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sábado, 14 de março de 2009

Tribunal Eclesiástico


Os cônsules não quiseram fazer mal a Francisco e disseram portanto ao pai: “Desde que se pôs ao serviço de Deus, deixou de pertencer à nossa jurisdição.” Quando o pai portanto viu que não alcançava nada junto dos cônsules, pôs a mesma queixa ao bispo da cidade. Este, no entanto, foi um homem inteligente e sábio, mandou vir Francisco como era correto,, para se apresentar perante ele e poder responder à queixa do pai. E Francisco respondeu ao mensageiro: “quero aparecer ante o Sr. Bispo, pois ele é pai e senhor das almas.” (Leg3C 19)
Um tribunal estatal não é competente para julgar o caminho da vocação de Francisco de Assis. É evidente. Desde sempre que existe a competência espiritual da “divergência dos espíritos”, como é o termo técnico. Não se trata de julgar os atos externos, mas os motivos, as vias tortuosas da alma com as suas emoções, os seus sentimentos e sonhos, o inconsciente e o subconsciente, como diríamos hoje. Para tal é preciso um especial carisma, diz Paulo e com ele toda a tradição espiritual.

Não se trata, portanto, só de herança e posses, mas sim duma nova maneira de estar ligado com Deus e com os homens. Os cônsules reconhecem isto. E Francisco mesmo está contente com a perspectiva de ser julgado por um tribunal eclesiástico. O bispo é para ele “pai e senhor das almas”. Hoje não diríamos tal. Francisco refere assim a mencionada competência espiritual que é capaz de reconhecer o caminho de Francisco, de modo cuidadoso e compreensivo e dotado com uma qualidade verdadeira de liderança.

Perguntas
  1. Qual é a posição do estado e da Igreja frente ao indivíduo procurando o caminho correto?
  2. Em que medida é justificada a confiança de Francisco na instância da Igreja?
  3. Que outras instâncias existem para apreciar um caminho espiritual? Quais as tuas experiências neste sentido?
  4. Quais as tuas experiências que podes juntar a esta história?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 11 fev. 2009.

Um comentário:

  1. Qual é a posição do estado e da Igreja frente ao indivíduo procurando o caminho correto?

    Infelizmente a resposta à essa pergunta, por experiencia própria em relação à Igreja é que, a posição da Igreja às vezes deixa muito a desejar.

    Sorte que eu sou alguém de bases fortes, pois senão teria abandonado tudo...

    Paz e Bem!

    Axé!

    Abraço

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