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sábado, 26 de março de 2022

A LUTA CONTRA O MAL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,14-23)(24/03/22)

Caríssimos, a grande luta interior que travamos é aquela de vencermos a nós mesmos para permanecermos em estado de graça, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus em todos os sentidos do nosso viver, e ninguém consegue isso sem o auxílio da sua graça. Na décima admoestação, disse são Francisco: "Teu pior inimigo és tu mesmo, vence-te a ti mesmo e nenhum inimigo visível ou invisível poderá prejudicar-te."

No Evangelho segundo são João, o Senhor Jesus assim nos ensina: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5). Ou seja, é essa comunhão com Cristo que nos faz vencer a nós mesmos para darmos os frutos da sua presença em nossas almas. Porque o nosso paraíso neste mundo é o nosso livre arbítrio, e a chave que o abre e fecha é a nossa obediência a Cristo.

No Evangelho de hoje vemos a luta que o Senhor Jesus empreende contra o maligno, expulsando-o de um homem mudo, mas logo foi mal interpretado e confundido com o inimigo, no entanto, a sua resposta não deixa espaço para falsas interpretações: "Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus."

Comentando a respeito dessa luta espiritual discorreu o Papa Emérito Bento XVI: "A Quaresma lembra-nos, portanto, que a existência cristã é uma luta implacável, na qual devem ser usadas as “armas” da oração, do jejum e da penitência. Lutar contra o mal, contra todas as formas de egoísmo e ódio, morrer para si mesmo para viver em Deus, é o caminho ascético que todo discípulo de Jesus é chamado a seguir com humildade e paciência, com generosidade e perseverança.

O seguimento dócil do divino Mestre torna os cristãos testemunhas e apóstolos da paz. Poderíamos dizer que esta atitude interior nos ajuda a destacar melhor também qual deve ser a resposta cristã à violência que ameaça a paz no mundo. Certamente a não vingança, nem ódio e nem mesmo a fuga por uma falsa prática religiosa.

A resposta de quem segue a Cristo é antes a de seguir o caminho escolhido por Aquele que, perante os males do seu tempo e de todos os tempos, abraçou decididamente a Cruz, seguindo o caminho mais longo, mas eficaz do amor. Seguindo seus passos e unidos a ele, todos devemos nos opor ao mal com o bem, à mentira com a verdade, o ódio com o amor." (Bento XVI - Santa Missa das Cinzas, (01/03/2006).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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