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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Agüentar a troça

Ainda hoje se podem ouvir os risos e as troças. Francisco de Assis retirou-se montado num cavalo e na armação dum cavaleiro. Agora voltou – descalço, deixou o escudo, a lança e a armadura em Spoleto. Tinha altos ideais seculares, agora chega a casa a pé, muito simples, hesitante, apalpando e hesitando. O seu empreendimento – como hoje em dia se diz – “foi totalmente por água abaixo.”

É apontado com o dedo. Sussurros – risos – troças. Quem é que quer falar ainda com ele? Quem o quer convidar ainda? Não presta para nada, não tem estabilidade nenhuma, hoje quer isto, e amanhã algo totalmente diferente.

Mas o que significa, pois, o juízo dos outros? Serve para corresponder às esperanças e às idéias dos outros? Não tem de seguir o caminho que lhe foi indicado? Ninguém mais está metido na sua pele. Só ele pode responder à vocação que lhe toca muito pessoalmente. Por tal tem de suportar que o seu meio ambiente não o compreenda, que os companheiros o evitem.

A solidão é uma oportunidade segundo Francisco. Ver com os próprios olhos, apalpar e sentir na própria pele, firme nos próprios pés, segue o seu caminho. Deus há de lhe mostrar onde o leva. Tem que ter paciência. Só ele pode tomar as decisões corretas. Ninguém lhas pode tirar. E , por enquanto, o tempo ainda não chegou.

E assim, ele espera e procura sinais e vozes.

Perguntas:
  1. Em que medida me torno dependente do juízo dos outros?
  2. Como me comporto quando alguma coisa não se verifica como eu tinha esperado?
  3. Quando e onde experimentei coisas semelhantes como as de Francisco?
  4. Como vejo, na retrospectiva, as experiências feitas quando esperava?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 09 fev. 2009.

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