PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 18,1-19,42)(29/3/24).
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1. Amados irmãos e amadas irmãs, a cruz para muitos é sinal de fraqueza, é como que perder as espectativas e a esperança de um mundo novo e de uma vida melhor; é como se a morte fosse vitoriosa sobre tudo o que existe, é como se a vida não valesse nada.
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2. Mas isto só para muitos, não para todos; porque na verdade: "A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina." (1Cor 1,18). Visto que a salvação é para todos os homens de todos os tempos, mas nem todos a acolhem de bom grado.
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3. "Por isso, o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória. Sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória)." (1Cor 2,6-8).
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4. Com efeito, ao contemplarmos Jesus pendurado e morto numa cruz, significa contemplar o céu aberto por sua morte e ressurreição; pois o seu sacrifício de cruz é a chave que abre as portas do Paraíso, antes fechadas pelo pecado. De fato, quem ainda vive no pecado tem o coração perturbado pelas investidas do maligno, pois o pecado é maldição, infelicidade, tristeza, enfermidade espiritual; é chaga aberta nas almas que por ele se deixam ferir.
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5. A esse respeito escutemos o Profeta Isaías: "Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas." (Is 53,6-8).
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6. Asssim as chagas abertas de Cristo, cura em nós as chagas abertas pelos pecados praticados, mas, desde que haja um sincero arrependimento, pois a misericórdia do Senhor é o remédio espiritual que nos cura; mas, é preciso o arrependimento, a confissão e a absolvição sacramental, para sermos totalmente curados e não termos mais nenhuma associação com o pecado.
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7. "Através da cruz, a morte que se abateu sobre o gênero humano por ter comido do fruto da árvore foi hoje reduzida à impotência; pois a maldição que a nossa raça tinha herdado dos nossos primeiros pais foi apagada graças à descendência da puríssima Mãe de Deus, aquela que todos os poderes do Céu engrandecem.
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8. Foi na tua essência humana que sofreste, à maneira de um homem, a Paixão, e não na tua natureza divina, Senhor: impassível na tua divindade, foi na carne assumida que suportaste todos os sofrimentos; por isso Te louvamos, Senhor, em ambas as essências.
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9. Num desígnio de misericórdia, o Mestre aniquilou-Se a Si próprio por mim, suportando os sofrimentos da carne para compensar o meu nada; pela sua divindade, fez brotar da sua Paixão a minha impassibilidade, e coroou de honra a minha desonra, Ele que todos os poderes do Céu engrandecem.
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10. Pela tua divina condescendência, Senhor, o Hades foi posto em cativeiro e os mortos saltaram dos túmulos, porque Tu és agora a verdadeira Vida, aquele que põe fim ao reino da morte e ao poder do Hades, Tu, que todos os poderes do Céu engrandecem.
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11. Apesar de teres sido depositado no túmulo como um corpo inanimado, em virtude da tua divindade, Senhor, mostraste que és livre mesmo entre os mortos e ressuscitaste contigo, da corrupção do Hades, o primeiro homem e toda a sua raça, graças à tua adorável ressurreição; é por isso que, com os anjos, Te louvamos, a Ti, único Salvador. [...]
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12. A ti, Santíssima, que deste à luz o Verbo eterno que Se fez homem de modo extraordinário no teu seio, aquele que com o seu precioso sangue recriou o mundo e que o ilumina quando a cruz é exaltada, todos os poderes do Céu te engrandecem." (Livro das Horas do Sinai (século IX)
Cânone em honra da cruz e da ressurreição, SC 486).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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