Frei Neylor J. Tonin

Francisco obedeceu. Voltou para a sua terra, qual Abraão, na fé, em busca de uma promessa que só tem asas porque uma força estranha, à qual não se pode desobedecer, a sustenta. Nada deixa entrever que Francisco estivesse desencantado com as vaidades humanas, tão comuns nos altos escalões dos que ambicionam mais e comandam sempre. Mas, na verdade, a voz de Deus, que fala no bem, ressoa igualmente nos caminhos do mal, e muitas vezes mais fortemente. É só preciso ser sensível a ela. Deus, na verdade, não se encontra menos presente no Exílio da Babilônia que no Templo de Jerusalém. Em todos os lugares, sua santidade abrasadora trabalha o barro humano em direção a uma transfiguração. Não são muitos os que se deixam tocar por ela de uma forma profunda. Mas Francisco deixou-se. Voltou imediatamente para casa, "deixando de lado a própria vontade (...) e resolveu, desde então, não desviar sua face de nenhum pobre".
Frei Neylor J. Tonin
Esta série de artigos está sendo impressa no "Boletim do Pró-Vocações"
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/pvf_parte2.php acesso em 15 fev. 2009.
Ilustração: RIBERA, José de. São Francisco de Assis. 1643.
Nenhum comentário:
Postar um comentário