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sexta-feira, 4 de março de 2022

A PRÁTICA DA FÉ REQUER EMPENHO, DETERMINAÇÃO E COERÊNCIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(04/02/22)

Caríssimos, a prática da fé não é um ato meramente externo, natural, baseado no instinto de proteção; e não é uma busca fantasiosa; ou uma criação da mente, nem tão pouco uma teoria ou uma filosofia de vida; mas sim uma relação íntima com Deus, ao encontra-lo no coração das nossas almas, isto é, na nossa consciência, e com Ele dialogarmos como seus filhos e filhas.

De fato, nesse encontro espiritual com o Senhor, o dom da oração é fundamental, porque é o espaço sagrado em que o encontramos e com Ele mantemos um diálogo justo, santo, expondo não somente o que precisamos, mas principalmente o quanto o amamos, o louvamos e agradecemos por todos os benefícios que Dele recebemos.

Desse modo, compreendemos que, como é a nossa oração, assim é também a nossa vida. Se a nossa oração é esse diálogo amoroso em que falamos e silenciamos para ouvir as suas inspirações e depois traduzi-las na nossa prática de vida por meio da caridade fraterna, da justiça, bondade, humildade, perdão, compreensão e as outras virtudes, é sinal de que realmente o encontramos e permanecemos na Sua Presença. Porque, é dessa relação com o Senhor que nasce a nossa relação com os nossos irmãos e irmãs.

Todavia, se a nossa prática da fé brotar de uma oração superficial, que não se traduz em gestos concretos de solidariedade e amor fraterno nas nossas relações interpessoais, obviamente ouviremos do Senhor o que Ele revelou ao profeta Isaías: "Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro." (Is 29,13).

Portanto, caríssimos, sejamos cuidadosos e prestemos muita atenção às tentações que chegam à nossa mente para não cairmos em tais ciladas do inimigo de nossas almas, principalmente a tentação do falso julgamento, das comparações indevidas e das críticas impiedosas que não passam de hipocrisia fruto de uma mente doentia, e da prática superficial da fé que consiste em investigar a vida dos outros, ao invés de ser misericordiosos, compreensivos, afáveis e caridadosos.

Destate, as práticas quresmais da oração, do jejum e das obras de misericórdia, assumem o seu real sentido quando nos conduz a um viver mais solidário, fraterno, misericordioso e repleto de compaixão, porque somente assim testemunhamos verdadeiramente que Deus se faz presente na nossa vida.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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