Depois recebeu dele o beijo da paz, montou-se no cavalo e continuou o seu caminho. Desde então começou a detestar-se cada vez mais até que ganhasse, pela graça de Deus, uma completa vitória sobre si mesmo. (Leg3C11)
O fundo deste parágrafo na vida de Francisco foi-nos explicado na reflexão anterior. Francisco forçou-se a beijar a mão ao leproso. Foi o seu mérito.
Mas então acontece algo não esperado. O leproso dá-lhe o beijo da paz – e Francisco permite. Temos de nos imaginar o seguinte: bolhas de pus, pestilência! Uma afronta ao sentido estético. Mas, mesmo assim, um abraço, intimidade, proximidade. E ligado a isto: alteração interior: douçura, felicidade.
Os símbolos podem alterar tudo. É estranho que nós estejamos tão pouco abertos para gestos de câmbio. Na Eucaristia está previsto tal gesto. E mesmo assim não se emprega porque se evita a alteração, porque não se atreve a olhar nos olhos dos outros, porque se vive em litígio há anos. A justificação não tarda a ser apresentada: A saudação da paz não se deve tornar habitual. Porquê então receber a comunhão? Pela mesma razão deveria prescindir-se da mesma.
Não, aqui trata-se do temor de se comportar de veras pacificamente. O abraço e o beijo são gestos que querem cambiar o próprio coração, tal como as relações com a pessoa a quem dirijo este gesto.
No fim há a vitória sobre si próprio, sobre a natureza egoísta, sobre instintos e gestos. Pode haver toda uma orientação nova: o amor que se dedica completamente ao outro e experimenta assim toda a felicidade.
Perguntas:
- Quais os símbolos e gestos que te cambiaram?
- Como poderias dar a saudação da paz na Eucaristia de maneira que a mesma te cambiasse?
- Como podes alcançar a vitória sobre o teu ser egoísta?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 11 fev. 2009.
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