre que assume a realeza é Ele mesmo; os servos que recebem os talentos somos nós; os talentos são a vida e o que fazemos dela; os que não aceitam serem governados por Ele são aqueles que vivem na desobediência aos seus santos mandamentos.
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7. Portanto, caríssimos, a conclusão é obvia; a graça jamais nos falta, porque sua misericórdia é infinita; todavia, quem se abre para recebe-la e pô-la em prática, para testemunha-lo em meio às contradições deste mundo? Quem se deixa governar por Ele, e não pelo inimigo de nossas almas?
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8. A resposta à essas perguntas é pessoal e será dada com a prática da vida. Por isso, eis o que diz o Senhor: "Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos anjos." (Lc 9,26).
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, rezemos esta oração composta por santa Gertrudes de Helfta: "Infelizmente, não entreguei o tesouro da fé cristã e da vida espiritual ao tesouro dos banqueiros da caridade, de onde poderia tê-lo retirado posteriormente, segundo a tua vontade, aumentado com os juros de toda a perfeição.
10. Mas não só gastei em vão o talento que me foi confiado, o meu tempo, como o deixei fugir, desbaratado e totalmente perdido. Aonde irei? Para que lado me voltarei? «Como poderei ausentar-me do vosso Espírito e como fugirei à vossa presença?» (Sl 138, 7).
11. Ó Verdade, tu tens por assessores inseparáveis a justiça e a retidão. Mal de mim se comparecer perante o teu tribunal sem ter advogado que responda por mim. Ó Caridade, vem resgatar-me. Responde tu por mim. Solicita tu o meu perdão. Defende tu a minha causa, para que, graças a ti, eu viva." Amem! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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