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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Recomeço total


“... e às vezes o Bispo de Assis. Pois, naquele tempo, ninguém viveu a pobreza que ele desejou mais do que qualquer outra coisa deste mundo; foi nela que quis viver e morrer.” (Leg3C, 10)
Como se sente uma pessoa que cree que só ela tem uma idéia clara? Tem de ficar muito tempo sozinha com esta certeza – como uma mãe que está grávida. Na última reflexão vimos como Francisco se presentava a Deus lutando e não falava com ninguém.

Só de vez em quando com o Bispo de Assis – como ficou completado na citação de hoje. Que tipo de homem terá sido para que Francisco se atrevesse a falar com ele sobre uma coisa que aparentemente requeria um começo totalmente novo. Precisamente com um homem que, devido ao seu cargo, leva antes aos caminhos habituais. Ou é que Francisco procura o contrário, o adversário, o argumento diferente? Ou é assim que se familiariza bem com a sua vocação?

Seja como for: Francisco constata que a pobreza não mora em lado nenhum. Naturalmente, não se refere à miséria social que, sobre tudo, no tempo dele, tinha assumido uma extensão muito grande. Refere-se à Senhora Pobreza, àquela liberdade total que vai aos pobres e vive com eles numa solidariedade total.

Oiço os reparos por parte do mundo eclesiástico e leigo: um extremista, um radical, um reformador, um revolucionário! Mais tarde, todos ouvi-lo-ão que lutam contra a escravidão. Hoje ouvem-no todos que, devido à pobreza no mundo e à crescente urgência ecológica, querem mudar para um estilo de vida completamente vegetariano.

Mas, o assim chamado extremismo resplandece desde a raiz (em latim: rabis) do próprio cristianismo: a radicalidade resulta da Encarnação de Deus: quem poderia ser mais solidário do que Deus no mistério natalício? Quem poderia unir-se mais revolucionariamente aos escravos do que Deus que em Jesus se fez um deles? Quem poderia tomar partido mais radical da “matéria viva” do que este Jesus, o Deus feito Homem?

Perguntas:
  1. Quais as minhas experiências com a hierarquia eclesiástica quando se trata de iniciativas e caminhos novos?
  2. Com quem falo para fazer mais nítidos os argumentos e encontrar o próprio perfil?
  3. Quais são as coisas que hoje não se têm realizado em parte nenhuma, mas que muito nos dizem respeito e chamam para ser resolvidas?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 10 fev. 2009.

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